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terça-feira, 30 de junho de 2020

Os santos populares e a memória dos Santos

Bom dia a si que nos acompanha neste dia final de junho.

Depois do fim do ciclo dos Santos populares, no dia de São Pedro (e São Paulo, de que ninguém se costuma lembrar fora do calendário litúrgico), hoje temos o dever da memória com os primeiros santos cristãos: na perseguição desencadeada pelo imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma no ano 64, muitos foram martirizados com terrível violência. Na Praça de São Pedro, o Papa prestou homenagem a estes mártires e falou num “local de execuções” que, pelo testemunho de fé de tantos, a começar pelo próprio apóstolo, se transformou num “belo local de esperança”.

Sangue é derramado, ainda hoje, no norte de Moçambique, ameaçado pelo avanço dos jihadistas. Mas na Ecclesia também há boas notícias: a Diocese de Beja celebrou a ordenação de um novo sacerdote, depois de cinco anos; a CIRP escolheu como sua presidente a irmã Graça Guedes

 

As conversas online que nos acompanharam nas últimas semanas chegam hoje ao fim; na RTP2 (15h00) conversamos com o padre Manuel Barbosa sobre a recente Assembleia Geral da CEP e, na Antena 1 da rádio pública, abordamos o ‘Ano Laudato Si’, para promover a ecologia integral proposta pelo Papa Francisco.

Despeço-me com votos de boas notícias, sempre.

Octávio Carmo

 

 


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segunda-feira, 29 de junho de 2020

Beja: D. João Marcos ordena novo sacerdote, em «momento alto» das celebrações do 250.º aniversário da restauração da diocese (c/vídeo)

Bispo diocesano sublinha sinal de esperança, com primeira ordenação sacerdotal em cinco anos


Beja, 29 jun 2020 (Ecclesia) – O bispo de Beja presidiu este domingo à ordenação sacerdotal de Francisco Molho, a primeira na comunidade alentejana em cinco anos, falando num sinal de esperança no contexto do 250.º aniversário da restauração da Diocese.

“Foi o momento alto destas celebrações”, disse hoje D. João Marcos à Agência ECCLESIA.

A ordenação foi celebrada na Catedral de Beja, onde o responsável católico afirmou que “sem amor a Cristo, a vida de um padre é uma vida vazia” e perdem sentido “o celibato, a pobreza, a obediência”, transformados em ideias “certamente belos, mas irrealizáveis”

A homilia partiu do diálogo de Jesus com o apóstolo Pedro, no qual lhe deixa um convite – “segue-me” -, com um caráter “particularmente vivo e forte” para o novo sacerdote.

O bispo de Beja referiu que o ministério apostólico não é uma “carreira”, mas resposta a vocação, ao “chamamento do Senhor”

“Antes, fomos eleitos pelo Senhor”, insistiu.

Francisco, podes ver por trás das mãos daqueles que te acompanharam até ao dia de hoje as mãos do próprio Senhor”.

D. João Marcos deixou várias recomendações ao novo sacerdote, sublinhando que ser discípulo do Senhor é “ir atrás dele”, fazer “a vontade do Pai” e não a própria.

“Cuida das coisas do Senhor e Ele cuidará das tuas”, referiu.

Num olhar sobre a diocese, o bispo de Beja convidou a uma Igreja “missionária, em saída”, com padres capazes de “abrir as portas” e de “despertar e pôr a caminho” os “paralíticos espirituais”, que não assumem a vida cristã.

No final da Missa, D. João Marcos agradeceu aos presentes por uma “bela celebração” e deixou uma palavra especial aos familiares do padre Francisco Molho.

“O Senhor vos abençoará, o Senhor já vos abençoa com esta oferta”.

O novo sacerdote dirigiu-se à assembleia, falando no “dia mais feliz” da sua vida, com vários agradecimentos e assumindo o desejo de poder chegar, com o seu ministério, a “tantos homens e mulheres sedentos de Deus”.

Para o próximo Ano Pastoral, o padre Francisco Molho é nomeado pároco de Melides e Carvalhal (Vicariato), vigário paroquial de Grândola, Azinheira de Barros, Santa Margarida da Serra e assistente diocesano do CNE-Escutismo Católico Português, mantendo as atuais funções de capelão do Estabelecimento Prisional do Pinheiro da Cruz e coordenador do Departamento Diocesano de Pastoral Juvenil.

