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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Igreja/Política: É preciso contar «com todos na solução dos problemas, não apenas como o seu voto nas urnas»

Bispo de Beja sobre as próximas eleições

Beja, 04 Mai 2015 (Ecclesia) – O bispo de Beja referiu-se às próximas eleições legislativas e presidenciais, considerando fundamental um discurso político mais responsável e que envolva mais as pessoas na busca de soluções credíveis para o país.

Na sua habitual nota semanal, enviada à Agência ECCLESIA, D. António Vitalino frisa a necessidade dos políticos “repensarem ideais e as possibilidades reais” de aplicação das suas propostas, “para não criarem mais desilusões” no meio das pessoas.

“Embora saibamos que a política não é uma ciência exacta, por isso mesmo os candidatos deveriam ter mais respeito pelo povo e não prometerem o que não sabem”, escreve o prelado.

D. António Vitalino mostra-se “apreensivo” com uma lógica de campanha baseada na “repetição de slogans” e onde “a falta de argumentos é compensada pelo ruído sonoro”.

Uma conjuntura que urge substituir por um “diálogo tranquilo” entre os partidos e por uma política mais “próxima das pessoas”, que conte com o “envolvimento de todos na solução dos problemas”, “não apenas com o seu voto nas urnas”.

No seu texto, o bispo de Beja alerta também para o “individualismo” que hoje marca a conduta das pessoas, um modo de viver e de estar “alheio aos ideais democráticos, que leva a uma atitude de indiferença em relação ao bem comum” e “ao aumento da abstenção nos actos eleitorais”.

Para D. António Vitalino, “os partidos fariam bem em estudar as causas desse abstencionismo, antes de começarem a divergir”.

“Uma sociedade sem participação das pessoas, de acordo com as suas capacidades, não tem futuro”, frisa o responsável católico, que aplica esta máxima também ao contexto católico.

“Não me resigno a ver as nossas comunidades eclesiais a viver de rotinas, sem desejo de repensar as verdades da nossa fé, sem apetite de formação, sem participação na construção da família eclesial. Isto 50 anos depois do Concílio Vaticano II!”, contesta o bispo alentejano.

JCP
 
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