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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Tiram a Ayaan o Honoris Causa por denunciar o islamismo: o seu discurso denuncia os censores

Fatwa na Somália, expulsa da Holanda, humilhada nos EUA 

Ayaan Hirsi Ali, perseguida na Somália, humilhada no Ocidente.
Actualizado 1 de Maio de 2014

Anna Bono / La Nuova Bussola Quotidiana

“Vós mereceis recordações melhores que o 11 de Setembro e o atentado à maratona de Boston”, estas eram as palavras que Ayaan Hirsi Ali ia dirigir aos estudantes da Brandeis University de Boston ao receber o doutoramento honoris causa, dias antes da realização da edição de 2014 desta competição. Recordemos que em 2013 duas bombas explodiram próximo da meta da maratona, matando diferentes pessoas e ferindo mais de 100.

Ayaan Hirsi Ali é a mulher somali, muçulmana, que em 2004 ousou escrever o texto de uma curta-metragem intitulada Submission (Submissão), dirigido pelo director holandês Theo Van Gogh, na qual se relata a história de cinco mulheres islâmicas vítimas de abusos e maltratos seguindo o nome de Alá e no respeito da lei corânica. Foi uma ofensa intolerável para os integristas islâmicos. Dois meses depois da sua saída nas salas, Theo Van Gogh pagava a sua valentia com a vida: um imigrante marroquino preparou-lhe uma emboscada na rua, em pleno dia, em Amesterdão e matou-o com quatro disparos, degolou-o e espetou-lhe no corpo uma faca em cuja lâmina estava espetada uma carta de cinco páginas destinada a Ayaan que continha uma fatwa, uma sentença islâmica que a condenava à morte.

Acusada de "islamofobia"!
A edição 2014 da maratona de Boston realizou-se em 21 de Abril sem incidentes. Mas Ayaan Hirsi Ali não pronunciou o seu discurso na Brandeis University porque, por causa da pressão dos docentes e de estudantes indignados pela sua “islamofobia”, as autoridades académicas decidiram não conceder-lhe o título.

Um discurso que envergonha aqueles que o proibiram
«Nós, ocidentais (ia dizer aos estudantes a propósito das reivindicações das mulheres nos países islâmicos) devemos oferecer a dose justa de ajuda (...) devemos voltar às nossas raízes convertendo-nos de novo no farol do pensamento livre e da liberdade do século XXI. Perante uma injustiça temos que reagir, não só condenando-a, mas também com acções concretas.

Um dos melhores lugares para fazê-lo é nas nossas instituições de ensino superior. Devemos fazer que as nossas universidades sejam templos não da ortodoxia dogmática, mas sim do verdadeiro pensamento crítico, onde todas as ideias sejam bem-vindas e onde se impulsione o debate civil. Estou acostumada a que me assobiem nas universidades, pelo que estou muito agradecida de poder falar aqui hoje. Não espero que todos estejais de acordo comigo, mas aprecio muitíssimo a vossa abertura à escuta.

Estou perante vós aqui como alguém que está combatendo pelos direitos das mulheres e das raparigas de todo o mundo. E estou perante vós como alguém que não tem medo de colocar perguntas incómodas sobre o papel da religião nesta batalha. A vinculação entre violência, sobretudo a violência contra as mulheres, e o islão é demasiado clara para ser ignorada. Não ajudamos os estudantes, as universidades, os ateus e os crentes quando fechamos os olhos perante esta vinculação, quando procuramos desculpas em lugar de reflectir.

Por isto pergunto: o conceito de guerra santa, é compatível com o nosso ideal de tolerância religiosa? É blasfémia, castigada com a morte, por em discussão a aplicação na nossa era de certas doutrinas que remontam ao século VII? Tanto o cristianismo como o judaísmo tiveram as suas reformas. Chegou o tempo também para uma reforma do islão.

São inadmissíveis estas argumentações? Certamente deveriam ser admissíveis para uma universidade que foi fundada depois do escândalo do Holocausto num tempo no qual muitas universidades estadunidenses ainda impunham restrições aos estudantes judeus. O lema da Brandeis University é: “A verdade, também a mais inacessível”. É também o meu lema».

A dupla perseguição de Ayaan
Em 2004 todo o mundo ocidental se levantou contra o assassinato de Theo Van Gogh e a condenação à morte de Ayaan. A ela, imigrante chegada à Holanda em 1992, nessa época cidadã holandesa e deputada do Partido Social-democrata, concedeu-se-lhe uma escolta e o consolo de inumeráveis manifestações de solidariedade. Submission foi projectado em todo o mundo ocidental.

Mas dois anos depois, em 2006, o ministério de Imigração holandês, com o pretexto de dados errados no seu pedido de cidadania apresentado em 1997, decidiu considerar nulo o acto de naturalização de Ayaan Hirsi Ali. Concederam-lhe seis semanas para recorrer. Ao mesmo tempo, um juiz emitia uma sentença favorável aos seus vizinhos de casa que tinham solicitado o seu despejo sustentando que a sua intimidade tinha sido violada por causa das medidas de segurança adoptadas para protege-la e temiam que a sua presença pudesse por em risco a sua segurança.

A sentença requeria-lhe deixar no prazo de quatro meses a vivenda-refúgio posta à sua disposição pelo estado para defendê-la. Deste modo, Hirsi Ali decidiu aceitar uma oferta de trabalho no American Enterprise Institute de Washington e mudou-se para os Estados Unidos.

Feio papel das autoridades académicas
O que sucedeu na Brandeis University, com o agravante por parte das autoridades académicas de ter tentado apresentar a renúncia ao doutoramento honoris causa como uma decisão acordada com Hirsi Ali, coisa que não é certa, é um sinal dos tempos: e desta vez o mundo ocidental não se levantou em defesa de Ayaan, e dos próprios ideais.

Os dois magníficos livros autobiográficos escritos por Ayaan Hirsi Ali foram publicados em Itália por Rizzoli: Infedele (Infiel), em 2007, e Nomade (Nómada), em 2010. Meles Ayaan relata a sua vida, desde a sua infância na Somália (marcada pelo facto da lacerante infibulação (ablação) que lhe impôs a sua avó sem o saberem os seus pais e pelos acontecimentos na sua família, que sofreu a perseguição do ditador Siad Barre contra o cual combatia o pai de Ayaan) até os acontecimentos que a levaram à Arábia Saudita, Etiópia e Quénia, passando pelo casamento que lhe impôs o seu pai, o acto liberatório de subtrair-se ao destino de mulheres como ela e aos seguintes anos passados na Europa e nos Estados Unidos: “Sabia que uma vida diferente era possível (escreve Hirsi Ali em Infiel, recordando o início da sua nova vida no Ocidente) tinha-o lido nos livros e agora podia vê-lo, ou lê-lo no ar: o tipo de existência que tinha sempre querido, com uma verdadeira instrução, um trabalho de verdade, um matrimónio de verdade. Queria converter-me numa pessoa, um indivíduo, com uma vida própria”.

