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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Olhar para Maria é voltar a acreditar na força revolucionária do afecto e da ternura

Bispo de Leiria-Fátima sublinha a actualidade da Mensagem de Fátima


Fátima, 03 de Dezembro de 2013


Durante a sessão inaugural do novo ano pastoral no Santuário de Fátima, realizada no passado sábado, 30 de Novembro, no Centro Pastoral de Paulo VI, D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, destacou a beleza do novo tema pastoral, «Envolvidos no amor de Deus pelo Mundo» : “É muito lindo, porque é a expressão sintética de toda esta mensagem do Segredo de Fátima”.

Na sua reflexão, conforme notícia da Assessoria de Imprensa do Santuário, o bispo destacou os elementos principais que o novo tema pastoral põe em revelo, os quais considera “nucleares” da Mensagem de Fátima: “O amor de Deus pelo mundo, coração do Evangelho”; “Nossa Senhora de Fátima, como mensageira do amor de Deus num mundo em crise”; e “Testemunhas do amor de Deus pelo mundo, hoje”.

Concluiu que, no momento actual, a Igreja é chamada “a olhar as pessoas e o mundo com um olhar amoroso, de amor, de misericórdia e de ternura”, isto é, é chamada “a ser uma Igreja amiga dos homens, a cuidar com ternura da humanidade ferida”.

Em concreto, o bispo de Leiria-Fátima pediu uma Igreja mais próxima das pessoas, “com um sentido grande e profundo de humanidade”, uma Igreja “que acolhe, escuta, compreende, que assume as alegrias e as esperanças, as dores e as angústias dos outros”, “uma Igreja que encurta distâncias e dialoga com coração de mãe”.

Para D. António Marto, o lema «Envolvidos no amor de Deus pelo Mundo», ao destacar os acontecimentos de 13 de Julho de 1917, em que foi revelado o Segredo de Fátima, evidencia a aparição “mais importante de todas”.

“De facto, o chamado Segredo é expressão do amor de Deus pelo Mundo, num momento que ameaçava afundar a humanidade no abismo da ruína”, disse, acrescentando que, nessa aparição de Julho, Nossa Senhora se fez "eco e mensageira, numa hora histórica de uma gravidade inédita que ameaçava reduzir a humanidade a cinzas, através das guerras mundiais, e aniquilar a própria Igreja de Jesus”.

D. António Marto sintetiza desta forma os apelos deixados por Maria em Fátima, lidos à luz das três partes do Segredo de Fátima: na primeira parte do Segredo, Nossa Senhora “apela à responsabilidade em virtude do próprio destino eterno, significado da visão do inferno”, isto quando “convida e ajuda a ler e a compreender os sinais dos tempos”;  na segunda parte "é portadora de um anúncio de esperança e de misericórdia de Deus, da promessa do triunfo do amor dramas da história da humanidade”, através “do símbolo do seu Coração Imaculado de mãe misericórdia”. Nesta mesma linha, e agora relativamente à terceira parte do Segredo, Nossa Senhora “mobiliza todas as forças do mundo para o bem, através da conversão, da oração, da reparação, da solidariedade e da paz no mundo”.

Na actualidade, aos crentes de hoje, “guardiões desta Mensagem”, o bispo de Leiria-Fátima lembra que, “amados por Deus, somos chamados a sermos testemunhas do seu rosto no mundo hoje”.

Sob a inspiração das palavras do Papa Francisco na exortação "Evangelii Gaudium" (A alegria do Evangelho), D. António Marto concluiu que “há um estilo mariano da actividade evangelizadora da Igreja, porque sempre que olhamos para Maria voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afecto, que são duas atitudes da misericórdia”.

 Neste novo ano pastoral recém-iniciado, o bispo de Leiria-Fátima fez votos que o “Santuário de Fátima seja, como Maria, um oásis de misericórdia, de ternura e de afecto, fonte de irradiação de paz no coração das pessoas e de paz social no coração dos povos”.


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Rússia aprova restrições ao aborto para tentar debelar colapso populacional

País campeão mundial em abortos voluntários agora proíbe a publicidade favorável à interrupção da gravidez


Roma, 03 de Dezembro de 2013


O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou uma lei que proíbe a publicidade pró-aborto. A notícia repercutiu pelo mundo, com destaque nos Estados Unidos. Os activistas pró-aborto reagiram afirmando que a decisão prejudica os “direitos reprodutivos das mulheres”.

A nova lei é o resultado de um processo que começou em 2011 no parlamento russo, a Duma. O que levou o país a mudar a lei sobre o aborto foi o número alarmante de abortos na Rússia e a gravíssima queda na taxa de natalidade.

A Rússia Soviética foi a primeira nação no mundo a introduzir o aborto livre em 1920. Por causa do colapso demográfico que a medida provocou, o próprio Lénin suspendeu a lei por "razões de Estado".

O declínio da população russa recomeçou em meados dos anos sessenta, quando o aborto foi reintroduzido. Dados do Ministério da Saúde revelam que, com mais de um milhão de abortos por ano, o país tem a maior quantidade mundial de interrupções voluntárias da gravidez.

A situação, porém, muito provavelmente é mais grave ainda. As estatísticas não levam em conta os casos de interrupção da gravidez em clínicas privadas, que, segundo estimativas, chegariam à casa dos seis milhões.

O aborto continua sendo o método mais utilizado para o controle da natalidade na Rússia. Em 2005, houve 104,6 abortos para cada 100 nascimentos.

Parece que a mobilização em favor da vida por parte da Igreja ortodoxa russa conseguiu reduzir em mais da metade o número de abortos em 2012 (58,7%). No entanto, o problema da baixa taxa de natalidade permanece. O percentual de nascimentos oscila em torno de 1,4 filhos por mulher, longe dos 2,1 necessários para sustentar os números da população actual.

Além disso, a expectativa média de vida do homem na Rússia caiu para 58 anos, devido aos altos índices de alcoolismo e ao modo de vida pouco saudável dos russos.

Putin fez da solução do problema demográfico que aflige a Rússia um dos seus principais objectivos. O governo tem feito campanhas publicitárias para incentivar as famílias a ter mais filhos, além de conceder subsídios financeiros para encorajar os casais a aumentar a taxa de natalidade.

