O Dia Mundial da Poupança celebra-se anualmente a 31 de outubro e foi criado com o intuito de alertar os consumidores para a necessidade de disciplinar os gastos e de amealhar alguma liquidez, de forma a evitar situações de sobre-endividamento.
A ideia de criar uma data especial para promover a noção de poupança surgiu em outubro de 1924, durante o primeiro Congresso Internacional de Economia, em Milão.
«No poupar é que vai o ganho» significa que, se uma pessoa economizar, pouco ou muito, acabará por amealhar (para o futuro); ou seja, ganhará um pecúlio que lhe poderá servir mais tarde.
Se o dinheiro está caro, há que começar a poupá-lo! Existem inúmeras sugestões e dicas para poupar, não só dinheiro mas também os bens materiais de que necessitamos para o dia-a-dia, o que naturalmente resulta em menos despesas.
Numa sociedade que exagera no consumismo não é nada fácil manter a consciência e a persistência constante em saber discernir do que necessitamos verdadeiramente e de tudo o que nos parece indispensável, mas que podemos dispensar.
Fomentar a necessidade das compras e dos gastos é ir ao jeito das ofertas do mercado, mas acautelar-se e não se deixar levar pelas técnicas de venda e pelas estratégias de marketing que nos querem convencer de que o supérfluo é necessário é, sem sombra de dúvida, um exercício de remar contra a maré, mas é exactamente neste ponto que devemos parar para equacionar a pertinência da compra em vez de comprar sem pensar.
No nosso tempo, a publicidade, graças aos modernos meios de comunicação, está presente em toda a parte e abusa muitas vezes do poder de sugestão e de sedução, a favor de interesses económicos. Com o alibi de prometer a felicidade e a satisfação de todos os desejos acaba por converter o homem num escravo dos seus apetites desordenados que o conduzem a gastos e a tentações perfeitamente evitáveis.
Ser prudente, moderado, poupado, controlar as necessidades, os desejos, os gastos, saber optar pelo que é realmente indispensável na certeza de que é no meio que está a virtude, pode ser um excelente exercício para equilibrar o orçamento familiar, a dieta pessoal ou simplesmente caprichar em não se deixar ir pelas influências exteriores, mas dar voz ao nosso querer, ser senhor das nossas opções ou simplesmente necessidades.
Mas um facto é que ao saber escolher os bens de consumo e de consumi-los de forma inteligente, moderada e equilibrada, o resultado projecta-se no nosso pecúlio, no nosso corpo e no nosso ego.
Poupar porque sim, porque queremos, porque é nossa opção e obrigação, não esquecendo que o supérfluo dos ricos é o necessário dos pobres. Parafraseando Fernando Pessoa eu acrescento: “ Quer pouco, terás tudo; quer nada, serás livre”. Ora bem, este querer nada poético é relativamente complexo, mas a ideia é de que o excesso do ter compromete o nosso ser, a nossa liberdade e a nossa capacidade para sermos despojadamente mais felizes, mais livres e menos apegados ao material que em excesso nos escraviza e quarta a capacidade de pairar acima da matéria e do espaço, rumando a um horizonte mais fluido, mais leve e transcendente.
Maria Susana Mexia |
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