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sábado, 27 de dezembro de 2025

Uma força mais verdadeira do que a das armas

Bom dia, paz e bem!!

Foto: Vatican Media

“Na memória de Santo Estêvão, o primeiro mártir, invocamos a sua intercessão para que fortaleça a nossa fé e sustente as comunidades que mais sofrem por causa do seu testemunho cristão” – Leão XIV
O Papa presidiu à oração mariana do ângelus, esta sexta-feira, 26 de dezembro, quando a Igreja Católica celebra, no seu calendário, a memória do diácono Santo Estêvão, o seu primeiro mártir. E falou de “uma força mais verdadeira do que a das armas”, sabe qual é?
“Que o seu exemplo de mansidão, coragem e perdão acompanhe todos aqueles que estão envolvidos em situações de conflito para promover o diálogo, a reconciliação e a paz”, pediu Leão XIV, após a oração mariana e bênção aos fiéis, peregrinos e turistas na Praça de São Pedro.
Antes (da oração), neste “natal” de Santo Estêvão – “o martírio é o nascimento para o céu” - Leão XIV explicou que o protomártir “morreu perdoando, tal como Jesus: por causa de uma força mais verdadeira do que a das armas”.
“Nas condições de incerteza e sofrimento do mundo atual, a alegria pareceria impossível. Quem hoje acredita na paz e escolheu o caminho desarmado de Jesus e dos mártires é frequentemente ridicularizado, excluído do debate público e, não raro, acusado de favorecer adversários e inimigos. O cristão, porém, não tem inimigos, mas irmãos e irmãs, que continuam a sê-lo mesmo quando não estão de concordo”, desenvolveu.

Foto: Agência Ecclesia/CB

O Ano Santo 2026 está a aproximar-se do final. O Papa Francisco, na convocatória do Jubileu da Esperança, anunciou que encerra nas dioceses este domingo, dia 28 de dezembro. O encerramento mundial, no Vaticano, é no dia 6 de janeiro de 2026.
O arcebispo de Évora disse à Agência ECCLESIA que a celebração do Jubileu afirmou a certeza de os cristãos “não estarem sós”, que a “pluralidade mostrou tolerância” e que “um mundo de paz é possível”. D. Francisco Senra Coelho, nesta entrevista, falou também de sinodalidade, das eleições presidenciais 2026, e do projeto «Évora Sacra», da arquidiocese para a Capital Europeia da Cultura, em 2027
E vamos começar a publicar a opinião dos bispos de várias dioceses, entre outros responsáveis e participantes deste Ano Jubilar. A não perder. Estes são temas em destaque no Programa Ecclesia emitido na rádio Antena 1, deste sábado e domingo, pelas 06h00.
Na página da Agência ECCLESIA na internet, encontra ainda, na análise ao Ano Santo 2025, o comentário de quem participou no Jubileu dos Jovens, no Jubileu do Mundo Missionário, e no Jubileu da Catequese, respetivamente Pedro Carvalho, Joana Peixoto, e Rita Santos, de vários setores da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

Votos de um bom fim de semana da família, e em família. E, como família, estamos no sítio de sempre, em www.agencia.ecclesia.pt.

Cumprimentos,
Carlos Borges


agencia.ecclesia.pt

      


sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Natal: Bispo de Beja explicou que «a luz de Cristo quer chegar às periferias geográficas e existenciais»

«Que, iluminados por Cristo, nos tornemos também portadores da sua luz, levando-a aos mais necessitados, aos marginalizados, aos que vivem nas sombras da solidão e da dor» – D. Fernando Paiva

Foto: Diocese de Beja

Beja, 26 dez 2025 (Ecclesia) – O bispo de Beja explicou que Jesus, “luz do mundo”, “não é apenas para um grupo restrito”, mas destina-se a “iluminar os confins do mundo”, na homilia da Missa do Dia de Natal, na igreja do Santíssimo Salvador.

“A luz de Cristo quer chegar às periferias geográficas e existenciais e também, a um nível mais pessoas, quer chegar a todas as dimensões nossa vida (familiar, afectiva, laboral, social, social, lúdica) e ao que mais profundo há em cada um de nós”, disse D. Fernando Paiva, na homilia publicada na página da Diocese de Beja na internet.