A lei que proíbe a publicidade do aborto "não é o início de uma restrição aos direitos reprodutivos das mulheres, mas a continuação de um processo iniciado em 2011", declarou Olgerta Kharitonova, activista dos direitos das mulheres.

Há alguns dias, o parlamento russo aprovou uma lei que limita o aborto às primeiras 12 semanas de gestação, como regra geral, ou a 22 semanas para as mulheres que comprovarem não ter condições de cuidar do filho.

A nova lei também introduziu o intervalo de uma semana entre o pedido de aborto e a realização do procedimento, para que a mulher tenha tempo de reflectir melhor sobre a decisão. Esse período de tempo, de acordo com especialistas, reduziria as possibilidades de aborto através de métodos perigosos, diminuindo o risco de complicações.

A mulher também pode recorrer a uma série de consultas psicanalíticas antes da interrupção da gravidez, para "entender que está privando a criança intencionalmente da oportunidade de viver".

Uma recente proposta apresentada ao legislativo pretende excluir o aborto da cobertura pública de saúde.


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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Fugiram de casa para casar-se (ela com 17, ele com 21), disseram-lhes que não durariam: 81 anos!

Ann e John vivem felizes: 5 filhos, 14 netos, 16 bisnetos 

Ann e John levam casados 81 anos – os seus filhos louvam-nos
por ter sabido tomar a vida segundo ia chegando
Actualizado 28 de Novembro de 2013

Aciprensa

Com os seus cinco filhos, 14 netos e 16 bisnetos, Ann e John Betar celebraram esta semana 81 anos de casados e são considerados o matrimónio mais duradouro dos Estados Unidos.

Somos tão abençoados”, afirma John (de 101 anos de idade) ao reflectir sobre o seu matrimónio e Ann (de 97 anos) acrescenta que “se pode repetir e repetir. É amor e compreensão incondicional”.

Os esposos Betar vivem em Fairfield, Connecticut, (Estados Unidos). Casaram-se quando ela tinha 17 e ele 21 anos, logo que escaparam de casa a bordo de um Ford Roadster que ele tinha, já que os pais de Ann a queriam casar com um homem 20 anos mais velho do que ela, segundo relata o diário inglês The Telegraph.

Ann recorda que quando se casaram em 25 de Novembro de 1932, ela “perguntava-se se estava escolhendo correctamente”, e a sua irmã consolava o seu pai dizendo-lhe que o casamento não duraria.


Como todo o casamento, o casal teve momentos bons e difíceis que segundo John se levaram com “compromisso” e “deixando que a esposa seja a chefe”.

A sua filha, Renee Betar, assegura que os seus pais têm “uma maravilhosa capacidade para enfrentar a vida como vem”, e para uma das suas netas, Heather Mitchell, o casal é um “verdadeiro exemplo”.

O casal Betar é um dos exemplos de êxito do amor conjugal que The Worldwide Marriage Encounter (WWME) ensina para que outros casais possam descobrir ou redescobrir a importância de Deus na sua relação.


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A imprensa mundial rende-se a "A Alegria do Evangelho" de Francisco

A imprensa mundial continua rendendo-se a Francisco
O New York Times: "É um desafio à hierarquia do Vaticano"

Cabeçalhos de todo o planeta coincidem em que se trata de "um golpe contra o capitalismo global"

Redacção, 27 de Novembro de 2013 às 16:34

A primeira Exortação Apostólica do papa Francisco com o nome Evangelii Gaudium (A alegria do Evangelho) foi difundida ontem pelo Vaticano, e o documento de 142 páginas (na sua versão em espanhol) foi objecto de análise dos principais diários mundiais, que coincidiram em destacar a sua potência e carácter "revolucionário", e até um diário marcou-o de "golpe ao capitalismo global".

O diário britânico The Guardian disse no título que o Papa Francisco chama ao capitalismo sem limites "tirania e insta os ricos a partilhar a riqueza".

Para o prestigioso matutino esquerdista, o documento "equivale a uma plataforma oficial do seu papado" e nele Francisco "vai mais longe que nos seus comentários anteriores criticando o sistema económico mundial, a idolatria do dinheiro, e pedindo aos políticos para garantir a todos os cidadãos trabalho digno, educação e saúde".

Pela sua parte, o New York Times sustém que, com a publicação da Evangelii Gaudium, Francisco "anunciou o seu programa nas suas próprias palavras, o que reafirma a impressão de que tem a intenção de sacudir a Igreja da autocomplacência e elevar a todos os católicos no seu ambicioso projecto de renovação mediante a confrontação das necessidades reais das pessoas menos afortunadas".

O emblemático diário diz além disso que o documento é um "desafio à hierarquia do Vaticano" e que está "indissoluvelmente ligada à sua análise do que está mal com o mundo", citando as suas denúncias à "ditadura de um sistema económico mundial" e "um mercado livre que perpetua a desigualdade e devora o que é frágil, incluindo os seres humanos e o meio ambiente".

Outro media norte-americano, o influente Wall Street Journal, também aborda a primeira Exortação Apostólica de Francisco, e sustém que o bispo de Roma "chamou a Igreja a renovar o seu enfoque nos pobres e lançou um golpe contra o capitalismo global".

O artigo do Jornal expressa que a linguagem utilizada pelo Papa argentino no texto é "inusualmente directa", e que o dito manifesto "reúne muitos dos temas que enfatizou desde a sua eleição".

Apesar de destacar o confrontativo da sua mensagem, a nota sublinha que em temas como o aborto e o ordenamento das mulheres, "Francisco não se afastou da doutrina tradicional da Igreja".

Entretanto, o diário El País de Espanha decidiu ir com um texto de Francisco no título ("A economia da exclusão e a iniquidade mata") e afirma que com a Evangelii Gaudium Francisco "deixa claro que a Igreja actual, a sua Igreja, não é do seu gosto, mas tampouco o mundo que a rodeia".

Segundo a análise do matutino espanhol, Francisco vê uma Igreja Católica "salpicada de invejas, zelos e guerras, preocupada excessivamente por si mesma, e um mundo onde triunfa uma economia que mata através da exclusão e da iniquidade".

