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quarta-feira, 1 de junho de 2016

Igreja/Música: Serpa recebe «primeira ópera» produzida e construída no Baixo Alentejo

Festival Terras Sem Sombra apresenta obra infanto-juvenil com mensagem ecológica

 
Beja, 21 mai 2016 (Ecclesia) – O Festival ‘Terras Sem Sombra’, dinamizado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHA), vai promover a estreia europeia de ‘Onheama’ este sábado e domingo, respetivamente às 21h30 e 16h00, no Teatro Municipal de Serpa.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o DPHA informa que ‘Onheama’ tem como pano de fundo a temática amazónica, mas remete para uma “perspetiva mais alargada, pois os problemas que afetam a natureza não conhecem fronteiras”.

A ópera infanto-juvenil, que tem um “alcance sociológico notável”, vai ser apresentada no Teatro Municipal de Serpa, hoje e este domingo, às 21h30 e 16h00, respetivamente, com entrada livre, sujeita à lotação da sala.

‘Onheama’ é a “famosa ópera em três atos”, do autor musical brasileiro João Guilherme Ripper, que estreou em 2014, no Festival Amazonas, de Manaus, e “nunca foi apresentada na Europa”.

O Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja destaca a construção local “de toda a ópera” cuja encenação é da responsabilidade do dramaturgo argentino Claudio Hochmann que trabalha em Portugal.

A cenografia e os figurinos da apresentação de ‘Onheama’ no Baixo-Alentejo são de Miguel Costa Cabral que, como os outros produtores, “tem vivido nos últimos meses em Serpa”; já a coreografia foi concebida pelo criador cubano Yonel Castilla.

A organização do Festival ‘Terras Sem Sombra’ adianta ainda que os figurinos são da Oficina do Traje, uma academia sénior, e os cenários e adereços foram construídos pelas oficinas da Câmara Municipal de Serpa e “pequenas empresas da região”.

A realização da ópera infanto-juvenil ‘Onheama’ no Baixo Alentejo deve-se também à parceria com o Teatro Nacional de São Carlos e conta com a comunidade artística e educativa local, com destaque para o Grupo de Teatro da Escola Secundária de Serpa, (En)cena, e a escultora Margarida de Araújo;

‘Onheama’, que significa eclipse em língua tupi (Brasil), foi inspirada no poema ‘A Infância de Um Guerreiro’, do também brasileiro Max Carphentier: “A mitologia dos povos indígenas de algumas das principais regiões da Amazónia interpreta o eclipse como a ação maléfica de Xivi, a terrível onça celeste, que devora Guaraci, o Sol, e, insaciável no seu afã consumidor, sai depois à caça das estrelas e de Jaci, a Lua.”

O festival de música que alia natureza e património dá visibilidade também aos produtos locais/regionais e na ópera ‘Onheama’ “tudo gira em torno do sobreiro”, o sol e a lua foram construídos em cortiça.

Da passagem por Serpa consta ainda a ação de defesa da biodiversidade no Parque Natural do Vale do Guadiana - a Serra de Serpa, o microclima de Limas e o acidente geológico do Pulo do Lobo – na manhã deste domingo, a partir das 10h00.

A 12.ª edição do FTSS tem como tema «Torna-Viagem: o Brasil, a África e a Europa (Da Idade Média ao Século XX)» e termina com a cerimónia de entrega do Prémio Internacional Terras sem Sombra 2016, a 02 de julho, no Centro das Artes em Sines; Antes a 04 e 05 de junho passa por Castro Verde e nos dias 18 e 19 do mesmo mês vai estar em Beja.

CB


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