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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Outubro Especial

A 13 de Outubro de 2017 celebra-se o centenário da última aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos de Fátima. S. Josemaria Escrivá “viu” o Opus Dei a 2 de Outubro de 1928 e veio a ser o primeiro peregrino de Fátima a ser canonizado. Pode ser útil aproveitar estas coincidências para ligar algumas realidades de Fátima com os ensinamentos deste santo do séc. XX.

Uma das ideias que S. Josemaria proclamou foi o chamamento universal à santidade, isto é, de todas as pessoas. Os pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta foram talvez as primeiras crianças a “materializar” esta ideia pois, pela sua tenra idade, não estava previsto que pudessem ser santos. Essa foi a razão que mais dúvidas levantou à Sagrada Congregação para a Causa dos Santos. Mas sim, as crianças e os idosos, os homens e as mulheres, os ricos e os pobres, os solteiros e os casados..., todos têm vocação de santidade.

O matrimónio, afirmava S. Josemaria, é também um verdadeiro caminho de santidade. Além disso, ensinava a aproveitar as circunstâncias da vida em família para as santificar com generosidade e alegria. A generosidade na geração, educação e formação dos filhos começa alguns anos antes do matrimónio com a própria formação dos futuros esposos. A vocação matrimonial já deve ser preparada e vivida antes de se conhecer o futuro cônjuge. Embora solteiro, isso não significa que se esteja solto, pronto a ser apanhado a qualquer momento. Essa mentalidade de solteiro manifesta imaturidade, fraqueza, vício; precisamente as características que tornam a pessoa incapaz de amar, de se responsabilizar pela felicidade do cônjuge e dos cuidados a ter com os seus filhos.

Nossa Senhora revelou às crianças, na Cova da Iria, e ao mundo, que o pecado que levava mais pessoas para o inferno era o pecado da carne. S. Josemaria ensinou-nos a pedir à Virgem Maria a virtude da pureza, rezando-lhe todos os dias três Avé Marias: uma pela própria pureza; outra pela pureza de familiares e amigos; outra pela pureza de todo o mundo. Esta “receita” é fácil de aplicar e serve a solteiros, casados, viúvos, jovens, adultos, idosos, religiosos, leigos... 

O apostolado, outro ponto importante nos ensinamentos de S. Josemaria que, explicava, é uma obrigação de todos os cristãos e não exclusiva de sacerdotes e religiosos, aparece manifestado de modo glorioso nas pessoas dos pastorinhos. No caso dos irmãos Francisco e Jacinta, os dois que morreram ainda crianças e, por isso, sempre foram leigos, o apostolado baseou-se na oração intensa, sacrifícios generosos em número, variedade, paciência e coragem, e ainda pelo bom exemplo, correção fraterna e obediência aos pedidos da Virgem Maria. À Lúcia, porém, Nossa Senhora encomenda-lhe a tarefa de divulgar a “Mensagem de Fátima” que continuou com outras aparições, nomeadamente em Pontevedra. Ali, encarrega-a de dar a conhecer a “Devoção dos Cinco Primeiros Sábados” e a “Devoção ao Imaculado Coração de Maria”. A irmã Lúcia faz apostolado antes e depois de professar; como leiga e, depois, como religiosa porque, como recordou S. Josemaria, o apostolado é algo próprio de todos os batizados. 

Uma forma de apostolado natural dentro do matrimónio é a catequese que os pais ensinam aos filhos. As primeiras orações “pelo papá, a mamã, os manos, avós, primos, amiguinhos...” aprendidas com a mãe e rezadas de manhã e à noite; a bênção da mesa em família com um “Menino Jesus que estás em Belém, abençoa esta mesa e a nós também”; as primeiras confissões e comunhões feitas na companhia e com o exemplo dos pais; o bonito costume de pedir a bênção aos pais, avós, padrinhos e sacerdotes; a invocação ao Anjo da Guarda; as conversas e conselhos com irmãos ou amigos... são, sem quase nos apercebermos disso, verdadeiras formas de apostolado simples e acessíveis, como Nossa Senhora e S. Josemaria nos ensinaram.

Isabel Vasco Costa



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