EAPN
Portugal/ Rede Europeia Anti-Pobreza
Rua
do Jornal Ala Esquerda 20
7800-301
Beja
Tel.
+ 00351 284 325 744 Fax: + 00351 284 325 745
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Hoje, quarta-feira feira (28/10), pelas 21h30, teremos a terceira etapa na "Caminhada até chegar ao Dia Mundial dos Pobres". Como muitos sabem é uma iniciativa conjunta minha e a Paulinas Editora. "A caridade também precisa de organização" será o tema desta etapa. Teremos a alegria de estar connosco o Senhor Cardeal Juan José Omella Omella, Arcebispo de Barcelona a orientar a reflexão. A partir das 20h30 começar-se-á a distribuir o endereço do Youtube onde, aberta a internet, bastará clicar para se ter acesso à 3.ª sessão.
Irá para todas e todos, mesmo os que não possam ou não queiram participar, pois sendo por Youtube não podemos conseguir confirmações. Peço desculpa pelo incómodo.
Se entender interessante este tema, por favor, passe esta mensagem.
Eugénio Fonseca
“Nas notícias europeias dos últimos meses, a pandemia fez sobressair tudo isto: não só a tentação de proceder sozinhos, procurando soluções unilaterais para um problema que ultrapassa as fronteiras dos Estados, mas também, graças ao grande espírito de mediação que carateriza as instituições europeias, o desejo convicto de percorrer o caminho da fraternidade, que é também caminho da solidariedade, pondo em ação criatividade e novas iniciativas”. Redescobrir a fraternidade tem sido também o elo na Santa
Casa da Misericórdia de Bragança. Através do capelão desta casa pudemos perceber
o impacto do surto de Covid-19 na instituição e a forma como utentes e
colaboradores estão a ultrapassar, dia a dia, o que aconteceu. “Já se consegue gerir
a situação dos que estão doentes. Há 15 dias foi exaustivo. Agora vamos tendo
recuperações, vamos gerindo e a situação está estabilizada. Temos a alegria
de acompanhar recuperações e cada recuperação é uma vitória”, disse o padre
José Carlos Martins. Esta tarde se ainda
não conhece, fique a conhecer a pessoa responsável pelo símbolo que vai
correr mundo, o das Jornadas Mundiais da Juventude, 2023. Beatriz Roque
Antunes é a convidada do programa Ecclesia, na rtp2, pelas 15h. À noite, na
Antena 1, já sabe, que o convidamos a viajar até aos quatro cantos do mundo
com histórias de missão. Deixo-lhe ainda a sugestão
de ler o número especial da revista do Centro de Reflexão Cristã que está a
celebrar 45 anos e homenageia, na sua mais recente edição, a economista
Manuela Silva. O número atual abre
com um texto de D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa e conta com textos de
José Leitão, Fernando Gomes da Silva, Guilherme d’Oliveira Martins, Isabel
Allegro de Magalhães, Carlos Farinha Rodrigues, Rita Veiga, Jorge Braga de
Macedo, Maria Luísa Ribeiro Ferreira, Pedro Vaz Patto, Maria Regina Tavares
da Silva, Maria do Rosário Carneiro, Ana Cardoso e Inês Espada Vieira, bem
como com os depoimentos de Jorge Miranda e de José Mattoso. Sem hora marcada pode
encontrar a informação da Igreja católica no portal de notícias da Agencia
Ecclesia, onde encontra sempre notícias para ver, ler e ouvir. Encontramo-nos
lá? Tenha um excelente
dia! |
El tenista español Rafa Nadal ayudando a limpiar las calles como uno más, tras la tragédia de las inundaciones en Mallorca que ha dejado por lo menos 10 muertos y varios desaparecidos.
Un ejemplo a seguir tanto en lo deportivo como en lo humano. pic.twitter.com/oiFjJyxUuU— El Límite Del Bien (@ellimitedelbien) October 10, 2018
Num dos programas desta casa presto apoio como cinegrafista. Nosso editor entrevista as mais variadas personalidades da região e as gravações são realizadas na beira do rio Caí. O acervo, que já vai grande, visto de perto é um mosaico incerto. Visto de longe traduz o rosto da própria comunidade a que servimos, prestando informação e incentivando a formação de consciências.