As celebrações dos 250 anos da restauração da Diocese de Beja prosseguem a 10 julho, com a celebração da Missa Crismal, que reúne o bispo e o clero, e a 12 julho, com uma cerimónia solene aberta à participação da comunidade.

A diocese alentejana foi restaurada a 10 de julho de 1770, através da bla ‘Agrum Universalis Ecclesiae’, do Papa Clemente XIV.

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Era covid

Olá bom dia! Quem não tem um momento, um facto ou acontecimento que terá o selo covid-19? A expectativa é que o vírus atinja cada vez menos mulheres e homens e rapidamente chegue uma vacina ou um tratamento... Até lá, todos temos um ou mais momentos covid-19: um aniversário, o fim de uma ano letivo, um exame, um passeio...  Este domingo, terão sido os primeiros padres ordenados em contexto de pandemia. Aconteceu em Lisboa, também em Beja e, em Braga, foram diáconos. Seguindo as orientações da CEP.

“Sem alarmismo e também sem distração havemos de vencer esta crise”
(D. Manuel Clemente)

Este domingo, em Angra, Bragança-Miranda e Lisboa prestou-se homenagem aos falecidos nestes meses de pandemia, sem que os seus familiares pudessem participar nas celebrações fúnebres.

D. Rui Valério, bispo da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança presidiu à Missa do Dia da Força Aérea, na qual destacou o papel dos militares no combate à pandemia de Covid-19 e no apoio à população.

No Vaticano, o Papa Francisco alertou para a “gravíssima” crise humana que afeta o Iémen, onde milhões de crianças estão em risco de fome, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Esta segunda-feira, as atenções do programa Ecclesia que é emitido na RTP2, pelas 15h00, voltam-se para a liberdade religiosa em todo o mundo, com a presença de Catarina Martins, da Fundação AIS; na Antena 1, às 22h45, iniciamos uma semana para falar sobre o Ano "Laudato Si", proposto pelo Papa.

Desejo-lhe uma ótima jornada, com São Pedro, o derradeiro dos santos populares de um mês de junho muito diferene, este ano... Mais um momento covid!

Paulo Rocha

 

 


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domingo, 28 de junho de 2020

Domingo a sonhar com novos destinos

Olá!

Em tempo de pandemia os dias parecem quase iguais mas eis que nos chega o dia de domingo. Para quem pode o convite é participar das celebrações comunitárias, com os devidos cuidados.

E o fim do mês de junho traz-nos o horizonte das férias, este ano também com limitações geográficas e muitos cuidados, mas podendo sonhar com novos destinos.

Vale a pena ler a nota que a Obra Nacional da Pastoral do Turismo escreveu apontando redescobertas de locais, espaços de natureza e diferente beleza, bem como várias propostas pastorais que podem ser uma mais valia em tempo de descanso. 

E, se para alguns o tempo pode já ser de descanso para os professores ainda são dias de trabalho, com exames e reuniões de final de ano letivo. A ECCLESIA falou com dois professores de diferentes geografias, mas com as mesmas preocupações e sentimentos: um «sabor amargo» e «ciclos por fechar», para ler aqui.

O portal de notícias ECCLESIA tem lá estas e outras notícias em atualização permanente. Por ser domingo o programa 70x7 chega à RTP 2, pelas 17h56, hoje com a perspetiva de "ressurgir".

 

Desejo-lhe um bom domingo e uma vida feliz!

Sónia Neves

 

 


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sábado, 27 de junho de 2020

vocação




“O Senhor escolhe-nos, mas não nos impõe”. As palavras são do diácono Francisco Molho, um jovem de Moura que, aos 25 anos, vai ser ordenado padre na Sé de Beja, no próximo domingo, dia 28. A primeira vez que viu uma missa já tinha sete anos e ficou fascinado. Depois, passou a assistir às celebrações de forma assídua, fez parte do grupo de acólitos e cantou salmos. A vocação começou provavelmente logo ali, e ao longo do tempo entendeu que fazia “cada vez mais sentido entregar a vida a Deus e ao serviço da Igreja”.

