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terça-feira, 28 de outubro de 2025

60 anos depois

Bom dia! No dia 28 de outubro de 1965 foi publicada a declaração “Nostra Aetate”. Um documento do Concílio Vaticano II sobre a relação entre a Igreja Católica e as religiões não-cristãs que reprova “toda e qualquer discriminação ou violência praticada por motivos de raça ou cor, condição ou religião” e “nada rejeita” do que existe de “verdadeiro e santo” noutras religiões. Passos dados há 60 anos, agora reafirmados num contexto de maior proximidade entre diferentes confissões religiosas, cristãs ou não-cristãs. No programa Ecclesia emitido esta segunda-feira, um judeu, um islâmico e um cristão dialogaram sobre a atualidade do documento.

“Há uma declaração que é extraordinária, que é, finalmente, a desculpabilização do povo judeu, de uma forma coletiva, da morte de Jesus, isto parece muito simples, mas a relação entre o povo judeu e a Igreja Católica, até ao Concílio Vaticano II, até à ‘Nostra Aetate’, era muito titubeante” (Isaac Assor, Comunidade Judaica de Lisboa).

“Estas declarações deveriam ser estudadas na escola. Naturalmente que sou suspeito para falar, porque estas declarações dizem-nos muito na qualidade de crentes, mas estou convencido que, sem prejuízo de podermos não confessar, não sermos crentes, como documento e pelo simbólico que ele tem é extremamente importante” (Khalid Jamal, da Comunidade Islâmica de Lisboa).

“Sentimos, outra vez, que o mundo está periclitante em termos de organização internacional, e de reconhecermos valores e direitos que sejam transversais às culturas e às civilizações. E, há que lembrar esse pequeno documento, que acabou por ser um documento revolucionário” (Padre Peter Stilwell, o diretor do Departamento das Relações Ecuménicas e do Diálogo Inter-Religioso do Patriarcado de Lisboa).

Os 60 anos da declaração “Nostra Aetate” vão ser assinalados no Vaticano, no evento «Caminhando juntos na esperança», que vai reunir líderes e representantes do judaísmo, islamismo, hinduísmo, jainismo, sikhismo, budismo, zoroastrismo, confucionismo, taoísmo, xintoísmo e religiões tradicionais africanas.

(Foto EPA/Lusa)

Das notícias desta segunda-feira, destaque para início do Jubileu do Mundo Educativo, no Vaticano, que reuniu os estudantes das universidades pontifícias, numa celebração na Basílica de São Pedro, presidida pelo Papa Leão XIV.

Antes da Missa, acompanhado pelo cardeal português D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, Leão XIV assinou a carta apostólica ‘Desenhar novos mapas de esperança’, para assinalar o aniversário da declaração ‘Gravissimum Educationis’, do Concílio Vaticano II, que celebra também 60 anos neste dia.

A terminar convido a acompanhar o programa Ecclesia desta terça-feira, onde conversamos com o novo diretor da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, o padre José Pinheiro, da Diocese de Setúbal.

Votos de uma ótima jornada!

Paulo Rocha

 

 

 


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