A mensagem que o Papa Francisco escreveu
para o Dia Mundial dos Pobres, este ano sob o título «Estende a tua mão ao
pobre», é um texto onde nos devemos demorar. Simples, direto e muito
interpelador, como o Papa nos tem habituado e nos quer convidar a direcionar
o nosso olhar desde 2017, especialmente ao criar esta jornada. Eis, apenas, algumas
frases: “Nestes meses, em que
o mundo inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte, desconforto
e perplexidade, pudemos ver tantas mãos estendidas! A mão estendida do médico
que se preocupa de cada paciente, procurando encontrar o remédio certo. A mão
estendida da enfermeira e do enfermeiro que permanece, muito para além dos
seus horários de trabalho, a cuidar dos doentes. A mão estendida de quem
trabalha na administração e providencia os meios para salvar o maior número
possível de vidas. A mão estendida do farmacêutico exposto a inúmeros pedidos
num arriscado contacto com as pessoas. A mão estendida do sacerdote que, com
o coração partido, continua a abençoar. A mão estendida do voluntário que
socorre quem mora na rua e a quantos, embora possuindo um teto, não têm nada
para comer. A mão estendida de homens e mulheres que trabalham para prestar
serviços essenciais e segurança. E poderíamos enumerar ainda outras mãos
estendidas, até compor uma ladainha de obras de bem. Todas estas mãos
desafiaram o contágio e o medo, a fim de dar apoio e consolação”. “Não se pode sufocar
a força da graça de Deus pela tendência narcisista de se colocar sempre a si
mesmo no primeiro lugar”. “Existem mãos
estendidas para premir rapidamente o teclado de um computador e deslocar
somas de dinheiro duma parte do mundo para outra, decretando a riqueza de
restritas oligarquias e a miséria de multidões ou a falência de nações
inteiras. Há mãos estendidas a acumular dinheiro com a venda de armas que
outras mãos, incluindo mãos de crianças, utilizarão para semear morte e
pobreza. Existem mãos estendidas que, na sombra, trocam doses de morte para
se enriquecer e viver no luxo e num efémero desregramento. Existem mãos
estendidas que às escondidas trocam favores ilegais para um lucro fácil e
corrupto. E há também mãos estendidas que, numa hipócrita respeitabilidade,
estabelecem leis que eles mesmos não observam”. “Não poderemos ser
felizes enquanto estas mãos que semeiam morte não forem transformadas em
instrumentos de justiça e paz para o mundo inteiro. Não podemos sentir-nos
tranquilos, quando um membro da família humana é relegado para a retaguarda,
reduzindo-se a uma sombra. O clamor silencioso de tantos pobres deve
encontrar o povo de Deus na vanguarda, sempre e em toda parte, para lhes dar
voz, defendê-los e solidarizar-se com eles face a tanta hipocrisia e tantas
promessas não cumpridas, e para os convidar a participar na vida da
comunidade”. É um texto que convido
a ler,
a rezar, se assim o entenderem. O dia de ontem foi
ainda marcado pela peregrinação internacional aniversaria de junho, com os
peregrinos no recinto do santuário a trazerem o calor, a vida e o afecto de
regresso às grandes celebrações em Fátima, assim agradeceu
D. António Marto. D. Américo Aguiar convidou os peregrinos a
uma “gramática
de hospitalidade”, afirmando que todos somos responsáveis “saúde, o
bem-estar, a alegria e a salvação dos outros”. um regresso emotivo,
o bispo auxiliar de Lisboa recordou “autoridades do Estado, autarcas,
profissionais de saúde, dos lares, IPSS e Misericórdias, famílias e
cuidadores informais”, pessoas que “na linha da frente e de forma anónima”
cuidam dos irmãos, e também os “concidadãos que faleceram”: “1505 nossos
concidadãos que partiram no contexto desta pandemia e os sacerdotes que hoje
estão na casa do Pai”. Mas as suas palavras
serviram também para pedir uma “solidariedade europeia” não seja “uma
urgência pandémica” mas possa resultar da “identidade” do projeto europeu. “Que a ajuda entre
povos e países europeus não resulte do medo provocado por um vírus, mas seja
um ímpeto do humanismo e da matriz cristã que caracteriza o velho continente.
Só com essa determinação asseguramos o nosso futuro e o das gerações
vindouras, feito cada vez mais do encontro entre povos, culturas e
religiões”, indicou. Hoje temos mais para
si no portal de notícias da Agência Ecclesia. Encontramo-nos lá? Tenha um excelente
dia e continue a cuidar de si, cuidando do outros! |
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