O Deus cristão
O preço que pagou é altíssimo. O seu pai e toda a sua família rejeitaram-na e perdeu a fé. Se agora também o Ocidente a rejeita, que lhe resta? Talvez o apoio da comunidade cristã à qual apelava na introdução de Nómada? “Tive o prazer de encontrar cristãos cujo conceito de Deus está muito longe de Alá (lê-se na sua introdução ao livro); este Deus cristão moderno é sinónimo de amor: os sacerdotes não pregam o ódio, a intolerância e a discórdia; este Deus é misericordioso, não procura o poder temporal e não está em competição com a ciência; os seus seguidores consideram a Bíblia um livro feito de parábolas, não de ordens taxantes às que há que atender rigorosamente. O cristianismo do amor e a tolerância é um dos mais potentes antídotos do Ocidente ao islão do ódio e a intolerância”.

Publicado originalmente em La Nuova Bussola Quotidiana.
 
Tradução de Helena Faccia Serrano.

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Os autores da canção de «Frozen» denunciam que a palavra «Deus» está vetada na Disney

Ganharam o Oscar com «Let it go» 

O momento profissionalmente mais feliz para o casal: o Oscar.
Actualizado 1 de Maio de 2014

C.L. / ReL

Frozen recebeu dois Oscar no passado dia 2 de Março, e os dois dos que se considerava "cantados": Melhor Película de Animação e Melhor Canção Original.

Os responsáveis desta última, a já célebre «Let it  Go», são Robert López e Kristen Anderson-López, ambos com sólidas carreiras em Hollywood. Conheceram-se em 1998 e casaram-se em 2003, tem dois filhos. Ela compôs canções para filmes emblemáticos como Procurando Nemo, ou para a película Winnie the Pooh com o seu marido, e ele, com uma larga trajectória de nomeações e triunfos em Emmys e Grammys, inclusive para Los Simpson.

Recentemente concederam uma entrevista a Terry Gross, a mítica condutora de Fresh Air, não menos mítico programa que emite desde 1975 a NPR (National Public Radio). E durante a conversação deixaram cair um dado que não passou despercebido.

Comentando em tom descontraído as circunstâncias que rodearam a composição das canções de Frozen, e a forma actual de apresentar as histórias de príncipes e princesas, os Anderson-López celebraram a criatividade e a imaginação das equipas que trabalham na Disney, e a realização profissional que implica colaborar com eles.

"É curioso", acrescenta de repente Kristen, "um dos únicos pontos na Disney onde tens que traçar uma linha vermelha é com as coisas religiosas, com a palavra Deus".

"Sim, não podes...", intervém Robert.

"Não podes dizer a palavra Deus?", surpreende-se a entrevistadora.

"Houve inclusive uma...", começa Robert, que se interrompe (consciente de estar insinuando que alguma canção de Frozen incluía a palavra Deus e foi censurada). E continua: "Bom, podes dizer a palavra Deus na Disney, mas não podes pô-la na película".

"Não a podes pôr nas películas", corrobora a sua esposa.

E fica dito.

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O bispo da Mongólia, com nome espanhol: «Só os pobres vêm até nós, e isso faz-me feliz»

Contra a fé: a papelada e o consumismo 

A Igreja cresce pouco a pouco na Mongólia, país onde os primeiros
missionários chegaram há 20 anos
Actualizado 2 de Maio de 2014

ReL / AsiaNews

A jovem Igreja católica da Mongólia cresceu com a celebração de mais de 30 baptismos, entre jovens e adultos, na vigília da Páscoa.

Na Mongólia os católicos são só uns mil. É uma Igreja que apenas tem 20 anos de história no país, quando chegaram missionários do estrangeiro depois de décadas de ateísmo imposto pelo comunismo.

Hoje o novo desafio para os fiéis está na burocracia "invasora e restritiva" das instituições, que procuram limitar o papel das comunidades religiosas, e também no desafio do consumismo e o materialismo. Não faz falta ser rico para ser consumista! 

Unção com o óleo dos catecúmenos
A lei mongol, desde 2009, pede às comunidades missionárias de estrangeiros para contratar laboralmente uma quota de cidadãos mongóis... E esses salários prejudicam parte da acção missionária. Em 2010, missionários católicos dos EUA abandonaram o país ao pôr-se o governo ainda mais exigente nas suas quotas.

O bispo da Mongólia, Wenceslao Padilla (filipino, com nome espanhol como é comum nas Filipinas, na realidade o cargo numa igreja tão jovem e pequena é o de "perfeito apostólico") disse que "as coisas tornaram-se muito difíceis para a igreja", sobretudo em questões administrativas.

Padilla adverte também de um "crescente materialismo" que toca também aos católicos, que não encontram tempo para "ir à missa".

"Pode-se afirmar com certeza que só os pobres vêm ter connosco - conclui o bispo - mas isto faz-me muito feliz. De facto, como disse o Papa Francisco, penso que a Igreja deve ser pobre para os pobres".

Segundo as últimas estatísticas, os cristãos (de todas as confissões) presentes na Mongólia representam pouco mais de 2% da população, que é maioritariamente de fé budista, misturada com crenças xamãs da tradição local. Fica uma quota alta de ateus, que está próxima de 40% do total.

O país tem uns 3,2 milhões de habitantes, e 30% continua sendo nómada ou seminómada.

Os católicos, ainda que poucos e de presença recente, já puseram em marcha centros de acolhimento para órfãos, bebés abandonados e anciãos, clínicas médicas (num país no qual as infra-estruturas sanitárias escasseiam) e diversas escolas e institutos técnicos.

Quando em 1992 chegaram os primeiros missionários católicos (sobretudo filipinos da Congregação do Coração Imaculado de Maria, entre eles o actual bispo Padilla) não havia nenhuma paróquia. Em 2013 já havia 4, e actualmente há 6.

Há no país 81 missionários de 22 nacionalidades, e dois seminaristas mongóis (os primeiros da história) preparam-se no seminário de Daejeon, na Coreia do Sul, cujos seminaristas coreanos também passam Verãos realizando práticas missionárias na Mongólia.

A página da internet da Igreja Católica na Mongólia (em inglês e mongol, com possibilidade de fazer donativos para as missões) é: www.catholicchurch-mongolia.mn

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Secretariado Nacional de Liturgia
 
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Guião do 40º Encontro Nacional de Liturgia – Versão digital

O Secretariado Nacional de Liturgia disponibiliza em formato digital (PDF) o Guião do próximo Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica. Poderá fazer o download do ficheiro no endereço: http://www.liturgia.pt/files/Guiao2014.pdf. O livro em papel só estará à venda a partir do dia 30 de Julho.

