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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Apresentação do livro: "O poder angolano em Portugal - presença e influência do capital de um país emergente"



Apresentação do livro: "Onde o Sol não Chega"



A luta pela vida de um bebé prematuro extremo de 700 gramas revoluciona as redes sociais

Chama-se Ward Miles 

Ward Miles Miller
Actualizado 25 de Novembro de 2013

Aciprensa

Ward Miles Miller nasceu três meses e meio antes da data prevista de parto e com um peso de 700 gramas. O seu pai Benjamin, fotógrafo de casamentos, registou num comovedor vídeo a intensa luta do seu filho e a abnegação da sua esposa Lyndsey por conseguir a sua recuperação.

O vídeo foi publicado em 31 de Outubro passado para comemorar o primeiro ano de Ward em casa. O bebé teve de estar 107 dias numa incubadora depois do seu nascimento em 16 de Julho de 2012, festa da Virgem do Carmo. O vídeo começa com imagens tomadas quatro dias depois do seu nascimento, a primeira vez que a sua mãe Lyndsey o pode abraçar.

Benjamin Scott Miller conta no Vimeo, onde superou as 140 mil visitas, que o seu vídeo "resume o primeiro ano do meu filho. Nasceu muito prematuro e teve que superar muitos e grandes obstáculos, mas não maiores que o nosso Deus. Esta é uma história do amor de uma mãe pelo seu bebé".

"Fiz este vídeo para comemorar o seu primeiro ano e o longe que chegou", disse Benjamin e revela que preparou o breve filme como um presente de aniversário para a sua esposa.

"Quero agradecer aos médicos, enfermeiras e pessoal de todo o mundo que tem como missão fazer que os bebés estejam melhor. É graças a vocês que o meu filho sempre teve a oportunidade de chegar a casa!"

Em resposta a um dos comentários que recebeu o seu vídeo, Benjamin recorda que durante a sua estadia no hospital "vimos muitas famílias sair dos cuidados intensivos sem os seus bebés" e agora reza para que alcancem a paz.



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O que sucede quando um especialista em gestão de marketing global sai a fazer evangelização na rua?







As catacumbas de Priscila disponíveis no Google Maps


Actualizado 23 de Novembro de 2013

Zenit / ReL
A Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra apresentou esta semana na basílica de São Silvestre, nas catacumbas de Priscila, o resultado obtido depois do trabalho realizado nestes últimos cinco anos.

Neles levaram-se a cabo intervenções de escavação arqueológica, restauração para conservar as pinturas das catacumbas e a reestruturação e reorganização de uma das zonas mais sugestivas, a da basílica onde foi enterrado o papa Silvestre. 

"A cultura antiga pode ter e descobrir caminhos para encontrar-se com o contemporâneo - sublinhou o cardeal Ravasi, presidente da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra. As catacumbas constituem uma grande fascinação e, não só para os estudiosos, devemos relançar o desejo de descer de novo nos lugares escuros e luminosos do subsolo romano".

Cabe destacar a restauração do cubículo de Lázaro, no cemitério subterrâneo que se encontra próximo da basílica papal, sendo esta a última de uma grande série de intervenções de conservação realizadas no cemitério de Priscila.

A basílica de São Silvestre compõe-se de dois ambientes, um dedicado na sua totalidade ao culto e o outro utilizado no passado como depósito dos materiais antigos escultóricos encontrados durante as escavações. Entre estes materiais encontram-se mais de 700 fragmentos de sarcófagos - que foram cuidadosamente restaurados -, que procedem da necrópole que na época imperial tardia se estendia na zona da via Salaria Nueva, um notável testemunho da escultura funerária da antiguidade.

Este património artístico de grande valor pode ser consultado on-line no site mupris.net e como grande novidade, as catacumbas da via Salaria incluem-se no programa Google Maps, de onde se poderá admirar o complexo prisciliano. Está é a ligação para visitar as catacumbas.


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3ª Mega Aula de Fitness Solidária



O «Papa» da Igreja Siro-Malankar: «A comunhão com Roma é um motivo de alegria»

Faz hoje um ano foi criado cardeal 


Actualizado 24 de Novembro de 2013

Fernando de Navascués / ReL

Justamente faz hoje um ano, o Papa Bento XVI criava cardeais a 6 bispos mais. Nenhum tinha procedência europeia: Nigéria, Colômbia, Líbano… E a Índia. Do subcontinente indiano vinha Basilio Cleemis Thottunkal, Arcebispo Maior de Trivandrum dos Siro-Malabreses, uma das Igrejas católicas orientais autónomas em plena comunhão com a Igreja de Roma. Um bispo infatigável que dedicou a sua vida ao serviço dos necessitados da Índia, um país não isento de perseguições e de conflitos religiosos. O cardeal leva o título de São Gregório VII e o mais jovem da Igreja Católica.

