Beja, 04 jun 2016 (Ecclesia) – O bispo de Beja e as comunidades cristãs
vão viver hoje o encerramento do Sínodo Diocesano que foi convocado com
o propósito de “envolver mais o povo de Deus” e “alguma representação”
das comunidades em reflexão.
“Creio que o mais importante foi abrir realmente a diocese a todos os
batizados e sobretudo àqueles que têm interesse em construir esta igreja
que tem de ser sempre sinodal, como depois do Concílio Vaticano II se
tem acentuado”, disse D. António Vitalino à Agência ECCLESIA.
O bispo diocesano lembrou que, aquando da convocação do Sínodo
Diocesano de Beja, o clero foi desafiado a “ouvir e escutar a opinião de
outras pessoas, de leigos".
D. António Vitalino considera que foi importante a caminha sinodal para
que se veja que a diocese “tem interesse em saber a opinião de todas as
pessoas”, em escutá-las sobre o modo como “veem a Igreja e a diocese”.
A última Assembleia Sinodal vai decorrer a partir das 10h00 deste sábado e o encerramento do Sínodo Diocesano durante a tarde.
Este foi o primeiro sínodo que a Diocese de Beja viveu, desde a sua
restauração em 1770, e o prelado revela que “sempre” considerou que ia
“ser um pouco difícil” essa vivência devido “à dispersão e às longas
distâncias” entre as comunidades e entre “as paróquias e a sede da
diocese”.
“Não se podia exagerar em muitas reuniões que tinham de ser mais a
nível local e foi isso que aconteceu”, observa o bispo responsável pela
comunidade do Baixo-Alentejo que projetou uma vivência sinodal para
quatro anos.
D. António Vitalino assinala que as pessoas, às vezes, “cansam-se
rapidamente ou têm outros interesses” e se no primeiro ano do sínodo,
sobre o tema ‘A verdade libertará’, “houve bastante entusiasmo,
criaram-se bastantes grupos” - jovens, adultos, de serviços e de
movimentos – os números foram reduzindo ao longo dos últimos anos.
O bispo de Beja, que este ano completa 75 anos, deseja que o bispo
coadjutor, D. João Marcos, possa “dar continuidade” à criação de uma
Igreja “mais colegial, mais sinodal”, em que os grupos, serviços,
movimentos e os órgãos “devem funcionar” não apenas com a vontade do
padre ou do bispo.
“Espero que não andemos para trás, que as pessoas mais conscientes da
sua dignidade batismal possam continuar a interessar-se pela comunidade e
a terem em atenção as suas finalidades, sobretudo os mais pobres, os
mais idosos, os que vivem sós”, desenvolve D. António Vitalino.
O prelado que está quase há 18 anos na Diocese de Beja destaca que foi
um percurso “positivo” nuns setores e houve “regressão noutros” como a
prática religiosa cujo recenseamento de 2013 revelou que “desceu um
bocadinho em relação a 2001”, num Alentejo com relativamente pouca gente
que se “faz notar nas diferentes comunidades”.
“O povo de Deus é que dirá se as coisas caminharam para a frente ou
não”, comenta o bispo de Beja que quando deixar a diocese pretende
regressar à Ordem do Carmo (Carmelitas).
CB/PR
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