O Encontro deste ano é dedicado à temática do culto dos santos na Igreja, quer ao longo do ano litúrgico, quer em cada celebração e realiza-se de 28 de Julho a 1 de Agosto, em Fátima. Para mais informações sobre esta actividade consulte a nossa página online: www.liturgia.pt.

CONFERÊNCIAS:

Creio na Comunhão dos Santos
D. José Manuel Garcia Cordeiro

O culto dos Santos na Liturgia da Igreja
P. Dr. Carlos Manuel P. de Aquino

Maria e os Santos e religiosidade popular
P. Doutor José da Silva Lima

Liturgia e Arte no Culto dos Santos
P. Dr. António Pedro Boto de Oliveira

ESCOLA DE MINISTÉRIOS:

Ministros ordenados
P. Dr. Luís Ribeiro

Acólitos
P. Arcélio José Pereira de Sousa

Leitores
P. Dr. Pedro Miguel F. Lourenço

Ministros Extraordinários da Comunhão
Cón. Dr. João da Silva Peixoto

Músicos e Cantores

P. Dr. António Cartageno

Catequistas
Cón. Dr. Luís Manuel Pereira da Silva

Movimentos de Espiritualidade
P. Dr. Pedro Lourenço Ferreira

Desdobrável »
Programa »

Toda a informação em:
http://www.liturgia.pt/ 


Noticias da Sociedade Bíblica de Portugal

http://www.sociedade-biblica.pt/ficheiros/21052014122629-1.pdf


Francisco na audiência geral: a piedade leva-nos a viver como filhos de Deus e a amar o próximo

O Santo Padre continua a série de catequeses dedicadas aos dons do Espírito Santo


Cidade do Vaticano, 04 de Junho de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García


Bandeiras de muitos países ondulavam pela Praça de São Pedro na manhã de hoje à espera do Santo Padre, logo antes da audiência geral das quartas-feiras. Ao som da banda vaticana, balões amarelos e brancos coloriam a praça durante a meia hora que Francisco reservou para saudar os fiéis a bordo do papa-móvel descoberto.

Como de costume, bebés e crianças pequenas eram levadas até o papa-móvel pelos seguranças para receberem a bênção e um beijo do Santo Padre. Famílias, jovens, doentes, idosos, crianças, religiosas e sacerdotes: milhares de fiéis de todas as partes do mundo agitavam as mãos com entusiasmo enquanto os flashes dos smartphones, tablets e câmaras fotográficas imortalizavam a passagem do pontífice ao lado deles.

Na catequese desta manhã, o papa continuou a série sobre os dons do Espírito Santo, focando hoje na piedade. No resumo final, Francisco disse:

"Queridos irmãos e irmãs, na catequese de hoje eu falei do dom da piedade. Esta palavra, piedade, não tem aqui o sentido superficial com que às vezes a utilizamos: ter pena de alguém. Não, não tem esse sentido. A piedade, como dom do Espírito Santo, se refere à nossa relação com Deus, ao autêntico espírito religioso de confiança filial que nos permite rezar e dar culto a Deus com amor e singeleza, como um filho que fala com seu pai. É sinónimo de amizade com Deus, dessa amizade que Jesus nos apresentou, e que muda a nossa vida e enche a nossa alma de alegria e de paz. Este é o dom do Espírito Santo, que nos leva a viver como verdadeiros filhos de Deus, nos leva também a amar o próximo e a reconhecer nele um irmão. Neste sentido, a piedade inclui a capacidade de nos alegrarmos com quem está alegre e de chorar com quem chora, de nos aproximarmos de quem está sozinho ou angustiado, de corrigir aquele que erra, de consolar o aflito, de atender e socorrer quem passa necessidade. Peçamos ao Senhor que este dom do seu Espírito vença os nossos medos e as nossas dúvidas e nos transforme em testemunhas valentes do Evangelho".

Em seguida, o papa saudou cordialmente "os peregrinos dos países latino-americanos. Que o Coração de Jesus, a quem é dedicado especialmente o mês de Junho, nos ensine a amar a Deus como filhos e ao próximo como irmãos".

Depois dos resumos em diversas línguas, o papa dirigiu uma especial saudação aos enfermos, aos jovens e aos recém-casados. "Estamos nos preparando para a solenidade de Pentecostes: queridos jovens, eu os convido a dar espaço à iniciativa do Espírito de Deus na sua vida; queridos doentes, que o Espírito Santo lhes conceda em abundância os dons da fortaleza e da piedade; e vocês, queridos recém-casados, particularmente os participantes no congresso promovido pelo movimento dos Focolares, invoquem-no frequentemente na sua vida conjugal", pediu o pontífice.

Após a oração do pai-nosso e a bênção final, o Santo Padre saudou os bispos presentes ao seu lado e desceu de novo até a praça, onde conversou com os enfermos e fiéis das primeiras filas.

A Internet pode ser um "Espaço Sagrado" para fiéis em todo o mundo

Site irlandês permite aos utilizadores recarregar as baterias espirituais


Roma, 04 de Junho de 2014 (Zenit.org)


Um site, fundado em uma província da Irlanda, ajuda fiéis de diferentes estilos de vida em suas orações diárias e meditações. Tornou-se uma fonte de apoio e conforto para os fiéis ao redor do mundo.

O padre jesuíta Piaras Jackson, director do site 'Espaço Sagrado’ (www.sacredspace.ie), disse que, apesar do crescimento do site, seu objectivo continua o mesmo: "Ajudar as pessoas em suas orações diárias e reflexões, oferecendo uma oração por dia" e "fornecendo subsídios para apoiar as pessoas na vida cristã como fruto de reflexão", conforme matéria publicada no L'Osservatore Romano.

O site, que está disponível em 20 idiomas, "agrada a todas as pessoas de boa vontade, e é usado por cristãos em todo o mundo", disse Padre Jackson.

Ele acrescentou que o site pode ser utilizado, independente do estilo de vida do utilizador, e acrescenta que é possível usá-lo “nas diversas situações em que a pessoa se encontra. Através de tablets ou telemóveis de baixo custo, a oração diária é oferecida de forma coerente, eficaz e grátis".

Lançado como uma iniciativa quaresmal, ficou claro que o site tinha um valor duradouro, confirmado pela criação do mesmo em outros idiomas que foram adicionados pelos tradutores nos vários países e pelo facto de que a sua presença on-line comemorou seu 15º aniversário este ano, afirmou.

O funcionamento do portal é muito simples, afirma Padre Jackson. Para os utilizadores recarregarem as baterias espirituais, não leva muito tempo. Os utilizadores do site gastam uma média de quatro minutos e meio ligados.

