quinta-feira, 28 de novembro de 2013
A luta pela vida de um bebé prematuro extremo de 700 gramas revoluciona as redes sociais
Chama-se Ward Miles
Ward Miles Miller |
Actualizado 25 de Novembro de 2013
Aciprensa
Ward Miles Miller nasceu três meses e meio antes da data prevista de parto e com um peso de 700 gramas. O seu pai Benjamin, fotógrafo de casamentos, registou num comovedor vídeo a intensa luta do seu filho e a abnegação da sua esposa Lyndsey por conseguir a sua recuperação.
O vídeo foi publicado em 31 de Outubro passado para comemorar o primeiro ano de Ward em casa. O bebé teve de estar 107 dias numa incubadora depois do seu nascimento em 16 de Julho de 2012, festa da Virgem do Carmo. O vídeo começa com imagens tomadas quatro dias depois do seu nascimento, a primeira vez que a sua mãe Lyndsey o pode abraçar.
Benjamin Scott Miller conta no Vimeo, onde superou as 140 mil visitas, que o seu vídeo "resume o primeiro ano do meu filho. Nasceu muito prematuro e teve que superar muitos e grandes obstáculos, mas não maiores que o nosso Deus. Esta é uma história do amor de uma mãe pelo seu bebé".
"Fiz este vídeo para comemorar o seu primeiro ano e o longe que chegou", disse Benjamin e revela que preparou o breve filme como um presente de aniversário para a sua esposa.
"Quero agradecer aos médicos, enfermeiras e pessoal de todo o mundo que tem como missão fazer que os bebés estejam melhor. É graças a vocês que o meu filho sempre teve a oportunidade de chegar a casa!"
Em resposta a um dos comentários que recebeu o seu vídeo, Benjamin recorda que durante a sua estadia no hospital "vimos muitas famílias sair dos cuidados intensivos sem os seus bebés" e agora reza para que alcancem a paz.
Aciprensa
Ward Miles Miller nasceu três meses e meio antes da data prevista de parto e com um peso de 700 gramas. O seu pai Benjamin, fotógrafo de casamentos, registou num comovedor vídeo a intensa luta do seu filho e a abnegação da sua esposa Lyndsey por conseguir a sua recuperação.
O vídeo foi publicado em 31 de Outubro passado para comemorar o primeiro ano de Ward em casa. O bebé teve de estar 107 dias numa incubadora depois do seu nascimento em 16 de Julho de 2012, festa da Virgem do Carmo. O vídeo começa com imagens tomadas quatro dias depois do seu nascimento, a primeira vez que a sua mãe Lyndsey o pode abraçar.
Benjamin Scott Miller conta no Vimeo, onde superou as 140 mil visitas, que o seu vídeo "resume o primeiro ano do meu filho. Nasceu muito prematuro e teve que superar muitos e grandes obstáculos, mas não maiores que o nosso Deus. Esta é uma história do amor de uma mãe pelo seu bebé".
"Fiz este vídeo para comemorar o seu primeiro ano e o longe que chegou", disse Benjamin e revela que preparou o breve filme como um presente de aniversário para a sua esposa.
"Quero agradecer aos médicos, enfermeiras e pessoal de todo o mundo que tem como missão fazer que os bebés estejam melhor. É graças a vocês que o meu filho sempre teve a oportunidade de chegar a casa!"
Em resposta a um dos comentários que recebeu o seu vídeo, Benjamin recorda que durante a sua estadia no hospital "vimos muitas famílias sair dos cuidados intensivos sem os seus bebés" e agora reza para que alcancem a paz.
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As catacumbas de Priscila disponíveis no Google Maps
Actualizado 23 de Novembro de 2013
Zenit / ReL
A Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra apresentou esta semana na basílica de São Silvestre, nas catacumbas de Priscila, o resultado obtido depois do trabalho realizado nestes últimos cinco anos.
Neles levaram-se a cabo intervenções de escavação arqueológica, restauração para conservar as pinturas das catacumbas e a reestruturação e reorganização de uma das zonas mais sugestivas, a da basílica onde foi enterrado o papa Silvestre.
Zenit / ReL
A Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra apresentou esta semana na basílica de São Silvestre, nas catacumbas de Priscila, o resultado obtido depois do trabalho realizado nestes últimos cinco anos.
Neles levaram-se a cabo intervenções de escavação arqueológica, restauração para conservar as pinturas das catacumbas e a reestruturação e reorganização de uma das zonas mais sugestivas, a da basílica onde foi enterrado o papa Silvestre.
"A cultura antiga pode ter e descobrir caminhos para encontrar-se com o contemporâneo - sublinhou o cardeal Ravasi, presidente da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra. As catacumbas constituem uma grande fascinação e, não só para os estudiosos, devemos relançar o desejo de descer de novo nos lugares escuros e luminosos do subsolo romano".
Cabe destacar a restauração do cubículo de Lázaro, no cemitério subterrâneo que se encontra próximo da basílica papal, sendo esta a última de uma grande série de intervenções de conservação realizadas no cemitério de Priscila.
A basílica de São Silvestre compõe-se de dois ambientes, um dedicado na sua totalidade ao culto e o outro utilizado no passado como depósito dos materiais antigos escultóricos encontrados durante as escavações. Entre estes materiais encontram-se mais de 700 fragmentos de sarcófagos - que foram cuidadosamente restaurados -, que procedem da necrópole que na época imperial tardia se estendia na zona da via Salaria Nueva, um notável testemunho da escultura funerária da antiguidade.
Cabe destacar a restauração do cubículo de Lázaro, no cemitério subterrâneo que se encontra próximo da basílica papal, sendo esta a última de uma grande série de intervenções de conservação realizadas no cemitério de Priscila.
A basílica de São Silvestre compõe-se de dois ambientes, um dedicado na sua totalidade ao culto e o outro utilizado no passado como depósito dos materiais antigos escultóricos encontrados durante as escavações. Entre estes materiais encontram-se mais de 700 fragmentos de sarcófagos - que foram cuidadosamente restaurados -, que procedem da necrópole que na época imperial tardia se estendia na zona da via Salaria Nueva, um notável testemunho da escultura funerária da antiguidade.
Este património artístico de grande valor pode ser consultado on-line no site mupris.net e como grande novidade, as catacumbas da via Salaria incluem-se no programa Google Maps, de onde se poderá admirar o complexo prisciliano. Está é a ligação para visitar as catacumbas.
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O «Papa» da Igreja Siro-Malankar: «A comunhão com Roma é um motivo de alegria»
Faz hoje um ano foi criado cardeal
Actualizado 24 de Novembro de 2013
Fernando de Navascués / ReL
Justamente faz hoje um ano, o Papa Bento XVI criava cardeais a 6 bispos mais. Nenhum tinha procedência europeia: Nigéria, Colômbia, Líbano… E a Índia. Do subcontinente indiano vinha Basilio Cleemis Thottunkal, Arcebispo Maior de Trivandrum dos Siro-Malabreses, uma das Igrejas católicas orientais autónomas em plena comunhão com a Igreja de Roma. Um bispo infatigável que dedicou a sua vida ao serviço dos necessitados da Índia, um país não isento de perseguições e de conflitos religiosos. O cardeal leva o título de São Gregório VII e o mais jovem da Igreja Católica.
Alguns popularmente consideram o cardeal Thottunkal como o "papa" dos siro-malankares, mas a realidade da sua história é que as raízes da comunidade Siro-Malankar remontam à pregação do apóstolo Tomás. Regressaram à plena comunhão com Roma em 1930 graças à intervenção de vários bispos por Geervarghese Mar Ivanios. Em 1932, o Papa Pio XI, com o decreto Christo Pastorum, restabeleceu-a na hierarquia Católica.
O Cardeal Thottunkal nasceu em Kerala, em 15 de Junho de 1959. Foi ordenado sacerdote da igreja Siro Malankar, em 1986 com 27 anos. Depois de fazer o doutoramento em Teologia Ecuménica na Universidade Pontifícia de Santo Tomás de Aquino, em Roma, voltou à Índia e foi nomeado Vigário Geral da Eparquia de Bathery. Nas igrejas orientais, uma eparquia é um território que se encontra debaixo da autoridade de um bispo, é uma terminologia própria das Igrejas Orientais Católicas, a Igreja Ortodoxa e as Antigas Igrejas Orientais como a Igreja católica maronita ou como a Igreja católica etíope entre outras.