Na Missa do Dia de Natal, o bispo de Beja convidou a diocese a deixar-se “iluminar” por essa luz onde encontram “verdade, paz e plenitude”, desejando que a celebração do nacimento de Jesus “traga paz, alegria e esperança” aos corações e às famílias.

“Que ela penetre todas as dimensões da nossa vida: as nossas relações, o nosso trabalho, as nossas escolhas, os nossos sonhos. Que, iluminados por Cristo, nos tornemos também portadores da sua luz, levando-a aos mais necessitados, aos marginalizados, aos que vivem nas sombras da solidão e da dor.”

Foto: Diocese de Beja

O bispo de Beja realçou que o Natal convida a abrir o coração para “acolher Jesus”, para deixarem-se transformar por Ele e “viver como filhos e filhas de Deus”, tendo explicado que “o Verbo feito carne foi rejeitado por muitos” e este drama da rejeição “continua ainda hoje” quando se escolhe “as trevas do egoísmo, da indiferença ou do pecado em vez da luz de Cristo”.

D. Fernando Paiva convidou a comunidade, “diante do mistério do Verbo feito carne”, a pedir “ao Senhor que reanime a fé, a esperança e a caridade”, na homilia da Missa do Dia de Natal, celebrada na igreja do Santíssimo Salvador, em Beja.

“Que esta Luz ilumine o nosso caminho, transforme os nossos corações e se espalhe pelo mundo inteiro”, pediu o bispo de Beja, no final da homilia da Missa do Dia de Natal, que concluiu desejando “a todos, um Santo Natal cheio de bênçãos”.

CB








Uma «paz selvagem» para o dia seguinte

Bom dia,

Passada a excitação da véspera e do Dia de Natal, acordamos hoje num mundo que não mudou magicamente. As guerras continuam, as injustiças persistem e o silêncio que se segue à festa pode, por vezes, parecer pesado.

Foi precisamente para este momento que o Papa Leão XIV apontou na sua mensagem Urbi et Orbi, ao citar Yehuda Amichai (1924–2000). A escolha de um poeta israelita, no atual contexto de sofrimento no Médio Oriente, é um gesto de enorme simbolismo diplomático e espiritual. Mas é a imagem do poema citado que fica a ressoar neste 26 de dezembro: a “paz selvagem”.

“Como quando no coração a excitação termina e apenas se pode falar de um grande cansaço. [...] Venha de repente, como as flores selvagens, porque o campo precisa dela: paz selvagem”.

Na varanda central da Basílica de São Pedro, o Papa não poupou nas palavras. Evocou o "povo ucraniano massacrado", a crise em Gaza e as guerras esquecidas em África. Leão XIV lembrou que Deus "não nos pode salvar sem nós" e pediu que não nos deixemos vencer pela indiferença.

Por cá, de norte a sul e nas ilhas, os bispos portugueses traduziram o mistério do Natal para os desafios concretos do nosso tempo. Houve alertas contra a ditadura do digital, apelos à inteligência espiritual e convites a desarmar o coração.

No Programa Ecclesia de hoje (15h00, RTP2), recordamos três momentos chave que marcaram este ano jubilar, a caminhar para o seu fim: o Jubileu dos Jovens, o Jubileu do Mundo Missionário e o Jubileu da Catequese e do Mundo Educativo.

Para fazer este balanço e olhar o futuro, convidámos Pedro Carvalho, diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil; Joana Peixoto, da Fundação Fé e Cooperação (FEC);e Rita Santos, do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC).

Voltando ao início desta conversa, a liturgia não nos deixa adormecer na doçura do presépio. Logo no dia seguinte ao Natal, a Igreja celebra Santo Estêvão, o primeiro mártir. É um lembrete abrupto de que a incarnação de Deus é levada a sério até às últimas consequências. A "paz selvagem" de que fala o Papa exige, muitas vezes, a coragem de Estêvão: a coerência de vida, mesmo quando o mundo responde com pedras.

Despeço-me com votos de boas notícias, sempre,

Octávio Carmo

 

 


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