Páginas

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Colômbia: Bispo pede ao Estado mais apoio à família

Não podemos aceitar que um Estado legisle contra a família


Roma, 29 de Maio de 2014 (Zenit.org)


O presidente da Comissão Episcopal de Matrimónio e Família da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC), Dom Pablo Emiro Salas Anteliz, recordou que o Estado tem o dever de proteger e defender a família. A CEC publicou uma nota no seu site no dia 27 de Maio e acrescenta que o bispo de El Espinal fez “uma chamada ao Governo para que se trabalhe na criação de políticas públicas que favoreçam este núcleo da sociedade”.

Na Colômbia, a Igreja Católica está celebrando desde o dia 25 até o dia 30 de Maio, a Semana Nacional da Família, cujo lema é “O abraço em família, uma contribuição para a paz”. O Departamento de Matrimónio e Família da CEC elaborou uma cartilha que está sendo fruto de estudo e reflexão de todos os párocos, agentes de pastoral familiar e da comunidade toda.

Monsenhor Emiro Anteliz disse que o núcleo de uma sociedade é a família e se esta não está bem constituída internamente, teremos uma sociedade desintegrada e com falta de valores, exorto a ir à raiz do problema e buscar os vazios desta problemática dentro do lar.

A família é suporte de vida, quando a família não existe, não vai cumprir com o seu dever de ser formadora de pessoas, quando a família está ausente, no sentido de não ser protagonista de incutir o necessário aos filhos, certamente esses filhos também vão crescer sem reconhecer-se na sua própria grandeza como pessoas e reconhecer os outros em um contexto mais amplo que é a sociedade, disse.

O bispo lembrou que os males e problemas que a sociedade enfrenta hoje, somente são a consequência dos problemas que a família  está vivendo dentro do lar, e fez um apelo a todos os colombianos a reflectirem sobre o tema da família e de como tem ido mudando como novo modelo. (Trad.TS)

Paquistão: mulher grávida de três meses é apedrejada porque se casou por amor

De acordo com a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, esses crimes se repetem devido à impunidade


Roma, 29 de Maio de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


Farzana Parveen, 25 anos, mulher paquistanesa, foi assassinada a pedradas diante do tribunal de Lahor, cercada por um grupo de umas 30 pessoas, dentre as quais estava seu pai e seu irmão. Foi ‘castigada’ por ser culpada de ‘ter-se casado com o homem que amava’ e não o que a sua família tinha escolhido.

Morrem a cada ano no Paquistão centenas de mulheres nos chamados "crimes de honra", e em 2013 teriam sido 869 e, de acordo com a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, esses apedrejamentos continuam a se repetir devido à impunidade.

A responsável dos direitos humanos da ONU, Navi Pillay, disse que estava "profundamente chocada" e exigiu que o governo do Paquistão tomasse medidas urgentes e severas, disse BBC Mundo.

A menina estava grávida de três meses e as fotos da agência Reuters deste crime deram a volta ao mundo.

O marido de Farzana Parveen, alegou que a polícia chegou e não fez nada para parar o ataque. "O irmão de Farzana começou a atirar nela com uma arma, mas não acertou, ela, então, tentou escapar, mas tropeçou e caiu”, disse a investigadora da polícia do Paquistão, Rana Akhtar, indica um informante de uma agência. Neste momento "os parentes a apedrejaram com tijolos”.

A jovem saía do tribunal para defender seu esposo, que a família tinha acusado de tê-la sequestrado e obrigado a casar-se. E Farzana foi ao tribunal para declarar que tinha se unido em matrimónio por decisão própria, disse seu advogado, Rao Mohammad Kharal. O casal tinha denunciado, no dia 12 de maio, que tinha conseguido escapar de uma situação similar.

O chefe da diplomacia britânica naquele país disse hoje que está chocado com a morte horrível da menina pela mão de sua família e convidou as autoridades a agir contra esse crime, disse à AFP. (Trad.TS)

Cardeal de Camarões pede libertação de sacerdotes e freiras sequestrados

Exortação do cardeal Christian Wiyghan Tumi é dirigida à seita islamista Boko Haram


Roma, 29 de Maio de 2014 (Zenit.org)


O cardeal Christian Wiyghan Tumi, arcebispo emérito de Douala, fez um apelo através dos meios de comunicação pedindo que a seita islamista nigeriana Boko Haram liberte os dois sacerdotes missionários italianos do Fidei Donum e a religiosa canadense que foram sequestrados em 5 de Abril no norte do país, na fronteira com a Nigéria.

“A mensagem que dirigimos aos sequestradores que mantêm reféns os nossos irmãos é que os libertem e se abram ao dialogo”.

Segundo a informação recebida pela Agência Fides, o Cardeal Tumi, ao condenar “a violência que não resolve nada”, instou tanto as autoridades quanto o grupo extremista Boko Haram a seguirem “o caminho do diálogo e do amor” e a “evitarem o ódio”.

Os dois sacerdotes italianos da diocese de Vicenza, pe. Gianantonio Achegri e pe. Giampaolo Marta, e a religiosa canadense de 80 anos, da ordem das Irmãs da Divina Vontade de Bassano di Grappa, foram sequestrados na noite de 4 para 5 de Abril na diocese de Maroua-Mokolo, norte de Camarões.

Na mesma região, durante a noite entre 16 e 17 de Maio, dez cidadãos chineses funcionários de uma empresa multinacional também foram sequestrados. O governo de Camarões reforçou os controles na fronteira com a Nigéria para evitar novas incursões do Boko Haram.