Fernando de Navascués / ReL
Justamente faz hoje um ano, o Papa Bento XVI criava cardeais a 6 bispos mais. Nenhum tinha procedência europeia: Nigéria, Colômbia, Líbano… E a Índia. Do subcontinente indiano vinha Basilio Cleemis Thottunkal, Arcebispo Maior de Trivandrum dos Siro-Malabreses, uma das Igrejas católicas orientais autónomas em plena comunhão com a Igreja de Roma. Um bispo infatigável que dedicou a sua vida ao serviço dos necessitados da Índia, um país não isento de perseguições e de conflitos religiosos. O cardeal leva o título de São Gregório VII e o mais jovem da Igreja Católica.
Alguns popularmente consideram o cardeal Thottunkal como o "papa" dos siro-malankares, mas a realidade da sua história é que as raízes da comunidade Siro-Malankar remontam à pregação do apóstolo Tomás. Regressaram à plena comunhão com Roma em 1930 graças à intervenção de vários bispos por Geervarghese Mar Ivanios. Em 1932, o Papa Pio XI, com o decreto Christo Pastorum, restabeleceu-a na hierarquia Católica.
O Cardeal Thottunkal nasceu em Kerala, em 15 de Junho de 1959. Foi ordenado sacerdote da igreja Siro Malankar, em 1986 com 27 anos. Depois de fazer o doutoramento em Teologia Ecuménica na Universidade Pontifícia de Santo Tomás de Aquino, em Roma, voltou à Índia e foi nomeado Vigário Geral da Eparquia de Bathery. Nas igrejas orientais, uma eparquia é um território que se encontra debaixo da autoridade de um bispo, é uma terminologia própria das Igrejas Orientais Católicas, a Igreja Ortodoxa e as Antigas Igrejas Orientais como a Igreja católica maronita ou como a Igreja católica etíope entre outras.
Os enfermos de sida, os abandonados
A realidade social da população, católica ou não, que vivia na sua eparquia obrigou-o a sair ao caminho. As suas primeiras obras foram construir dois hospitais para enfermos de sida, outro especialmente dedicado à atenção e refúgio de pessoas abandonadas e uma fundação educativa para ajudar crianças sem recursos económicos e em risco de exclusão social.
Ao serviço dos afastados
O interesse do papa João Paulo II por atender os católicos de ritos orientais, levou o pontífice a nomear Thottunkal Visitador Apostólico e Bispo auxiliar de Trivandrum no ano 2001, para assim pedir-lhe que o informasse e visse a forma de ajudar mais e melhor na vida espiritual dos siro-malankares que residem na América do Norte e Europa. Com o passar do tempo foi nomeado bispo de Tiruvalla e três anos depois, em 2006, arcebispo metropolitano de Tiruvalla.
O Sínodo de Bispos da Igreja Siro Malankar nomeou-o arcebispo maior de Trivandrum e Bento XVI o ratificou no ano 2007. O Sínodo é uma reunião de bispos a nível mundial no qual se juntam em momentos pontuais para tratar temas relacionados com o Romano Pontífice ou o governo da Igreja.
A realidade social da população, católica ou não, que vivia na sua eparquia obrigou-o a sair ao caminho. As suas primeiras obras foram construir dois hospitais para enfermos de sida, outro especialmente dedicado à atenção e refúgio de pessoas abandonadas e uma fundação educativa para ajudar crianças sem recursos económicos e em risco de exclusão social.
Ao serviço dos afastados
O interesse do papa João Paulo II por atender os católicos de ritos orientais, levou o pontífice a nomear Thottunkal Visitador Apostólico e Bispo auxiliar de Trivandrum no ano 2001, para assim pedir-lhe que o informasse e visse a forma de ajudar mais e melhor na vida espiritual dos siro-malankares que residem na América do Norte e Europa. Com o passar do tempo foi nomeado bispo de Tiruvalla e três anos depois, em 2006, arcebispo metropolitano de Tiruvalla.
O Sínodo de Bispos da Igreja Siro Malankar nomeou-o arcebispo maior de Trivandrum e Bento XVI o ratificou no ano 2007. O Sínodo é uma reunião de bispos a nível mundial no qual se juntam em momentos pontuais para tratar temas relacionados com o Romano Pontífice ou o governo da Igreja.
A comunhão, um motivo de alegria
O cardeal Thottunkal, que é o mais jovem da Igreja católica e o primeiro purpurado do rito Siro-Malankar, explica numa entrevista que formar parte do colégio cardinalício é uma grande responsabilidade, mas uma grande ocasião para que a Igreja Índia trabalhe braço com braço com o Papa para propagar uma mensagem de alegria.
A sua igreja conta com meio milhão de membros, situados principalmente na Índia, ainda que também haja comunidades nos Estados Unidos e na Europa. Está em plena comunhão com Roma, o qual para o cardeal índio significa “que todos temos que estar alegres, incluindo os menos privilegiados. Eles são os que mais necessitam do nosso cuidado e apoio”, e esta comunhão com o Papa de Roma, é a união com o apóstolo Pedro.
“Venho do continente asiático – explica na entrevista - em concreto do subcontinente da Índia, onde as pessoas assistiram a uma forte propagação das mensagens religiosas. Os crentes de outras religiões constituem uma maioria predominante”.
E continua o cardeal: “A nossa querida beata a Madre Teresa de Calcutá levou ao mundo, especialmente à Índia, uns meios muito práticos de evangelização, um modelo de testemunho. Tenho que dizer que se converteu na missionária mais eficaz numa terra na qual os cristãos não chegam nem a três por cento da população. A Madre Teresa deu testemunho de Jesus em todas as partes. Na história da Índia ela é e será sempre um modelo e um símbolo de cristandade”, explica o cardeal.
O cardeal Thottunkal, que é o mais jovem da Igreja católica e o primeiro purpurado do rito Siro-Malankar, explica numa entrevista que formar parte do colégio cardinalício é uma grande responsabilidade, mas uma grande ocasião para que a Igreja Índia trabalhe braço com braço com o Papa para propagar uma mensagem de alegria.
A sua igreja conta com meio milhão de membros, situados principalmente na Índia, ainda que também haja comunidades nos Estados Unidos e na Europa. Está em plena comunhão com Roma, o qual para o cardeal índio significa “que todos temos que estar alegres, incluindo os menos privilegiados. Eles são os que mais necessitam do nosso cuidado e apoio”, e esta comunhão com o Papa de Roma, é a união com o apóstolo Pedro.
“Venho do continente asiático – explica na entrevista - em concreto do subcontinente da Índia, onde as pessoas assistiram a uma forte propagação das mensagens religiosas. Os crentes de outras religiões constituem uma maioria predominante”.
E continua o cardeal: “A nossa querida beata a Madre Teresa de Calcutá levou ao mundo, especialmente à Índia, uns meios muito práticos de evangelização, um modelo de testemunho. Tenho que dizer que se converteu na missionária mais eficaz numa terra na qual os cristãos não chegam nem a três por cento da população. A Madre Teresa deu testemunho de Jesus em todas as partes. Na história da Índia ela é e será sempre um modelo e um símbolo de cristandade”, explica o cardeal.
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Especialista em cuidados paliativos: «Ajudar os doentes como a Madre Teresa, não com a eutanásia»
Desde Singapura a Calcutá
Um exemplo de entrega. |
Actualizado 22 de Novembro de 2013
Asia News / Nirmala Carvalho / ReL
Amy Lim é uma enfermeira especializada em cuidados paliativos, cristã, casada e mãe de três filhos. No ano 2014 estará como voluntária na primeira casa para os moribundos fundada pela Beata Teresa de Calcutá. Um trabalho que requer "profunda humanidade para entrar em sintonia com os pacientes", ajudando-os a encontrar "a felicidade inclusive no meio de uma profunda tristeza".
Proporcionar cuidados paliativos significa ajudar o paciente "a viver os dias que lhe restam significativamente e com dignidade".
Porque decidiste fazer voluntariado em Nirmal Hriday de Calcutá?
Neste momento estou fazendo uma busca espiritual que quero concluir em Junho de 2014. Por essa data, espero que esteja mais adequada para proporcionar melhor atenção espiritual ao grupo de pacientes que estão morrendo, especialmente aqueles com grande angústia. Por isto, leva-me algum tempo a preparar-me, com o fim de ser mais eficaz quando estiver Calcutá. Levarei comigo todo o amor possível, junto com o conhecimento e os resultados da minha investigação.
