Páginas

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Crise de autoridade?

O aumento de violência generalizada a que temos vindo a assistir e, particularmente, a violência escolar reflete, sem dúvida, a crise de autoridade na Família, pelo facto de muitos pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para a Escola, para os Professores.

Mas as crianças e os jovens precisam de encontrar em casa, desde muito cedo, a figura da autoridade, sem autoritarismo, que é um elemento fundamental para o seu crescimento.

Em muitos casos, as famílias já não são o que eram antes! Muitos pais esqueceram que foram, são e serão os primeiros educadores dos seus filhos e os principais responsáveis pela sua educação; têm vindo a demitir-se dos deveres específicos da sua missão, com consequências nefastas na vida dos filhos a curto, médio e longo prazo…

Ao contrário, na educação das crianças e adolescentes, uma correta escala de valores morais, de valores cristãos, converte os filhos em rapazes e raparigas com personalidade, e é o melhor antídoto contra as loucuras da adolescência.

É muito importante que todos nos demos conta de que os filhos precisam de uma orientação moral clara na infância e adolescência, uma orientação sobre os valores pelos quais deverão reger a sua vida.

A experiência leva-nos a reconhecer que a maior parte dos adolescentes tem demonstrado o desejo de crescer e proceder corretamente, mas necessitam de exemplos e explicações convincentes, oportunas e seguras. E ainda que se mostrem renitentes em admiti-lo, as crianças e os jovens reclamam uma orientação clara, e um suporte seguro…

É sabido que a educação proporciona a cada ser humano o conhecimento de si mesmo, a consciência da necessidade dos outros para a sua própria realização, a abertura às dimensões espiritual e transcendente da vida, e o empenho crescente no seu próprio desenvolvimento e na construção da sociedade em que está inserido. A educação é um contributo imprescindível para o desenvolvimento integral da pessoa humana.

Ainda recentemente, o Papa Emérito Bento XVI, atento às necessidades do nosso tempo, sublinhava que a educação é uma grande “emergência” no mundo atual. Por isso, as dificuldades que os educadores sentem para enfrentar os novos desafios não podem conduzir ao desânimo e ao enfraquecimento do seu empenho.

Estamos convencidos de que os obstáculos e insucessos com que os educadores se defrontam podem e devem ser superados. O compromisso de cada educador é a via prioritária para o fazer, cabendo à sociedade em geral e, particularmente ao Estado, a responsabilidade de não dificultar mas antes incrementar as medidas corretas necessárias, que viabilizem e promovam uma educação integral, como um serviço a cada homem integrado numa sociedade que se quer renovada, nos quais estão diretamente envolvidos a Família, a Escola, a Paróquia e todos aqueles que nos sentimos responsabilizados na nobre e urgente tarefa de educar.

Os meios de comunicação social vêm tendo há várias décadas, um papel determinante na propagação de meios de entretenimento altamente viciados e viciosos, que afetam crianças, jovens e adultos, deformando-os na sua consciência no que toca aos princípios e valores humanos mais elementares de uma sociedade…Saltam à vista a violência, a pornografia, sem limites, os costumes degradados e degradantes, veiculados pelas telenovelas, filmes, publicidade, etc., além da baixa qualidade dos enredos e da mediocridade cultural de muitos textos utilizados…Basta observar um pouco, para concluir tratar-se de programas que atentam contra a dignidade da Pessoa Humana, da Família e da Educação!

Por outro lado, os Professores, têm necessidade do apoio e reconhecimento das Famílias e do Estado. Consideram que o prestígio e o reconhecimento social da profissão docente têm piorado em Portugal, nos últimos anos, de forma evidente…

Os testemunhos de professores atingidos têm tido ampla divulgação. Especialistas destas matérias, costumam assinalar como fatores influentes a desintegração familiar e outros fenómenos de origem social. Mas geralmente coincidem em considerar como causa principal determinadas medidas educativas que, pelas teorias pedagógicas que lhes serviram de inspiração, têm favorecido o relaxamento da exigência académica, retirando aos professores e conselhos pedagógicos das escolas, alguma autoridade para combater eficazmente, a indisciplina no ambiente escolar…

Maria Helena Marques



Sem comentários:

Enviar um comentário