Alguns popularmente consideram o cardeal Thottunkal como o "papa" dos siro-malankares, mas a realidade da sua história é que as raízes da comunidade Siro-Malankar remontam à pregação do apóstolo Tomás. Regressaram à plena comunhão com Roma em 1930 graças à intervenção de vários bispos por Geervarghese Mar Ivanios. Em 1932, o Papa Pio XI, com o decreto Christo Pastorum, restabeleceu-a na hierarquia Católica.

O Cardeal Thottunkal nasceu em Kerala, em 15 de Junho de 1959. Foi ordenado sacerdote da igreja Siro Malankar, em 1986 com 27 anos. Depois de fazer o doutoramento em Teologia Ecuménica na Universidade Pontifícia de Santo Tomás de Aquino, em Roma, voltou à Índia e foi nomeado Vigário Geral da Eparquia de Bathery. Nas igrejas orientais, uma eparquia é um território que se encontra debaixo da autoridade de um bispo, é uma terminologia própria das Igrejas Orientais Católicas, a Igreja Ortodoxa e as Antigas Igrejas Orientais como a Igreja católica maronita ou como a Igreja católica etíope entre outras. 

Os enfermos de sida, os abandonados
A realidade social da população, católica ou não, que vivia na sua eparquia obrigou-o a sair ao caminho. As suas primeiras obras foram construir dois hospitais para enfermos de sida, outro especialmente dedicado à atenção e refúgio de pessoas abandonadas e uma fundação educativa para ajudar crianças sem recursos económicos e em risco de exclusão social.

Ao serviço dos afastados
O interesse do papa João Paulo II por atender os católicos de ritos orientais, levou o pontífice a nomear Thottunkal Visitador Apostólico e Bispo auxiliar de Trivandrum no ano 2001, para assim pedir-lhe que o informasse e visse a forma de ajudar mais e melhor na vida espiritual dos siro-malankares que residem na América do Norte e Europa. Com o passar do tempo foi nomeado bispo de Tiruvalla e três anos depois, em 2006, arcebispo metropolitano de Tiruvalla.

O Sínodo de Bispos da Igreja Siro Malankar nomeou-o arcebispo maior de Trivandrum e Bento XVI o ratificou no ano 2007. O Sínodo é uma reunião de bispos a nível mundial no qual se juntam em momentos pontuais para tratar temas relacionados com o Romano Pontífice ou o governo da Igreja. 

A comunhão, um motivo de alegria
O cardeal Thottunkal, que é o mais jovem da Igreja católica e o primeiro purpurado do rito Siro-Malankar, explica numa entrevista que formar parte do colégio cardinalício é uma grande responsabilidade, mas uma grande ocasião para que a Igreja Índia trabalhe braço com braço com o Papa para propagar uma mensagem de alegria.

A sua igreja conta com meio milhão de membros, situados principalmente na Índia, ainda que também haja comunidades nos Estados Unidos e na Europa. Está em plena comunhão com Roma, o qual para o cardeal índio significa “que todos temos que estar alegres, incluindo os menos privilegiados. Eles são os que mais necessitam do nosso cuidado e apoio”, e esta comunhão com o Papa de Roma, é a união com o apóstolo Pedro.

“Venho do continente asiático – explica na entrevista - em concreto do subcontinente da Índia, onde as pessoas assistiram a uma forte propagação das mensagens religiosas. Os crentes de outras religiões constituem uma maioria predominante”.

E continua o cardeal: “A nossa querida beata a Madre Teresa de Calcutá levou ao mundo, especialmente à Índia, uns meios muito práticos de evangelização, um modelo de testemunho. Tenho que dizer que se converteu na missionária mais eficaz numa terra na qual os cristãos não chegam nem a três por cento da população. A Madre Teresa deu testemunho de Jesus em todas as partes. Na história da Índia ela é e será sempre um modelo e um símbolo de cristandade”, explica o cardeal.


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Especialista em cuidados paliativos: «Ajudar os doentes como a Madre Teresa, não com a eutanásia»

Desde Singapura a Calcutá 

Um exemplo de entrega.
Actualizado 22 de Novembro de 2013

Asia News / Nirmala Carvalho / ReL

Amy Lim é uma enfermeira especializada em cuidados paliativos, cristã, casada e mãe de três filhos. No ano 2014 estará como voluntária na primeira casa para os moribundos fundada pela Beata Teresa de Calcutá. Um trabalho que requer "profunda humanidade para entrar em sintonia com os pacientes", ajudando-os a encontrar "a felicidade inclusive no meio de uma profunda tristeza".