O meu coração deseja tanto trazer a beleza e essência do cuidado paliativo para muitos que, em redor do mundo, o merecem, especialmente aqueles que estão nos últimos dias das suas vidas.
Nos últimos dois anos fiz trabalho voluntário em Jacarta. Tive o privilégio de estar numa casa onde morrem crianças que pertencem a famílias muito pobres locais e também de receber algumas lições. O trabalho em Jacarta conquistou o meu coração ainda mais e uma grande parte de mim quer visitar o Nirmal Hriday em Calcutá.
Asia News / Nirmala Carvalho / ReL
Amy Lim é uma enfermeira especializada em cuidados paliativos, cristã, casada e mãe de três filhos. No ano 2014 estará como voluntária na primeira casa para os moribundos fundada pela Beata Teresa de Calcutá. Um trabalho que requer "profunda humanidade para entrar em sintonia com os pacientes", ajudando-os a encontrar "a felicidade inclusive no meio de uma profunda tristeza".
Proporcionar cuidados paliativos significa ajudar o paciente "a viver os dias que lhe restam significativamente e com dignidade".
Porque decidiste fazer voluntariado em Nirmal Hriday de Calcutá?
Neste momento estou fazendo uma busca espiritual que quero concluir em Junho de 2014. Por essa data, espero que esteja mais adequada para proporcionar melhor atenção espiritual ao grupo de pacientes que estão morrendo, especialmente aqueles com grande angústia. Por isto, leva-me algum tempo a preparar-me, com o fim de ser mais eficaz quando estiver Calcutá. Levarei comigo todo o amor possível, junto com o conhecimento e os resultados da minha investigação.
O meu coração deseja tanto trazer a beleza e essência do cuidado paliativo para muitos que, em redor do mundo, o merecem, especialmente aqueles que estão nos últimos dias das suas vidas.
Nos últimos dois anos fiz trabalho voluntário em Jacarta. Tive o privilégio de estar numa casa onde morrem crianças que pertencem a famílias muito pobres locais e também de receber algumas lições. O trabalho em Jacarta conquistou o meu coração ainda mais e uma grande parte de mim quer visitar o Nirmal Hriday em Calcutá.
Que fazes para ajudar o paciente? E porquê definir este serviço como "sagrado"?
Os cuidados paliativos são um tipo de terapia centrada no paciente, que consiste em manejar os sintomas e dar apoio integral tanto aos enfermos como aos seus seres queridos. A essência do cuidado paliativo centra-se no individuo que está sofrendo para viver os dias que lhe restam significativamente e com a sua dignidade intacta.
Num mundo que considera todo o sofrimento como uma tragédia a evitar, estes tratamentos são evidência de um crescimento mais humano e a humanidade frequentemente evolui através desta tragédia, e que pode haver felicidade inclusive no meio de uma profunda tristeza. Quantas vezes temos assistido ao perdão e a reconciliação do coração, até então negados? Mas torna-se possível no final da vida através de bons cuidados paliativos.
Sinto que este trabalho é sagrado porque na vida há muito mais que carne e sangue. Aqueles que queiram participar neste tipo de terapia, devem estar conectados com o paciente, oferecer-lhe presença absoluta e preparados para escutar toda a sua dor. A angústia espiritual e o sofrimento são indivisíveis. Os cuidados paliativos vão mais além dos cuidados físicos.
Os cuidados paliativos são um tipo de terapia centrada no paciente, que consiste em manejar os sintomas e dar apoio integral tanto aos enfermos como aos seus seres queridos. A essência do cuidado paliativo centra-se no individuo que está sofrendo para viver os dias que lhe restam significativamente e com a sua dignidade intacta.
Num mundo que considera todo o sofrimento como uma tragédia a evitar, estes tratamentos são evidência de um crescimento mais humano e a humanidade frequentemente evolui através desta tragédia, e que pode haver felicidade inclusive no meio de uma profunda tristeza. Quantas vezes temos assistido ao perdão e a reconciliação do coração, até então negados? Mas torna-se possível no final da vida através de bons cuidados paliativos.
Sinto que este trabalho é sagrado porque na vida há muito mais que carne e sangue. Aqueles que queiram participar neste tipo de terapia, devem estar conectados com o paciente, oferecer-lhe presença absoluta e preparados para escutar toda a sua dor. A angústia espiritual e o sofrimento são indivisíveis. Os cuidados paliativos vão mais além dos cuidados físicos.
Que lições importantes aprendeste de Madre Teresa, e de que modo formou a tua vocação com os enfermos terminais?
Creio que a Madre Teresa praticou cuidados paliativos ao longo da sua vida, cuidando dos pobres e dos moribundos. As suas poderosas palavras - "Não é quanto fazemos, mas sim quanto amor pusemos no fazer. Não é quanto damos, mas sim quanto amor pusemos em dar" – são a essência do cuidado paliativo.
Dar o melhor do que não se vê, ou àqueles que nunca poderão restituir a tua amabilidade de qualquer maneira, é a forma mais alta da terapia. As suas palavras são como um gerador eléctrico para mim, que cada dia produz energia e compaixão que necessitava para continuar caminhando com os enfermos e os moribundos.
Creio que a Madre Teresa praticou cuidados paliativos ao longo da sua vida, cuidando dos pobres e dos moribundos. As suas poderosas palavras - "Não é quanto fazemos, mas sim quanto amor pusemos no fazer. Não é quanto damos, mas sim quanto amor pusemos em dar" – são a essência do cuidado paliativo.
Dar o melhor do que não se vê, ou àqueles que nunca poderão restituir a tua amabilidade de qualquer maneira, é a forma mais alta da terapia. As suas palavras são como um gerador eléctrico para mim, que cada dia produz energia e compaixão que necessitava para continuar caminhando com os enfermos e os moribundos.
Que pensas da eutanásia e porque o exemplo da Madre Teresa em cuidados paliativos é tão importante?
A eutanásia põe fim à vida de forma prematura; o cuidado paliativo acrescenta qualidade aos dias que nos restam. A eutanásia elimina a dor mediante a eliminação da vida; os cuidados paliativos têm como objectivo melhorar cada ser humano sofredor ao qual vale a pena prestar atenção, inclusive alimentando-o até o último dia de vida.
Os cuidados paliativos vivem da esperança para enfrentar o sofrimento; a eutanásia mata toda a esperança. Animo os meus pacientes a não queixar-se demasiado do que perderam, mas sim a concentrar-se no que ainda tem e considerar cada uma destas coisas como bendições.
Trata-se só do que mais importa ao paciente nesse momento, e como podemos hacer esta viagem real para ele e para os seus seres queridos. Com boa terapia, a eutanásia é inútil.
A eutanásia põe fim à vida de forma prematura; o cuidado paliativo acrescenta qualidade aos dias que nos restam. A eutanásia elimina a dor mediante a eliminação da vida; os cuidados paliativos têm como objectivo melhorar cada ser humano sofredor ao qual vale a pena prestar atenção, inclusive alimentando-o até o último dia de vida.
Os cuidados paliativos vivem da esperança para enfrentar o sofrimento; a eutanásia mata toda a esperança. Animo os meus pacientes a não queixar-se demasiado do que perderam, mas sim a concentrar-se no que ainda tem e considerar cada uma destas coisas como bendições.
Trata-se só do que mais importa ao paciente nesse momento, e como podemos hacer esta viagem real para ele e para os seus seres queridos. Com boa terapia, a eutanásia é inútil.
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quarta-feira, 27 de novembro de 2013
"Quem pratica a misericórdia não teme a morte!"
Audiência geral: o papa nos convida a olhar para o momento da nossa partida como um abandono nas "mãos acolhedoras" de Deus
Roma, 27 de Novembro de 2013
Terminado o Ano da Fé, o papa Francisco nos ofereceu a sua
penúltima catequese do ciclo sobre o credo. Durante a audiência geral na
Praça de São Pedro, apesar do frio e do dia nublado, cerca de 50 mil
peregrinos ouviram o Santo Padre falar sobre a inevitabilidade da morte
e, em particular, sobre "morrer em Cristo".