"Daí que o Papa fixe o horizonte do seu papado sobre dois rails paralelos. Uma reforma da Igreja, que inclua uma conversão do próprio papado, e um chamamento urgente aos políticos para que lutem contra a tirania do sistema económico", opina El País, em coincidência com outro diário espanhol, El Mundo, que faz foco na mensagem de Francisco a favor dos pobres.

Pelo contrário, o diário Le Monde de França destaca a mensagem de Francisco pedindo a flexibilização com respeito aos mandatos morais, titulando que o Papa "chama à Igreja a sair do catálogo dos pecados".

Para o diário francês, o documento que qualificam de "folha de rota oficial do seu pontificado", leva o selo de Francisco, já que diferentemente da encíclica sobre a fé assinada em conjunto com Bento XVI que se conheceu em Junho passado, este trabalho "reflecte a sua visão de como vê o mundo".

(RD/Agencias)



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Beja: Bispo elogia «programa» do Papa Francisco

D. António Vitalino comenta primeira exortação apostólica do pontificado

Beja, 03 Dez 2013 (Ecclesia) – O bispo de Beja elogiou o rumo traçado pelo Papa Francisco na sua primeira exortação apostólica, ‘Evangelii Gaudium’ (a alegria do Evangelho), afirmando que a mesma coloca em relevo “muitas feridas” da sociedade contemporânea.

“(O Papa) Interpela a todos a viver abertos a Deus e aos outros, sobretudo aos pobres, aos marginalizados e explorados dos poderes do mundo, pondo o dedo em muitas feridas das atitudes individualistas, surdas ao diálogo e rendidas ao consumo, dentro e fora da Igreja”, escreve D. António Vitalino, na sua nota semanal, enviada à Agência ECCLESIA.

O prelado destaca que o Papa argentino tem “mostrado claramente” como gostaria de ver a Igreja, por “palavras, gestos e atitudes”.

D. António Vitalino sublinha a referência a uma Igreja “pobre para os pobres”, “sem medo de sujar as mãos ao tocar os pobres e as misérias deste mundo”.

“Apesar de se tratar de um documento extenso, este escrito papal lê-se com facilidade, no estilo muito pessoal e interpelativo do Papa Francisco. Por isso ouso aconselhar a sua leitura neste tempo do Advento, início do ano litúrgico da Igreja, em que precisamos de alimento para o nosso caminho de esperança na vinda do Senhor, para salvar a nossa humanidade, carente de amor e de pão, muito desigual no usufruto dos bens deste mundo e do alimento que vem do céu”, refere o bispo de Beja.

O responsável alerta para a “solidão na doença e na pobreza” que aponta como causa de um “sofrimento atroz e exclusão” na sociedade.

“O Advento deve levar-nos a caminhar com alegria ao encontro dos que sofrem, seja pela solidão, a doença, a pobreza, ou pela falta de trabalho remunerado”, precisa.

O bispo de Beja convida as comunidades católicas a preparar o Natal com o objectivo de construir “um mundo mais solidário, dialogante, próximo e fraterno”.

OC


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Argentina: o governo nomeia um sacerdote para chefiar organismo de combate às drogas

Igreja comunica que nomeação é pessoal e que o padre obteve as dispensas necessárias para aceitar o cargo


Roma, 02 de Dezembro de 2013


O governo argentino designou o pe. Juan Carlos Molina como responsável pela Secretaria de Prevenção à Dependência Química e de Combate ao Narcotráfico (Sedronar, na sigla em espanhol).

A diocese de Río Gallegos informou, em comunicado oficial, que Molina assume a tarefa “a título pessoal, devido à longa experiência que tem no trabalho com jovens flagelados pela droga, mas não em nome da Igreja Católica nem em sua representação”. O comunicado acrescenta que o padre recebeu a dispensa de celebrar os sacramentos para poder assumir o cargo.


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Missa recorda os 450 anos do concílio de Trento

O cardeal Brandmuller, enviado especial do papa Francisco, reitera a continuidade entre o concílio do século XVI e o Vaticano II


Roma, 02 de Dezembro de 2013


Na catedral da cidade italiana de Trento, que sediou o concílio iniciado em 1545 e concluído em 1563, foi celebrada na tarde deste domingo, 1º de dezembro, uma missa em recordação dos 450 anos do evento eclesial. A celebração foi presidida pelo cardeal alemão Walter Brandmuller, enviado especial de sua santidade, o papa Francisco.

O concílio de Trento esclareceu a doutrina da Igreja diante das propostas protestantes e afirmou que o credo niceno-constantinopolitano contém tudo aquilo em os baptizados devem crer.

Na homilia deste domingo, o cardeal alemão recordou que um estudioso daquele concílio o definiu como “o milagre de Trento" e que "somente em retrospectiva podemos reconhecer a potência com que o espírito de Deus agiu por meio desse concílio no destino da Igreja”, a ponto de os séculos posteriores serem definidos como pós-tridentinos. “Depois de 450 anos em que nós, cristãos do terceiro milénio, entoamos o mesmo Te Deum de então, não devemos manter um olhar nostálgico para o passado, mas sim celebrar este jubileu com os olhos voltados para a Igreja e para o mundo aqui e agora”, disse o cardeal.

Brandmuller perguntou qual é a mensagem do concílio que nos chega hoje, ao longo dos séculos, provocando: “Será que tinha razão quem considerava o concílio Vaticano II uma despedida do concílio de Trento?”.

Ele mesmo responde: bastaria recordar que "a constituição Lumen Gentium, do Vaticano II, que expõe os ensinamentos sobre a Igreja em dezasseis blocos, faz referência explícita aos documentos doutrinais do concílio de Trento. Depois de 450 anos, portanto, ele continua presente na doutrina da Igreja”.

Ao encerrar a homilia, o cardeal alemão nascido em família protestante e convertido à Igreja católica na juventude, apontou a necessidade de se descobrir na figura terrena e humana da Igreja “a figura do divino, para superar aquela deplorável mundanização da Igreja, que é um obstáculo para a salvação eterna dos homens”.