Ele acrescentou que o site tornou-se uma network de pessoas ao redor do mundo que usam o mesmo sistema para publicar em vários idiomas. As traduções são produzidas em diferentes países pelos jesuítas e seus colegas. Os leigos também contribuem, por vezes, trabalhando separadamente, mas "combinando esforços on-line".

Padre Jackson está convencido de que "sites como o nosso levam sal para a internet". Aqueles que usam o site entendem que a mensagem do Evangelho é o que importa, acrescentou.

"As pessoas dizem que é importante saber que não estão sozinhos: a cada hora do dia mais de 650 pessoas se encontram para rezar”, disse ele.

( D.C.L. / Trad.:MEM)

"Não podemos esquecer Aleppo sitiada!"

Comunidade de Santo Egídio lança apelo após a destruição parcial do Arcebispado Arménio da cidade síria


Roma, 04 de Junho de 2014 (Zenit.org)


A Comunidade de Santo Egídio recebeu, em comunicação telefónica com o Arcebispo Arménio Católico de Aleppo, Dom Boutros Maraiati, a notícia de que hoje foi atingido e destruído parcialmente uma parte do Arcebispado Arménio de Aleppo, embora sem vítimas.

"É o último ataque grave em uma cidade sitiada há muito tempo. Este fato, nos dias de eleição, é mais um sinal de uma situação muito esquecida", lê-se em um comunicado.

A Comunidade de Sant'Egidio, engajada há anos na busca de soluções para a crise e a guerra, fez um apelo à comunidade internacional: "Não podemos esquecer Aleppo sitiada".

"Avaliemos formas adequadas para aligeirar a situação de Aleppo, cidade histórica e de paz, um exemplo de convivência entre muçulmanos e cristãos. É necessário uma rápida intervenção humanitária para a grave situação da cidade!", conclui o comunicado da assessoria de imprensa.

(Trad.:MEM)

Aulas de espanhol para os trabalhadores do Vaticano

O director do Instituto Cervantes e o secretário-geral do Governatorato vaticano assinam um Acordo pelo qual o Instituto vai oferecer aulas de espanhol na Santa Sé


Roma, 04 de Junho de 2014 (Zenit.org)


Os trabalhadores do Vaticano poderão receber aulas de espanhol graças ao Acordo assinado hoje entre o Instituto Cervantes de Roma e o Vaticano. Victor Garcia de la Concha, director do Instituto Cervantes e Fernando Vergez, secretário-geral do Governatorato do Vaticano, formalizaram hoje o acordo no edifício do Governatorato da Santa Sé. É a primeira vez que o Cervantes chega a um acordo deste tipo com o Vaticano.

Também estiveram presentes no ato da assinatura o presidente do Governatorato do Vaticano, o Cardeal Giuseppe Bertello; o embaixador da Espanha, Eduardo Gutiérrez Sáenz de Buruaga e o secretário geral do Instituto Cervantes, Rafael Rodriguez-Ponga.

O acordo prevê que o Instituto Cervantes de Roma organize e dê aulas de espanhol nas instalações do Vaticano aos trabalhadores que solicitem – actualmente trabalham 4.759 pessoas. Poderão ser oferecidos tanto cursos gerais (regulares ou intensivos) como especiais sobre temas específicos (espanhol jurídico, espanhol dos negócios, espanhol teológico, etc.).

Da mesma forma, está previsto a realização de provas para poder ter o Diploma de Espanhol como Língua Estrangeira (DELE), outorgado pelo Instituto Cervantes em nome do Ministério da Educação espanhol, e cuja validade para os planos de carreira o Instituto Cervantes está negociando com a Congregação para a Educação Católica.

O acordo inclui o acesso à Sala Virtual de Espanhol (AVE) do Cervantes (cursos à distância personalizados, com ou sem tutor), a oferta do ensino das línguas co-oficiais na Espanha (catalão, basco e galego) e o acompanhamento para realizar na Espanha períodos de aperfeiçoamento do idioma. Bem como ter acesso à biblioteca do Instituto Cervantes, a única de Roma especializada nos países latino-americanos.

A assinatura do Acordo é, em grande parte, resultado da eleição do Papa Francisco, o primeiro Pontífice de língua espanhola desde o ano 1503, o que estimulou não só a vontade dos funcionários de ler e escutar o Papa argentino na sua língua materna, mas também a atenção aos peregrinos e visitantes de língua espanhola”, explica o Instituto Cervantes.

Por outro lado, informam que as negociações para a assinatura do Acordo, cuja vigência será renovada anualmente, começaram em Março de 2013, recém-eleito o Papa Francisco, graças à iniciativa do Cervantes de Roma, dirigido por Sergio Rodríguez López-Ros, com o total apoio do embaixador da Espanha junto à Santa Sé.

Finalmente, o Acordo aumenta a extensão para as 25 universidades e ateneus pontifícios e às 60 faculdades pontifícias. Também prevê a concessão de dez bolsas de estudo para funcionários eclesiásticos por parte da Obra Pía espanhola. (Trad.TS)

Os padres e as freiras no Facebook

A presença dos consagrados nas redes sociais. A resposta de Churchbook


Roma, 04 de Junho de 2014 (Zenit.org) Jorge Henrique Mújica


Quantos sacerdotes, religiosos e seminaristas têm um perfil no Facebook? Churchbook responde a essa pergunta. La presenza dei consacrati nei social network (“Churchbook, a presença dos consagrados nas redes sociais"), um estudo da Universidade Católica de Milão e da Universidade de Perugia, em colaboração com a WeCA (Associação de Webmaster católicos italianos).

O estudo centra-se na Itália e dele emergem dados interessantes sobre a localização e quantidade de utilizadores do Facebook enquanto pessoas consagradas: 20% de todos os sacerdotes e religiosos (as), bem como um 59,7% dos seminaristas têm um perfil. A estatística confirma uma forte presença de consagrados na Web. No que diz respeito aos religiosos e religiosas, de acordo com um artigo publicado no L' Osservatore Romano (cf. Per educarsi alla vita santa di Gesù, 12.01.2012 , p 7), na Itália há mais de 140.000 religiosos: 18.000 religiosos e 122.000 religiosas, um 16% do total de religiosos a nível mundial.

"Churchbook' revela outros dados interessantes: entre o clero diocesano, somente o 17,9 % têm um perfil no Facebook, enquanto que no clero religioso sobe para um 20,4% (uma percentagem elevada em comparação com a média geral italiana). Outra diferença notável é que os religiosos homens têm uma maior presença no Facebook (20,4%) do que as religiosas (9,3%).

Analisando os posts publicados no Facebook por idade, adverte-se que os sacerdotes mais velhos tendem a usar menos os seus perfis, enquanto o mais novos são mais activos (a fase de idade entre o 18 e 32 anos entra diariamente no Facebook em um 19,5% e semanal ou mensalmente em um 74,2%; a taxa de ingresso entre os maiores de 70 anos é de 4,8% ao dia e 52,9% semanal ou mensal). Da mesma forma, tanto os sacerdotes mais jovens como os seminaristas têm mais "amigos" no Facebook, em comparação com os sacerdotes mais velhos.