Dias atrás gravamos o programa num quiosque do cais. Como pano de fundo o rio barrento, alguns pescadores metros abaixo e a mata na margem oposta. Quando chegamos, dois cidadãos ocupavam o espaço. Estavam muito embriagados e um deles logo se foi. O outro queria de qualquer forma colaborar ... Aproximava-se de vez em quando para oferecer seus préstimos: “Qualquer coisa, é nóis na área ... Pode ser na cancha, na arena ou no lombo!”. Pelo linguajar suponho que tenha se calejado nas artes campeiras. Amuado, disse a ele que estávamos gravando. Com hálito de quem se encharcara com aguardente, levou o indicador aos lábios e, nada lúcido mas compreensivo, disparou um “Pxxxx!” e afastou-se.
Aquele pobre pau-d´água desceu as escadas e passou a confabular com alguns que ali estavam a pescar. Não havia Pedro, nem a barca, nem a menor semelhança entre aquelas águas turvas e o lago de Genesaré. Fiquei a imaginar que o desejo daquele infeliz fosse apenas o de seguir bebendo algures e alhures com qualquer um. Sem rumo, sua recuperação está tão próxima quanto o próximo copo. Passados os dias, sigo rindo do que repetiu várias vezes quando voltava a me olhar. Diante de minha cara de poucos amigos repetia, respeitoso, o “Pxxxx!”. Pobrezinho.
Deixemos cair o pano. Segundo ato. Um de meus amigos perdeu a esposa. A perda foi inesperada, o que o deixou mais ou menos como cachorro que caiu da mudança. Conversamos um pouco sobre o transe doloroso. Ainda perdido me disse que há dois absurdos na vida: o nascimento e a morte. Nem pensei em contestar porquanto poucas coisas podem ser tão inócuas quanto as frases tradicionais pronunciadas a título de consolação. Respondi apenas que João Paulo II, santo capaz de orar por horas, afirmou certa feita que a dor é um mistério.
Pedindo a Deus que me libere desta dor, eis que sou mais velho que minha esposa, fiquei a lembrar do tempo em que nos unimos. Entre os impulsos da natureza e o encantamento de ter ao meu lado a mulher que amo, cheguei a pensar que nunca mais dormiria direito. O trabalho, os compromissos e o tempo ajustaram os ponteiros do relógio, que por muito giraram como cata-vento sob intensa brisa. Tais lembranças me ajudam a dimensionar a dor da perda conjugal.
Pensando em ajudar o amigo, busquei a sabedoria de C.S.Lewis, um dos maiores intelectuais do século XX. Nascido em Belfast, ateu convicto a partir dos dezessete anos, tomou parte da 1ª Guerra Mundial nas trincheiras da França. Ferido, orgulhava-se de que, em meio àquele inferno, “nunca descera tão baixo a ponto de orar”. Mais tarde registraria que travou contato com a ilusão do oculto e confessou que, houvesse aparecido a pessoa errada durante sua adolescência, poderia ter virado feiticeiro ou lunático. Ao ingressar em Oxford conheceu espiritualistas e sua fascinação transformou-se em repulsa. Passado dos trinta, Lewis converteu-se ao cristianismo.
Mas a existência não está imune aos trancos do destino. Lewis casou-se, aos cinquenta e seis, com Joy Davidman, hospitalizada, com câncer. Almas gêmeas, viveriam alguns anos de muita felicidade, por vezes esquecidos, em meio a períodos estáveis, da sentença de morte jamais revogada. Quando Joy se foi, Lewis perdeu o rumo e brevemente a fé: “Quando você está feliz, muito feliz, não faz nenhuma idéia de vir a necessitar d´Ele ... Mas volte-se para Ele, quando estiver em grande necessidade, quando toda outra forma de amparo for inútil, e o que você encontrará? Uma porta fechada na sua cara, ao som do ferrolho sendo passado duas vezes do lado de dentro. Depois disso, silêncio”. Em “A anatomia de uma dor” Lewis revela sofrimento, desconsolo e as reflexões que o reconduziram à fé: “Ele sempre soube que meu templo era um castelo de cartas. A única forma de fazer-me compreender o fato foi colocá-lo abaixo”.