Olhando para o passado, ele recordou que, na abertura do concílio de Trento, nenhum dos poucos cardeais presentes vinha da Alemanha. Temia-se um futuro obscuro para a Igreja. “Não temas, pequeno rebanho, disse o Senhor aos seus apóstolos e, portanto, também aos seus sucessores reunidos em Trento. E eles se dedicaram ao trabalho para entender e discernir a verdade da fé diante dos erros da reforma”.

Brandmuller recordou ainda os frutos do concílio de Trento, ente os quais a evangelização dos novos continentes descobertos.

“Hoje, nós temos que estar repletos não apenas de gratidão, mas também da esperança de que o concílio Vaticano II, que os mais velhos de nós viveram pessoalmente, possa dar oportunamente os mesmos frutos desse concílio que hoje recordamos”.


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Católicos e cristãos ortodoxos: juntos para defender a família

Relações cada vez mais estreitas entre a Igreja católica na Polónia e a Igreja ortodoxa russa


Czestochowa, 02 de Dezembro de 2013


A necessidade de proteger os valores da família, a defesa dos cristãos perseguidos em todo o mundo e as relações entre Igreja e Estado na Polónia e na Rússia foram o objecto da reunião entre o arcebispo Józef Michalik, presidente da Conferência Episcopal Polaca, e o metropolita Hilarion, presidente do Departamento de Relações Exteriores do Patriarcado de Moscovo.

De acordo com a Agência Católica de Informação na Polónia (KAI), o encontro aconteceu no dia 30 de Novembro, na sede da Conferência Episcopal Polaca, durante o seminário "O futuro do cristianismo na Europa: o papel das igrejas e dos povos da Polónia e da Rússia", realizado na Universidade Cardeal Stefan Wyszynski, em Bielany.

"Procuramos escolher assuntos nos quais podemos trabalhar juntos", disse o arcebispo Michalik. Entre eles, a violação dos direitos humanos e a perseguição contra os cristãos, em especial no Egipto, na Síria e em alguns outros países asiáticos.

O presidente da conferência dos bispos da Polónia também se disse preocupado com algumas ideologias que se opõem ao cristianismo na Europa. "Os valores cristãos não são bem vistos nas sociedades secularizadas", disse dom Michalik. O metropolita Hilarion acrescentou que o Patriarcado de Moscovo "tem as mesmas preocupações e vê esses problemas de maneira similar".

Quanto às relações entre a Rússia e a Polónia, a agência KAI informou que 2015 será o ano da cultura polaca na Rússia e da cultura russa na Polónia. O arcebispo Michalik e o metropolita Hilarion discutiram a possibilidade de criar um programa de intercâmbio cultural entre jovens ortodoxos e católicos em ambos os países.

O encontro abordou também a colaboração nos meios de comunicação cristãos. Sergey Czapnin, director do Jornal do Patriarcado de Moscovo, salientou que "a principal tarefa dos meios de comunicação cristãos é dar um testemunho como seguidores de Jesus no mundo moderno".

Sobre o papel da media na evangelização do mundo actual, os jornalistas polacos e russos destacaram que "a media cristã deve se opor à secularização e ajudar a sociedade civil a preservar a identidade e compartilhar o Evangelho, para aprender a viver nos tempos modernos".

Neste dia 1º de dezembro, o cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo de Cracóvia, também se encontrou com o metropolita Hilarion.


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Croácia: 65% votam contra o casamento gay

700 mil assinaturas foram recolhidas para garantir a consulta popular


Roma, 02 de Dezembro de 2013


Os croatas foram às urnas neste domingo para participar de um plebiscito em que votaram maioritariamente a favor do matrimónio cristão, opondo-se ao casamento gay.

64,84% dos eleitores reiteraram que o matrimónio só pode ser realizado entre um homem e uma mulher. 35,56% dos votantes foram contra. A participação foi de 40% do eleitorado, já que o voto na Croácia não é obrigatório. Os dados ainda são preliminares.

A Croácia, que entrou em Julho deste ano na União Europeia, destaca com este resultado o seu distanciamento de outros países do bloco, que já aceitaram não somente o casamento gay, mas também a adopção de menores por parte de casais homossexuais.

A iniciativa do plebiscito partiu de uma associação católica que levantou 740.000 assinaturas num país cuja população total é de apenas 4,3 milhões de pessoas. O objectivo da consulta popular é garantir que a constituição não aceite as uniões homossexuais. O colectivo homossexual tachou a iniciativa de homofóbica.

O primeiro-ministro croata, o social-democrata Zoran Milanovic, votou contra a rejeição ao casamento gay e chegou a lamentar o fato de não ter podido evitar o plebiscito.


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A propagação da escravidão moderna

Uma chaga que afecta dezenas de milhões de pessoas


Roma, 02 de Dezembro de 2013


Rodou o mundo a notícia das três mulheres mantidas em cativeiro em um quarto de Londres. O facto chamou a atenção sobre o problema da escravidão e do tráfico de pessoas.

Em 2012 o Human Trafficking Center britânico, órgão da National Crime Agency, declarou ter identificado 2.225 potenciais vítimas do tráfico humano, com um aumento de 178 unidades ( +9%) com relação ao 2011 (BBC, 22 de Novembro).

O relatório sublinha que os dois tipos de exploração mais comuns são a exploração sexual (35% das vítimas potenciais), seguido pela exploração laboral (23%).

Entre as notícias mais recentes sobre o tema, na semana passada, o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU anunciou que o Relator Especial das Nações Unidas, Gulnara Shahinian, teria visitado o Gana do 22 ao 29 de Novembro, para monitorizar a situação no que diz respeito às práticas de escravidão no país.

Em outubro, a enorme extensão da escravidão foi revelada em um dossier publicado pela Walk Free Foundation, com sede em Perth (Western Austrália).

A fundação, que tem 20 membros na equipe, foi instituída no mês de maio do ano passado por Andrew Forrest – presidente do Fortescue Metals Group – e por sua mulher Nicola. Fortescue Metals é uma das vinte mais importantes companhias australianas e o quarto maior fornecedor de ferro no mundo.

A relação inaugural do “Índice Global da Escravidão” afirmou que 29,8 milhões de pessoas em todo o mundo são escravizadas.

