Bom
dia
É
dos textos que melhor expressa o que se sente neste dia de memória e
homenagem a quem já partiu. O autor é o padre João Aguiar Campos e, como em
todas as ocasiões, os seus textos dão brilho à vida, às emoções, às vibrações
da alma! Com a autorização do autor, transcrevo o que escreveu sobre a morte,
sobre a experiência da despedida de quem é mais querido e amado! A
experiência que viveu com o falecimento dos seus pais, de amigos
e colaboradores! Obrigado padre João pelas suas partilhas que são
"luz nos nossos caminhos". Também pelas fotos, como esta!
Nunca me
despedi completamente: o amor não deixa…
Quem ama pode ausentar-se, boiar por uns tempos na neblina e no silêncio, ou acampar provisoriamente no deserto. Mas despedir-se… Quem ama é incapaz de se despedir completamente. Por isso diz «Volto já», «É por pouco tempo», «O tempo passa depressa», «Vou escrever ou telefonar centenas de vezes ao dia», «Vou estar sempre a pensar em ti». Às vezes parece que pelo menos a faca da morte corta tudo o que se teve ou viveu. Mas não. A morte apenas separa, não mata. Lavo-me, por isso, na água da saudade e da espera; procuro vozes e risos que guardei intactos; aspiro o perfume do vapor onde ferveram conversas e sonhos; aconchego-me a uma camisola sem corpo, como se nela habitassem ainda os braços que me abraçaram. Estão tão vivos os meus mortos!... (Padre João Aguiar Campos)
Votos
de um bom dia, na memória de quem sempre está vivo!
Paulo
Rocha
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quinta-feira, 2 de novembro de 2017
Estão tão vivos os meus mortos!...
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