Lewis encerra o opúsculo com a citação de um trecho da Divina Comédia, aquele no qual Dante escuta de sua Beatriz “Estou em paz com Deus”. Estimo que meu amigo se recupere. Talvez isto se dê quando perceber que não entendemos as coisas de Deus e que seremos mais felizes se nos espelharmos em Jó. A dor, como a embriaguez, haverá de passar.
![]() |
J. B. Teixeira |
A pandemia que nos atinge desde há vários meses, e que afeta de modo particular a geração dos mais velhos, tem despertado a atenção de todos para a situação dos idosos na nossa sociedade. Sobre esta questão já a Comissão Nacional Justiça e Paz se pronunciou recentemente e volta a fazê-lo, agora com uma reflexão que pretende ser um pequeno contributo no sentido de uma alteração profunda dessa situação.
Queremos salientar,
sobretudo, que cuidar dos idosos não pode ser tarefa exclusiva do Estado.
Todos, famílias e outras instituições, bem como cidadãos em geral, devem
partilhar, com dedicação, a responsabilidade de garantir aos idosos a
manutenção da sua dignidade de pessoa até à sua morte.
Ao Estado não compete tudo,
mas é a ele que tem de se exigir a criação de uma política de apoio aos idosos
onde estejam definidos objetivos e meios para aplicar com recurso a meios
financeiros próprios e de terceiros. Essa politica deve ainda definir o papel
que cabe a cada entidade envolvida e, naturalmente, os instrumentos de
controlo.
Sempre que possível, deve
ser facilitada a permanência do idoso em sua casa e com a sua família, sem ignorar
que essa permanência exige muitas vezes várias formas de apoio externo que têm
faltado.
Quando esgotada essa
possibilidade, o recurso aos lares deve ser encarado. O funcionamento dos lares
deve ser profundamente alterado, com reforço de meios humanos e materiais, e
acréscimo de comparticipações do Estado. Para uma maior eficácia do serviço aí
prestado, é necessária uma tipologia diferente da atual, com a criação de Lares
especializados.
Apoiar o idoso não é uma
prática assistencialista facultativa, é, antes, dar resposta a um direito
inalienável que ele adquiriu ao longo da sua vida.
Relembramos as palavras do
Papa Francisco na encíclica Tutti Fratelli, sobre a fraternidade e a
amizade social, recentemente publicada (n. 11): «…isolar os idosos e abandoná-los
à responsabilidade de outros, sem um acompanhamento familiar e adequado e
amoroso mutila e empobrece a própria família. Além disso, acaba por privar os
jovens daquele contacto que lhes é necessário com as suas raízes e com uma
sabedoria que a juventude, sozinha, não pode alcançar.»
Lisboa,
13 de outubro de 2020
A Comissão Nacional Justiça e Paz
CUIDAR DOS IDOSOS: DEVER E RESPONSABILIDADE DE TODOS Reflexão
da Comissão Nacional Justiça e Paz
Conta-se que, numa dada região do mundo, numa civilização antiga, era costume colocar os idosos que atingissem uma certa idade no alto de uma montanha, abandonados, para aí aguardarem a morte. O filho mais velho do idoso acompanhava o pai à montanha e entregava-lhe uma manta para proteger o corpo. Conta-se, também, que um certo idoso ao receber a manta rasgou-a ao meio e disse ao filho: toma esta metade de manta e assim, quando fores idoso, o teu filho que virá contigo à montanha já tem a manta que te vai entregar e poupará dinheiro.
Esta história tem o mérito de nos chamar a atenção para o facto
de que todos havemos de morrer. Muitos morrem após um período de vida em que
foram perdendo qualidades intelectuais, atingidos por doenças que condicionam o
viver e, nalguns casos, que os deixam totalmente incapacitados não podendo
sobreviver sem apoio.
A Comissão Nacional Justiça e Paz, num documento recente,
lembrava que: «os idosos têm direito a levar uma vida feliz e em plenitude»
e acrescentava ao terminar: «São cidadãos de parte inteira».