Só aos sete anos de idade é que Francisco Molho entrou, pela primeira vez, numa igreja. “Fiquei fascinado”. Este fim de semana vai ser ordenado padre na Sé de Beja

Cada exercício espiritual dura uma hora e são cinco por dia. Durante oito dias. Esta é a matéria dos retiros de preparação, neste caso para a ordenação presbiteral. A experiência proposta por Santo Inácio de Loyola, para facilitar o encontro com Deus, pode passar pela leitura de textos bíblicos para a reflexão de um tema, ou para a contemplação de uma passagem da vida de Jesus. “O importante é encontrarmo-nos com o Senhor e não há uma forma de o fazer. Cada um, de acordo com a sua própria personalidade, cultura e maneira de estar no mundo é que vai percebendo o que o ajuda mais nesse percurso”, observa o diácono Francisco Molho, que acaba de regressar dos seus sextos exercícios espirituais.

Os primeiros aconteceram no terceiro ano de seminário, no final dos seis anos de curso somava quatro. Antes deste último, fez o de preparação para a ordenação diaconal. O jovem de 25 anos, que será ordenado padre no próximo domingo, dia 28 de junho, na Sé de Beja, diz que estes períodos de isolamento temporário para efeitos de oração e reflexão “são especiais e singulares”.

Este último veio chamar-lhe “mais a atenção para a necessidade de encontrar Deus no presente, na simplicidade da vida, despertando a capacidade para o reconhecer nas coisas simples do dia a dia, na minha vida, na vida dos outros, e nas situações que vivemos”. Na prática, entre outras coisas, pode trata-se de dar sentidos às palavras: “Tentar entender se o que uma pessoa me está a dizer pode ser aquilo que Deus me quer transmitir naquele momento, e o faz através dela. Ou perceber que uma pessoa precisa de uma palavra de ânimo, porque está numa situação difícil, e, então, eu possa ser a voz de Deus para ela”.

A duas semanas de ser ordenado padre, quando este trabalho para o “Diário do Alentejo” começa a ser preparado, garante que não está nervoso nem tem dúvidas de que esse é o seu caminho. Está confiante. “Sinto que fui escolhido mas, claro, depois também há uma decisão livre da minha parte que decidiu responder. O Senhor escolhe-nos mas não nos impõe”.

Explica que a vocação pela vida eclesiástica, no fundo, “foi um desejo que foi crescendo e amadurecendo” dentro dele. Depois, há um dia em que se exterioriza. No caso foi ao comunicar a decisão de entrar no Seminário, ao terminar o 12º ano do ensino secundário. Tinha 18 anos. “A vocação já vinha de trás, e cada vez fazia mais sentido a ideia de poder entregar a minha vida a Deus, e ao serviço da Igreja.”

A DESCOBERTA DA VOCAÇÃO A primeira vez que entrou numa igreja Francisco Molho nasceu em Moura, onde cresceu. Em criança não jogava à bola, gostava de andar de bicicleta, e de brincar na rua com os amigos, entre outras coisas, aos polícias e ladrões – foi umas vezes uma coisa, outras vezes outra.

Até aos sete anos, sensivelmente, não teve contacto com a Igreja, nunca tinha assistido ou sequer visto uma missa, pois nascera no seio de uma família não praticante. É por esta altura que entra na Associação de Escoteiros de Portugal (AEP) e tudo muda. Conta que nas reuniões de sábados à tarde havia uma rapariga das mais velhas que saía sempre mais cedo do que ele, e um dia, por curiosidade, decidiu segui-la, descobrindo que ia para a missa. “A primeira imagem forte que tenho é de ir atrás dela e ela entrar na igreja, que estava cheia de gente jovem, ainda por cima era a missa das crianças da catequese. Não sei explicar muito bem, sei que fiquei fascinado”.

Passou a ir à eucaristia todos os sábados e domingos, mais tarde todos os dias. A comunidade acolheu-o muito bem, integraram-no e, aos poucos, começou a fazer parte do grupo de acólitos, a cantar os salmos. Mais tarde entrou para o grupo de
jovens que, entre outras coisas, animava a celebração da missa com a música.