Proporcionar cuidados paliativos significa ajudar o paciente "a viver os dias que lhe restam significativamente e com dignidade".

Porque decidiste fazer voluntariado em Nirmal Hriday de Calcutá?
Neste momento estou fazendo uma busca espiritual que quero concluir em Junho de 2014. Por essa data, espero que esteja mais adequada para proporcionar melhor atenção espiritual ao grupo de pacientes que estão morrendo, especialmente aqueles com grande angústia. Por isto, leva-me algum tempo a preparar-me, com o fim de ser mais eficaz quando estiver Calcutá. Levarei comigo todo o amor possível, junto com o conhecimento e os resultados da minha investigação.

O meu coração deseja tanto trazer a beleza e essência do cuidado paliativo para muitos que, em redor do mundo, o merecem, especialmente aqueles que estão nos últimos dias das suas vidas.

Nos últimos dois anos fiz trabalho voluntário em Jacarta. Tive o privilégio de estar numa casa onde morrem crianças que pertencem a famílias muito pobres locais e também de receber algumas lições. O trabalho em Jacarta conquistou o meu coração ainda mais e uma grande parte de mim quer visitar o Nirmal Hriday em Calcutá. 

Que fazes para ajudar o paciente? E porquê definir este serviço como "sagrado"?
Os cuidados paliativos são um tipo de terapia centrada no paciente, que consiste em manejar os sintomas e dar apoio integral tanto aos enfermos como aos seus seres queridos. A essência do cuidado paliativo centra-se no individuo que está sofrendo para viver os dias que lhe restam significativamente e com a sua dignidade intacta.

Num mundo que considera todo o sofrimento como uma tragédia a evitar, estes tratamentos são evidência de um crescimento mais humano e a humanidade frequentemente evolui através desta tragédia, e que pode haver felicidade inclusive no meio de uma profunda tristeza. Quantas vezes temos assistido ao perdão e a reconciliação do coração, até então negados? Mas torna-se possível no final da vida através de bons cuidados paliativos.

Sinto que este trabalho é sagrado porque na vida há muito mais que carne e sangue. Aqueles que queiram participar neste tipo de terapia, devem estar conectados com o paciente, oferecer-lhe presença absoluta e preparados para escutar toda a sua dor. A angústia espiritual e o sofrimento são indivisíveis. Os cuidados paliativos vão mais além dos cuidados físicos. 

Que lições importantes aprendeste de Madre Teresa, e de que modo formou a tua vocação com os enfermos terminais?
Creio que a Madre Teresa praticou cuidados paliativos ao longo da sua vida, cuidando dos pobres e dos moribundos. As suas poderosas palavras - "Não é quanto fazemos, mas sim quanto amor pusemos no fazer. Não é quanto damos, mas sim quanto amor pusemos em dar" – são a essência do cuidado paliativo.

Dar o melhor do que não se vê, ou àqueles que nunca poderão restituir a tua amabilidade de qualquer maneira, é a forma mais alta da terapia. As suas palavras são como um gerador eléctrico para mim, que cada dia produz energia e compaixão que necessitava para continuar caminhando com os enfermos e os moribundos. 

Que pensas da eutanásia e porque o exemplo da Madre Teresa em cuidados paliativos é tão importante?
A eutanásia põe fim à vida de forma prematura; o cuidado paliativo acrescenta qualidade aos dias que nos restam. A eutanásia elimina a dor mediante a eliminação da vida; os cuidados paliativos têm como objectivo melhorar cada ser humano sofredor ao qual vale a pena prestar atenção, inclusive alimentando-o até o último dia de vida.

Os cuidados paliativos vivem da esperança para enfrentar o sofrimento; a eutanásia mata toda a esperança. Animo os meus pacientes a não queixar-se demasiado do que perderam, mas sim a concentrar-se no que ainda tem e considerar cada uma destas coisas como bendições.

Trata-se só do que mais importa ao paciente nesse momento, e como podemos hacer esta viagem real para ele e para os seus seres queridos. Com boa terapia, a eutanásia é inútil.


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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

"Quem pratica a misericórdia não teme a morte!"

Audiência geral: o papa nos convida a olhar para o momento da nossa partida como um abandono nas "mãos acolhedoras" de Deus


Roma, 27 de Novembro de 2013


Terminado o Ano da Fé, o papa Francisco nos ofereceu a sua penúltima catequese do ciclo sobre o credo. Durante a audiência geral na Praça de São Pedro, apesar do frio e do dia nublado, cerca de 50 mil peregrinos ouviram o Santo Padre falar sobre a inevitabilidade da morte e, em particular, sobre "morrer em Cristo".