Os seminários italianos com o maior número percentual de seminaristas no Facebook são Siracusa (83,2%), Molfetta (70,7%), Pádua (70%), Anagni (58%), Florença (56,6%), Brescia (53,3%), Turim (46,7%), Catanzaro (45,3 %) e Assis (35,7%).

As Igrejas locais italianas com o maior número de sacerdotes diocesanos no Facebook são Nápoles (26,1%), Siracusa (25,9%), Perugia (22,1%), Brindis (20,6%), Roma (19, 7%), Macerata (16,9%), Milão (15,3 %), Pádua (14,9 %), Tempio Ampurias (13,5 %) e Tortona (12,9 %).

"Churchbook" estudou durante 11 meses (de Março de 2011 a Fevereiro de 2012) e os resultados vão em duas linhas: a criação de um mapa estatístico que evidencia a presença na rede de pessoas consagradas (que é o que se deu a conhecer até agora) e um aprofundamento quantitativo e qualitativo que permitirá conhecer as motivações que levam sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas a utilizar a rede social mais famosa do mundo e o tipo de uso que fazem. Esta parte ainda está em elaboração.

Até agora, um dos melhores estudos sobre sacerdote-tecnologias da informação e da comunicação foi o relatório mundial PICTURE (Priests'ICT Use in their Religious Experience). A investigação, cujos resultados foram publicados em Maio de 2010, oferece "uma imagem de quais são as actividades religiosas online desenvolvidas por sacerdotes católicos e quais são suas atitudes em relação às tecnologias digitais".

Os cinco pontos principais do PICTURE fornecem interessantes dados sobre 1) a frequência de uso e propriedade das TIC, 2) como ajudam nas actividades principais da missão sacerdotal, 3) uso para a formação, 4) inculturação da fé e 5) comunicação e socialização no "continente digital". A conclusão do estudo é de especial valor, uma vez que esta é a primeira investigação de escala e alcance global sobre sacerdócio e  TIC: "O 41% dos ePriest em todo o mundo considera muito positivo o facto de que o uso das tecnologias digitais melhorou a forma como realizam sua missão sacerdotal; 46,2% tem uma visão moderada sobre o assunto e apenas 12,2 % têm uma percepção negativa”. E acrescenta a conclusão: "enquanto que 17,5% dos e-Priest concordam plenamente com o facto de que "os perigos da tecnologia são maiores do que as oportunidades que oferece", 38,2% discordam com esta afirmação. Embora "Churchbook" esteja circunscrito à Itália, é um bom reflexo do que acontece na Europa. (Trad.TS)

Ano da Vida Consagrada: Carta circular aos consagrados e às consagradas

Começará no dia 30 de Novembro. O Papa Francisco estará presente nos eventos principais. Dicastério para a Vida Consagrada envia carta que já está disponível em português.


Brasília, 04 de Junho de 2014 (Zenit.org) Thácio Siqueira


O Papa Francisco não só abrirá e encerrará pessoalmente o Ano da vida consagrada, mas também estará presente nos principais eventos. O anúncio (de acordo com a Rádio Vaticano) foi feito na conclusão da 83° Assembleia da União dos Superiores Gerais (Usg), acontecido em Roma, do 28 ao 30 de Maio.

A temática do último dia da Assembleia foi o Ano para a Vida Consagrada que (por convocação do Papa Francisco) começará oficialmente no dia 30 de Novembro, primeiro domingo do Advento, de 2014 e se estenderá até o dia 2 de Fevereiro de 2016.

De entre as várias actividades que estão sendo preparadas (congresso ecuménico, congresso destinado aos formadores e às formadoras da vida consagrada entre outras) o Ano especial dedicado aos religiosos e religiosas, consagrados e consagradas, concluirá com a Semana mundial da vida consagrada na unidade, do 24 de Janeiro ao 2 de Fevereiro de 2016.

Todas as iniciativas estão sendo organizadas em três âmbitos: através da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; da União dos Superiores Gerais; e no âmbito mais restrito das realidades locais, de acordo com cada congregação religiosa.

Carta circular aos consagrados e às consagradas
A Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, enviou uma Carta, datada do 2 de Fevereiro deste ano e assinada pelo seu Prefeito, Dom João Braz de Aviz, com o tema “'Alegrai-vos', Carta Circular aos consagrados e às consagradas do Magistério do Papa Francisco”.

A carta é uma espécie de colectânea das principais palavras que o Santo Padre dirigiu à Vida Consagrada.

“Gostaria de dizer-vos uma palavra e a palavra é alegria. Onde estão os consagrados, há sempre alegria”, dessa forma inicia a carta circular, uma carta que “encontra as suas razões” nesse convite do Papa Francisco: “Os religiosos devem ser homens e mulheres capazes de despertar o mundo”.

As reflexões do dicastério e as palavras do Papa Francisco giram em torno do conceito da alegria que “não é um ornamento inútil, mas uma exigência e fundamento da vida humana” já que “Não há santidade na tristeza”, cita o Papa Francisco.

O testemunho da alegria se enraíza “na escuta fiel e perseverante da Palavra de Deus” na escola do Mestre, que, para um religioso, nasce também do momento no qual Jesus olhou para ele e o chamou.

A fonte dessa alegria é o contacto com o mestre. A oração é a fonte de fecundidade da missão. “Quando falta um olhar de fé 'a própria vida vai perdendo gradativamente o sentido’, “os acontecimentos da história permanecem ambíguos, quando não desprovidos de esperança”.

Sempre citando o Papa Francisco a carta afirma que “Hoje as pessoas precisam certamente de palavras, mas sobretudo têm necessidade que testemunhemos a misericórdia, a ternura do Senhor, que aquece o coração, desperta a esperança, atrai para o bem.” Que os consagrados, então, sejam “sinal de humanidade plena, facilitadores e não controladores da graça, prostrados no sinal da consolação”.

Os consagrados, para tornar fecunda e verdadeira a sua alegria, são chamados, a “levar o sorriso de Deus, e a fraternidade é o primeiro e mais credível Evangelho que podemos narrar”. A alegria (afirma) “se consolida na experiência de fraternidade”, pois uma “fraternidade sem alegria é uma fraternidade que se apaga”.

O “Fantasma que deve ser combatido (recorda a missiva) é a imagem da vida religiosa entendida como refúgio e consolação diante de um mundo externo difícil e complexo”, evitando de todas as formas “privatizar o amor”, não tendo “medo da renovação das estruturas. A Igreja é livre. O Espírito Santo a conduz”.
No final da carta o Dicastério seleccionou uma série de perguntas, uma espécie de questionário, que permite “um leal confronto entre Evangelho e Vida”,  perguntas que o mesmo Papa Francisco elaborou ao longo dos seus discursos e homilias dirigidas aos consagrados e consagradas.