O momento em que se vive, em que a COVID 19 afeta na sua grande
maioria pessoas idosas, justifica dar seguimento à reflexão da CNJP,
sublinhando que cuidar dos idosos, nas suas múltiplas situações, não pode ser
tarefa exclusiva do Estado. Todos, famílias e outras instituições, bem como
cidadãos em geral, devem partilhar, com dedicação, a responsabilidade de
garantir aos idosos a manutenção da sua dignidade de pessoa até à sua morte.
Ao Estado não compete tudo, mas é a ele que tem de se exigir a
criação de uma política de apoio aos idosos, onde estejam definidos objetivos e
meios para aplicar com recurso a meios financeiros próprios e de terceiros.
Essa politica deve ainda definir o papel que cabe a cada entidade envolvida e,
naturalmente, os instrumentos de controlo.
A definição dessa política terá de ter em conta as várias modalidades existentes, ou a criar, que permitem apoiar o idoso, quaisquer que sejam as suas características e necessidades, garantindo interação e colaboração entre elas.
1- Permanência do idoso na sua residência
A permanência do idoso na
sua residência parece ser a solução que agrada mais à generalidade dos idosos.
Porém, em muitos casos, só é possível essa permanência com apoio externo:
alimentação, higiene e convívio. Em Portugal existem várias Instituições que
garantem este apoio. O Estado subsidia estes apoios, muitas vezes com verbas
insuficientes. Em complemento do trabalho desenvolvido pelas instituições.
deveria existir uma rede de voluntários que, regularmente, visitassem os
idosos, promovessem o convívio, os apoiassem em pequenas tarefas e organizassem
passeios. Os cristãos encontrarão nesta função uma forma de viver o Evangelho
que professam. Estes voluntários não substituem a família do idoso, quando ela
existe, e devem funcionar como complemento.
2 – Permanência do idoso na família alargada
A
permanência do idoso na família alargada (casa de filhos ou outros familiares)
tem muitas vantagens face a outras modalidades. Porém, o idoso não pode ser um
elemento à parte. Deve estar integrado nas atividades da família e participar
nas refeições e passeios, e também ter um espaço próprio. Quando possível, o
idoso deveria participar em tarefas concretas.
O
Estado poderia apoiar as famílias que integrassem os seus idosos com apoio
financeiro e /ou incentivos fiscais.
Recorda-se que nesta modalidade existem situações em que o idoso já se encontra numa situação de grande dependência e necessita de um “Cuidador” permanente. O Estado apoia financeiramente estes casos, mas é necessário aumentar esse apoio e também o seu controlo.
3-
Permanência em Centros de Dia
Diversas
instituições criaram e gerem “Centros de Dia”. Os idosos são transportados em
veículos da instituição, ou por familiares, e permanecem durante o dia na
instituição. É-lhes fornecido almoço e lanche e, nalguns casos, recebem um
suplemento alimentar para o jantar. Alguns destes Centros não estão dotados de
pessoal especializado para promover a ocupação ativa dos idosos, através de
jogos, trabalhos manuais, atividades musicais, entre outras. O que se vê,
infelizmente, em muitos Centros são écrans de televisão abertos durante
todo o dia. Estes Centros deveriam promover passeios e encontros com utentes de
outros lares ou participação externa em eventos sócio culturais.
O Estado apoia existência destes Centros de Dia, mas as verbas não podem ser muito inferiores à despesa efetiva realizada, como hoje acontece e que exige às Instituições mobilização de recursos próprios
4-
Permanência em Lares de Idosos.
Quando esgotadas as modalidades referidas acima, o recurso aos lares deve ser encarado. O funcionamento dos lares deve ser profundamente alterado, com reforço de meios humanos e materiais, e acréscimo de comparticipações do Estado. Para uma maior eficácia do serviço prestado pelos Lares, e até redução de custos, é necessária uma tipologia diferente da actual, com a criação de Lares especializados.
4.1 Lares de 1º nível
Neste
tipo de lares deveriam estar instalados apenas idosos com razoável capacidade
de movimentação, sem demências profundas ou outras doenças do foro mental.
Nestes Lares deveriam existir equipas de assistência médica.
Fundamental é a existência de Animadores Culturais que promovem a participação ativa dos idosos: jogos, musica, arte de dizer e passeios e encontros com utentes de outros Lares.
