O aumento de violência generalizada a que temos vindo a assistir e,
particularmente, a violência escolar reflete, sem dúvida, a crise de autoridade
na Família, pelo facto de muitos pais renunciarem a impor disciplina aos
filhos, remetendo essa responsabilidade para a Escola, para os Professores.
Mas
as crianças e os jovens precisam de encontrar em casa, desde muito cedo, a
figura da autoridade, sem autoritarismo, que é um elemento fundamental para o
seu crescimento.
Em
muitos casos, as famílias já não são o que eram antes! Muitos pais esqueceram
que foram, são e serão os primeiros educadores dos seus filhos e os principais
responsáveis pela sua educação; têm vindo a demitir-se dos deveres específicos
da sua missão, com consequências nefastas na vida dos filhos a curto, médio e
longo prazo…
Ao
contrário, na educação das crianças e adolescentes, uma correta escala de
valores morais, de valores cristãos, converte os filhos em rapazes e raparigas
com personalidade, e é o melhor antídoto contra as loucuras da adolescência.
É
muito importante que todos nos demos conta de que os filhos precisam de uma
orientação moral clara na infância e adolescência, uma orientação sobre os
valores pelos quais deverão reger a sua vida.
A
experiência leva-nos a reconhecer que a maior parte dos adolescentes tem
demonstrado o desejo de crescer e proceder corretamente, mas necessitam de exemplos e explicações convincentes, oportunas e
seguras. E ainda que se mostrem renitentes em admiti-lo, as crianças e os
jovens reclamam uma orientação clara, e um suporte seguro…
É sabido
que a educação proporciona a cada ser humano o conhecimento de si mesmo, a
consciência da necessidade dos outros para a sua própria realização, a abertura
às dimensões espiritual e transcendente da vida, e o empenho crescente no seu
próprio desenvolvimento e na construção da sociedade em que está inserido. A
educação é um contributo imprescindível para o desenvolvimento integral da
pessoa humana.
Ainda
recentemente, o Papa Emérito Bento XVI, atento às necessidades do nosso tempo, sublinhava
que a educação é uma grande “emergência” no mundo atual. Por isso, as
dificuldades que os educadores sentem para enfrentar os novos desafios não
podem conduzir ao desânimo e ao enfraquecimento do seu empenho.
Estamos
convencidos de que os obstáculos e insucessos com que os educadores se
defrontam podem e devem ser superados. O compromisso de cada educador é a via
prioritária para o fazer, cabendo à sociedade em geral e, particularmente ao
Estado, a responsabilidade de não dificultar mas antes incrementar as medidas
corretas necessárias, que viabilizem e promovam uma educação integral, como um serviço
a cada homem integrado numa sociedade que se quer renovada, nos quais estão
diretamente envolvidos a Família, a Escola, a Paróquia e todos aqueles que nos
sentimos responsabilizados na nobre e urgente tarefa de educar.
Os
meios de comunicação social vêm tendo há várias décadas, um papel determinante
na propagação de meios de entretenimento altamente viciados e viciosos, que
afetam crianças, jovens e adultos, deformando-os na sua consciência no que toca
aos princípios e valores humanos mais elementares de uma sociedade…Saltam à vista
a violência, a pornografia, sem limites, os costumes degradados e degradantes,
veiculados pelas telenovelas, filmes, publicidade, etc., além da baixa
qualidade dos enredos e da mediocridade cultural de muitos textos
utilizados…Basta observar um pouco, para concluir tratar-se de programas que
atentam contra a dignidade da Pessoa Humana, da Família e da Educação!
Por
outro lado, os Professores, têm necessidade do apoio e reconhecimento das
Famílias e do Estado. Consideram que o prestígio e o reconhecimento social da
profissão docente têm piorado em Portugal, nos últimos anos, de forma evidente…
Os
testemunhos de professores atingidos têm tido ampla divulgação. Especialistas
destas matérias, costumam assinalar como fatores influentes a desintegração
familiar e outros fenómenos de origem social. Mas geralmente coincidem em
considerar como causa principal determinadas medidas educativas que, pelas
teorias pedagógicas que lhes serviram de inspiração, têm favorecido o
relaxamento da exigência académica, retirando aos professores e conselhos
pedagógicos das escolas, alguma autoridade para combater eficazmente, a indisciplina
no ambiente escolar…
Maria Helena Marques |
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