O Boko Haram é um grupo terrorista nigeriano de ideologia fundamentalista islâmica, que pretende instaurar a sharia nos Estados do norte e nordeste da Nigéria. O grupo atua há vários anos, perseguindo em particular os cristãos, mas conseguiu o auge da notoriedade na media mundial recentemente, ao sequestrar quase 300 meninas nigerianas por serem estudantes.

Católicos e ortodoxos de toda a Europa juntos em Minsk

Tem início na segunda-feira, 2 de Junho, o IV Fórum Europeu Católico- Ortodoxo organizado pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE)


Roma, 29 de Maio de 2014 (Zenit.org)


Começa na próxima segunda, 2 de Junho, em Minsk, na Bielorrússia, o IV Fórum Europeu ortodoxo-católico, uma iniciativa promovida pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), juntamente com as Igrejas Ortodoxas da Europa. O encontro terá início após as saudações do Exarca do Patriarcado da Bielorrússia e do Presidente da Conferência Episcopal da Bielorrússia, respectivamente o Metropolita Pacvel de Minsk e Slutsk e Mons. Tadeusz Kondrusiewicz, Arcebispo de Minsk-Mogilev. Em seguida, dois ‘co-presidentes’ do Fórum, o Cardeal Peter Erdo, presidente do CCEE, e o Metropolita Gennadios de Sassima do Patriarcado Ecuménico abrem os trabalhos.

Nos dias seguintes, o tema escolhido para esta quarta edição do Fórum Ecuménico, Religião e Diversidade Cultural: Desafios para as igrejas cristãs na Europa, será desenvolvido pelos participantes que discutirão temas como religião e realidade cultural na Europa hoje; o papel dos valores humanos e cristãos nas sociedades europeias multiculturais contemporâneas; liberdade religiosa; o papel das Igrejas na promoção da sabedoria cristã e a necessidade do diálogo inter-religioso, e por fim, a reconstrução moral da Europa.

O encontro (a portas fechadas) termina na quinta-feira, 5 de Junho, com a apresentação pública da mensagem final, que será aberta aos jornalistas, no Hotel Victoria Olimp (Pobediteley Avenue 59-220035 Minsk). Sexta-feira (6) será dedicado a visita às comunidades locais. Participarão representantes das Conferências Episcopais e das várias Igrejas Ortodoxas da Europa.

Recorda-se que esta iniciativa promovida pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa, juntamente com as Igrejas ortodoxas da Europa, nasce da vontade de discutir questões antropológicas e pastorais cruciais para o presente e para o futuro da humanidade, a fim de ajudar a definir posições comuns sobre questões sociais e morais. O Fórum não aborda questões doutrinais, que são tratadas em outros níveis. Portanto, o Fórum não substitui a Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa, em actividade desde 1980.

(Trad.:MEM)

Portugal celebra o XI Congresso Nacional das Misericórdias

Encontro discute desafios para a economia social


Brasília, 29 de Maio de 2014 (Zenit.org) Lilian da Paz


Começa nesta quinta-feira, 29 de Maio, o XI Congresso Nacional das Misericórdias, em Évora, Portugal. O evento vai reunir as Santas Casas de Misericórdia de todo o país até o próximo sábado, 31 de Maio, para discutir o tema central Economia Social - Esperança para os desafios do futuro.

Mais de 500 participantes já estão confirmados, entre eles diversos representantes das Santas Casas brasileiras e dirigentes da Confederação das Misericórdias do Brasil. Entre os assuntos tratados estão as demandas ligadas ao atendimento de qualidade, gestão e financiamento, economia social, sustentabilidade e apoio às crianças em perigo na sociedade portuguesa.

O evento será aberto pelo primeiro ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, e encerrado pelo ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares. Também estarão presentes dom Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, e dom José Alves, arcebispo de Évora.

O Congresso é promovido pela União das Misericórdias Portuguesas, organismo que tem a missão de levar, pelo atendimento social, as 14 obras de misericórdia (corporais e espirituais) ao mundo. Os trabalhos são desenvolvidos nas áreas da terceira idade, saúde, infância e juventude, combate à pobreza e salvaguarda da própria cultura e património.

Por meio da União, as Obras de Misericórdias estão presentes em 11 países, além de Portugal: Angola, Brasil, Espanha, França, Itália, Luxemburgo, México, Moçambique, Ucrânia, Macau e São Tomé e Príncipe.

No Brasil, as Obras de Misericórdia estão presentes em quase metade dos estados brasileiros, por meio das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos que compõem um quadro  mensal de 2,1 mil entidades responsáveis por mais de 50% dos leitos hospitalares no país, 37,4 % das internações no Sistema Único de Saúde (SUS) e quase 10 milhões de atendimentos em ambulatório, com 1 milhão de consultas e 250 mil exames complementares.

Em Portugal, são atendidos diariamente 58 mil idosos, 42 mil crianças, 1,7 mil crianças e jovens em risco e perigo. No apoio à família e à comunidade, as Misericórdias auxiliam cerca de 40 mil pessoas.

O que são as Obras de Misericórdias?
As Obras de Misericórdia, baseadas na Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja, são as acções de caridade em socorro corporal e espiritual ao próximo. São 14 ao total.