4.2 Lares de 2º nível
Idosos acamados, com demências profundas, completamente dependentes deveriam ser colocados em Lares próprios com técnicos especializados. Para estes idosos seria necessário garantir um acompanhamento permanente.
4.3. Lares de 3º nível – cuidados continuados
Nestes Lares deveriam ser colocados idosos com doenças que necessitam de tratamento com técnicos especializados permanentes. E também idosos que foram sujeitos a intervenções em hospitais e que precisam de acompanhamento médico e de enfermagem até recuperarem em parte das suas doenças.
Todas estas modalidades de Lares, geridas por entidades públicas e privadas, particularmente IPSS, Misericórdias e entidades com ou sem fins lucrativos, deverão ser co-financiadas pelo Estado e, por isso, objeto de acções de auditoria e controlo de atividade.
5 A
situação dos lares ilegais
Proliferam, em Portugal Lares ilegais, onde, na maior parte dos casos, os idosos aí colocados vivem situações degradantes. Nem o Estado, nem outras entidades, podem «colocar a cabeça na areia» e ignorar estas situações, que todos sabemos existirem devido à grande procura dos familiares dos idosos. Havia que acompanhar estas situações e procurar criar todas as condições para eliminar o que está errado e promover as soluções adequadas.
6-
Permanência em unidades de cuidados paliativos
Estas
unidades são necessárias e não apenas na fase terminal de uma doença. Nessa
fase, permitem que idosos e outras pessoas possam ter uma morte digna e sem
sofrimento.
Também aqui são necessários recursos, parte dos quais devem ser suportados pelo Estado e possibilitar uma menor carga para os hospitais.
7-
Em conclusão
A
situação dos idosos deve se objeto de atenção de todos. Os idosos não são
“seres descartáveis”; pelo contrário são gente que deve ser respeitada e amada
por todos. O Estado tem a obrigação de zelar pelos idosos, garantindo a sua
qualidade de vida. Também a sociedade civil (instituições e cidadãos em geral)
não pode descartar as suas responsabilidades. Apoiar o idoso não é uma prática
assistencialista facultativa, é, antes, dar resposta a um direito inalienável
que ele adquiriu ao longo da sua vida.
Relembramos as palavras do
Papa Francisco na encíclica Tutti Fratelli, sobre a fraternidade e a
amizade social, recentemente publicada (n. 11): «…isolar os idosos e
abandoná-los à responsabilidade de outros, sem um acompanhamento familiar e
adequado e amoroso mutila e empobrece a própria família. Além disso, acaba por
privar os jovens daquele contacto que lhes é necessário com as suas raízes e
com uma sabedoria que a juventude, sozinha, não pode alcançar.»
A
Comissão Nacional Justiça e Paz
CNJP - Comissão Nacional Justiça e Paz
Facebook www.facebook.com/cnjusticaepaz
Bom dia e paz e bem!! A frase que dá título a este nosso encontro matinal é do bispo de Viseu. Foi tirada de um comentário sobre a nova encíclica do Papa Francisco ‘Fratelli Tutti’ à Agência ECCLESIA. “Temos de ser uma Igreja muito solidária, uma Igreja muito fraterna, ou somos irmãos ou não somos nada e perdemos a oportunidade que Deus no deu de viver e ao mesmo tempo de sabermos estar com os outros”, D. António Luciano explicou que o novo documento do Papa “é um instrumento de trabalho” e alertou que hoje, “mais do nunca”, é preciso olhar para quem está doente, para quem sofre, os que podem ser contaminados e os que ficaram sem trabalho. Ainda no tema da solidariedade e da atenção ao próximo, agora regresso ao tema da newsletter matinal desta segunda-feira, isto é, à “minha” Diocese de Setúbal e a D. Manuel Martins. A diocese e a câmara municipal inauguraram uma estátua do primeiro bispo sadino nos 45 anos da sua ordenação episcopal. “D. Manuel permanecerá sempre como um bispo à imagem de Cristo, dedicado à Igreja, a esta Igreja, e aberto à cidade, às cidades e à sociedade desta Península de Setúbal” - D. José Ornelas E para se dedicarem ao bem comum e ao seu próximo temos também os políticos. O bispo de Angra felicitou os deputados eleitos para a Assembleia Legislativa Regional dos Açores e apelou ao “espírito de verdadeiro diálogo” para resolverem “gravíssimos problemas”. “Juntando os esforços e colocando o bem comum e a dignidade de cada ser humano como prioridades absolutas, teremos capacidade para dar resposta aos inúmeros problemas que afligem o Povo Açoriano” Votos de uma boa terça-feira, também na nossa companhia em www.agencia.ecclesia.pt, na televisão pelas 15h00, na RTP2, e na rádio, na última semana de conversas missionárias, a partir das 22h45 na Antena 1 da emissora pública. Saudações, |
Difunde-se cada vez mais a chamada ideologia do género ou gender. Porém, nem todas as pessoas disso se apercebem e muitos desconhecem o seu alcance social e cultural, que já foi qualificado como verdadeira revolução antropológica. Não se trata apenas de uma simples moda intelectual. Diz respeito antes a um movimento cultural com reflexos na compreensão da família, na esfera política e legislativa, no ensino, na comunicação social e na própria linguagem corrente.
