Esta
a palavra que convém dizer nestes momentos que o mundo atravessa. Tem sido uma
palavra esquecida, desprezada até, por estar conectada com a obediência, o
compromisso e a fortaleza, conceitos que as ideologias e políticas dos dois últimos
séculos nos têm levado a esquecer e abandonar. Venho em sua defesa.
Sim. É chegado o momento de a
reabilitar. Esta é uma palavra com futuro. Sempre que a humanidade se enfrenta
com uma nova aventura, com um perigo, com uma ... pandemia, é bom dizer sim.
Não é obrigatório, que as coisas boas não são obrigatórias, mas os resultados são
melhores quando se diz sim.
Também comecei há dias a tomar mais
consciência de dizer sim. Comprometi-me a obedecer às orientações dos médicos e
das autoridades, sigo as normas de higiene e comportamento aconselhados, mas
procuro ir mais além. Aproveito esses momentos para pensar no meu sim e
procurar torná-lo mais dinâmico e abrangente. O dinamismo refere-se a mim, é
pessoal: devo ir pensando, pondo em prática, exercitando-me e, se der bons
resultados, comunicá-lo.
Sim, é uma palavra que se pronuncia
para manifestar assentimento ou concordância: é usada para fechar contratos,
para afirmar a verdade de algum facto, para concordar com um desejo ou iniciativa,
para aceitar uma tarefa ou missão... Contrariamente ao não, que é uma palavra
final, isto é, que põe fim às questões, diálogos, relações... o sim é a palavra
da continuação, da criatividade, da busca de soluções, do compromisso da
entrega, da identidade.
Sim é a palavra mais solene. É aquela
que se pronuncia no momento do matrimónio ou de outra vocação. É desse modo,
resoluta e firmemente (como é próprio da generosidade da juventude), que desejo
afirmar o meu sim, a minha sujeição às normas ditadas para travar o avanço do
surto desta devastadora gripe. Não sou a única, mas sou eu. Quero identificar-me,
nesta vontade, com os meus concidadãos, com os meus compatriotas, com todos os
povos.
O dia 25 de março devia ser chamado
o dia do SIM, pois festeja-se o sim mais poderoso jamais proferido por criatura
humana. Refiro-me ao momento da Anunciação do Arcanjo S. Gabriel à Virgem
Maria. O SIM da Senhora levou-a a integrar o projeto divino de salvar a
humanidade do pecado. O seu Sim valorizou-se por ter sido dito e vivido em
plena liberdade, como tu e eu, caro leitor desejamos fazer agora, até que este
mal passe.
Unimo-nos também em oração por
quantos estão infetados ou doentes, e pelas almas daqueles que já sucumbiram.
Um Sim não termina com a vida terrena, tem valor de eternidade.
Vale a pena vivermos momentos destes
para compreender o valor do SIM.
Isabel Vasco Costa
Sem comentários:
Enviar um comentário