Obras corporais
1 - Dar de comer a quem tem fome
2 - Dar de beber a quem tem sede
3 - Vestir os nus
4 - Dar pousada aos peregrinos
5 - Assistir aos enfermos
6 - Visitar os presos
7 - Enterrar os mortos

Obras espirituais
1 - Dar bom conselho
2 - Ensinar os ignorantes
3 - Corrigir os que erram
4 - Consolar os aflitos
5 - Perdoar as injúrias
6 - Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo
7 - Rogar a Deus por vivos e defuntos

Bartolomeu: "Com Francisco convidamos os cristãos para celebrar o primeiro sínodo de Nicéia, no ano de 2025"

Patriarca de Constantinopla anuncia importante evento para a unidade entre católicos e ortodoxos, depois de 17 séculos desde o primeiro Sínodo, onde foi autenticado o Credo


Roma, 29 de Maio de 2014 (Zenit.org)


"Junto com o Papa Francisco concordamos em deixar como um legado para nós mesmos e para nossos sucessores o reencontro em Nicéia, em 2025, para celebrarmos juntos, depois de 17 séculos, o primeiro sínodo verdadeiramente ecuménico, onde foi autenticado o Credo".

Foi o que disse o Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu, no retorno a Jerusalém, após o encontro com o Papa no Santo Sepulcro, em entrevista à Asia News, sobre um importante evento para a unidade entre católicos e ortodoxos.

O Concílio de Nicéia (hoje Iznik, 130 km a sudeste de Istambul) que reuniu mais de 300 bispos do oriente e do ocidente, em 325, é considerado o primeiro verdadeiro concílio ecuménico. Neste foi autenticado o Credo, semelhante ao que é recitado hoje durante a liturgia, afirmando que Jesus compartilha "a mesma substância do Pai”, contra a ideologia ariana.

Bartolomeu encontrou Francisco por ocasião dos 50 anos do abraço entre Paulo VI e Atenágoras. O encontro de 1964 quebrou o silêncio de séculos entre o Oriente e o Ocidente cristão, com todas as consequências sócio-políticas que surgiram, e pelas quais a Europa ainda sofre.

O encontro no Santo Sepulcro, nestes dias, deu um novo impulso ao diálogo entre católicos e ortodoxos, a duas visões cristãs que, apesar das diferenças, têm uma visão comum dos sacramentos e da tradição apostólica.

"O diálogo para a unidade entre católicos e ortodoxos - disse Bartolomeu à Asia News – parte novamente de Jerusalém. Nesta cidade, no Outono, haverá uma reunião da Comissão Mista católico-ortodoxo, organizado pelo patriarca grego -ortodoxo Teófilo III. Será uma longa jornada em que todos devem se comprometer sem hipocrisia".

"Jerusalém - continuou o Patriarca – é o local, a terra do diálogo entre Deus e o homem, o lugar onde se encarnou o Logos de Deus. Nossos predecessores Paulo VI e Atenágoras escolheram este lugar para quebrar um silêncio que durou séculos entre as duas Igrejas irmãs". E conclui: "Eu caminhei com o meu irmão Francisco nesta Terra Santa não com o temor de Lucas e Cléofas a caminho de Emaús, mas inspirado pela esperança viva, como nos ensina o nosso Senhor".

(Trad.:MEM)

DAMAS DE CARVÃO - Exposição de fotografia | Disponível para empréstimo

DAMAS DE CARVÃO – Exposição de fotografia

Abriu ao público no dia 16 de Fevereiro de 2013 no Museu de Arte Sacra e Etnologia (MASE), inserida na 23.ª Peregrinação a Fátima da Família Missionária da Consolata.

A exposição está associada ao projecto anual para a Costa do Marfim que a Consolata apadrinhou e propõe aos seus amigos e benfeitores.

É composta por 23 trabalhos da foto-jornalista Ana Paula Ribeiro, da revista Fátima Missionária, aquando a sua deslocação à Costa do Marfim em 2011.

Além de Ana Paula, também o padre missionário da Consolata, Luís Maurício Guevara, e Daniel Ferreira, designer gráfico, estiveram 15 dias na Costa do Marfim, onde percorreram dois mil quilómetros, guiados por Pietro Villa, sacerdote missionário da Consolata italiano.

Visitaram as carvoarias de San Pedro onde dezenas de mulheres trabalham, todos os dias, na produção de carvão vegetal. Com os desperdícios de uma serração, fazem montes de pedaços de madeira e serradura, calcam com as mãos e deixam arder durante uma semana. Separam depois o carvão da cinza, que embalam em sacos de plástico para vender.

A cidade de San Pedro fica no sul da Costa do Marfim, onde desembarcou, na última metade do século XV, o explorador português Soeiro da Costa. À diocese de San Pedro chegaram, em 1996, os primeiros missionários da Consolata.

Com uma área de 322.463 quilómetros quadrados, a Costa do Marfim, ex-colónia francesa, tem mais de 20 milhões de habitantes. Cerca de 40 por cento são estrangeiros, oriundos dos países vizinhos, a maioria do Burkina Faso e do Mali.

Características

- 23 Fotografias protegidas por molduras em madeira | Fotografias (HQ papel fotográfico 51cm x 35.5 cm) | molduras (56cm x 72cm) | vidro

- 1 Roll up com 2 pés (85cm) com Cartaz da exposição.

- 1 Roll up com 2 pés (85cm) com Textos e ficha técnica da exposição.

Textos

Em San Pedro, na Costa do Marfim, várias dezenas de mulheres trabalham, todos os dias, na produção de carvão vegetal. Com os desperdícios de uma serração, fazem montes de pedaços de madeira e serradura, calcam com as mãos e deixam arder durante uma semana. Separam o carvão da cinza, que embalam em sacos de plástico para vender.

A cidade de San Pedro fica no sul da Costa do Marfim, onde desembarcou, na última metade do século XV, o explorador português Soeiro da Costa. À diocese de San Pedro chegaram, em 1996, os primeiros missionários da Consolata.