Hoje em dia, disse o papa, está generalizado "um jeito errado de olhar para a morte". Ela "afecta a todos nós" e "nos desafia de maneira profunda", especialmente quando, de modo "escandaloso", ela nos toca de perto ou golpeia as crianças ou os mais indefesos.

Quando vista como "o fim de tudo", a morte "assusta, aterroriza, se torna uma ameaça que despedaça todos os sonhos, todas as perspectivas, que rompe todos os relacionamentos e interrompe todos os caminhos".

Numa concepção ateia, em que a vida é um enclave entre os dois pólos do nascimento e da morte, a existência é concebida como um "aleatório achar-se no mundo a caminho do nada". Há também um "ateísmo prático", que se substancia na atenção exclusiva aos interesses próprios e às "coisas terrenas".

Quando se opta por esta última concepção equivocada, "não há escolha senão a de ocultar a morte, negá-la ou banalizá-la por medo", disse o Santo Padre.

E o coração humano se rebela contra este assunto, já que todos nós temos um desejo de "infinito", uma "nostalgia do eterno". Por isso, mesmo na tragédia da perda de um ente querido, "brada em nosso coração a convicção de que não pode ser tudo finito; de que o bem dado e recebido não foi em vão" e de que "a nossa vida não termina com a morte".

Esta "sede de vida" encontra resposta "real e confiável" na ressurreição de Jesus, que não só nos dá a "certeza da vida após a morte, como também ilumina o mistério da morte de cada um de nós".

Cada pessoa "tende a morrer como viveu": se a vida de um homem foi rica em misericórdia, ele estará preparado para aceitar a despedida final como "o abandono definitivo nas mãos acolhedoras de Deus”, para "contemplar o seu rosto face a face" e para ver a Deus como Ele é: "belo, cheio de luz, cheio de amor, cheio de ternura".

Porque a morte está sempre à espreita, temos que nos preparar para ela, ficando sempre perto de Jesus na oração, nos sacramentos e na prática da caridade.

O Senhor está presente "nos mais fracos e necessitados" (cf. Mt 25,35-36.40 ). Portanto, sugere o papa, "um caminho seguro é o de recuperar o sentido da caridade cristã e da partilha fraterna, cuidando das feridas físicas e espirituais do próximo".

Para receber em herança o reino, é necessário praticar a solidariedade, compartilhando a dor e infundindo a esperança. “Quem pratica a misericórdia não tem medo da morte". O papa reiterou esta frase pedindo que os peregrinos a repetissem em coro.

"E por que não tem medo da morte? Porque [aquele que pratica a misericórdia] a encara nas feridas dos irmãos e a supera com o amor de Jesus Cristo. Se abrirmos a porta da nossa vida e do nosso coração para os irmãos, a nossa morte também se tornará uma porta para o céu, para a pátria abençoada, para onde rumamos no desejo de viver para sempre com o nosso Deus Pai, com Jesus, com a Virgem Maria e com os santos", concluiu Francisco.


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Evangelii gaudium: "Texto histórico; a Igreja numa fase nova de evangelização"

Opinião do sociólogo Massimo Introvigne sobre a primeira exortação apostólica do papa Francisco


Roma, 27 de Novembro de 2013


É o mais longo documento (220 páginas) de toda a história das encíclicas papais e das exortações apostólicas. Por que, com a exortação Evangelii gaudium, o papa que nos habituou à brevidade quis escrever uma enciclopédia?

Fizemos esta pergunta a Massimo Introvigne, sociólogo italiano autor de O Segredo do Papa Francisco (Milão, 2013) e pai da teoria do "efeito Francisco", segundo a qual o papa já trouxe de volta à Igreja fiéis que estavam afastados. “Um aviso”, adverte Introvigne: “um texto tão grande se presta a muitas leituras parciais”.

“Haverá quem insista nesse convite a partir da misericórdia de Deus, mais do que dos preceitos morais, e em fazer uma reflexão cuidadosa quando se trata de negar a comunhão a determinadas categorias de pessoas, já que a Igreja não é uma alfândega e não tem que bloquear a entrada de ninguém. Por outro lado, também haverá quem dê mais destaque para a forte denúncia do relativismo, incluindo o de católicos que escondem a sua identidade cristã, ou para a protecção da família, para a condenação realmente dura do aborto, com uma declaração tão clara quanto a que nega às mulheres o sacerdócio; para a doutrina da Igreja que não muda e não pode mudar".

"Mas qualquer leitura parcial, que tente extrair só algumas frases do documento, é errada. O texto tem a sua própria arquitectura específica, que deve ser seguida. Ele é composto de cinco partes, através das quais: 1º, descobrimos que o cristianismo ou é missionário ou não é cristianismo; 2º, encaramos os obstáculos à missão, dentro e fora da Igreja; 3º, estudamos os modos da nova evangelização; 4º, examinamos as suas consequências, que não são opcionais, em termos de doutrina social, e, 5º, somos reconvocados à dimensão espiritual, que é a alma de todo apostolado".

