Ao ouvir a palavra “date”, com certeza lembramo-nos logo de um qualquer filme americano em que alguém afirma que foi sair com outra pessoa num “date”. Significa um encontro com um objetivo mais do que apenas amizade. Mas este termo anglo-saxónico expressa uma forma muito própria de encarar o romance e o conhecimento do sexo oposto. Como é apanágio das culturas anglo-saxónicas, são muito práticos. O convite para “date” parte habitualmente do rapaz que considera uma rapariga atraente ou interessante e convida-a para “sair” num propósito já definido: não te vejo só como amiga, vamos ver se isto dá em namoro. Diferente dos relacionamentos mais latinos, digamos, ou europeus, a coisa por aqui é mais complexa. Se eu acho graça a uma rapariga, rodeio-a e jogo um jogo de sedução e de atração-repulsão por parte da rapariga, em que nunca se assume à partida o propósito, mas o resultado depende das jogadas dos participantes. Diga-se que pode não depender só de jogadas, pois a química pode acontecer espontaneamente, mas “ir beber um café” ou “sair” não significa necessariamente querer ver se dá numa relação amorosa, nem que seja só na teoria...
Assumir as coisas não parece ser nossa característica, pois existe um certo pudor. Os americanos, pelo contrário, não perdem tempo. O rapaz (pode ser a rapariga, mas a tradição não mudou muito) convida a rapariga, sabe-se ao que se vai, vê-se como corre. Se depois de dois ou três dates a coisa não aconteceu, provavelmente não vai acontecer mais, pelo que se percebe que não vale a pena continuar. Há que dizer que nas “saídas” acontece o mesmo. Arranjamos um pretexto para sair e depois vai-se vendo se há faísca. Também acontece a propósito de uma relação profissional, universitária ou outra. De qualquer forma, é um processo diferente e não assumido. Há um não dito e o rapaz a falar com o amigo diz-lhe que a amiga deixou de lhe responder às mensagens, ao que o amigo responde, “esquece, não insistas mais”. Ou então cai-se num esquema de saídas sucessivas sem acontecer nada e os silêncios começam a ser demasiados porque ninguém avança com nada. Ou então resulta numa amizade duradoura. Ou então a magia acontece.
Resumindo, o modelo americano é um possível entre outros. Mas facilita a corte. É verdade que quando eu convido para sair, em princípio será para ver se dá, mas por outro lado, nunca vamos dizer que não é por amizade e até temos de encontrar desculpas credíveis para a “saída”. No date, não. Mesmo que à partida nada esteja garantido que corra daquela forma, o propósito é claro.
Por isso o datesCatolicos.org é original. Se queremos procurar uma pessoa que tenha princípios parecidos aos nossos, em princípio aqui encontraremos. Depois, a procura é mais fácil do que se deslocar a sucessivos eventos e festas de aniversário, com conversas intermináveis, situações de vida diversíssimas, equívocos, objetivos díspares, etc. Na vida real, quase que fica mal eu dizer a primeira vez a alguém que a acho engraçada ou interessante. No datesCatolicos.org eu posso por like no perfil de alguém. Das duas, uma: ou não é recíproco e esqueço ou se o for, não é excitante combinar um encontro e ver no que dá? Pode não dar em nada mas há etapas que já foram ultrapassadas.
por António Pimenta de Brito, co-fundador do site datescatolicos.org. |
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