Com uma área de 322.463 quilómetros quadrados, a Costa do Marfim, ex-colónia francesa, tem mais de 20 milhões de habitantes. Cerca de 40 por cento são estrangeiros, oriundos dos países vizinhos, a maioria do Burkina Faso e do Mali.

O salário mínimo ronda os 40 mil francos mensais, cerca de 80 euros. Quase metade da população é analfabeta. Os marfinenses têm uma esperança média de vida de 48 anos.

DAMA DE CARVÃO

Na aurora da manhã
É a primeira a acordar.
Acende o fogo do lar
Amamenta o menino
Prepara a comida
Serve o marido
Dá banho aos filhos
Alimenta-os e alimenta-se.

Percorre longas distâncias
Em busca d’água
Regressa com os braços cheios
De lenha cortada.
Arruma a casa,
Manda as crianças à escola,
Despede-se do marido
Carrega o menino às costas
Caminha com um sorriso
A cumprir o compromisso.
Sol, fumo, cheiro e cinza
Marcam o ritmo da sua vida.

Tantas horas de cansaço e suor
Não apagam o seu amor.
Amamenta o seu menino
Pensa nos filhos
Sonha com o carvão vendido.

No entardecer do dia
Regressa a casa
De corpo abatido.
Segura o menino
Já adormecido
Sussurra um canto
Tritura o milho.
Aquece a água p’ro marido
Prepara o jantar p’ra família
Alimenta-a e alimenta-se.

Lava a loiça, arruma a casa
Deita as crianças
Toma banho, suspira, reza.
Agradece a Deus
O dom da vida.
Adormece.
Sonha um novo dia.

Luís Maurício, missionário da Consolata

****

FICHA TÉCNICA

AUTORES Ana Paula Ribeiro e Luís Maurício Guevara
FOTOGRAFIA Ana Paula Ribeiro
MUSEOGRAFIA Olivério Lopes
COORDENAÇÃO Gonçalo Cardoso

APOIOS
Instituto Missionário da Consolata
Museu de Arte Sacra e Etnologia
Hotel Pax
Américo Sebastião Batista - Molduras por medida

Vídeo promocional 

******

INFORMAÇÕES PARA CONDIÇÕES DE EMPRÉSTIMO E REQUISIÇÕES CONTATAR:

Museu de Arte Sacra e Etnologia
Missionários da Consolata
Rua Francisco Marto, 52 Apt. 5
2496-908 – FÁTIMA
Tel. 249 539 470
Fax 249 539 479


Museu certificado pelo Herity International - 2013
Museu credenciado pela Rede Portuguesa de Museus - 2002

Menção Honrosa – Informação Turística – Roteiro do MASE - PRÉMIOS APOM 2012 –
Menção honrosa - Melhor Serviço de Extensão Cultural - PRÉMIOS APOM 2011
Museu reconhecido pela Câmara Municipal de Ourém pelo trabalho realizado em prol da arte e da cultura do concelho - 2011


Concerto "Grândola à tua vontade" - Sábado, 31 de Maio - Praça da Liberdade - Memorial ao 25 de Abril - Grândola


Divulgação do Congresso Luso-brasileiro de Bioética 2014

http://lusobioetica.ecbuel.com/

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Convite: Apresentação do livro Bioética Simples


Muçulmanos sonham com Jesus, Maria ou outros santos e fazem-se cristãos: uma gota em todo o mundo







Acordo energético China-Rússia: é hora de repensar o espaço e os interesses da Europa

O acordo entre Moscovo e Pequim pode deslocar o centro de gravidade económico global para o Oriente, mas não representa uma ameaça para a Europa, que, pelo contrário, poderia tirar lições para uma política com mais visão de futuro com o Leste


Roma, 28 de Maio de 2014 (Zenit.org) Dario Citati


No passado dia 20 de Maio, a Federação Russa e a República Popular da China assinaram um acordo de energia de importância histórica. Na presença dos Chefes de Estado, Vladimir Putin e Xi Jinping, os dirigentes da empresa russa Gazprom e da chinesa CNPC assinaram um contrato no valor de mais de 400 mil milhões de dólares, que prevê, para trinta anos, o fornecimento de gás russo para a China, por uma quantidade de 38 mil milhões de metros cúbicos por ano, com um crescimento estimado até os 60 mil milhões (1). Para Pequim, este acordo tem um valor importante no plano ambiental e da modernização económica, porque consentirá reduzir a utilização poluente do carvão; para Moscovo, trata-se sim de uma saída para os seus imensos recursos naturais, que confirmará ainda por décadas o sector energético como o vector principal da potência russa.

É importante lembrar que as negociações para chegar a este acordo duraram cerca de dez anos. A crise na Ucrânia e as sanções impostas à Rússia pelos EUA e UE aceleraram provavelmente a conclusão do contrato, mas em si mesmo é uma estratégia geo-económica que as duas potências estavam perseguindo há algum tempo, embora não sem dificuldades e mal-entendidos. Além disso, o início do fornecimento está previsto para 2018 e não exclui nenhum dos outros mercados de fornecimento do gás russo, incluindo o europeu, mas simplesmente os integra com um novo, diversificando as exportações de Moscovo.

Mesmo nesta circunstância, como tem acontecido cada vez mais frequentemente, no passado recente, deve-se notar que, infelizmente, muitos meios de comunicação europeus e norte-americanos tendem a representar a situação com a lógica da Guerra Fria, o que não se reflecte na realidade das coisas. Vários meios de comunicação começaram a enfatizar o evento com títulos como a Rússia-China: rumo a uma aliança contra o Oeste (2), sem ser convincentes ao explicar as razões.