"De cada um dos cinco capítulos”, diz o sociólogo, “podemos extrair uma ideia forte. Do primeiro, que evangelizar os outros não é opcional. Um cristão que fica em casa e não evangeliza não é cristão. Do segundo, o grande retorno da denúncia contra o relativismo, já bem denunciado por Bento XVI, como o primeiro obstáculo para a evangelização e como difusor de uma enorme superficialidade no campo moral. O relativismo, diz o texto, faz mal tanto à sociedade quanto à Igreja, envolvendo sacerdotes e religiosos com a ‘mundanidade espiritual’ e com o desejo dos aplausos do mundo. Do terceiro capítulo, a longa análise da crise da homilia dominical nas nossas igrejas, com os epítetos duríssimos (‘falso profeta’, ‘charlatão’) que o papa dedica ao sacerdote que não prepara bem o sermão, que não anuncia a verdade da Igreja e sim a sua própria, ou que se limita a imitar os programas de televisão. Do quarto capítulo, dedicado à doutrina social, uma defesa da política como vocação altíssima contra um populismo irresponsável, meramente demagógico e que não resolve os verdadeiros e terríveis problemas dos pobres cada vez mais pobres. Do quinto, sobre as raízes espirituais, o aceno místico ao fato de que, se o nosso trabalho missionário não dá fruto, talvez Deus o use para reservar bênçãos a outro lugar do mundo aonde nunca iremos e que sequer conhecemos".

“Vamos olhar para o título: ele fala de evangelização e de alegria. O papa repete: todos devem evangelizar. Com este documento, que é verdadeiramente histórico, a Igreja passa para uma etapa que, em inglês, é chamada de evangelical, na qual não se foca na administração dos fiéis que vão à missa, mas na capacidade de buscar e de converter aqueles que não vão à igreja. Não é por acaso que as comunidades protestantes evangélicas crescem, enquanto as mais tradicionais correm o risco de desaparecer. E a alegria. Uma Igreja focada no Evangelho é cheia de alegria e transmite alegria, beleza; é um lembrete importante para evangelizar através da arte, outro dos grandes temas de Bento XVI, e do amor. No texto há uma frase belíssima, dirigida ao mundo moderno: ‘a nossa tristeza infinita só pode ser curada por um amor infinito’".


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A alegria de evangelizar leva a um novo compromisso pastoral no futuro próximo

Dom Fisichella comenta a nova exortação apostólica que o papa escreveu em espanhol


Roma, 27 de Novembro de 2013


Foi publicada na manhã de ontem a primeira exortação apostólica do pontificado de Francisco, a “Evangelii Gaudium” (A alegria do Evangelho). O texto, escrito com base no sínodo sobre “A nova evangelização para a transmissão da fé”, realizado de 7 a 28 de outubro de 2012 e convocado pelo papa antecessor, Bento XVI, foi apresentado à imprensa pelo arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, junto com os arcebispos Lorenzo Baldisseri, secretário geral do sínodo dos bispos, e Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.

A exortação, de 222 páginas, se divide em uma apresentação e cinco capítulos. Os capítulos são dedicados à transformação missionária da Igreja, à crise do compromisso comunitário, ao anúncio do Evangelho, à dimensão social da evangelização e aos evangelizadores com espírito.

O padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, explicou que a exortação foi um trabalho pessoal do santo padre, escrito principalmente durante o mês de Agosto e originalmente em língua espanhola.

Por sua vez, dom Fisichella observou que o documento foi escrito "à luz da alegria com o fim de redescobrir a fonte da evangelização no mundo contemporâneo". Para ele, o texto delineia "os caminhos do compromisso pastoral que ocuparão a Igreja no futuro próximo. Um convite a recuperar uma visão profética e positiva da realidade, mesmo sem deixar de ver as dificuldades. O papa Francisco transmite valentia e nos convida a olhar para frente, apesar do momento de crise, fazendo da cruz e da ressurreição de Cristo, mais uma vez, a 'insígnia da vitória'".

Da mesma forma destacou que o papa “imprime nessas páginas não somente a sua experiência pastoral anterior, mas sobretudo a sua chamada para aproveitar o momento de graça que a Igreja está vivendo para empreender com fé, convicção e entusiasmo a nova etapa do caminho de evangelização”. E no centro da evangelização coloca a pessoa de Jesus Cristo, o primeiro evangelizador.