A Índia tem o maior número em absoluto de pessoas na escravidão, com aproximadamente 14 milhões de pessoas, que, como observou o relatório, são quase a metade da totalidade mundial. Não é tanto uma questão de estrangeiros explorados, observa o relatório, mas de muitos indianos vítimas da servidão por dívidas e pelo trabalho forçado.

Em termos globais a China é o segundo, com 2,9 milhões de escravizados. Os outros países do top 10 são o Paquistão, Nigéria, Etiópia, Rússia, Tailândia, República Democrática do Congo, Mianmar e Bangladesh. O top 10 inclui mais de 22 milhões de escravizados.

Se olhamos em termos de proporção com a população, a escravidão está no mais alto nível na Mauritânia, onde se estima cerca de 150 mil escravos em uma população de apenas 3,8 milhões de habitantes. Haiti e Paquistão estão respectivamente no segundo e terceiro lugar neste ranking.

A escravidão moderna, explica o relatório, não é bem compreendida e é também escondida, com criminosos que usam uma grande variedade de meios para permiti-la e racionalizá-la.

Embora a maioria das formas de escravidão sejam ilegais, o relatório assinala que as leis raramente são reforçadas. O relatório dos EUA sobre tráfico de pessoas do 2013 afirma que 46.570 vítimas do tráfico de seres humanos foram oficialmente identificadas em 2012. Houve, no entanto, somente 7.705 processos penais e 4.750 condenações registadas globalmente.

A prevalência da escravidão está ligada a outros factores, de acordo com o relatório. Por exemplo, há uma alta correlação entre a escravidão e a corrupção. Níveis mais baixos de desenvolvimento humano e bem-estar económico são outros tópicos relacionados.

Há algum tempo o Vaticano está comprometido com a questão da escravidão e do tráfico humano. O exemplo mais recente foi quando, no início de Novembro, a Pontifícia Academia das Ciências Sociais, em colaboração com a Federação Mundial das Associações Médicas Católicas, realizou aquilo que foi chamado de "worskshop preparatório" sobre o assunto.

"Toda relação que omite respeitar a fundamental convicção que cada pessoa – homem, mulher, menino, menina – é igual às outras e tem a mesma liberdade e dignidade, constitui um grave crime contra a humanidade”, afirma a declaração final do encontro do passado 2 e 3 de Novembro.

Há uma "necessidade urgente" de que se continue, para que se coloque fim ao tráfico de seres humanos.

"É nossa obrigação moral fazer de nós mesmos a última geração que deverá combater o tráfico de seres humanos”, acrescenta a declaração final.

O documento conclui com uma série de recomendações do Vaticano, das organizações internacionais, das empresas e dos governos, com relação à prática que deve ser feita.

O Papa abordou a questão da escravidão na recentíssima Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. “Sempre causou-me dor a situação daqueles que são objecto das diferentes formas de tráfico de pessoas. Gostaria que se escutasse o grito de Deus que pede a todos vós: “Onde está o seu irmão?” (Gn 4, 9) (EG 211).

O Papa, então, se pergunta: "Onde está o teu irmão escravo? Onde está o irmão que estás matando cada dia na pequena fábrica clandestina, na rede da prostituição, nas crianças usadas para a mendicidade, naquele que tem de trabalhar às escondidas porque não foi regularizado?" 

" Não nos façamos de distraídos!”, exorta o Papa Francisco, destacando que “há muita cumplicidade".

" Nas nossas cidades, está instalado este crime mafioso e aberrante, e muitos têm as mãos cheias de sangue devido a uma cómoda e muda cumplicidade", acrescentou o Papa.


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Francisco à Igreja holandesa: "estejam presentes no debate público"

O Santo Padre encontra os bispos em visita ad limina. Dar a própria contribuição nos debates sobre família, matrimónio e fim da vida


Roma, 02 de Dezembro de 2013


O Santo Padre recebeu hoje os bispos holandeses, que estão em Roma em visita Ad Limina. "Não é fácil manter a esperança nas dificuldades que devem enfrentar”, exclamou Francisco no começo do seu discurso.

Falando sobre a situação concreta da Holanda, o santo padre observou que “nesta sociedade, fortemente marcada pela secularização, incentivo vocês a estarem presentes no debate público, em todos os ambientes nos quais está em causa o homem, para tornar visível a misericórdia de Deus, na sua ternura para com todas as criaturas". E lembrou que "a Igreja não se espalha por proselitismo, mas por atracção". A partir daqui – continuou o santo padre – a importância de “animar os vossos fieis a aproveitar as oportunidades de diálogo, estando presentes em lugares onde o futuro é decidido; poderão assim levar a sua contribuição nos debates sobre as grandes questões sociais relacionadas por exemplo à família, ao matrimónio, ao fim da vida”.

É interessante notar que apenas alguns dias atrás, no país vizinho da Bélgica, foi aprovado a extensão da lei da eutanásia aos menores de idade, embora a proposta ainda deva ser ratificada no plenário.

Por outro lado, o papa lembrou que hoje mais do que nunca “sente-se a necessidade de avançar no caminho do ecumenismo convidando a um verdadeiro diálogo que procure os elementos de verdade e de bondade e ofereça respostas inspiradas no Evangelho”. O Espírito – afirmou – nos empurra a sair de nós mesmos para ir aos outros.

Voltando à situação da Holanda, Francisco destacou que “em um país rico em muitos aspectos, a pobreza toca um crescente número de pessoas”. Por isso, exortou-lhes a “valorizar a generosidade dos fieis para levar a luz e a compaixão de Cristo nos lugares onde a esperam e especialmente às pessoas mais marginalizadas”. Além do mais, lembrou que o trabalho da escola católica, que dá aos jovens uma educação sólida, continuará favorecendo sua formação humana e espiritual, em um espírito de diálogo e de fraternidade com os que não compartilham da sua fé.

Ainda assim, o santo padre chamou a atenção para a urgência da criação de uma pastoral vocacional forte e atraente, bem como a busca comum de como acompanhar a maturidade humana e espiritual dos seminaristas. Da mesma forma, ressaltou a importância de que os prelados estejam perto do seu presbitério, disponíveis para cada um dos seus sacerdotes para apoiá-los e guia-los quando precisem. Também lhes disse que não podem esquecer de ir ao encontro daqueles que não se aproximam.