Não se compreende, de fato, porque nunca um acordo energético entre dois Estados vizinhos, cujas negociações já acontecem há uma década, tenha que ter sido pensado “contra” alguém, especialmente quando um destes dois Países, a Rússia, foi recentemente atingida por sanções económicas, mas não adoptou até agora nenhuma medida de retaliação contra a Europa. No entanto, directamente ou implicitamente, a sensação que o leitor comum tem ao ouvir as notícias e ao ler os jornais é de que ter relações com Moscovo é extremamente arriscado, porque a Rússia seria um País isolado da civilização no plano político e pronto para deixar que os europeus se congelem por causa dos seus inconfessáveis interesses económicos.

O grande paradoxo, revelador da imprecisão analítica ou da má-fé desta russofobia assustadora, é que o espectro da Rússia tem agitado muito mais hoje do que no passado. Por meio século, quando a Rússia era a URSS e ameaçava realmente o Velho Continente por meio dos seus arsenais e as suas quintas colunas (os partidos comunistas da Europa ocidental), a sua confiabilidade como fornecedora de energia nunca criou problemas e se demonstrou capaz de ir além do confronto ideológico.

Hoje, porém, a Federação Russa é um País talvez com muitos problemas e contradições, mas ainda interessado em um processo de modernização económica, plenamente inserido no mercado global, recentemente integrado na OMC e com um nível de liberdade e perspectivas de desenvolvimento incomparáveis com relação ao passado soviético. Distanciando a Rússia de si, a Europa não trabalha pela sua auto-suficiência energética, mas, em vez disso, aumenta a sua dependência de outros fornecedores, especialmente dos Países muçulmanos do Norte da África e do Oriente Próximo, caracterizados por um nível muito maior de instabilidade interna.

Uma estratégia energética europeia que tivesse realmente um visão de futuro deveria agregar outras fontes ao abastecimento da Rússia, mas certamente não excluindo este último, que continua sendo o maior detentor de recursos naturais do planeta e, historicamente, o provedor mais seguro da Europa.

Do lado geopolítico, o acordo energético entre a Rússia e a China pode ser lido em paralelo com as negociações sobre o mercado transatlântico entre os Estados Unidos e Europa. Trata-se de um projecto com o qual Washington visa construir, talvez em 2015, uma zona de livre comércio com a UE que levanta muitos questionamentos sobre temas respectivos à protecção dos dados pessoais, a segurança alimentar e a tutela dos produtores locais na Europa (3). Estes dois acordos económicos, um que acaba de ser assinado (o russo-chinês), o outro no processo de problemática definição (o euro-americano), antes mesmo das efectivas repercussões económicas têm um papel importante na estratégia de “construção do inimigo” para influenciar a opinião pública. Poder-se-ia imaginar um cenário desse tipo: se fosse adiante o mercado transatlântico, mas os contrastes geopolíticos entre os Estados Unidos e Rússia tivessem que persistir, os meios de comunicação poderiam facilmente falar do eixo russo-chinês como do novo inimigo do "Ocidente".

São previsões válidas? No momento, a possibilidade concreta de que o acordo energético entre a Rússia e a China constitua o prelúdio da formação de um “bloco oriental” que vê Moscovo e Pequim contrapostos a Washington e Bruxelas parece muito difícil, por muitas razões. Em primeiro lugar, as duas potências sempre tiveram um relacionamento ambivalente, feito de cooperação e competição.

Na Ásia Central, por exemplo, elas disputam a influência sobre as antigas repúblicas soviéticas; a Sibéria, região rica e desabitada de uma Rússia em constante declínio demográfico, está, há muito tempo, no centro de uma invasão da população chinesa que preocupa bastante o Kremlin. Moscovo e Pequim são duas grandes potências vizinhas e, como tais, são chamadas a cooperar, fazendo complementários os respectivos interesses para não se prejudicarem mutuamente. A Organização da Cooperação de Shangai (SCO), fundada em 2001 com o objectivo de combater “os três males” (separatismo, extremismo, terrorismo), é a principal assembleia na qual os dois Países procuram regular tais questões, além, naturalmente, das relações bilaterais.

Outro factor que deve ser considerado é que o desenvolvimento da economia chinesa ainda está ligado duramente aos Estados Unidos, do qual, como se sabe, Pequim detém a maior parte do débito público. A China não tem, portanto, nenhum interesse oposto frontalmente à Europa e muito menos aos Estados Unidos, cujos mercados permanecem até mesmo fundamentais para a saída comercial e, ultimamente, como terreno de aquisição de terras estratégicas. Acrescente-se, finalmente que nas crises políticas e militares internacionais, a China mantém, desde sempre, um perfil bastante isolacionista, sem nunca impor um forte ponto de vista em nenhuma circunstância (assim tem sido para as invasões no Afeganistão, Iraque, Líbia, para as guerras civís na Síria e Ucrânia). O eixo Moscovo-Pequim poderia, pelo contrário, adquirir uma substância realmente geopolítica somente no momento em que os dois Países conseguissem minar a hegemonia do dólar, substituindo-o por uma nova moeda reconhecida pelos mercados, e redesenhassem os mecanismos do sistema bancário e financeiro internacional. Trata-se, porém, de uma eventualidade que, de momento, ainda está distante, tanto por razões técnicas, quanto porque os Chineses se beneficiam muito da atual estrutura geo-económica global.

