“Depois
de intensa oração e amadurecida reflexão, Sua Santidade, o Papa Francisco,
decidiu instituir uma Comissão de Estudo sobre o Diaconado das Mulheres”.
Este
grupo de peritos, sem poderes deliberativos, apresentará um estudo sobre a
questão teológica e a possibilidade de haver ou não mulheres ordenadas no grau
do diaconado. É constituída por doze pessoas, seis mulheres e seis homens,
todos teólogos de várias áreas, de renome internacional, uns com pendor mais
conservador e outros mais progressistas, para que o equilíbrio possa estar
presente no resultado do trabalho.
Na
Igreja Católica, como na Ortodoxa, o Sacramento da Ordem é circunscrito aos
homens. Apenas nalgumas Igrejas Reformadas, o diaconado e o sacerdócio são
possíveis às mulheres.
A
Tradição refere a existência de diaconisas na Igreja do Oriente até ao século
IV e os Padres da Igreja, até S. João Crisóstomo, testemunham que, juntamente
com os diáconos, as diaconisas colaboravam com o Bispo e com os presbíteros:
eram responsáveis pelo serviço e por prover às necessidades materiais dos pobres
da comunidade. Todavia, a questão que
agora se coloca não é se existiram ou não diaconisas, mas se o diaconado antigo
se pode equiparar ao Sacramento da Ordem, como o entendemos hoje.
A Teologia considera o grau dos diáconos como o primeiro grau do sacramento
da Ordem, o segundo grau é o Presbiterado e o terceiro grau o Episcopado, não
havendo ainda acordo entre os teólogos sobre se o diaconado da Igreja Antiga
era sacramental ou “apenas funcional”.
No
início do seu pontificado, o Papa tinha afirmado que o “génio feminino” deveria
estar mais presente, não só genericamente, mas nos lugares decisórios, onde se
exercita a autoridade dentro da Igreja. Foi na sequência desta linha de
fidelidade à história, de contínuo retorno à fonte evangélica, mas também de actualização
no modo de agir e de evangelizar, que o Santo Padre institui esta comissão de
estudo sobre o diaconado feminino.
Suzana de Jesus
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