Afirmam que o ser masculino ou feminino não passa de uma construção mental, mais ou menos interessada e artificial, que, agora, importaria desconstruir. Por conseguinte, rejeitam tudo o que tenha a ver com os dados biológicos para se fixarem na dimensão cultural, entendida como mentalidade pessoal e social.
Negando que a diferença sexual inscrita no corpo possa ser identificativa da pessoa; recusa a complementaridade natural entre os sexos; dissocia a sexualidade da procriação; sobrepõe a filiação intencional à biológica; pretende desconstruir a matriz heterossexual da sociedade (a família assente na união entre um homem e uma mulher deixa de ser o modelo de referência e passa a ser um entre vários), e contrasta frontalmente com o acervo civilizacional adquirido através dos séculos.
Esta teoria parte da distinção entre sexo e género, forçando a oposição entre natureza e cultura. O sexo assinala a condição natural e biológica da diferença física entre homem e mulher. O género baliza a construção histórico-cultural da identidade masculina e feminina. Mas, partindo da célebre frase de Simone de Beauvoir, «uma mulher não nasce mulher, torna-se mulher», a ideologia do género considera que somos homens ou mulheres não na base da dimensão biológica em que nascemos, mas nos tornamos tais de acordo com o processo de socialização (da interiorização dos comportamentos, funções e papéis que a sociedade e cultura nos distribui). Papéis que, para estas teorias, são injustos e artificiais. Por conseguinte, o género deve sobrepor-se ao sexo e a cultura deve impor-se à natureza.
Como, para esta ideologia, o género é uma construção social, este pode ser desconstruído e reconstruído. Se a diferença sexual entre homem e mulher está na base da opressão desta, então qualquer forma de definição de uma especificidade feminina é opressora para a mulher. Por isso, para os defensores do gender, a maternidade, como especificidade feminina, é sempre uma discriminação injusta. Para superar essa opressão, recusa-se a diferenciação sexual natural e reconduz-se o género à escolha individual. O género não tem de corresponder ao sexo, mas pertence a uma escolha subjetiva, ditada por instintos, impulsos, preferências e interesses, o que vai para além dos dados naturais e objetivos.
A afirmação e difusão da ideologia do género pode notar-se em vários âmbitos. Um deles é o dos hábitos linguísticos correntes. Vem-se generalizando, a começar por documentos oficiais e na designação de instituições públicas, a expressão género em substituição de sexo (igualdade de género, em vez de igualdade entre homem e mulher), tal como a expressão famílias em vez de família, ou parentalidade em vez de paternidade e maternidade. Muitas pessoas passam a adotar estas expressões por hábito ou moda, sem se aperceberem da sua conotação ideológica. Mas a generalização destas expressões está longe de ser inocente e sem consequências. Faz parte de uma estratégia de afirmação ideológica, que compromete a inteligibilidade básica de uma pessoa, por vezes, tendo consequências dramáticas: incapacidade de alguém se situar e definir no que tem de mais elementar.