Francisco Molho não tinha ido para o primeiro ano da catequese porque a mãe tinha considerado mais prudente não o inscrever. O irmão, que é mais velho (atualmente é casado e pai de filhos) tinha frequentado a catequese e depois desistido, e a mãe, que achava que se os filhos se metiam nas coisas era para as levar até ao fim, “não quis correr riscos também com o mais novo”.

No dia que comunicou à família que queria seguir a vida eclesiástica, provavelmente não surpreendeu os pais e o irmão “Eles viam que eu estava bastante ligado à Igreja e, portanto, que isso podia vir a ser uma possibilidade”. Mas, naturalmente, a notícia provocou um certo impacto. “Os meus pais aceitaram, embora não compreendendo totalmente tudo o que estava por trás da minha decisão. Sempre me disseram que aquilo que me fizesse feliz era o que os faria felizes a eles”, comenta, acrescentando que o apoiaram sempre, foram levá-lo ao seminário, e nunca tentaram dissuadi-lo.

A escolha de Francisco também não surpreendeu os amigos, grande parte também ligada à Igreja. Todos ficaram contentes por ele, o que não evitou que alguns, por brincadeira, dissessem que não acreditavam que ele chegasse a ser padre. Está quase lá!

FAZER A DIFERENÇA A formação no seminário, que dura seis anos, é exigente e completa. A nível académico é muito vasta, com disciplinas como filosofia, teologia, sociologia e psicologia. “Depois, o facto de vivermos ali 24 sobre 24 horas, a rezar, a comer e a ir à escola com as mesmas pessoas, dá-nos uma grande estrutura humana. Pois somos todos diferentes, cada um com o seu feitio, e, portanto, para vivermos em comunidade, é preciso ir aprendendo a tolerar muita coisa, a aceitar que as pessoas são diferentes de nós e a gostar delas por o que são”, observa.

A partir do quinto ano de formação no seminário de Évora, Francisco passa a vir aos fins de semana para a sua diocese, a de Beja, e colabora nas paróquias da cidade. Agora está na paróquia de Grândola, de Melides e do Carvalhal. É ainda assistente espiritual no Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz e responsável do Departamento Diocesano Pastoral Juvenil de Beja. Depois da ordenação presbiteral no final deste mês, à partida vai manter estas mesmas funções, nas mesmas comunidades, pelo menos até setembro. Por estes dias, irá também apresentar a sua tese de mestrado na Universidade Católica, em Lisboa.

À pergunta se durante os anos de formação nunca vacilou ou quis desistir dos planos de seguir a vida eclesiástica, a resposta surge direta, entre sorrisos: “Nunca fiz as malas para vir embora, mas a dada altura questionamo-nos se esse é mesmo o caminho que queremos percorrer. Acho que isso é perfeitamente normal, e até seria mau se não acontecesse.” Reafirma que foi conseguindo responder a todas as perguntas e integrá-las na sua vida. O que fará de diferente
quando for padre, ainda não sabe. “Depende das paróquias e dos serviços que me forem confiados, e o que for possível fazer em cada sítio. Muitas vezes não basta querer, é preciso que haja condições para fazer”.

Gostaria de marcar a diferença não para “sobressair ou exaltar-se”, como diz, mas para deixar marcas positivas na vida das pessoas e no mundo. “Todo o ser humano tem sonhos nesse sentido e, aí, eu não serei diferente certamente. Agora em que é que isso se concretiza, ainda não sei”.

OPÇÃO PELO CELIBATO Antes de ser ordenado diácono, Francisco Molho assinou a declaração em que diz que é de sua livre vontade que vai ser celibatário. O preceito da igreja católica, que de vez em quando está na ordem do dia e acende discussões na sociedade civil entre os que estão a favor e contra, é explicado de forma simples, depois de esclarecer que há padres católicos casados. “A igreja católica é composta por 24 ritos. O latino, que é o nosso e o mais numeroso, é dos que inclui esta obrigação”.