De um modo particular, Francisco expressou sua compaixão e assegurou sua oração para cada uma das vítimas dos abusos sexuais e seus familiares. Assim, o papa lhes pediu para que “continuem ajudando-as no seu doloroso caminho de cura empreendido com valor”.

Da mesma forma, destacou que o exercício colegial do seu ministério episcopal, em comunhão com o bispo de Roma, “é uma necessidade para fazer crescer a esperança em um verdadeiro diálogo e uma colaboração efetiva”. Por isso, destacou, “lhes fará bem olhar com confiança aos sinais de vitalidade que se manifestam nas comunidades cristãs das vossas dioceses. São sinais da presença activa do Senhor em meio aos homens e mulheres do vosso país que esperam encontrar autênticas testemunhas da esperança que nos faz viver, a que vem de Cristo”.

O Santo Padre destacou que a igreja, com paciência maternal" continua seus esforços para responder às preocupações de tantos homens e mulheres que experimentam a angústia e o desespero de cara ao futuro”.

Por outro lado, afirmou que " a antropologia cristã e a doutrina social da Igreja fazem parte do património de experiência e de humanidade em que a civilização europeia está fundada" e exortou-lhes a convidar os homens a abrirem-se à dimensão de transcendência sem a qual “uma cultura se empobrece”.

Para concluir, o pontífice agradeceu pelos sinais de vitalidade com os que o Senhor abençoou a Igreja que está nos Países Baixos, neste contexto “que não é sempre fácil”.


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Eslováquia: os bispos advertem que há uma falsa igualdade de género

Por trás da aparente bondade do termo, alguns escondem o objectivo de destruir as famílias e o risco de uma "confusão sodomita"


Roma, 02 de Dezembro de 2013


Em uma carta pastoral lida neste domingo em todas as igrejas do país, os bispos eslovacos disseram que detrás da aparente bondade da ideia de “igualdade de género” se esconde o objectivo de destruir as famílias e o risco de uma “confusão sodomita”. Além do mais, os prelados lembraram que a desintegração familiar “deteriora a felicidade humana” e denunciaram que “a cultura da morte” ameaça realmente a existência dessa nação.

Em sua carta por ocasião do primeiro domingo do Advento, os bispos indicam que quem ouve o conceito de “igualdade de género” pensa em algo positivo, ou seja que os homens e as mulheres tem os mesmos direitos.

No entanto, explicam que com o uso de palavras nobres como "direitos humanos", na verdade, os partidários da “cultura da morte” pretendem que “um homem já não se sinta como um homem, nem uma mulher como uma mulher” e que o matrimónio não seja a “união abençoada por Deus” de um homem e de uma mulher.

Além disso, a carta pastoral adverte que essa retirada da identidade de homem ou de mulher e a aceitação dos casais homossexuais leva a uma “confusão sodomita” que atrai o castigo de Deus.

Além disso, denuncia a Conferência dos Bispos eslovacos, todas as iniciativas dos activistas a favor da cultura da morte supõem uma “rebelião blasfema” contra o Criador do homem.

Finalmente, a Igreja eslovaca conclui alertando sobre a possibilidade de que os que promovem a igualdade de género – que “não se rendem” – cheguem a impor uma “ideologia de Sodoma” no sistema ensino.



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Papa Francisco recebe Benjamin Netanyahu

25 minutos de reunião entre o Papa e o primeiro-ministro israelita. Ao centro do diálogo a esperança de uma solução duradoura entre israelitas e palestinianos e um aceno para a visita do Santo Padre a Terra Santa


Cidade do Vaticano, 02 de Dezembro de 2013


Uma breve e cordial colóquio entre o Papa Francisco e Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro do Estado de Israel, aconteceu nesta manhã. Recebido no Palácio Apostólico, o primeiro-ministro esteve por 25 minutos com o Papa, discutindo temas como "a complexa situação social e política do Oriente Médio, com especial referência para a retomada das negociações entre israelitas e palestinianos". Ambos - informa um comunicado de imprensa do Vaticano - manifestaram o desejo de "que seja rapidamente alcançada uma solução justa e duradoura, respeitando os direitos de ambas as partes." Em seguida, abordou-se questões relativas "a relação entre as autoridades estaduais e as comunidades católicas locais, bem como entre o Estado de Israel e a Santa Sé, e a aplicação do Acordo Fundamental”.

Por parte da media, houve grande expectativa com relação a confirmação de uma data oficial para a peregrinação do Santo Padre à Terra Santa. Fez-se referência à viagem, mas o Vaticano não forneceu nenhuma informação detalhada sobre isso. No final da audiência, Netanyahu deu ao Papa um hanukkiah, um candelabro judaico com nove hastes em prata, e um livro sobre a Inquisição espanhola escrito por seu pai, um professor de história que morreu há um ano. Na dedicatória, o primeiro-ministro escreve: "Para um grande pastor de nossa comum hereditariedade". O Papa retribuiu com uma arte de bronze representando São Paulo. Após a reunião com o Papa, o primeiro-ministro israelita se reuniu com o Secretário de Estado do Vaticano, Mons. Pietro Parolin.

A audiência de hoje soma-se aos precedentes importantes encontros do Papa Francisco com o presidente de Israel, Shimon Peres, em 30 de Abril, e com o presidente do Estado da Palestina, Mahmoud Abbas, em 17 de outubro. Netanyahu, por sua vez, já havia sido recebido pelo Papa Bento XVI no convento dos franciscanos em Nazaré, em 14 de maio de 2009, por ocasião da Peregrinação à Terra Santa. O Primeiro-Ministro, em seguida, retornou a Roma em 2011, mas o Papa Bento XVI estava em viagem no Benin (18 de Novembro a 20). Netanyahu, portanto, não encontrou o Papa, mas deixou -lhe de presente uma oliveira da Terra Santa, de 200 anos, como um sinal de "florescimento da amizade entre os dois países", conforme nota da Embaixada de Israel junto a Santa Sé.