Outro âmbito de difusão da ideologia do género é o do ensino. Este é encarado como um meio eficaz de doutrinação e transformação da mentalidade corrente e é nítido o esforço de fazer refletir na orientação dos programas escolares, em particular nos de educação sexual, as teses dessa ideologia, apresentadas como um dado científico consensual e indiscutível. Esta estratégia tem dado origem, em vários países, a movimentos de protesto por parte dos pais, que rejeitam esta forma de doutrinação ideológica, porque contrária aos princípios nos quais pretendem educar os seus filhos.
No plano estritamente científico, obviamente, é ilusória a pretensão de prescindir dos dados biológicos na identificação das diferenças entre homens e mulheres. Estas diferenças partem da estrutura genética das células do corpo humano, pelo que nem sequer a intervenção cirúrgica nos órgãos sexuais externos permitiria uma verdadeira mudança de sexo.
A pessoa humana é um espírito encarnado numa unidade bio-psico-social. Não é só corpo, mas é também corpo. As dimensões corporal e espiritual devem harmonizar-se, sem oposição. Do mesmo modo, também as dimensões natural e cultural. A cultura vai para além da natureza, mas não se lhe deve opor, como se dela tivesse que se libertar.
A ideologia do género não se limita a denunciar tais injustiças, mas pretende eliminá-las negando a especificidade feminina. Isso empobrece a mulher, que perde a sua identidade, e enfraquece a sociedade, privada dum contributo precioso e insubstituível, como é a feminilidade e a maternidade. Aliás, a nossa época reconhece – e bem! – a importância da presença equilibrada de homens e mulheres nos vários âmbitos da vida social, designadamente nos centros de decisão económica e política. Mesmo que essa presença não tenha de ser rigidamente paritária, a sociedade só tem a ganhar com o contributo complementar das específicas sensibilidades masculina e feminina.
A pessoa humana é a totalidade unificada do corpo e da alma, existe necessariamente, como homem ou mulher. Por conseguinte, a dimensão sexuada, a masculinidade ou feminilidade, é constitutiva da pessoa, é o seu modo de ser, não um simples atributo. É a própria pessoa que se exprime através da sexualidade e chamada ao amor e à comunhão como homem e como mulher esta diferença sexual tem um significado no plano da criação: exprime uma abertura recíproca à alteridade e à diferença, as quais, na sua complementaridade, se tornam enriquecedoras e fecundas.
A maternidade não é um peso de que a mulher necessite de se libertar. O que se exige é que toda a organização social apoie e não dificulte a concretização dessa vocação, através da qual a mulher encontra a sua plena realização. É de reclamar, em especial, que a inserção da mulher numa organização laboral, concebida em função dos homens, não se faça à custa da concretização dessa vocação, e se adotem todos os ajustamentos necessários.
Não pode, de igual modo, ignorar-se que o homem tem um contributo específico e insubstituível a dar à vida familiar e social, cumprindo a sua vocação à paternidade, que não é só biológica, assumindo a missão que só o pai pode desempenhar cabalmente. Talvez o âmbito em que mais se nota a ausência desse contributo seja o da educação, o que já levou a que se fale do pai como o “grande ausente”. Isto pode originar sérias consequências, tais como desorientação existencial dos jovens, toxicodependência ou delinquência juvenil. Se a relação com a mãe é essencial nos primeiros anos de vida, é também essencial a relação com o pai, para que a criança e o jovem se diferenciem da mãe e assim cresçam como pessoas autónomas.
A ideologia do género contraria a verdade, a essência e a vocação, compromete a realização pessoal e, a médio prazo, defrauda a sociedade e distorcendo-a ideologicamente.