“O que nós entendemos pelo celibato é não casar, resumidamente. Ora a privação, pela privação em si, não tem sentido nenhum, não significa nada. Aqui o que faz sentido é a finalidade pela qual nos privamos. Nós usamos muitas vezes a expressão teológica do celibato por amor do ‘reino dos Céus’, mas a ideia no fundo é esta: é pelo amor que temos a Deus e às pessoas, que não nos casamos”

E quando morrermos, vamos todos para o céu? “Isso não sei responder, só Deus saberá. Nós acreditamos que Ele, com a sua infinita misericórdia quer, de certeza absoluta, levar-nos para o céu, quer salvar-nos, mas também respeita a nossa liberdade. Nem seria de esperar outra coisa! Que Deus seria esse se, contra a vontade das pessoas, as obrigasse a viver a eternidade junto dele?”, interroga. 

Mas há outras questões associadas ao celibato. Explica que uma delas “é a configuração com Cristo, que também não casou” e, portanto, “tornamo-nos mais semelhante a ele em muitas coisas e também nesta”. A outra diz respeito à “disponibilidade não só de tempo, mas sobretudo afetiva e psicológica”, que permite. Especifica: “Quando amamos alguém de forma especial, todas as outras, necessariamente, passam para segundo e terceiro planos, para darmos prioridade aquela que, digamos assim, nos enche o coração. O facto de abdicarmos desse amor permite-nos estar mais disponíveis para amar a todos por igual, para que toda a gente tenha a mesma preferência no nosso coração”.

“O facto de vivermos ali 24 sobre 24 horas, a rezar, a comer e a ir à escola com as mesmas pessoas, dá-nos uma grande estrutura humana. Pois somos todos diferentes, cada um com o seu feitio, e, portanto, para vivermos em comunidade, é preciso ir aprendendo a tolerar muita coisa, a aceitar que as pessoas são diferentes de nós e a gostar delas por o que são”.

20 ORDENAÇÕES NOS ÚLTIMOS ANOS

Segundo dados cedidos pela Diocese de Beja, entre 2000 e 2015, foram ordenados 20 padres nesta diocese, sendo que o maior número aconteceu em 2015, com seis ordenações presbiterais. Dos 20, nove são do Alentejo: três de Moura; dois de Alvalade-Sado; um de Safara; um de Sines; um de Cuba e um de Grândola. De acordo com a mesma fonte, nos últimos dezanove anos, foram ordenados dez diáconos permanentes que, como o próprio nome indica, vão sê-lo pela vida fora. Ou seja, não seguem para o sacerdócio. Uma vez que isto acontece, podem contrair matrimónio se, à data da ordenação, já for este o seu estado civil. Neste caso, a mulher tem que concordar – sem este consentimento, não há ordenação. Mas, se enviuvarem, já não poderão voltar a casar.

O SACERDÓCIO É UMA VOCAÇÃO

Francisco Molho diz que “o sacerdócio é uma vocação, algo que estrutura a vida”. Não tem dias nem horas para expressar-se, não funciona com base num horário ou contratos. “Neste momento sou diácono desde que me deito até que me levanto, e inclusive enquanto estou a dormir”. Diz que isso implica um estilo de vida. “Não se trata de fazer coisas, mas de ser, essencialmente em ser. É claro que também fazemos coisas, trabalhamos [enquanto homens da Igreja], e alguns têm também outras profissões”. Há padres médicos, outros são professores. Francisco Molho é também professor de religião e moral numa escola, lecionando uma hora semanal.


TEXTO JÚLIA SERRÃO
in Diário do Alentejo, 26 de Junho de 2020



""In principio omnes," Hildegard von Bingen. Júlia Coelho (voice and crystal singing bowl)"





«Vem e vê, a alegria de ser EMRC»

Bom dia e paz e bem!!

Terminou o atípico ano letivo 2019/2020 e as incertezas quanto ao novo ano escolar em setembro é uma das marcas deste final que teve festa e alegria. Como explicou Liliana Ventura, professora de Educação Moral e Religiosa Católica e mãe de dois filhos, à Agência ECCLESIA.

«Vem e vê, a alegria de ser EMRC», é o mote que é um convite, um desafio e um incentivo para as matrículas que também vão começar nos próximos dias.

O bispo de Aveiro convidou todos os estudantes das escolas na diocese a inscreverem-se em Educação Moral e Religiosa Católica no próximo ano letivo 2020/2021.