Obama: a entrada clandestina de crianças desacompanhadas nos EUA é uma questão humanitária urgente

Calcula-se que 60 mil menores centro-americanos correm o risco de ser detidos na fronteira com os EUA


Roma, 04 de Junho de 2014 (Zenit.org)


O presidente norte-americano Barack Obama declarou que o aumento do número de crianças que cruzam desacompanhadas a fronteira do México para os EUA é uma "questão humanitária urgente". Obama disse que os menores serão alojados provisoriamente em duas bases militares.

A situação foi confiada nesta segunda-feira, 2 de Junho, ao director da Agência Federal de Emergências (FEMA), Craig Fugate. Em suas avaliações, o governo estadunidense informou que cerca de 60 mil menores, na maioria centro-americanos, correm o risco de ser detidos ao longo deste ano ao tentarem cruzar ilegalmente a fronteira do México para os EUA.

De acordo com Cecília Muñoz, directora de políticas nacionais do governo Obama, o número de crianças não acompanhadas na fronteira disparou e há hoje mais meninas do que meninos menores de 13 anos nesta situação. O ano de 2014, até Maio, vem registando um aumento de casos mais intenso que o registado nos mesmos meses de 2013.

Em maio, o governo abriu um centro de operações de emergência no sul do Texas para ajudar a coordenar as operações. A divisão do Departamento de Saúde e Serviços Sociais encarregada do Assentamento de Refugiados pediu ajuda ao Departamento de Defesa para alojar as crianças em uma base militar.

Mais de 90% dos menores alojados pelo governo vêm de Honduras, Guatemala e El Salvador. Muitos são levados a emigrar por causa da violência e das poucas possibilidades de trabalho em seus países natais.

Segundo Muñoz, Washington está a par dos boatos que dizem que as crianças migrantes que chegam ao país são automaticamente autorizadas a ficar. Outros boatos afirmam que elas se beneficiariam de reformas nas leis de imigração. Esses boatos, espalhados pela América Central, têm favorecido o crescimento do fenómeno da imigração infantil ilegal.

A lei dos Estados Unidos prevê, na realidade, que essas crianças passem por um processo de deportação mesmo quando reencontram os pais, embora, na prática, muitos pais estejam conseguindo que os tribunais de imigração lhes permitam ficar com os filhos no país.

Entre duas margens: de Barack Obama ao papa Francisco

Novo livro de Rafael Navarro-Vals analisa os poderes do papa e do presidente dos EUA


Roma, 04 de Junho de 2014 (Zenit.org)


“O depositário da maior autoridade moral da Terra, o papa, e o titular do máximo poder político, o presidente norte-americano, carregam um peso tão intenso que o simples fato de contemplá-los em acção é um espectáculo extraordinariamente atraente”, afirma nosso colaborador Rafael Navarro-Valls, catedrático e académico, que acaba de publicar um interessante livro em que analisa os dois poderes mais significativos da Terra: o político e o espiritual.

As figuras dos inquilinos da Casa Branca e do Vaticano são o foco do seu novo livro: “Entre dos orillas. De Barack Obama al Papa Francisco” (em tradução literal, “Entre duas margens: de Barack Obama ao papa Francisco”. O livro ainda não foi traduzido ao português. A edição em espanhol é publicada pela Ediciones Internacionales Universitarias, Madri, 2014).

ZENIT conversou com o professor Navarro-Valls.

ZENIT: O que levou você a fazer essa dupla análise?
Rafael Navarro-Valls: Este livro faz parte de uma linha de trabalho que eu comecei há dez anos (“Del Poder y de la Gloria”,  Ed. Encontro, Madrid, 2004), continuei em 2009 (“Entre la Casa Blanca y el Vaticano”, Ed. EIUNSA) e termino, por enquanto, com este novo livro. Olhar para o poder em acção, exercido com a maior intensidade, sempre me fascinou. O depositário da maior autoridade moral da Terra, o papa, e o titular do máximo poder político, o presidente norte-americano, carregam um peso tão intenso que o simples fato de contemplá-los em acção é um espectáculo extraordinariamente atraente.

ZENIT: Em seus livros anteriores, você estudou os presidentes Clinton e Bush e os pontífices João Paulo II e Bento XVI. Neste novo, você analisa principalmente Obama e Francisco. O que eles dois têm em comum?
Rafael Navarro-Valls: De certo modo, os dois líderes surgiram de repente nas suas respectivas galáxias. Obama era praticamente um desconhecido quando entrou nas primárias de 2008. Contra todos os prognósticos, ele superou Hillary Clinton na corrida para o Salão Oval da Casa Branca. Quando o conclave se reuniu em 12 de Março de 2013, o nome do cardeal Bergoglio ainda era uma excepção nas apostas dos vaticanistas do mundo inteiro. Quando ele apareceu no balcão papal, no dia 13 de Março de 2013, os sorrisos dos cardeais que acompanhavam Francisco nas suas primeiras palavras não manifestavam só a legítima satisfação pela rapidez com que o Espírito Santo tinha realizado através deles a eleição de um novo papa. O sorriso também descrevia certa curiosidade para ver as caras de surpresa dos 5.500 jornalistas credenciados em Roma. Passado um ano, Obama insistiu em se encontrar com Francisco. Foi um diálogo curioso, em que Obama escutava (“Eu vim para isso”, dizia ele) e Francisco falava. Também analiso esse encontro no livro.

ZENIT: De que modo podemos falar hoje de uma liderança mundial do papa e do presidente dos EUA?
Rafael Navarro-Valls: Durante o ano de 2013 e até esta altura de 2014, o presidente Obama e o papa Francisco são os reis de algo que um estudo publicado em Genebra chama de "Twiplomacia", uma ferramenta que permite que os líderes mundiais divulguem a sua mensagem para uma audiência cada vez maior. Segundo o estudo Twiplomacy 2013, da empresa Burson-Marsteller, o presidente norte-americano é o líder indiscutível no Twitter, onde a sua conta particular (@BarackObama), com mais de 33 milhões de seguidores, é a mais acompanhada do mundo. O perfil @Pontifex, com nove contas em diversos idiomas, se tornou o segundo mais acompanhado, com cerca de dez milhões de seguidores. Mas, indo além das redes sociais, o papa Francisco foi, globalmente, o "termo" mais procurado no Google. Entre Março e Novembro de 2013, de acordo com um estudo apresentado em Roma pela Aleteia, o total das menções ao papa superou as menções a Obama. Então, não deve nos surpreender que os dois líderes, depositários do poder máximo no âmbito político e no âmbito espiritual, respectivamente, tendam a ser estudados de modo paralelo. É o que eu tento fazer no conjunto de trabalhos reunidos deste livro, que abrangem os anos de 2010 a 2014.