Hoje em dia, disse o papa, está generalizado "um jeito errado de
olhar para a morte". Ela "afecta a todos nós" e "nos desafia de maneira
profunda", especialmente quando, de modo "escandaloso", ela nos toca de
perto ou golpeia as crianças ou os mais indefesos.
Quando vista como "o fim de tudo", a morte "assusta, aterroriza, se
torna uma ameaça que despedaça todos os sonhos, todas as perspectivas,
que rompe todos os relacionamentos e interrompe todos os caminhos".
Numa concepção ateia, em que a vida é um enclave entre os dois pólos
do nascimento e da morte, a existência é concebida como um "aleatório
achar-se no mundo a caminho do nada". Há também um "ateísmo prático",
que se substancia na atenção exclusiva aos interesses próprios e às
"coisas terrenas".
Quando se opta por esta última concepção equivocada, "não há escolha
senão a de ocultar a morte, negá-la ou banalizá-la por medo", disse o
Santo Padre.
E o coração humano se rebela contra este assunto, já que todos nós
temos um desejo de "infinito", uma "nostalgia do eterno". Por isso,
mesmo na tragédia da perda de um ente querido, "brada em nosso coração a
convicção de que não pode ser tudo finito; de que o bem dado e recebido
não foi em vão" e de que "a nossa vida não termina com a morte".
Esta "sede de vida" encontra resposta "real e confiável" na
ressurreição de Jesus, que não só nos dá a "certeza da vida após a
morte, como também ilumina o mistério da morte de cada um de nós".
Cada pessoa "tende a morrer como viveu": se a vida de um homem foi
rica em misericórdia, ele estará preparado para aceitar a despedida
final como "o abandono definitivo nas mãos acolhedoras de Deus”, para
"contemplar o seu rosto face a face" e para ver a Deus como Ele é:
"belo, cheio de luz, cheio de amor, cheio de ternura".
Porque a morte está sempre à espreita, temos que nos preparar para
ela, ficando sempre perto de Jesus na oração, nos sacramentos e na
prática da caridade.
O Senhor está presente "nos mais fracos e necessitados" (cf. Mt
25,35-36.40 ). Portanto, sugere o papa, "um caminho seguro é o de
recuperar o sentido da caridade cristã e da partilha fraterna, cuidando
das feridas físicas e espirituais do próximo".
Para receber em herança o reino, é necessário praticar a
solidariedade, compartilhando a dor e infundindo a esperança. “Quem
pratica a misericórdia não tem medo da morte". O papa reiterou esta
frase pedindo que os peregrinos a repetissem em coro.
"E por que não tem medo da morte? Porque [aquele que pratica a
misericórdia] a encara nas feridas dos irmãos e a supera com o amor de
Jesus Cristo. Se abrirmos a porta da nossa vida e do nosso coração para
os irmãos, a nossa morte também se tornará uma porta para o céu, para a
pátria abençoada, para onde rumamos no desejo de viver para sempre com o
nosso Deus Pai, com Jesus, com a Virgem Maria e com os santos",
concluiu Francisco.
in
Evangelii gaudium: "Texto histórico; a Igreja numa fase nova de evangelização"
Opinião do sociólogo Massimo Introvigne sobre a primeira exortação apostólica do papa Francisco
Roma, 27 de Novembro de 2013
É o mais longo documento (220 páginas) de toda a história
das encíclicas papais e das exortações apostólicas. Por que, com a
exortação Evangelii gaudium, o papa que nos habituou à brevidade quis
escrever uma enciclopédia?
Fizemos esta pergunta a Massimo Introvigne, sociólogo italiano autor de O Segredo do Papa Francisco
(Milão, 2013) e pai da teoria do "efeito Francisco", segundo a qual o
papa já trouxe de volta à Igreja fiéis que estavam afastados. “Um
aviso”, adverte Introvigne: “um texto tão grande se presta a muitas
leituras parciais”.
“Haverá quem insista nesse convite a partir da misericórdia de Deus,
mais do que dos preceitos morais, e em fazer uma reflexão cuidadosa
quando se trata de negar a comunhão a determinadas categorias de
pessoas, já que a Igreja não é uma alfândega e não tem que bloquear a
entrada de ninguém. Por outro lado, também haverá quem dê mais destaque
para a forte denúncia do relativismo, incluindo o de católicos que
escondem a sua identidade cristã, ou para a protecção da família, para a
condenação realmente dura do aborto, com uma declaração tão clara quanto
a que nega às mulheres o sacerdócio; para a doutrina da Igreja que não
muda e não pode mudar".
"Mas qualquer leitura parcial, que tente extrair só algumas frases do
documento, é errada. O texto tem a sua própria arquitectura específica,
que deve ser seguida. Ele é composto de cinco partes, através das quais:
1º, descobrimos que o cristianismo ou é missionário ou não é
cristianismo; 2º, encaramos os obstáculos à missão, dentro e fora da
Igreja; 3º, estudamos os modos da nova evangelização; 4º, examinamos as
suas consequências, que não são opcionais, em termos de doutrina social,
e, 5º, somos reconvocados à dimensão espiritual, que é a alma de todo
apostolado".
"De cada um dos cinco capítulos”, diz o sociólogo, “podemos extrair
uma ideia forte. Do primeiro, que evangelizar os outros não é opcional.
Um cristão que fica em casa e não evangeliza não é cristão. Do segundo, o
grande retorno da denúncia contra o relativismo, já bem denunciado por
Bento XVI, como o primeiro obstáculo para a evangelização e como difusor
de uma enorme superficialidade no campo moral. O relativismo, diz o
texto, faz mal tanto à sociedade quanto à Igreja, envolvendo sacerdotes e
religiosos com a ‘mundanidade espiritual’ e com o desejo dos aplausos
do mundo. Do terceiro capítulo, a longa análise da crise da homilia
dominical nas nossas igrejas, com os epítetos duríssimos (‘falso
profeta’, ‘charlatão’) que o papa dedica ao sacerdote que não prepara
bem o sermão, que não anuncia a verdade da Igreja e sim a sua própria,
ou que se limita a imitar os programas de televisão. Do quarto capítulo,
dedicado à doutrina social, uma defesa da política como vocação
altíssima contra um populismo irresponsável, meramente demagógico e que
não resolve os verdadeiros e terríveis problemas dos pobres cada vez
mais pobres. Do quinto, sobre as raízes espirituais, o aceno místico ao
fato de que, se o nosso trabalho missionário não dá fruto, talvez Deus o
use para reservar bênçãos a outro lugar do mundo aonde nunca iremos e
que sequer conhecemos".
“Vamos olhar para o título: ele fala de evangelização e de alegria. O
papa repete: todos devem evangelizar. Com este documento, que é
verdadeiramente histórico, a Igreja passa para uma etapa que, em inglês,
é chamada de evangelical, na qual não se foca na administração
dos fiéis que vão à missa, mas na capacidade de buscar e de converter
aqueles que não vão à igreja. Não é por acaso que as comunidades
protestantes evangélicas crescem, enquanto as mais tradicionais correm o
risco de desaparecer. E a alegria. Uma Igreja focada no Evangelho é
cheia de alegria e transmite alegria, beleza; é um lembrete importante
para evangelizar através da arte, outro dos grandes temas de Bento XVI, e
do amor. No texto há uma frase belíssima, dirigida ao mundo moderno: ‘a
nossa tristeza infinita só pode ser curada por um amor infinito’".
in
A alegria de evangelizar leva a um novo compromisso pastoral no futuro próximo
Dom Fisichella comenta a nova exortação apostólica que o papa escreveu em espanhol
Roma, 27 de Novembro de 2013
Foi publicada na manhã de ontem a primeira exortação
apostólica do pontificado de Francisco, a “Evangelii Gaudium” (A alegria
do Evangelho). O texto, escrito com base no sínodo sobre “A nova
evangelização para a transmissão da fé”, realizado de 7 a 28 de outubro
de 2012 e convocado pelo papa antecessor, Bento XVI, foi apresentado à
imprensa pelo arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício
Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, junto com os arcebispos
Lorenzo Baldisseri, secretário geral do sínodo dos bispos, e Claudio
Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações
Sociais.
A exortação, de 222 páginas, se divide em uma apresentação e cinco
capítulos. Os capítulos são dedicados à transformação missionária da
Igreja, à crise do compromisso comunitário, ao anúncio do Evangelho, à
dimensão social da evangelização e aos evangelizadores com espírito.
O padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, explicou que a
exortação foi um trabalho pessoal do santo padre, escrito principalmente
durante o mês de Agosto e originalmente em língua espanhola.
Por sua vez, dom Fisichella observou que o documento foi escrito "à
luz da alegria com o fim de redescobrir a fonte da evangelização no
mundo contemporâneo". Para ele, o texto delineia "os caminhos do
compromisso pastoral que ocuparão a Igreja no futuro próximo. Um convite
a recuperar uma visão profética e positiva da realidade, mesmo sem
deixar de ver as dificuldades. O papa Francisco transmite valentia e nos
convida a olhar para frente, apesar do momento de crise, fazendo da
cruz e da ressurreição de Cristo, mais uma vez, a 'insígnia da
vitória'".
Da mesma forma destacou que o papa “imprime nessas páginas não
somente a sua experiência pastoral anterior, mas sobretudo a sua chamada
para aproveitar o momento de graça que a Igreja está vivendo para
empreender com fé, convicção e entusiasmo a nova etapa do caminho de
evangelização”. E no centro da evangelização coloca a pessoa de Jesus
Cristo, o primeiro evangelizador.
Por um lado, continuou Monsenhor Fisichella, "o papa Francisco se
dirige às igrejas particulares para que, vivendo em primeira pessoa os
desafios e as oportunidades próprias de cada contexto cultural, sejam
capazes de propor os aspectos peculiares da nova evangelização nos seus
países”. Por outro lado, “o papa traça um denominador comum que permite
que toda a Igreja, e cada evangelizador em particular, reencontre uma
metodologia comum para convencer-se de que o compromisso de
evangelização é sempre um caminho participado, compartilhado e nunca
isolado”.
Chamou a atenção aos sete ponto indicados nos cinco capítulos da
exortação, já que “são os pilares de sustentação da visão do Papa
Francisco sobre a nova evangelização: a reforma da Igreja na partida
missionária, as tentações dos agentes pastorais, a Igreja como
totalidade do povo de Deus que evangeliza, a homilia e a sua preparação,
a inclusão social dos pobres, a paz e o diálogo social e as motivações
espirituais no compromisso missionário”.
O elemento que une essas questões – destacou – se concentra no amor
misericordioso de Deus que sai ao encontro de cada pessoa para
manifestar o coração da sua revelação: a vida de cada pessoa adquire
significado no encontro com Jesus Cristo e na alegria de compartilhar
esta experiência de amor com os outros.
Monsenhor Fisichella também enfatizou que "o papa, como de costume,
aprofunda sobre algumas expressões chocantes e cria neologismos para dar
a entender a natureza mesma da acção evangelizadora. Entre eles,
mencionou o já conhecido “primerear”; “Isso quer dizer que Deus nos
precede no amor, indicando à Igreja o caminho que deve seguir”.
Neste capítulo, também “aparece uma forte chamada do papa que se
estabeleça um saudável equilíbrio entre o conteúdo da fé e a linguagem
que a expressa. Pode acontecer, às vezes, que a rigidez com a qual se
pretende conservar a precisão da linguagem, vá em detrimento do
conteúdo, comprometendo assim a visão genuína da fé”.
O segundo capítulo é dedicado a acolher os desafios do mundo
contemporâneo e a vencer as fáceis tentações que minam a nova
evangelização. Em primeiro lugar, disse o Papa, é necessário recuperar a
própria identidade, sem esses complexos de inferioridade que levam a
"esconder a própria identidade e as convicções... [e] que acabam
sufocando a alegria da missão em uma espécie de obsessão por ser como
todos os outros e ter o que os outros tem".
O Papa Francisco explica, no terceiro capítulo que " a evangelização é
uma tarefa de todo o povo de Deus, ninguém está excluído. Ela não está
reservada nem pode ser delegada a um grupo particular. Todos os
baptizados estão directamente envolvidos nela”.
O quarto capítulo, continuou monsenhor Fisichella, é dedicado à
reflexão sobre a dimensão social da evangelização. Um tema muito
apreciado pelo Papa Francisco – lembrou – porque “se esta dimensão não
se explicita devidamente, corre-se sempre o risco de desfigurar o
significado autêntico e integral da missão evangelizadora”.
No último capítulo busca expressar o “espírito da nova
evangelização”, afirmou. “Este se desenvolve sob o primado da acção do
Espírito Santo que infunde sempre e de novo o impulso missionário, a
partir da vida de oração na qual a contemplação ocupa a posição
central”.
in
Os trabalhadores do Vaticano terão que marcar ponto por decisão do Papa
A partir do 1 de Janeiro se avaliará o seu rendimento. A medida servirá também para recuperar algum sacerdote para a actividade pastoral.
Roma, 27 de Novembro de 2013
Todos os funcionários do Estado do Vaticano, com excepção dos
arcebispos e cardeais, terão que marcar ponto com o cartão magnético
que já têm, para registar assim a sua jornada de trabalho. O farão a
partir do 1 de Janeiro de 2014, de acordo com uma informação que será
publicada amanhã pelo semanário italiano Panorama.
Apesar de já ter ficado para trás os tempos em que João XXIII
respondeu com uma piada ao jornalista que lhe perguntou quantas pessoas
trabalhavam no Vaticano: indicando “Mais ou menos a metade”, o registo
das entradas e saídas servirá para medir o nível de trabalho de cada um
dos seus quase 3 mil dependentes.
A decisão foi promovida pelo próprio Papa e contou com a colaboração
do serviço da Administração do Património da Sé Apostólica (APSA), que
é quem paga os salários.
Durante anos tentou-se colocar este controle de assistência, mas o projecto sempre fracassava devido ao obstrucionismo dos interessados.
Dessa forma, o pontífice argentino passou das palavras aos factos na sua
própria casa, onde já é conhecido o seu hobby de ir apagando as luzes
dos corredores das casas. “Economizando luz se paga um salário a um
pároco”, afirmou mais de uma vez Francisco.
Aqueles que conhecem o Santo Padre dizem que esta medida permitirá
principalmente optimizar o uso do pessoal na Curia romana e recuperar
algum sacerdote para a actividade pastoral.
A obrigação de Marcar ponto suscitou o descontentamento, especialmente
entre aqueles que temem um controle muito rígido e não leve em conta
outras actividades fora dos muros do Vaticano.
Equipada com um chip capaz de localizar a qualquer momento onde se
encontra o seu proprietário, o cartão serve também para ter acesso aos
serviços de assistência sanitária, as caixas electrónicas, o mercado, os
refeitórios e os postos de gasolina dentro do Estado da Cidade do
Vaticano.
in
O papa Francisco recebe no Vaticano 50 meninas com síndrome de Rett
O santo padre saudou cada uma com afecto
Roma, 27 de Novembro de 2013
Antes da audiência geral, o santo padre foi até a Sala Paulo
VI para se reunir com 50 meninas que sofrem da síndrome de Rett,
acompanhadas por familiares.
A síndrome de Rett é uma patologia progressiva do desenvolvimento
neurológico que afecta quase exclusivamente meninas. O encontro foi
simples e comovente, relatou a Rádio Vaticano, com o papa Francisco
saudando as meninas uma por uma. O encontro terminou com a oração da
ave-maria e a com bênção.
in
Texto da catequese do Papa Francisco na audiência da quarta-feira
O santo padre lembra que a nossa vida não termina com a morte. Quem pratica a misericórdia não teme a morte
Roma, 27 de Novembro de 2013
Queridos irmãos e irmãs,
Bom dia e parabéns porque vocês são corajosos com este frio na praça. Parabéns!
Quero concluir as catequeses sobre “Credo”, desenvolvidas durante o
Ano da Fé, que se concluiu domingo passado. Nesta catequese e na
próxima, gostaria de considerar o tema da ressurreição da carne,
capturando dois aspectos como os apresenta o Catecismo da Igreja
Católica, isso é, o nosso morrer e o nosso ressurgir em Jesus Cristo.
Hoje, concentro-me no primeiro aspecto, “morrer em Cristo”.