Por um lado, continuou Monsenhor Fisichella, "o papa Francisco se dirige às igrejas particulares para que, vivendo em primeira pessoa os desafios e as oportunidades próprias de cada contexto cultural, sejam capazes de propor os aspectos peculiares da nova evangelização nos seus países”. Por outro lado, “o papa traça um denominador comum que permite que toda a Igreja, e cada evangelizador em particular, reencontre uma metodologia comum para convencer-se de que o compromisso de evangelização é sempre um caminho participado, compartilhado e nunca isolado”.

Chamou a atenção aos sete ponto indicados nos cinco capítulos da exortação, já que “são os pilares de sustentação da visão do Papa Francisco sobre a nova evangelização: a reforma da Igreja na partida missionária, as tentações dos agentes pastorais, a Igreja como totalidade do povo de Deus que evangeliza, a homilia e a sua preparação, a inclusão social dos pobres, a paz e o diálogo social e as motivações espirituais no compromisso missionário”.

O elemento que une essas questões – destacou – se concentra no amor misericordioso de Deus que sai ao encontro de cada pessoa para manifestar o coração da sua revelação: a vida de cada pessoa adquire significado no encontro com Jesus Cristo e na alegria de compartilhar esta experiência de amor com os outros.

Monsenhor Fisichella também enfatizou que "o papa, como de costume, aprofunda sobre algumas expressões chocantes e cria neologismos para dar a entender a natureza mesma da acção evangelizadora. Entre eles, mencionou o já conhecido “primerear”; “Isso quer dizer que Deus nos precede no amor, indicando à Igreja o caminho que deve seguir”.

Neste capítulo, também “aparece uma forte chamada do papa que se estabeleça um saudável equilíbrio entre o conteúdo da fé e a linguagem que a expressa. Pode acontecer, às vezes, que a rigidez com a qual se pretende conservar a precisão da linguagem, vá em detrimento do conteúdo, comprometendo assim a visão genuína da fé”.

O segundo capítulo é dedicado a acolher os desafios do mundo contemporâneo e a vencer as fáceis tentações que minam a nova evangelização. Em primeiro lugar, disse o Papa, é necessário recuperar a própria identidade, sem esses complexos de inferioridade que levam a "esconder a própria identidade e as convicções... [e] que acabam sufocando a alegria da missão em uma espécie de obsessão por ser como todos os outros e ter o que os outros tem".

O Papa Francisco explica, no terceiro capítulo que " a evangelização é uma tarefa de todo o povo de Deus, ninguém está excluído. Ela não está reservada nem pode ser delegada a um grupo particular. Todos os baptizados estão directamente envolvidos nela”.

O quarto capítulo, continuou monsenhor Fisichella, é dedicado à reflexão sobre a dimensão social da evangelização. Um tema muito apreciado pelo Papa Francisco – lembrou – porque “se esta dimensão não se explicita devidamente, corre-se sempre o risco de desfigurar o significado autêntico e integral da missão evangelizadora”.

No último capítulo busca expressar o “espírito da nova evangelização”, afirmou. “Este se desenvolve sob o primado da acção do Espírito Santo que infunde sempre e de novo o impulso missionário, a partir da vida de oração na qual a contemplação ocupa a posição central”.


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Os trabalhadores do Vaticano terão que marcar ponto por decisão do Papa

A partir do 1 de Janeiro se avaliará o seu rendimento. A medida servirá também para recuperar algum sacerdote para a actividade pastoral.


Roma, 27 de Novembro de 2013


Todos os funcionários do Estado do Vaticano, com excepção dos arcebispos e cardeais, terão que marcar ponto com o cartão magnético que já têm, para registar assim a sua jornada de trabalho. O farão a partir do 1 de Janeiro de 2014, de acordo com uma informação que será publicada amanhã pelo semanário italiano Panorama.

Apesar de já ter ficado para trás os tempos em que João XXIII respondeu com uma piada ao jornalista que lhe perguntou quantas pessoas trabalhavam no Vaticano: indicando “Mais ou menos a metade”, o registo das entradas e saídas servirá para medir o nível de trabalho de cada um dos seus quase 3 mil dependentes.

A decisão foi promovida pelo próprio Papa e contou com a colaboração do serviço da Administração do Património da Sé Apostólica (APSA), que é quem paga os salários.

Durante anos tentou-se colocar este controle de assistência, mas o projecto sempre fracassava devido ao obstrucionismo dos interessados. Dessa forma, o pontífice argentino passou das palavras aos factos na sua própria casa, onde já é conhecido o seu hobby de ir apagando as luzes dos corredores das casas. “Economizando luz se paga um salário a um pároco”, afirmou mais de uma vez Francisco.