Maria Susana Mexia
Olá bom dia! Votos de muita saúde! Setúbal, 26 de outubro de 1975 “Nasci Bispo em Setúbal, agora sou de Setúbal. Aqui anunciarei o Evangelho da libertação, na justiça e no amor. Aqui proclamarei o Cristo vivo – que veio e está no meio de nós – o único que pode alicerçar, na fraternidade, a sociedade justa que é a aspiração angustiante de todos nós” - D. Manuel Martins Foram as primeiras palavras de D. Manuel Martins (1927-2017) como bispo de Setúbal, onde esteve até 1998. A Câmara Municipal e a Diocese de Setúbal vão celebrar os 45 anos da ordenação do primeiro bispo diocesano e homenagear D. Manuel Martins com a inauguração de uma estátua, da escultora Maria José Brito, no largo da Sé. Este domingo, o Papa Francisco surpreendeu ao convocar um consistório para a criação de 13 cardeais. Veja na Agência ECCLESIA quem são os escolhidos para o Colégio dos Cardeais, assim como a sua composição. O tema da educação marcou os últimos dias, com muitas descobertas sobre novas ferramentas fundamentais para educadores e educandos, nas atuais circunstâncias. O programa 70x7, emitido na RTP2 este domingo, no encerramento da Semana Nacional da Educação Cristã, mostrou algumas e pode ser revisto aqui. Esta segunda-feira, o programa Ecclesia na Antena 1, às 22h45, continua as conversas além-fronteiras, com testemunhos de missionários dos mais variados cantos do mungo; na RTP2, pelas 15h00, falamos dos projetos dos Leigos para o Desenvolvimento e da campanha "Os teus likes não mudam nada. Mas o teu tempo pode transformar o mundo!". Votos de uma ótima semana, sem medos, mas com todas as cautelas! Paulo Rocha |
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A tendência social, cultural e política de impor a ideologia do género, está a fazer "danos irreversíveis" em adolescentes e jovens, multiplicando os casos de disforia de género e obrigando pais e médicos, através de uma coerção social insuportável, a apoiar a sua "transição" com medicamentos ou cirurgias.
Este fenómeno já começou a preocupar em termos de saúde global, na medida em que o número de casos está a aumentar significativamente na juventude, no contexto escolar e na divulgação de conteúdos na internet em países como os Estados Unidos da América, Grã-Bretanha, França e já também em Portugal. Esta matéria está incluída numa disciplina de caracter aparentemente neutro, mas em muitas escolas do nosso país, a disciplina Cidadania e Desenvolvimento cumpre a função exclusiva de aplicar à letra a ideologia do género, camuflada entre variados e dispersos temas, mas o facto da confirmação real do conteúdo a ser ensinado, deu origem a polémica entre encarregados de educação que perceberam ser uma manipulação ideológica muito grave, e procuraram proteger os seus educandos do desenquadramento pedagógico e pernicioso na sua formação, enquanto os responsáveis pela educação procuram tornear a questão, como sendo uma medida simplesmente para cumprir ordens exteriores, em que a sua agenda procura combater, negando os atuais conceitos de normalidade de família, sexualidade e sociedade, substituindo-os por modelos desestruturados e desumanizados.
A maioria dos jovens, sem qualquer problema com o seu sexo biológico, podendo ser confrontado regular e sistematicamente, em contexto pedagógico com tais modelos, não deixa de desencadear mecanismos de perplexidade, inquietação e ansiedade, originários de consequências e danos irreversíveis.
É dramático e preocupante, como sob o mando diáfano duma cidadania inocente ou necessária, se pratica um terrorismo sexual, desagregador e estigmatizante numa geração que pode ser danificada no corpo e na alma, na sociedade e na família.
Mariano Romero
Olá! Este sábado e domingo a educação da fé está em reflexão nas jornadas de catequistas 2020, pela primeira vez a decorrer online. E também pelo site da ECCLESIA o tema está em destaque com a intervenção do bispo auxiliar de Braga, D. Nuno Almeida, a reflexão do sacerdote salesiano, Rui Alberto ou a partilha do irmão marista, Jaime Barbosa. Já o bispo de Setúbal, D. José Ornelas, abriu o ciclo de encontros formativos online, promovido pela pastoral familiar diocesana, com o tema “Confinamento à Luz da História do Povo de Deus” onde destacou os “confins da vida” de cada um. E será que o travar do referendo à legalização da Eutanásia também pode ser um fator de educação? "Politicamente desastroso" é como o caracteriza o padre Fernando Sampaio. E para terminar esta semana nacional da Educação Cristã o programa de rádio Ecclesia, na Antena 1, aborda a temática pelas 06h00 e mais tarde, pelas 17h45, na RTP 2, o 70x7 convida a um tempo de serenidade onde "os educadores no ambiente dos educandos". Mantenha-se em segurança cuidando da sua saúde! Tenha uma vida feliz! |