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sábado, 17 de junho de 2023

“A tragédia mais dolorosa” dos últimos anos vitima perto de 600 migrantes

Rota do Mediterrâneo continua a matar

 | 15 Jun 2023

mar, água

O Mediterrâneo continua a ser um cemitério para muitas pessoas à procura de uma vida melhor. Foto: Direitos reservados.

 

A Fondazione Migrantes e a Caritas Itália consideraram o naufrágio de um barco de pesca cheio de migrantes, ocorrido na noite de 14 para 15 de junho ao largo da costa grega como “uma das tragédias mais dolorosas e mais graves dos últimos dez anos”. O número de vítimas deste novo naufrágio e as circunstâncias em que ele teve lugar estão ainda por apurar, mas tudo indica que os desaparecidos sejam entre cinco e seis centenas, de acordo com as informações do início da noite desta quinta-feira, 15. Apenas 104 migrantes foram salvos, de um total que algumas fontes dizem ser perto de 700.

Ao expressar a sua dor por este último trágico naufrágio, Migrantes e Caritas sublinham, num comunicado conjunto, “a necessidade da criação de canais legais e regulares de entrada na Europa que evitem a morte de homens, mulheres e crianças forçados a fugir para viver uma vida mais digna”.

As duas organizações pronunciam-se contra o regulamento de Dublin que desejam ver “rapidamente ultrapassado” para que “as fronteiras da União Europeia” não continuem fechadas a estes migrantes.

“A terra é de todos e cada pessoa tem o direito de circular livremente sem qualquer limitação”, recorda o comunicado daquelas duas organizações, citando o Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado no próximo mês de setembro, sob o tema “A liberdade de escolher se migrar ou permanecer”.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reagiu ao sucedido afirmando que a migração é “inevitável”. “O mundo precisa de migração, mas a migração tem de ser feita de modo regular e ordeiro.”

De acordo com informações recolhidas junto dos sobreviventes, o barco partiu do porto de Tobruk, na Líbia, e dirigia-se para Itália. Três dos emigrantes contaram que a embarcação naufragou quando a “guarda costeira grega a prendeu com uma corda para a rebocar”, mas esta informação ainda não foi confirmada. Mais certo parece ser o local em que o acidente terá ocorrido: 80 quilómetros a sul da cidade costeira de Pylos. A justiça grega abriu de imediato uma investigação ao naufrágio.

Mais de 20 mil migrantes morreram afogados no Mediterrâneo, desde 2014.



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