“Os que estão matriculados continuem, os que não estavam não tenham medo, sejam corajosos; Esta disciplina vale pena e ajuda-vos também a crescer como seres humanos, seres em serviço, e seres em amor aos outros para construirmos um mundo melhor”, disse D. António Moiteiro.

No caso do bispo de Portalegre-Castelo Branco o convite foi dirigido aos pais. D. Antonino Dias explicou que a disciplina de EMRC é “um apoio às famílias na educação dos filhos para a vida em sociedade, para a cidadania e para a vida com sentido e valores”.

“Também é um testemunho de fé no meio escolar e da presença da Igreja no espaço que lhes é oferecido”

 

O religioso franciscano Hermínio Araújo, que há vários anos acompanha doentes nos cuidados paliativos, afirmou que o debate sobre a legalização da eutanásia em Portugal, num contexto de pandemia, revela “falta de seriedade”.

“Há evidência científica até à exaustão para perceber que a espiritualidade é uma mais-valia e o sofrimento existencial pode ser acompanhado. Introduzir o debate da eutanásia neste contexto é falta de seriedade”, explicou na entrevista semanal conjunta Renascença/Ecclesia que é publicada e emitida à sexta-feira.

O arcebispo de Évora também alertou para a agenda política da eutanásia numa nota onde afirma que 2020 “mergulhou numa espiral temática em torno da Covid-19” e apela à “vigilância” para conter os contágios do vírus que “não dá tréguas”.

“O país que lutou incansavelmente por salvar a todo o custo as vidas humanas assiste agora à insensata agenda política de alguns que cismam em ser profetas da morte pela eutanásia” - D. Francisco Senra Coelho

 

O Conselho de Ministros aprovou dia 25 de junho a resolução que dá continuidade ao processo de desconfinamento declarando a situação de alerta, contingência e calamidade.

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) informa que continuam a poder ser realizadas as celebrações comunitárias das Missas na Área Metropolitana de Lisboa, seguindo as suas orientações de 8 de maio e as da DGS publicadas no seguinte dia 29.

Votos de um bom sábado e excelente domingo.
Cumprimentos,
Carlos Borges

 

Todas as notícias sobre o novo diretório numa nova página (hiperligação na imagem)

 

 


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sexta-feira, 26 de junho de 2020

A catequese do século XXI

As linhas orientadoras foram ontem divulgadas com a publicação pelo Vaticano, do novo Diretório para a Catequese. O terceiro documento do género em 50 anos, sublinha o impacto das novas tecnologias e da globalização na transmissão da fé. As recomendações apontam para uma transmissão da fé menos unidirecional e a apostar mais na dimensão evangelizadora. O Vaticano incentiva o recurso aos meios digitais afirmando que: “Estas propostas, serão cada vez mais digitais, exigindo “formas inéditas de evangelização” que levem a “ações pastorais globais, tal como é global a cultura digital”. A Agência Ecclesia já olhou o documento e elenca as suas linhas essenciais.


Esta noite arranca um Curso Alpha totalmente online. “Que todas as pessoas possam ter a oportunidade de fazer as grandes questões de vida, num ambiente sem julgamentos ou pressões” é a definição desta abordagem, como realça a nota enviada à Agência ECCLESIA. O Curso Alpha nasceu em 1977 na Holy Trinity Brompton, uma igreja anglicana no centro de Londres e, atualmente, “acontece em 169 países, com mais de 100 idiomas e 30 milhões de participantes”.

 

 

Mais logo, há «Diálogos com António 2020».  Com o tema tema «Europa, para onde vais?» Graça Franco, Gonçalo Cadilhe, Paulo Rangel, Carlos Fiolhais e Américo Pereira são os oradores desta iniciativa que foi interrompida devido à Covid-19 mas que recomeçou no passado dia 13. A iniciativa tem transmissão em direto, nas redes sociais e projeção ao vivo no adro da Igreja de Santo António dos Olivais (lugares limitados a 140) daquela cidade, lê-se num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

 


Pelas 15h00 na RTP2 o programa Ecclesia traz o comentário à liturgia do próximo domingo, e mais logo, pelas 22h45 a sua edição rádio pode ser sintonizada na Antena1.

 

Tenha um grande dia

 

Henrique Matos

 

 


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