Aqueles que conhecem o Santo Padre dizem que esta medida permitirá principalmente optimizar o uso do pessoal na Curia romana e recuperar algum sacerdote para a actividade pastoral.

A obrigação de Marcar ponto suscitou o descontentamento, especialmente entre aqueles que temem um controle muito rígido e não leve em conta outras actividades fora dos muros do Vaticano.

Equipada com um chip capaz de localizar a qualquer momento onde se encontra o seu proprietário, o cartão serve também para ter acesso aos serviços de assistência sanitária, as caixas electrónicas, o mercado, os refeitórios e os postos de gasolina dentro do Estado da Cidade do Vaticano.


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O papa Francisco recebe no Vaticano 50 meninas com sí­ndrome de Rett

O santo padre saudou cada uma com afecto


Roma, 27 de Novembro de 2013


Antes da audiência geral, o santo padre foi até a Sala Paulo VI para se reunir com 50 meninas que sofrem da síndrome de Rett, acompanhadas por familiares.

A síndrome de Rett é uma patologia progressiva do desenvolvimento neurológico que afecta quase exclusivamente meninas. O encontro foi simples e comovente, relatou a Rádio Vaticano, com o papa Francisco saudando as meninas uma por uma. O encontro terminou com a oração da ave-maria e a com bênção.


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Texto da catequese do Papa Francisco na audiência da quarta-feira

O santo padre lembra que a nossa vida não termina com a morte. Quem pratica a misericórdia não teme a morte


Roma, 27 de Novembro de 2013


Queridos irmãos e irmãs,

Bom dia e parabéns porque vocês são corajosos com este frio na praça. Parabéns!

Quero concluir as catequeses sobre “Credo”, desenvolvidas durante o Ano da Fé, que se concluiu domingo passado. Nesta catequese e na próxima, gostaria de considerar o tema da ressurreição da carne, capturando dois aspectos como os apresenta o Catecismo da Igreja Católica, isso é, o nosso morrer e o nosso ressurgir em Jesus Cristo. Hoje, concentro-me no primeiro aspecto, “morrer em Cristo”.

1. Entre nós, comumente, há um modo errado de olhar para a morte. A morte diz respeito a todos, e nos interroga de modo profundo, especialmente quando nos toca de modo próximo, ou quando atinge os pequenos, os indefesos de maneira que nos resulta “escandalosa”.  A mim sempre veio a pergunta: por que sofrem as crianças? Por que morrem as crianças? Se entendida como o fim de tudo, a morte assusta, aterroriza, transforma-se em ameaça que infringe todo sonho, toda perspectiva, que rompe toda relação e interrompe todo caminho. Isso acontece quando consideramos a nossa vida como um tempo fechado entre dois pólos: o nascimento e a morte; quando não acreditamos em um horizonte que vai além daquele da vida presente; quando se vive como se Deus não existisse. Esta concepção da morte é típica do pensamento ateu, que interpreta a existência como um encontrar-se casualmente no mundo e um caminhar para o nada. Mas existe também um ateísmo prático, que é um viver somente para os próprios interesses e viver somente para as coisas terrenas. Se nos deixamos levar por esta visão errada da morte, não temos outra escolha se não ocultar a morte, negá-la ou banalizá-la, para que não nos cause medo.

2. Mas a essa falsa solução se rebela o “coração” do homem, o desejo que todos nós temos de infinito, a nostalgia que todos temos do eterno. E então qual é o sentido cristão da morte? Se olhamos para os momentos mais dolorosos da nossa vida, quando perdemos uma pessoa querida – os pais, um irmão, uma irmã, um cônjuge, um filho, um amigo – nos damos conta de que, mesmo no drama da perda, mesmo dilacerados pela separação, sai do coração a convicção de que não pode estar tudo acabado, que o bem dado e recebido não foi inútil. Há um instinto poderoso dentro de nós que nos diz que a nossa vida não termina com a morte.

Esta sede de vida encontrou a sua resposta real e confiável na ressurreição de Jesus Cristo. A ressurreição de Jesus não dá somente a certeza da vida além da morte, mas ilumina também o próprio mistério da morte de cada um de nós. Se vivemos unidos a Jesus, fiéis a Ele, seremos capazes de enfrentar com sabedoria e serenidade mesmo a passagem da morte. A Igreja, de fato, prega: “Se nos entristece a certeza de dever morrer, consola-nos a promessa da imortalidade futura”. Uma bela oração esta da Igreja! Uma pessoa tende a morrer como viveu. Se a minha vida foi um caminho com o Senhor, um caminho de confiança na sua imensa misericórdia, estarei preparado para aceitar o último momento da minha existência terrena como o definitivo abandono confiante em suas mãos acolhedoras, à espera de contemplar face-a-face o seu rosto. Essa é a coisa mais bela que pode nos acontecer: contemplar face-a-face aquele rosto maravilhoso do Senhor, vê-Lo como Ele é, belo, cheio de luz, cheio de amor, cheio de ternura. Nós caminhamos para este ponto: ver o Senhor.