O acordo entre a Rússia e a China é, no entanto, sintomático de uma mudança gradual do centro de gravidade geopolítico em direcção ao Oriente do Continente euro-asiático que deveria ser um sério convite à reflexão para os que tem o peso das decisões políticas. A Rússia, descrita e percebida sempre como uma ameaça, é um País europeu: embora o seu corpo seja dividido entre Europa e Ásia, a sua cultura, a sua música, a sua literatura e a sua história fazem dela a parte oriental da tradição europeia, como já foi o Império Bizantino. Mas, precisamente a sua fisionomia territorial a torna ao mesmo tempo um eixo de ligação em direcção à Ásia. O tratado de Nerčinsk (1689), com o qual o império russo dos Romanovs regulamentava os limites com o império chinês dos Qing, é o primeiro acordo diplomático que um estado cristão assinou com a China.

As relações político-diplomáticas entre a Rússia e a China são, portanto, muito antigas, e se os quatro mil quilómetros de fronteira que eles compartilham são sempre um potencial de tensão, os dois Países se relacionam hoje com proveito em diversos formatos internacionais: na já citada SCO, nas reuniões dos Países emergentes BRICS, nos vértices do APEC, o organismo de cooperação económica da Asia-Pacífico. Se a Europa conseguisse melhorar as suas relações com Moscovo, teria também a sua política com a China beneficiada. Contando com uma Rússia aliada, os Europeus poderiam negociar mais facilmente o comércio com Pequim, serem favorecidos nos investimentos industriais em vastas áreas do continente euro-asiático, bem como se tornar mais incisivos na pressão diplomática para a defesa da liberdade dos cristãos na China.

Por todas estas razões, o acordo russo-chinês não constitui uma ameaça para a Europa. Certamente, porém, envergonha a diplomacia da UE, que parece fazer de tudo para ficar inimiga de uma grande País vizinho, fornecedor de energia confiável e importante parceiro comercial que a história e a geografia tornam uma ponte diplomática e económica ideal para lidar com as relações com a Ásia, especialmente em um mundo globalizado. Por quanto tempo ainda as elites europeias continuarão a definir-se parte de um aleatório "Ocidente", enquanto por um lado negam a cada dia as próprias raízes histórico-culturais e por outro se mostram incertos, omissos e contraditórios no custodiar e desenvolver os próprios interesses económicos e estratégicos? (Trad.TS)
*
Dario Citati é Diretor do Programa de pesquisa “Eurasia” do Instituto de Altos Estudos em Geopolítica e Ciências Auxiliares (ISAG) [www.istituto-geopolitica.eu] e editor da revista Geopolítica [www.geopolitica-rivista.org].

NOTAS:

Para a União Europeia o embrião não é "Um de nós"

A Comissão Europeia, no último dia do seu mandato, rejeitou a petição Um de nós. Amargura entre os organizadores, que falam de um "grave défice da democracia e de burocratas


Roma, 28 de Maio de 2014 (Zenit.org) Federico Cenci


O último golpe da Comissão Europeia, nas vésperas das eleições e no dia em que terminava o seu mandato, deixa naqueles que apoiam a dignidade do embrião humano um amargo sabor de boca. A petição Um de Nós, apesar das suas 1.901.947 assinaturas recolhidas nos 28 países da UE, não será apresentada como proposta legislativa ao Parlamento Europeu.

A Comissão justificou a sua escolha, explicando que "os Estados-Membros e o Parlamento Europeu discutiram e decidiram a política da Ue nesta área só recentemente” e, portanto, considera desnecessário propor a Estrasburgo os conteúdos de Um de Nós. E a política resoluta – deve dizer-se – caminha em sentido oposto do que pedia a petição; trata-se, de fato, de financiamento com dinheiro público europeu da pesquisa científica com embriões humanos e de projectos de cooperações internacionais que implicam na difusão do aborto e na produção de fármacos abortivos.

Isto significa que a opinião de quase dois milhões de cidadãos europeus foi considerada irrelevante, indigna de ser submetida ao Parlamento Europeu, a única instituição eleita pelo povo. De nada valeu uma mobilização que permitiu a iniciativa recolher um número recorde de adesões, bem acima do que qualquer outra petição. O instrumento de democracia directa ratificado no Tratado de Lisboa, evidentemente, não goza de ampla consideração da Comissão de saída.

Dessa opinião é também Carlo Casini, presidente do Movimento para a vida e do comité Italiano de Um de Nós, que fala do “déficit de democracia” que representa “o problema mais grave que assola a União e que representa um risco para o futuro do grande sonho europeu”.

Casini, em seguida, reforça a dose, definindo os membros da Comissão “burocratas” que “ostentam grande sabedoria negando a outros, além deles mesmos, a capacidade de decidir sobre uma questão que, embora seja observada, anula o nível de humanidade da sociedade que se gostaria de construir”. Encontra também "sorrateiro" o fato de que tenham esperado o fim das eleições para tomar esta decisão. “Mas que esses burocratas, e os lobbies que os apoiam, não pensem que colocaram um ponto final na questão”, diz ainda o presidente do Mpv.

A sua referência está na origem de uma associação transnacional, que herdará o nome Um de Nós, que reúne as associações pró-vida de 28 países europeus e "retomará as fileiras da mobilização pelos direitos humanos e pela sua extensão a todos os seres humanos, sem excepções e condições".

Quem assumiu o desejo do futuro expresso por Carlo Casini foi a Associação Scienza & Vita. Paola Ricci Sindoni e Domenico Coviello, Presidente e co-presidente nacionais, esperam que o novo Parlamento “saiba expressar-se com firmeza sobre esse assunto, recolocando no centro a dignidade da vida humana desde a sua concepção, assim como pediu dos mesmos eleitores europeus”. Os dois representantes de Scienza & Vita lamentam portanto que “dois milhões de pessoas esperam uma resposta”, para que a Europa seja “uma democracia fundada sobre a tutela e sobre o respeito do mais fraco".