1. Entre nós, comumente, há um modo errado de olhar para a morte. A
morte diz respeito a todos, e nos interroga de modo profundo,
especialmente quando nos toca de modo próximo, ou quando atinge os
pequenos, os indefesos de maneira que nos resulta “escandalosa”. A mim
sempre veio a pergunta: por que sofrem as crianças? Por que morrem as
crianças? Se entendida como o fim de tudo, a morte assusta, aterroriza,
transforma-se em ameaça que infringe todo sonho, toda perspectiva, que
rompe toda relação e interrompe todo caminho. Isso acontece quando
consideramos a nossa vida como um tempo fechado entre dois pólos: o
nascimento e a morte; quando não acreditamos em um horizonte que vai
além daquele da vida presente; quando se vive como se Deus não
existisse. Esta concepção da morte é típica do pensamento ateu, que
interpreta a existência como um encontrar-se casualmente no mundo e um
caminhar para o nada. Mas existe também um ateísmo prático, que é um
viver somente para os próprios interesses e viver somente para as coisas
terrenas. Se nos deixamos levar por esta visão errada da morte, não
temos outra escolha se não ocultar a morte, negá-la ou banalizá-la, para
que não nos cause medo.
2. Mas a essa falsa solução se rebela o “coração” do homem, o desejo
que todos nós temos de infinito, a nostalgia que todos temos do eterno. E
então qual é o sentido cristão da morte? Se olhamos para os momentos
mais dolorosos da nossa vida, quando perdemos uma pessoa querida – os
pais, um irmão, uma irmã, um cônjuge, um filho, um amigo – nos damos
conta de que, mesmo no drama da perda, mesmo dilacerados pela separação,
sai do coração a convicção de que não pode estar tudo acabado, que o
bem dado e recebido não foi inútil. Há um instinto poderoso dentro de
nós que nos diz que a nossa vida não termina com a morte.
Esta sede de vida encontrou a sua resposta real e confiável na
ressurreição de Jesus Cristo. A ressurreição de Jesus não dá somente a
certeza da vida além da morte, mas ilumina também o próprio mistério da
morte de cada um de nós. Se vivemos unidos a Jesus, fiéis a Ele, seremos
capazes de enfrentar com sabedoria e serenidade mesmo a passagem da
morte. A Igreja, de fato, prega: “Se nos entristece a certeza de dever
morrer, consola-nos a promessa da imortalidade futura”. Uma bela oração
esta da Igreja! Uma pessoa tende a morrer como viveu. Se a minha vida
foi um caminho com o Senhor, um caminho de confiança na sua imensa
misericórdia, estarei preparado para aceitar o último momento da minha
existência terrena como o definitivo abandono confiante em suas mãos
acolhedoras, à espera de contemplar face-a-face o seu rosto. Essa é a
coisa mais bela que pode nos acontecer: contemplar face-a-face aquele
rosto maravilhoso do Senhor, vê-Lo como Ele é, belo, cheio de luz, cheio
de amor, cheio de ternura. Nós caminhamos para este ponto: ver o
Senhor.
3. Neste horizonte se compreende o convite de Jesus a estar sempre
prontos, vigilantes, sabendo que a vida neste mundo nos foi dada também
para preparar a outra vida, aquela com o Pai Celeste. E para isto há um
caminho seguro: preparar-se bem para a morte, estando próximo a Jesus.
Esta é a segurança: o meu preparo para a morte estando próximo a Jesus. E
como se fica próximo a Jesus? Com a oração, nos Sacramentos e também na
prática da caridade. Recordemos que Ele está presente nos mais frágeis e
necessitados. Ele mesmo identificou-se com eles, na famosa parábola do
juízo final, quando disse: “Tive fome e me destes de comer, tive sede e
me destes de beber, era peregrino e me acolhestes, nu e me vestistes,
enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim…Tudo aquilo
que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo
que o fizestes” (Mt 25, 35-36. 40). Portanto, um caminho seguro é
recuperar o sentido da caridade cristã e da partilha fraterna, cuidar
das feridas corporais e espirituais do nosso próximo. A solidariedade no
partilhar a dor e infundir esperança é premissa e condição para receber
por herança aquele Reino preparado para nós. Quem pratica a
misericórdia não teme a morte. Pensem bem nisto: quem pratica a
misericórdia não teme a morte! Vocês estão de acordo? Digamos juntos
para não esquecê-lo? Quem pratica a misericórdia não teme a morte. E por
que não teme a morte? Porque a olha em face das feridas dos irmãos e a
supera com o amor de Jesus Cristo.
Se abrirmos a porta da nossa vida e do nosso coração aos irmãos mais
pequeninos, então também a nossa morte se tornará uma porta que nos
introduzirá no céu, na pátria bem aventurada, para a qual estamos
caminhando, desejando habitar para sempre com o nosso Pai, Deus, com
Jesus, com Nossa Senhora e com os santos.
in
Começa a primeira assembleia geral dos leigos consagrados do Regnum Christi
Principal missão é aprovar o novo estatuto e escolher um governo geral
Roma, 26 de Novembro de 2013
Nesta segunda-feira, dia 25, começou a assembleia geral dos
leigos consagrados do Regnum Christi em Roma. Sua principal missão "é
aprovar o texto inicial do estatuto da vida consagrada masculina e
escolher o governo geral", informa o movimento.
Em nota de imprensa, o Regnum Christi comunica que, até o próximo
dia 1º de dezembro, "a assembleia analisará a situação dos consagrados
do Movimento Regnum Christi à luz do relatório do governo actual e dos
responsáveis territoriais [...] Será analisado também o texto inicial do
estatuto para os consagrados, outros documentos sobre a formação e
sugestões propostas à assembleia".
Por último, "será revisado o rascunho de um documento que contempla a
colaboração entre as realidades que compõem o Regnum Christi (padres
legionários, consagrados, consagradas e leigos não consagrados),
garantindo a autonomia de cada parte e tutelando a comunhão".
A média de idade dos 24 leigos consagrados que participam da primeira
assembleia da sua história é de 44 anos. O mais jovem tem 27 e o mais
velho 57. Eles vêm do México, da Espanha, dos Estados Unidos, do Chile e
do Canadá.
A assembleia será presidida pelo delegado pontifício, cardeal Velasio
de Paolis, ou por um representante escolhido por ele. Além dos 24
consagrados participantes, estará presente o pe. Gianfranco Ghirlanda,
SJ, conselheiro do delegado pontifício e encarregado do chamado
“terceiro grau masculino”, ou seja, os leigos consagrados do movimento.
Sem voto, também participam o pe. Sylvester Heereman LC, Gloria
Rodriguez e Francisco Gómez, como representantes, respectivamente, da
Legião de Cristo, das consagradas e dos leigos não consagrados do Regnum
Christi.
O processo de revisão do estatuto começou há um ano e meio.
Participaram todos os leigos consagrados, acompanhados pelo pe.
Gianfranco Ghirlanda, SJ. "Os consagrados do Regnum Christi elaboraram
assim o texto que agora é apresentado à assembleia para a sua revisão
final e que será entregue ao Santo Padre para a sua aprovação
definitiva", explicam.
Depois desta assembleia, também acontecerá a das consagradas (de 2 a
18 de dezembro) e o capítulo geral extraordinário dos Legionários de
Cristo (a partir de 8 de Janeiro). "Terminará assim uma etapa no
processo de renovação que Bento XVI iniciou para o Regnum Christi em
2010 e que continuará até amadurecer a configuração jurídica definitiva
para o Regnum Christi".
Para mais informações: www.asamblea.consagrados.regnumchristi.org (em espanhol).
in
Nepal: hinduístas e budistas também participaram da procissão de Cristo Rei
Organização foi da Igreja católica em Katmandu, no encerramento do Ano da Fé
Roma, 26 de Novembro de 2013
Milhares de católicos, hinduístas e budistas nepaleses
participaram neste dia 23 de Novembro da procissão de Cristo Rei,
organizada pela Igreja católica em Katmandu para celebrar o encerramento
do Ano da Fé, que, em Roma, terminou no domingo com uma missa solene na
Praça de São Pedro.
A agência Asia News, com fontes locais, destaca a "grande
dedicação" da população, que aderiu ao evento interrompendo o trabalho a
fim de participar na cerimónia, mesmo em meio ao clima de tensão que o
país está vivendo devido às recentes eleições da Assembleia
Constituinte.