Poucos dias depois de sua renúncia, 18 de Fevereiro de 2013, Bento XVI recebeu uma carta na qual o político israelita escrevia: "Em nome do povo de Israel, gostaria de agradecê-lo por tudo que fez como Papa pelo fortalecimento dos laços entre cristãos e judeus e entre a Santa Sé e o Estado hebreu". Em particular, a carta enfatizou o apreço de Israel para com o livro de Ratzinger de 2011, no qual o Papa teólogo exclui a responsabilidade do povo judeu pela crucificação de Jesus, devido ao invés, à aristocracia do Templo. Por fim, Netanyahu augurava ao Papa emérito "vida longa, saúde e felicidade".


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Prior da Comunidade Ecuménica de Taizé foi recebido pelo Papa

Francisco expressou a profunda estima que sentia pelo fundador, irmão Roger


Roma, 02 de Dezembro de 2013


O irmão Alois, prior de Taizé, foi recebido pelo Papa Francisco no Vaticano quinta-feira 28 de Novembro. Foi a sua primeira audiência privada com o novo Papa. Conforme nota publicada pela Comunidade de Taizé, o prior tinha sido recebido todos os anos por Bento XVI, bem como antes o irmão Roger, que ia todos os anos a Roma para encontrar os Papas João XXIII, Paulo VI e João Paulo II.

O irmão Alois falou ao Papa do acolhimento de jovens em Taizé e da Peregrinação de Confiança que a Comunidade anima com jovens de todos os continentes. Também apresentou ao Papa a procura ecuménica que se vive em Taizé, pondo em evidência que o baptismo já une todos os cristãos.

O Papa Francisco expressou a profunda estima que sentia pelo irmão Roger, fundador de Taizé, e encorajou fortemente a Comunidade a continuar o caminho que esta iniciou.

A Comunidade ecuménica de Taizé nasceu em Borgonha, em 17 de Abril de 1949, fundada pelo teólogo reformado Roger Schutz. Os inícios da comunidade, contudo, se remontam aos dias da Segunda Guerra Mundial. A Comunidade é conhecida não só por seus objectivos ecuménicos, mas também por suas orações e cânticos, que foram traduzidos a muitos idiomas.


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Deixar-se encontrar por Jesus "com o coração aberto"

Na primeira missa do Advento, em Santa Marta, Papa Francisco exorta a termos uma fé como a do centurião do evangelho


Roma, 02 de Dezembro de 2013


O Natal não é apenas um "acontecimento", nem a "memória de uma coisa bonita", afirmou o Papa Francisco durante a homilia desta manhã, primeira missa do Advento celebrada na Casa Santa Marta.

Nestes dias, disse o Santo Padre, começa um "novo caminho" que nos conduzirá "para o Natal": percorremos, portanto, um “caminho para encontrar o Senhor [...] com o coração" e "com a vida".

O Natal é um "encontro" de fé com o Senhor. Uma fé semelhante a do centurião, protagonista do Evangelho de hoje (cf. Mt 8,5-11). O Senhor "maravilhou-se” da fé que ele tinha. Percorrendo “um caminho para encontrar o Senhor", o centurião "sentiu a alegria de ser encontrado" por Ele. Portanto, “mais importante do que encontrarmos Jesus é deixar-nos encontrar por Ele”.

Quando é Deus que entra em nós: Ele "permanece dentro de nós" e renova completamente o nosso “coração, alma, vida, esperança e caminho”.

Para deixar-se encontrar pelo Senhor, precisamos de um "coração aberto" como o daquele centurião, para que Ele fale connosco: “Assim Ele me diz o que quer me dizer, que nem sempre é o que quero ouvir”, destacou o Papa.

O Senhor não olha para nós "todos juntos como uma massa", Ele olha “cada um nos olhos, no rosto, porque seu amor não é abstracto, mas concreto”. A essência do encontro com Deus está no “deixar-se amar por Ele”.

No nosso caminho de preparação para o Natal, portanto, nos ajuda “perseverar na oração, ser mais concretos na caridade fraterna, aproximar-se mais de quem precisa; e ter alegria ao louvar o Senhor”. Estas disposições, concluiu o Papa, são a via para que “o Senhor nos encontre”.


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Não é necessário resignar-se à monotonia da vida quotidiana, mas cultivar grandes projectos

Homilia do Santo Padre nas Vésperas do I Domingo de Advento com os universitários


Cidade do Vaticano, 02 de Dezembro de 2013


O Papa Francisco presidiu a oração das Primeiras Vésperas do I Domingo de Advento, na tarde deste sábado, 30 de Novembro, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, com os estudantes das Universidades de Roma.

Segue, na íntegra, a homilia do Santo Padre

Renova-se hoje o tradicional encontro de Advento com os estudantes das Universidades de Roma, aos quais se unem os reitores e professores das Universidades romanas e italianas. Saúdo cordialmente a todos: o Cardeal Vigário, os Bispos, as autoridades académicas e institucionais, os assistentes das Capelanias e grupos universitários. Saúdo particularmente vocês, queridos universitários e universitárias.

O augúrio que São Paulo dirige aos cristãos de Tessalónica, para que Deus possa santificá-los até a perfeição, por um lado mostra a sua preocupação com sua santidade de vida colocada em perigo, e de outro uma grande confiança na intervenção do Senhor. Esta preocupação do Apóstolo é válida também para nós cristãos de hoje. A plenitude da vida cristã que Deus realiza nos homens, na verdade, está sempre ameaçada pela tentação de ceder ao espírito mundano. Por isso, Deus nos doa a sua ajuda mediante a qual podemos preservar os dons do Espírito Santo, a nova vida no Espírito que Ele nos deu. Conservando esta "linfa" saudável em nossa vida, todo o nosso ser, espírito, alma e corpo, se conserva irrepreensível, na posição vertical. Mas por que Deus, depois de ter concedido seus tesouros espirituais, ainda tem de intervir para mantê-los íntegros? Porque somos fracos, a nossa natureza humana é frágil e os dons de Deus são preservados em nós como em "vasos de argila".