No documento produzido pela Comissão que certifica o veredicto contrário a Um de Nós, se afirma que “as células-tronco embrionárias são únicas e servem para tratamentos que podem salvar a vida, e, para os quais já existem experiências clínicas”. Argumento que, porém, foi contestado, de forma detalhada, por Um de Nós. Se nada ainda foi demonstrado sobre os resultados terapêuticos ligados ao uso de embriões humanos, a ciência está se encontrando sempre mais com muros no campo das células-tronco adultas reprogramadas. O tema, no entanto, permanecerá fora do núcleo de tomadas de decisões da Europa. Este o diktat dos "burocratas" de Bruxelas. (Trad.TS)

25 organizações católicas de caridade que actuam na Síria reunem-se em Roma

Nesta sexta, evento promovido pelo "Cor Unum" coordena as acções num país em que a guerra já causou 160 mil vítimas

Cidade do Vaticano, 28 de Maio de 2014 (Zenit.org)


Nesta sexta-feira, 30 de Maio, o Pontifício Conselho "Cor Unum" promove uma reunião de coordenação entre as organizações de caridade católicas que actuam na Síria.

O encontro, com a participação de 25 organizações católicas que operam no país em guerra e em outras nações do Oriente Médio, será estruturado em duas etapas.

No decurso da manhã, depois da apresentação inicial feita pelo cardeal Robert Sarah, presidente do "Cor Unum" e coordenador dos trabalhos, falará o Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin. Também se pronunciarão dom Mario Zenari, núncio apostólico na Síria, e mons. Antoine Audo, presidente da Cáritas Síria.

Ainda de manhã, serão apresentadas as actividades realizadas pelo escritório de informações de Beirute, criado no ano passado para recolher e distribuir dados sobre o trabalho das organizações católicas na região.

À tarde, os participantes se concentrarão nos aspectos práticos da cooperação entre as várias entidades na Síria e nos países vizinhos.

O objectivo da reunião é fazer uma avaliação do trabalho realizado até agora pelas organizações caritativas católicas no contexto do conflito sírio, evidenciar os pontos mais críticos que surgiram ao longo dos últimos dois anos e identificar as prioridades de trabalho para o futuro.

A Síria está no centro das atenções da comunidade internacional por causa da longa crise humanitária resultante da guerra civil. A Santa Sé, juntamente com a actividade diplomática, através da rede de nunciaturas, das relações com as igrejas locais e do trabalho das agências caritativas católicas, participa activamente dos programas de ajuda e de assistência humanitária.

De acordo com os dados disponíveis, a crise síria teria causado até agora cerca de 160 mil vítimas fatais, mais de 2 milhões de refugiados, a maioria em países do Oriente Médio e do Mediterrâneo, e cerca de 6 milhões de desabrigados internos, forçados a migrar para outras localidades dentro do país.

O papa pede que a OIT una forças para gerar mais trabalho e mais solidariedade

Em sua mensagem para o congresso da Organização Internacional do Trabalho, Francisco observa que o desemprego desanima os jovens e provoca emigração em massas, tráfico de pessoas e escravidão


Cidade do Vaticano, 28 de Maio de 2014 (Zenit.org)


O Santo Padre enviou uma mensagem ao director-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT) por ocasião da 103ª sessão da conferência do organismo, que acontece em Genebra de 28 de Maio a 12 de Junho. Com o tema ''Construir um futuro com trabalho decente'', trabalhadores, empresários e governos dos 185 países-membros da OIT discutirão sobre migração, políticas de emprego, estratégias contra a informalidade e fortalecimento da convenção de combate ao trabalho forçado.

O papa destaca na mensagem que esta conferência se reúne em um "momento crucial da história económica e social, que apresenta desafios para o mundo inteiro". Francisco destaca que o desemprego está expandindo tragicamente as fronteiras da pobreza e "este fato pode ser desmotivador em particular para os jovens, que poderiam facilmente se desanimar, perder o senso do próprio valor e sentir-se alheios à sociedade”.

Outro problema abordado na mensagem do papa é o da migração em massa. Francisco observa que "o notável número de homens e mulheres obrigados a procurar trabalho fora da sua pátria é fonte de preocupação". Apesar da sua esperança num futuro melhor, explica o papa, essas pessoas encontram frequente incompreensão e exclusão, para não falar das vezes em que a sua experiência é de tragédias e desastres. O pontífice recorda que, "tendo enfrentado tantos sacrifícios", essas pessoas muitas vezes “não conseguem um trabalho decente e se tornam vítimas de certa globalização da indiferença”.

Francisco acrescenta que esta situação "os expõe a outros perigos", como o tráfico de seres humanos, o trabalho forçado e a escravidão. O papa afirma que "é inaceitável que, em nosso mundo, o trabalho feito por escravos seja moeda corrente. Não podemos continuar assim! O tráfico de seres humanos é um acinte, é um crime contra toda a humanidade".

“Chegou a hora”, diz o pontífice, “de unir as forças e trabalhar juntos para libertar as vítimas desse tráfico e desarraigar esse crime que diz respeito a todos nós”. Também é hora, indica o Santo Padre, de reforçar "as formas de cooperação e de estabelecer novos caminhos para incrementar a solidariedade".