Padres, religiosos, leigos e não cristãos caminharam rezando o terço e
cantando hinos desde a St. Mary School até a igreja da Assunção, com
velas, imagens de Jesus e postais com a bíblia. O pe. Pius Perumana,
vigário da diocese, guiou a procissão com vestes solenes. Participaram
da celebração outras comunidades de Katmandu, inclusive as de Godavari,
Baniyatar e Lubhu, que acompanharam a procissão com bandeiras e faixas.
Soni Rana, jovem católica de 18 anos de Baniyatar, na periferia de
Katmandu, declarou à AsiaNews: "Eu estou muito emocionada com a
procissão do Cristo Rei. Para mim, foi um momento para glorificar a Deus
e fortalecer a minha fé em Deus". A jovem, que também esteve presente
na cerimónia organizada um ano antes para a abertura do Ano da Fé,
afirma que esse período de oração e reflexão foi crucial para ela, para a
sua família e para os amigos.
Depois da queda da monarquia hinduísta em 2006, o Nepal testemunhou
uma abertura gradual às outras religiões, antes perseguidas. Depois da
subida ao poder dos maoístas (2008), vários grupos extremistas hindus
realizaram atentados e ataques contra as minorias religiosas. O mais
grave atingiu a igreja da Assunção em Katmandu no dia 23 de maio de
2009, matando duas pessoas.
Apesar de ser proibido o proselitismo, o governo decidiu em 2012
transformar o Natal em feriado nacional para reanimar o turismo, o que
permitiu que os cristãos mostrassem imagens e decorações sagradas em
lojas e no exterior de igrejas e casas, além de organizar procissões.
Essa visibilidade levou muitos não cristãos a receberem o baptismo. Os
católicos nepaleses são hoje mais de 10.000. Eram 6.000 em 2006, ano da
proclamação do estado laico no país.
in
Evangelii Gaudium: Francisco e o programa evangelizador do seu pontificado
Os 300 pontos da exortação apostólica recopilam os trabalhos do sínodo sobre a nova evangelização para a transmissão da fé, celebrado de 7 a 28 de outubro de 2012
Roma, 26 de Novembro de 2013
“A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira
daqueles que se encontram com Jesus”. Estas são as palavras com que o
papa Francisco começa a sua primeira exortação apostólica, a “Evangelii
Gaudium” (A alegria do Evangelho).
Nela, o santo padre recolhe os trabalhos do sínodo dedicado à nova
evangelização para a transmissão da fé, celebrado de 7 a 28 de outubro
de 2012, no Vaticano. É um programa de pontificado, já que, ao longo dos
300 pontos da exortação, o pontífice fala da sua visão da Igreja e do
mundo, aprofundando em ideias que ele já anunciou durantes estes oito
meses. Francisco exprime o seu "sonho com uma opção missionária capaz de
transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a
linguagem e toda a estrutura eclesial se transforme num canal adequado
para a evangelização do mundo actual, mais do que para a auto-preservação".
No começo da exortação, o santo padre faz um chamamento a todos os baptizados para levarem aos outros o amor de Jesus "em estado permanente
de missão", com fervor e dinamismo novos. Para realizar essa tarefa,
Francisco convida todos a "recuperar o frescor original do Evangelho",
encontrando "novos caminhos" e "métodos criativos". Ele fala até mesmo
de "uma conversão do papado", para que seja "mais fiel ao sentido que
Jesus Cristo quis lhe dar" e "às necessidades actuais da evangelização".
Sobre as conferências episcopais, ele destaca o seu desejo de que elas
contribuam para que "o efeito colegial" tenha aplicação "concreta",
coisa que ainda "não se realizou plenamente".
Sinal do acolhimento de Deus é “manter os templos de portas abertas
em toda a parte”, para que todo aquele que procura não encontre apenas
“a frieza das portas fechadas”. Nem “as portas dos sacramentos deveriam
se fechar, fosse pela razão que fosse", adverte o santo padre.
Olhando com atenção para os desafios do mundo contemporâneo, o papa
critica o sistema económico actual, definido por ele como “injusto em sua
raiz”. “Essa economia mata” porque predomina “a lei do mais forte”, diz
ele. A cultura actual do “descartável” faz com que “os excluídos não
sejam explorados, mas descartados, como sobras”. Do mesmo modo, ele
denuncia os “ataques à liberdade religiosa” e as novas situações de
perseguição contra os cristãos.
Francisco também fala da importância da família, que "atravessa uma
crise cultural profunda", e insiste na "contribuição indispensável do matrimónio à sociedade".
O papa enumera as “tentações dos agentes pastorais”: individualismo,
crise de identidade, queda do fervor. Exorta os católicos a "serem
sinais de esperança", gerando a "revolução da ternura" para vencer a
"mundanidade espiritual". O papa dedica algumas linhas também aos que
“se sentem superiores aos outros”, por serem “inquebrantavelmente fiéis a
certo estilo católico próprio do passado”, observando ainda que, “em
vez de evangelizar", o que eles fazem é "classificar os outros”. E
também recorda aqueles que se preocupam com um “cuidado ostentoso da
liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, mas sem se preocuparem
com uma real inserção do Evangelho” no âmbito das necessidades das
pessoas.
Às comunidades eclesiais, ele alerta do perigo de cair em invejas ou
ciúmes “dentro do Povo de Deus e nas diversas comunidades". Sublinha a
necessidade de fazer crescer a responsabilidade dos leigos, mantidos “à
margem das decisões” devido a “um excessivo clericalismo”. Fala ainda do
papel da mulher, afirmando que "é necessário ampliar os espaços para
uma presença feminina mais incisiva na Igreja”. Fala dos jovens, que
devem ter “um protagonismo maior”. Quanto à escassez de vocações em
alguns lugares, o santo padre avisa que “não podemos encher os
seminários com qualquer tipo de motivação”.
Por outro lado, o santo padre quis recordar também que “o
cristianismo não tem um único modo cultural” e que o rosto da Igreja é
“multiforme”. Ele reafirma a "força activamente evangelizadora” da
piedade popular e convida os teólogos a conservarem no coração “a
finalidade evangelizadora da Igreja” e a não se contentarem com “uma
teologia de escrivaninha”.
Sobre a forma de pregar, Francisco ressalta que a homilia “deve ser
breve e não se parecer com uma palestra nem com uma aula”; deve dizer
“palavras que façam arder os corações”, fugindo de “uma pregação
puramente moralista ou doutrinadora”.
O santo padre afirma que "ninguém pode nos exigir relegar a religião à
intimidade secreta das pessoas, sem influência alguma na vida social".
E, na luta pela justiça, recorda que "a opção pelos pobres é uma
categoria teológica", mais do que sociológica. Por isso, indica: "Quero
uma Igreja pobre e para os pobres. Eles têm muito a nos ensinar".
Há espaço também para os mais fracos, de quem devemos cuidar: "Os sem
teto, os dependentes químicos, os refugiados, os povos indígenas, os
idosos cada vez mais sozinhos e abandonados”, os migrantes, as vítimas
do tráfico de pessoas, as mulheres que sofrem situações de exclusão. E,
prestando especial atenção às crianças ainda não nascidas, Francisco
lembra que "não devemos esperar que a Igreja mude a sua postura sobre
este assunto", enfatizando que "não é progressista pretender resolver os
problemas eliminando uma vida humana".
O papa também fala da paz e explica a necessidade de "uma voz
profética" quando se quer construir uma reconciliação falsa, que
“silencia” os mais pobres enquanto “alguns não querem renunciar aos seus
privilégios”. Ele menciona quatro princípios para a construção de uma
sociedade "em paz, justa e fraterna": trabalhar no longo prazo, sem
obcecar-se com resultados imediatos; agir para que os opostos atinjam
uma unidade multiforme que gere nova vida; evitar que a política e a fé
se reduzam à retórica; e unir a globalização e o contexto local.
A evangelização também envolve um caminho de diálogo, que abre a
Igreja para colaborar com todas as realidades políticas, sociais,
religiosas e culturais, recorda o pontífice. Ele ressalta o ecumenismo
como "um caminho inescapável para a evangelização", além da importância
do enriquecimento recíproco. O diálogo inter-religioso "é uma condição
necessária para a paz no mundo". Diante dos episódios de violência, o
papa convida a “evitar odiosas generalizações, porque o verdadeiro islão e
uma adequada interpretação do Alcorão se opõem a toda violência”. Por
outro lado, ele destaca que "o devido respeito às minorias de agnósticos
e de não crentes não deve ser imposto de modo arbitrário, silenciando
as convicções das maiorias crentes ou ignorando a riqueza das tradições
religiosas".