A intervenção de Deus em favor de nossa perseverança até o fim, até o encontro definitivo com Jesus, é expressão de sua fidelidade. Ele é fiel primeiramente a si mesmo. Portanto, a obra que começou em cada um de nós, com seu chamado, Ele a levará até o fim. Isso nos dá segurança e grande confiança: uma confiança que se apoia em Deus e exige nossa colaboração activa e corajosa para enfrentar os desafios do momento presente.

Queridos jovens universitários, a sua vontade e suas capacidades, unidas ao poder do Espírito Santo que habita dentro de cada um de vocês desde o dia de seu Baptismo, permitem que vocês sejam não espectadores, mas protagonistas dos acontecimentos contemporâneos.

São vários os desafios que vocês jovens estudantes universitários são chamados a enfrentar com coragem interior e audácia evangélica. O contexto sociocultural em que vocês estão inseridos às vezes sofre o peso da mediocridade e do tédio. Não é necessário se resignar à monotonia da vida quotidiana, mas cultivar grandes projectos, ir além do comum: não lhes deixem roubar o entusiasmo juvenil! Seria um erro também deixar-se aprisionar pelo pensamento fraco e pelo pensamento uniforme, bem como pela globalização entendida como homologação. Para superar estes riscos, o modelo a seguir não é da esfera na qual está nivelada toda saliência e desaparece toda diferença; o modelo é do poliedro que inclui uma multiplicidade de elementos e respeita a unidade na variedade.

O pensamento, de fato, é fecundo quando é expressão de uma mente aberta, que discerne sempre iluminada pela verdade, pelo bem e pela beleza. Se vocês não se deixarem condicionar pela opinião dominante, mas permanecerem fiéis aos princípios éticos e religiosos cristãos, vocês encontrarão a coragem para caminhar até mesmo contracorrente. Num mundo globalizado, vocês poderão contribuir para salvar peculiaridade e características próprias, buscando, porém não baixar o nível ético. De fato, a pluralidade de pensamento e de individualidade reflecte a multiforme sabedoria de Deus, quando se aproxima da verdade com honestidade e rigor intelectual, de modo que cada um pode ser um dom para o benefício de todos.

O compromisso de caminhar na fé e se comportar de maneira coerente com o Evangelho acompanhe vocês neste tempo de Advento, para viver de maneira autêntica a festa do Natal do Senhor. Pode ajudá-los o belo testemunho do Beato Pier Giorgio Frassati, que dizia: "Viver sem uma fé, sem um património para defender, sem apoiar numa luta contínua a verdade, não é viver, mas com viver com dificuldade. Nós não deveríamos viver com dificuldade, mas viver".

Obrigado e boa caminhada rumo a Belém!


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Estas são as 30 principais ideias que expõe o Papa Francisco na Evangelii Gaudium







domingo, 1 de dezembro de 2013

O tempo do Advento nos restitui o horizonte da esperança

As palavras do papa Francisco durante o Angelus


Cidade do Vaticano, 01 de Dezembro de 2013


Eis as palavras pronunciadas pelo Papa Francisco aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro hoje, às 12h00 (hora local), durante a recitação da oração do Angelus.

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Iniciamos hoje, Primeiro Domingo do Advento, um novo ano litúrgico, isso é, um novo caminho do Povo de Deus com Jesus Cristo, o nosso Pastor, que nos guia na história para o cumprimento do Reino de Deus. Por isto, este dia tem um encanto especial, nos faz experimentar um sentimento profundo do sentido da história. Redescobrimos a beleza de estar todos em caminho: a Igreja, com a sua vocação e missão, e toda a humanidade, os povos, as culturas, todos em caminho pelos caminhos do tempo.

Mas em caminho para onde? Há uma meta comum? E qual é esta meta? O Senhor nos responde através do profeta Isaías, e diz assim: “No fim dos tempos acontecerá/ que o monte da casa do Senhor/ estará colocado à frente das montanhas/ e dominará as colinas./ Para aí correrão todas as gentes,/ e os povos virão em multidão:/ “Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor,/ à casa do Deus de Jacó:/ ele nos ensinará seus caminhos,/ e nós trilharemos as suas veredas”” (2, 2-3). Isto é aquilo que nos diz Isaías sobre a meta para onde vamos. É uma peregrinação universal para uma meta comum, que no Antigo Testamento é Jerusalém, onde surge o templo do Senhor, porque dali, de Jerusalém, veio a revelação da face de Deus e da sua lei. A revelação encontrou em Jesus Cristo o seu cumprimento, e o “templo do Senhor” tornou-se Ele mesmo, o Verbo feito carne: é Ele o guia e junto à meta da nossa peregrinação, da peregrinação de todo o Povo de Deus; e à sua luz também outros povos possam caminhar rumo ao Reino da justiça, rumo ao Reino da paz. Diz ainda o profeta: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra” (2, 4). Permito-me repetir isto que nos diz o Profeta, escutem bem: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra”. Mas quando acontecerá isto? Que belo dia será, no qual as armas serão desmontadas, para se transformar em instrumentos de trabalho! Que belo dia será aquele! Que belo dia será aquele! E isto é possível! Apostemos na esperança, na esperança da paz, e será possível!

Este caminho não está nunca concluído. Como na vida de cada um de nós, há sempre necessidade de começar de novo, de levantar-se, de reencontrar o sentido da meta da própria existência, assim, para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte comum rumo ao qual somos encaminhados. O horizonte da esperança! Este é o horizonte para fazer um bom caminho. O tempo do Advento, que hoje começamos de novo, nos restitui o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude porque é fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não desilude, simplesmente porque o Senhor não desilude nunca! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos esta beleza.

O modelo desta atitude espiritual, deste modo de ser e de caminhar na vida é a Virgem Maria. Uma simples moça do campo, que leva no coração toda a esperança de Deus! Em seu ventre, a esperança de Deus tomou carne, fez-se homem, fez-se história: Jesus Cristo. O seu Magnificat é o cântico do Povo de Deus em caminho, e de todos os homens e mulheres que esperam em Deus, no poder da sua misericórdia. Deixemo-nos guiar por ela, que é mãe, é mãe e sabe como guiar-nos. Deixemo-nos guiar por ela neste tempo de espera e de vigilância activa.


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