Para conseguir este objectivo, o papa propõe "um compromisso renovado em favor da dignidade de cada pessoa", assim como uma "decisão mais firme de cumprir as normas internacionais do trabalho", "o planeamento de um desenvolvimento centrado na pessoa como protagonista e beneficiária principal", "uma avaliação nova das responsabilidades das multinacionais nos países onde elas actuam, incluindo os sectores da gestão dos lucros e dos investimentos" e "um esforço coordenado para impulsionar os governos a facilitar as viagens dos emigrantes em benefício de todos, eliminando, desta forma, o tráfico de seres humanos e as condições perigosas de transporte".

Para finalizar, o bispo de Roma recorda que a doutrina social da Igreja ''apoia as iniciativas da OIT focadas na promoção da pessoa e na dignidade do trabalho'' e incentiva os seus membros a ''enfrentarem os desafios do mundo actual permanecendo fiéis a esses nobres objectivos''.

O Efeito Francisco

Documentário ressalta particularidades do primeiro Papa sul-americano


Roma, 28 de Maio de 2014 (Zenit.org) Ann Schneible


Um novo documentário pretende ressaltar a figura amada e muitas vezes desafiadora do Papa Francisco, que em apenas um ano, atrai a atenção do mundo.

The Francis Effect - O Efeito Francisco – estreia no Salt and Light Network em 31 de Maio, e pretende explorar várias questões sobre este pontificado, desde a histórica eleição, com suas improvisadas conferências de imprensa, as mudanças institucionais relacionadas à Cúria, à ênfase sobre os ensinamentos fundamentais do Evangelho. Ou seja, o documentário revela o que se tornou conhecido como "efeito Francisco" através dos olhos do clero, professores e jornalistas, com o objectivo de compreender o particular ministério do primeiro Papa sul-americano.

"Ficou muito claro logo no início do pontificado do Papa Francisco que havia algo diferente, as pessoas prestam atenção como nunca antes”, disse Sebastian Gomes, escritor e director do documentário.

"À medida que os meses passavam, percebemos que o "Efeito de Francisco” crescia. Não era o que algumas pessoas chamam de período 'lua de mel'. Pareceu-nos ser algo que estava aqui para ficar".

Enquanto significativa atenção era dada a algumas mudanças superficiais do papado (seus novos sapatos, sua mudança para a residência de Santa Marta, etc) a equipe do Salt and Light percebeu a oportunidade de ir além.

O principal objectivo [do documentário], disse Gomes, "é ir mais fundo e levar as pessoas para dentro da história de uma forma que pudessem ver não apenas as mudanças superficiais, mas também histórico, cultural, burocrático, mudanças estruturais que ele também está implementando".

Uma das qualidades do Papa Francisco que o documentário foca é a sua forma de comunicar. "Há uma antiga máxima no Vaticano que você nunca deve falar sem um texto preparado", disse Gomes. "Isso definitivamente não se aplica a este Papa, porque ele fala o tempo todo sem um script. Se há um script, ele se desvia bastante do roteiro. Nós não sabemos o que ele vai dizer, e nem para quem".

"Ele aproximou-se de pessoas (isso é uma mudança) e comunica directamente, e em linguagem simples que as pessoas entendem. Você não precisa ser uma pessoa educada para entender o que este Papa está dizendo. Pode ser qualquer um. Você não tem que ser um cristão para entender o que este Papa está dizendo. Isso faz parte do seu apelo para o mundo, e também é algo que exige uma certa investigação da nossa parte para fazer o filme: O que isso significa?"

O Efeito Francisco destaca alguns dos exemplos mais conhecidos de ‘improvisação’, como aquela conferência de imprensa no avião voltando do Rio de Janeiro, e a entrevista do ano passado com o padre jesuíta Antonio Spadaro para La Civiltà Cattolica.

Muitos comentários que foram feitos pelo Papa durante esses encontros são pessoais, afirmou Gomes. "As pessoas realmente não sabem como interpretá-los, porque nunca ouviram um Papa falar assim antes. Ele faz alguns comentários muito significativos que nós, como Igreja, não necessariamente sabemos como aplicar, como interpretar o significado".

Outra questão explorada em The Francis Effect é a reforma interna da Igreja proposta por Francisco. "Está se tornando cada vez mais evidente que este é um Papa não só para a Igreja Católica, mas para todo o mundo. Percebemos isso na forma como ele apela para a paz, na forma como ele convidou para o dia de oração pelo que estava acontecendo na Síria há quase um ano”.

"Há muitas pessoas no mundo que não são católicas e não são cristãs, mas reconhecem que ele é a voz moral de maior autoridade no planeta hoje", disse. "Isso tem implicações significativas para a Igreja".

Por fim, o documentário explora se a particular abordagem do Papa Francisco é apenas um estilo, ou uma mudança substancial. “As pessoas tendem a dizer que é só estilo", disse Gomes. "No entanto, está se tornando cada vez mais evidente que, de certa forma, o estilo do Papa Francisco é substancial. Isso é uma coisa importante a considerar".

Uma das qualidades centrais do pontificado do Papa Francisco, afirma Gomes, é a ênfase na ideia de que "toda a missão da Igreja não é para a Igreja", mas para o mundo todo.

"O mundo precisa que a Igreja seja a Igreja no seu melhor", disse ele, "e a Igreja faz o seu melhor quando fala sobre os atributos fundamentais do Evangelho e de Jesus: amor, aceitação, abertura, misericórdia, perdão. Isso é o que o mundo precisa. Isso é o Evangelho. Francisco, encarnando isso à sua maneira, está mudando várias cabeças, atraindo muita atenção, e abrindo muitos corações e mentes. Isso é muito bom".

(Salt & Light Media /Trad.:MEM)