Para encerrar, o santo padre fala dos "evangelizadores com Espírito".
São eles que se "abrem sem temor à acção do Espírito Santo”, que
“infunde a força para anunciar a novidade do Evangelho com audácia (parresia),
em voz alta e em todo tempo e lugar, inclusive contra a corrente”. São
evangelizadores que oram e trabalham, conscientes de que a missão é uma
paixão por Jesus e pelo seu povo. E recorda aos fiéis: "Se eu consigo
ajudar uma única pessoa a viver melhor, isso já justifica a entrega da
minha vida”. O papa finaliza com uma oração especial a Maria, "Mãe do
Evangelho", "para que, toda vez que contemplamos Maria, voltemos a crer
no poder revolucionário da ternura e do carinho".
in
Santuário de Fátima realiza jornada de apresentação do novo ano pastoral
Secretariado-Executivo da Comissão Organizadora faz balanço positivo
Fátima, 26 de Novembro de 2013
Terceiro ciclo do Centenário das Aparições chega ao fim e
Secretariado-Executivo da Comissão Organizadora faz balanço positivo.
Publicamos a seguir nota divulgada pela assessoria de imprensa do
Santuário de Fátima.
Chegamos ao final de mais um ano, o terceiro, do septenário de
celebração do centenário das aparições da Virgem Maria, em Fátima.
Durante todo o ano pastoral de 2012-2013, o Santuário de Fátima reflectiu
acerca da exortação que a Virgem dirigiu aos três videntes no diálogo
da aparição do mês de Junho – “não tenhais medo” – e procurou, de
diversos modos e recorrendo a variados meios e suportes, vivenciar a
atitude crente advinda daquela exortação – a confiança.
A jornada de abertura do ano pastoral lançou o repto a todos aqueles
que assim o quiseram acolher, apresentando de modo global as grandes
linhas de acção e os acontecimentos que durante o ano se colocariam à
disposição de todos os que se deslocassem a Fátima.
Assim, ao chegar ao recinto do Santuário, através da extensa faixa
colocada no grande altar exterior, o peregrino desde logo se sentiu
interpelado pela mesma segura afirmação que a “Senhora mais brilhante
que o Sol” fez aos Pastorinhos – não tenhais medo, vós, homens e
mulheres do século XXI, que visitais o meu Santuário e procurais
confiados a minha intercessão materna –, e pôde, individualmente ou em
grupo, fazer o seu itinerário de oração, reflectindo sobre o tema do ano,
através do desdobrável, em várias línguas, disponibilizado nos tótemes
junto ao presépio do recinto de oração.
Na aparição de Junho, a Virgem Maria veio revelar o seu Imaculado
Coração como refúgio e caminho para chegar ao Cristo-Deus: ad Jesum per
Mariam. Foi deste modo que todos os que peregrinaram ao Santuário da
Cova da Iria, e assim o desejaram, puderam apropriar artisticamente esta
mensagem através da exposição temporária evocativa da aparição de Junho
de 1917 – “Ser, o segredo do Coração” – que durante todo o ano esteve
patente no Convivium de Santo Agostinho, no complexo da Basílica da
Santíssima Trindade.
Num ciclo de conferências que decorreu, ao longo de seis Domingos, na
Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, apresentaram-se
reflexões alicerçadas nos subtemas constitutivos do temário proposto
pelo Santuário para o ano pastoral que ora termina. Após cada
conferência realizou-se um pequeno apontamento musical que procurou ir,
dentro das possibilidades da linguagem musical, ao encontro daquelas
temáticas. Alargou-se e intensificou-se a reflexão e a problematização
dos temas no simpósio anual Não tenhais medo. Confiança – esperança –
estilo crente.
De entre outras publicações, o Santuário deu à estampa os títulos
Quereis oferecer -vos a Deus? Ciclo de Conferências 2011-2012, sob a
coordenação de Alfredo Teixeira; Quereis oferecer-vos a Deus? Horizontes
contemporâneos da entrega de si, compilação das comunicações do
simpósio teológico-pastoral com o mesmo nome, sob a coordenação de
Isabel Varanda, e A Mensagem de Fátima. A misericórdia de Deus: o
triunfo do amor nos dramas da história, contributo do teólogo espanhol
Eloy Bueno de la Fuente para uma leitura teológica da Mensagem de
Fátima.
No sentido de levar a Mensagem de Fátima a quem ainda a não conhece
ou de a explicar e tornar mais próxima a quem dela já ouviu falar, mas
que procura aprofundar o seu conteúdo, o Santuário promoveu, nos meses
de Junho e de outubro, duas edições de um curso sobre a Mensagem de
Fátima – «o triunfo do amor nos dramas da história» (na expressão de
Eloy Bueno de la Fuente) –, orientado pela Irmã Ângela de Fátima Coelho,
religiosa da Aliança de Santa Maria e postuladora da Causa de
Canonização de Francisco e Jacinta Marto, o qual teve uma grande procura
e adesão por parte de participantes de diferentes faixas etárias, com
interesses muito díspares e de diversos pontos do país.
O Santuário de Fátima, ao longo destes, para já, três anos de
celebração até ao centenário das aparições que se comemorará em 2017,
tem vindo a fazer um esforço para que a mensagem deixada aos três
interlocutores privilegiados da Mãe de Deus, aparecida na Cova da Iria,
possa chegar cada vez a mais pessoas dentro e fora do País, porque a
Mensagem de Deus em Fátima é uma mensagem para o mundo: «Não há judeu
nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos
sois um só em Cristo Jesus» (Gal 3,28).
Carla Abreu Vaz
Secretária-Executiva da Comissão Organizadora
do Centenário das Aparições de Fátima (COCAF)
O Santuário de Fátima convida todos os interessados a
participarem na Jornada de Apresentação do ano pastoral de 2013-2014, no
quarto ciclo da celebração do Centenário das Aparições, na tarde do
próximo sábado, dia 30 de Novembro.
A sessão decorrerá no anfiteatro do Centro Pastoral de Paulo VI e
será antecedida pela inauguração de uma nova exposição temporária, no
Convivium de Santo Agostinho, na zona da Reconciliação da Basílica da
Santíssima Trindade.
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Celebrações presididas pelo Papa Francisco em dezembro e janeiro
Divulgado hoje calendário de compromissos do pontífice: Vésperas no sábado com os universitários romanos, Missas de Natal e Ano Novo, baptismo na Capela Sistina
Cidade do Vaticano, 26 de Novembro de 2013
Foi publicado hoje o calendário das celebrações litúrgicas
presididas pelo Santo Padre Francisco do final de Novembro até Janeiro. O
primeiro evento está agendado para sábado, 30 de Novembro, I domingo do
Advento: 17h30, o Papa recitará as Vésperas junto com os universitários
romanos, na Basílica de São Pedro. No dia seguinte, visitará a Paróquia
"São Cirilo de Alexandria", às 18h, e presidirá a Santa Missa.
Domingo, 8 de Dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição da
Bem-Aventurada Virgem Maria, o Papa estará, conforme a tradição, às 16h,
na Piazza di Spagna para a veneração da imagem da Imaculada Conceição.
Terça (24) celebrará Santa Missa, na véspera do Natal, às 21h30, na
Basílica Vaticana. E no dia 25, Solenidade do Natal do Senhor,
pronunciará a bênção "Urbi et Orbi", do balcão central da Basílica de
São Pedro, às 12h.
O ano se concluirá novamente na Basílica de São Pedro, terça, 31 de
Dezembro, com a celebração, às 17h, das Primeiras Vésperas e a recitação
do Te Deum em acção de graças pelo ano que passou. No dia seguinte, 1.º
de Janeiro, o Papa Francisco saudará 2014 com uma missa às 10 horas, no
Vaticano, pela solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus e por ocasião
do 47.º Dia Mundial da Paz.
Também em São Pedro, na segunda-feira (6), às 10h, o Papa presidirá a
celebração eucarística na Solenidade da Epifânia do Senhor, e no
domingo seguinte, 12 de Janeiro, às 9:45h concederá o Sacramento do
Baptismo a algumas crianças, durante tradicional cerimónia organizada na
Capela Sistina.
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