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domingo, 31 de maio de 2015

Alentejo: Seminário revela património religioso das comunidades marítimas e piscatórias

Museu de Sines acolhe iniciativa promovida pela Diocese de Beja


Beja, 14 Mai 2015 (Ecclesia) – O Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, com o Museu de Sines, promove hoje o Seminário Internacional “Património Religioso das Comunidades Piscatórias”, para salvaguardar uma herança material e imaterial de “significado para a identidade” nacional.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a organização do seminário internacional destaca que o litoral alentejano, para além de “belas praias e paisagens de cortar a respiração” também preserva igrejas e santuários “ligados à devoção das comunidades de pescadores”

“Em Portugal tem sido dada pouca atenção aos santuários marítimos e ao extraordinário património oral a eles associado. Com a rápida evolução da orla costeira alentejana, esta herança cultural encontra-se ameaçada e é necessário definir uma estratégia sustentável para a sua defesa”, alerta o diretor do Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja.

Desta forma, a Diocese de Beja e o Museu de Sines “lançam um projeto inédito” que pretende salvaguardar um património “material e imaterial” de “grande significado” para a identidade do país.

Depois da sessão de abertura, a primeira intervenção no seminário internacional tem como tema “Devociones Marineras en el Litoral Peninsular”, por Manuel Gracia Rivas, do Instituto de Historia y Cultura Naval, Armada Española.

O diretor do DHPA profere a última intervenção do programa - Devoções Marítimas no Alentejo Litoral - às 16h30, antes do debate final e da visita ao Museu de Sines e monumentos religiosos da cidade.

José António Falcão frisa que se não se fizer nada agora vai-se “lamentar” o desaparecimento de um importante conjunto de “valores culturais associados ao mar”.

“Será uma perda irreparável pois as atuais gerações de pescadores são os últimos depositários de um mundo que a política europeia quase condenou à extinção, em nome da suposta eficiência económica”, desenvolveu o responsável.

Em 2013 o DPHA começou um projeto para o estudo, a salvaguarda e a divulgação dos bens culturais religiosos associados à vida religiosa das comunidades marítimas e piscatórias nos concelhos de Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira.

Neste contexto foram também estabelecidas “pontes com ações similares” de âmbito nacional e ibérico cujos “resultados preliminares” do trabalho em curso vão ser revelados no seminário internacional.

O comunicado assinala que investigadores alentejanos colaboram com iniciativas noutros portos como Galiza, Cantábria e País Basco, Póvoa de Varzim e Sesimbra mas também de países como França, Irlanda, Bélgica e Holanda.

“Como pano de fundo, perspetiva-se um alargamento deste trabalho à escala europeia, sob os auspícios de Europa Thesauri, organismo que agrupa os principais museus e centros de investigação do património religioso ao nível da Europa”, desenvolve o DPHA.
CB/OC


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