Igreja e ciganos: uma relação em mudança

Encontro mundial de directores nacionais e promotores episcopais sobre a Pastoral dos Ciganos em 5 e 6 de Junho, no Vaticano


Roma, 04 de Junho de 2014 (Zenit.org)


"A Igreja e os Ciganos: anunciar o Evangelho nas periferias" é o tema do Encontro Mundial dos Promotores Episcopais e Directores Nacionais da Pastoral dos Ciganos, a ser realizado no Vaticano em 5 e 6 de Junho, organizado pelo Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. O evento será realizado na sala de Pio XI do Palazzo San Calisto, em Trastevere.

Os participantes (que no dia 5 de Junho, às 12 (horário local), serão recebidos em audiência pelo Papa Francisco) vêm de 26 países da América, Ásia e Europa. Entre eles, dez bispos, oito Promotores Episcopais; 16 Directores Nacionais (padres, freiras e leigos); 22 Especialistas (Operadores Pastorais e Consultores).
O encontro – lê-se em um comunicado - tem dois objectivos. Em primeiro lugar, rever o trabalho pastoral da Igreja em favor das populações ciganas, tendo em conta a actual situação que exige da Igreja renovada estratégia pastoral. E a preparação para o 50º aniversário da visita do Papa Paulo VI em Pomezia (27 de Setembro 1965), por ocasião da peregrinação internacional de ciganos. Visita que marcou uma particular abertura da Igreja para o povo cigano.

Em uma realidade social em constante mudança, também a Pastoral dos Ciganos está sujeita a estratégias pastorais renovadas, novas formas e métodos adequados às circunstâncias, para enfrentar o desafio das mudanças, através da revisão das ideias à luz do Evangelho e do Magistério da Igreja. Será uma oportunidade para levar em consideração as informações oferecidas pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii gaudium sobre o anúncio do Evangelho no mundo actual.

A Pastoral específica para os Ciganos está bem estruturada em 24 países ao redor do mundo, especialmente na Europa, EUA, Brasil, Argentina, Índia e Bangladesh, onde as comunidades cristãs foram enriquecidas pelos fiéis leigos, sacerdotes, diáconos e religiosos de etnia cigana.

Um momento especial ocorreu em 11 de Junho de 2011: Audiência do Papa Bento XVI com a presença de mais de dois mil representantes de diferentes etnias ciganas, pela primeira vez no Vaticano. Um elemento importante é o crescente número de ciganos consagrados no mundo (padres e religiosas), que neste momento são cerca de 170. O povos cigano tem seu primeiro e até agora único Beato Zeferino Giménez Malla, proclamado pelo Papa Bento XVI "Mártir do Rosário". Dois outros ciganos (Emilia e Juan Ramón) estão em processo de beatificação por martírio.

(Trad.:MEM)

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Piedade não é fechar os olhos, fazer uma cara de imagem

Na Audiência Geral, o Papa Francisco retomou a catequese sobre os dons do Espírito Santo


Roma, 04 de Junho de 2014 (Zenit.org)


Nesta quarta-feira (4), o Papa Francisco retomou sua catequese sobre os dons do Espírito Santo. Eis o texto na íntegra:

Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

Hoje queremos nos concentrar em um dom do Espírito Santo que tantas vezes é mal entendido ou considerado de modo superficial, e em vez disso toca no coração a nossa identidade e a nossa vida cristã: trata-se do dom da piedade.

É preciso esclarecer logo que este dom não se identifica com ter compaixão de alguém, ter piedade do próximo, mas indica a nossa pertença a Deus e a nossa ligação profunda com Ele, uma ligação que dá sentido a toda a nossa vida e que nos mantém sadios, em comunhão com Ele, mesmo nos momentos mais difíceis e conturbados.

1. Esta ligação com o Senhor não deve ser entendida como um dever ou uma imposição. É uma ligação que vem de dentro. Trata-se de uma relação vivida com coração: é a nossa amizade com Deus, dada a nós por Jesus, uma amizade que muda a nossa vida e nos enche de entusiasmo, de alegria. Por isso, o dom da piedade suscita em nós antes de tudo a gratidão e o louvor. É este, na verdade, o motivo e o sentido mais autêntico do nosso culto e da nossa adoração. Quando o Espírito Santo nos faz perceber a presença do Senhor e todo o seu amor por nós, aquece-nos o coração e nos move quase naturalmente à oração e à celebração. Piedade, então, é sinónimo de autêntico espírito religioso, de intimidade filial com Deus, daquela capacidade de rezar a Ele com amor e simplicidade que é própria das pessoas humildes de coração.

2. Se o dom da piedade nos faz crescer na relação e na comunhão com Deus e nos leva a viver como seus filhos, ao mesmo tempo nos ajuda a dirigir este amor também para os outros e a reconhecê-los como irmãos. E então sim seremos movidos por sentimentos de piedade (não de pietismo!) nos confrontos com quem está próximo a nós e com aqueles que encontramos todos os dias. Por que digo não de pietismo? Porque alguns pensam que ter piedade é fechar os olhos, fazer uma cara de imagem, fazer de conta que é um santo. No dialecto piemontês se diz ‘fare la “mugna quacia”’. Este não é o dom da piedade. O dom da piedade significa ser realmente capaz de alegar-se com quem está na alegria, de chorar com que chora, de estar próximo a quem está sozinho ou angustiado, de corrigir quem está no erro, de consolar quem está aflito, de acolher e socorrer que está precisando. Há uma relação muito estreita entre o dom da piedade e a mansidão. O dom da piedade que nos dá o Espírito Santo nos faz mansos, nos faz tranquilos, pacientes, em paz com Deus, a serviço dos outros com mansidão.

Queridos amigos, na Carta aos Romanos o apóstolo Paulo afirma: “Todos aqueles que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porquanto não recebestes um espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adopção pelo qual clamamos: Aba! Pai” (Rm 8,14-15). Peçamos ao Senhor que o dom do seu Espírito possa vencer o nosso temor, as nossas incertezas, também o nosso espírito inquieto, impaciente, e possa nos tornar testemunhas alegres de Deus e do seu amor, adorando o Senhor em verdade e também no serviço ao próximo com mansidão e com sorriso que sempre o Espírito Santo nos dá na alegria. Que o Espírito Santo dê a todos nós este dom da piedade.

(Trad.:Canção Nova)

Homilia do papa na Casa Santa Marta: somos pecadores, mas Jesus é o nosso advogado

O Santo Padre explica que Jesus mostra ao Pai o preço da nossa salvação: as suas chagas


Cidade do Vaticano, 03 de Junho de 2014 (Zenit.org)


Somos culpados e cometemos muitos pecados, mas Jesus é o advogado que nos defende. É o que afirmou o Santo Padre na homilia da missa desta manhã na Casa Santa Marta, recordando que Jesus reza por cada um de nós e mostra ao Pai as suas chagas, preço da nossa salvação.

As leituras de hoje deram ao Santo Padre a oportunidade de falar sobre a oração de intercessão. Ele recordou que, quando Paulo parte de Mileto, todos ficam tristes, assim como estavam tristes os discípulos antes da partida de Jesus. Mas, acrescentou o pontífice, nosso Senhor os consola: "Há uma pequena frase de despedida de Jesus que nos faz pensar". Jesus "fala com o Pai e diz: 'Eu rezo por eles'. Jesus reza por nós". O papa recorda o que Jesus nos diz: "Todos vós sois do Pai. E eu rezo por vós diante do Pai". Jesus não reza pelo mundo, "reza por nós", "reza pela sua Igreja".

Deste modo, o papa Francisco indicou que "o apóstolo João, pensando nessas coisas e falando de nós, que somos pecadores, diz: 'Não pequeis, mas, se algum de vós pecar, saiba este que temos um advogado diante do Pai, um que reza por nós, que nos defende perante o Pai, que nos justifica'. Acho que temos que pensar muito nesta verdade, nesta realidade: neste momento, Jesus está rezando por mim. Eu posso ir em frente na vida porque tenho um advogado que me defende. Se eu sou culpado e tenho muitos pecados, Ele é um bom advogado defensor e falará ao Pai por mim".

O Santo Padre afirmou que Jesus é o primeiro advogado, que nos envia o Paráclito. Quando temos alguma necessidade, "temos que pedir para Jesus rezar por nós. E como Jesus reza? Eu acho que Ele não fala muito com o Pai".

Francisco explica: "Ele não fala: Ele ama. Mas há uma coisa que Jesus faz, tenho certeza de que Ele faz. Ele mostra ao Pai as suas cicatrizes. E Jesus, com as suas chagas, reza por nós como se dissesse ao Pai: 'Este é o preço deles, Pai! Ajuda-os, protege-os. São teus filhos, que eu salvei com isto'. Sem isso, não se entenderia por que, depois da ressurreição, Jesus surgiu com seu corpo glorioso, sem hematomas, sem as feridas da flagelação, mas com as chagas. As cinco chagas. Por que Jesus quis levá-las para o céu? Por quê? Para rezar por nós. Para mostrar ao Pai o preço: 'Este é o preço. Agora não os deixes sozinhos. Ajuda-os!".

"Nós temos que ter essa fé: Jesus, neste momento, está intercedendo ao Pai por nós, por cada um de nós". Por isso, Francisco nos exorta a não nos esquecermos, em nossa oração, de pedir a Jesus que Ele reze por nós: "'Jesus, reza por mim. Mostra ao Pai as tuas chagas, que são também minhas; são as chagas do meu pecado. São as chagas do meu problema neste momento'. Jesus intercessor só mostra ao Pai as suas chagas. E isto acontece hoje, neste momento. Notemos o que Jesus disse a Pedro: 'Pedro, eu rezarei por ti, para que a tua fé não esmoreça".

Para encerrar a homilia, o pontífice observou que "temos a certeza de que Ele está fazendo isto por cada um de nós". Devemos ter confiança "na oração de Jesus, com as suas cicatrizes, diante do Pai".

Francisco convida a promover a reintegração dos infratores na sociedade

O Santo Padre enviou uma carta ao Congresso da Associação Latino-Americana de Direito Penal e Criminologia


Roma, 03 de Junho de 2014 (Zenit.org)


O Papa Francisco compartilhou uma série de reflexões sobre o direito penal com magistrados e juristas, que “convidou a pensar na sua actividade oferecendo algumas chaves do magistério da Igreja”. Da mesma forma, lhes falou da “reparação do dano causado, a confissão e a contrição do homem que comete um delito e do amor misericordioso e curativo de Deus”.

A carta do Santo Padre, informa a agência AICA, com data do 30 de maio, foi lida no encontro de referentes judiciais no âmbito do XIX Congresso Internacional da Associação Internacional de Direito Penal e do III Congresso da Associação Latino-Americana de Direito Penal e Criminologia.

O Papa recorda, no começo da carta, que desde os primeiros tempos cristãos, os discípulos de Jesus se esforçaram por lidar com a fragilidade do coração humano, tantas vezes fraco. E explica que “de várias maneiras e com várias iniciativas, acompanharam e apoiaram aqueles que sucumbem sob o peso do pecado e do mal”, acrescentando que “apesar das mudanças históricas, três elementos foram constantes: a satisfação ou reparação do dano causado; a confissão, pela qual o homem expressa a sua conversão interior; e a contrição para chegar ao encontro com o amor misericordioso e curativo de Deus”.

Francisco indica que a doutrina cristã ensina uma "necessária assimetria" entre o delito e a pena, porque “um olho ou um dente quebrado não é reparado quebrando outro”. Além do mais, o Papa destaca que a confissão “é a atitude de quem reconhece e lamenta a sua culpa”, e afirma que “se o infractor não é ajudado suficientemente, não tem uma oportunidade para converter-se, acaba sendo vítima do sistema”.

"Temos que fazer justiça, mas a verdadeira justiça não se contenta em simplesmente punir o culpado: é preciso avançar e fazer todo o possível para corrigir, melhorar e educar o homem para amadurecer em todos os aspectos", observa.

Por outro lado, o Papa refere-se à contrição, indicando que “é a porta do arrependimento, é esse caminho privilegiado que conduz ao coração de Deus, que nos acolhe e nos oferece outra oportunidade, sempre que nos abramos à verdade da penitência e nos deixemos transformar pela sua misericórdia”.

Mais adiante, o Papa acrescenta que “a atitude de Deus, que dá preferência ao homem pecador oferecendo-lhe o seu perdão, apresenta-se assim como uma justiça superior, ao mesmo tempo equânime e compassiva, sem que exista contradição entre estes aspectos. O perdão, de fato, não elimina e nem diminui a exigência da rectificação, própria da justiça, nem prescinde da necessidade de conversão pessoal, mas vai além, buscando restaurar as relações e reintegrar as pessoas na sociedade”.

Em seguida, o Papa disse que a Igreja "propõe uma justiça que seja humanizadora, genuinamente reconciliadora, uma justiça que leve o infractor à sua reabilitação e reintegração na comunidade".

"Quão importante e bonito seria acolher este desafio, para que não caísse no esquecimento”, exclama o Papa na sua carta. Para finalizar, lhes pede para “irem adiante neste sentido, pois entendo que aqui está a diferença entre uma sociedade inclusiva e outra excludente, que não coloca no centro a pessoa humana e prescinde dos restos que já não lhe servem”. (Trad.TS)