3. Neste horizonte se compreende o convite de Jesus a estar sempre prontos, vigilantes, sabendo que a vida neste mundo nos foi dada também para preparar a outra vida, aquela com o Pai Celeste. E para isto há um caminho seguro: preparar-se bem para a morte, estando próximo a Jesus. Esta é a segurança: o meu preparo para a morte estando próximo a Jesus. E como se fica próximo a Jesus? Com a oração, nos Sacramentos e também na prática da caridade. Recordemos que Ele está presente nos mais frágeis e necessitados. Ele mesmo identificou-se com eles, na famosa parábola do juízo final, quando disse: “Tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era peregrino e me acolhestes, nu e me vestistes, enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim…Tudo aquilo que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25, 35-36. 40). Portanto, um caminho seguro é recuperar o sentido da caridade cristã e da partilha fraterna, cuidar das feridas corporais e espirituais do nosso próximo. A solidariedade no partilhar a dor e infundir esperança é premissa e condição para receber por herança aquele Reino preparado para nós. Quem pratica a misericórdia não teme a morte. Pensem bem nisto: quem pratica a misericórdia não teme a morte! Vocês estão de acordo? Digamos juntos para não esquecê-lo? Quem pratica a misericórdia não teme a morte. E por que não teme a morte? Porque a olha em face das feridas dos irmãos e a supera com o amor de Jesus Cristo.

Se abrirmos a porta da nossa vida e do nosso coração aos irmãos mais pequeninos, então também a nossa morte se tornará uma porta que nos introduzirá no céu, na pátria bem aventurada, para a qual estamos caminhando, desejando habitar para sempre com o nosso Pai, Deus, com Jesus, com Nossa Senhora e com os santos.


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Começa a primeira assembleia geral dos leigos consagrados do Regnum Christi

Principal missão é aprovar o novo estatuto e escolher um governo geral


Roma, 26 de Novembro de 2013


Nesta segunda-feira, dia 25, começou a assembleia geral dos leigos consagrados do Regnum Christi em Roma. Sua principal missão "é aprovar o texto inicial do estatuto da vida consagrada masculina e escolher o governo geral", informa o movimento.

Em nota de imprensa, o Regnum Christi comunica que, até o próximo dia 1º de dezembro, "a assembleia analisará a situação dos consagrados do Movimento Regnum Christi à luz do relatório do governo actual e dos responsáveis territoriais [...] Será analisado também o texto inicial do estatuto para os consagrados, outros documentos sobre a formação e sugestões propostas à assembleia".

Por último, "será revisado o rascunho de um documento que contempla a colaboração entre as realidades que compõem o Regnum Christi (padres legionários, consagrados, consagradas e leigos não consagrados), garantindo a autonomia de cada parte e tutelando a comunhão".

A média de idade dos 24 leigos consagrados que participam da primeira assembleia da sua história é de 44 anos. O mais jovem tem 27 e o mais velho 57. Eles vêm do México, da Espanha, dos Estados Unidos, do Chile e do Canadá.
A assembleia será presidida pelo delegado pontifício, cardeal Velasio de Paolis, ou por um representante escolhido por ele. Além dos 24 consagrados participantes, estará presente o pe. Gianfranco Ghirlanda, SJ, conselheiro do delegado pontifício e encarregado do chamado “terceiro grau masculino”, ou seja, os leigos consagrados do movimento. Sem voto, também participam o pe. Sylvester Heereman LC, Gloria Rodriguez e Francisco Gómez, como representantes, respectivamente, da Legião de Cristo, das consagradas e dos leigos não consagrados do Regnum Christi.

O processo de revisão do estatuto começou há um ano e meio. Participaram todos os leigos consagrados, acompanhados pelo pe. Gianfranco Ghirlanda, SJ. "Os consagrados do Regnum Christi elaboraram assim o texto que agora é apresentado à assembleia para a sua revisão final e que será entregue ao Santo Padre para a sua aprovação definitiva", explicam.

Depois desta assembleia, também acontecerá a das consagradas (de 2 a 18 de dezembro) e o capítulo geral extraordinário dos Legionários de Cristo (a partir de 8 de Janeiro). "Terminará assim uma etapa no processo de renovação que Bento XVI iniciou para o Regnum Christi em 2010 e que continuará até amadurecer a configuração jurídica definitiva para o Regnum Christi".

Para mais informações: www.asamblea.consagrados.regnumchristi.org (em espanhol).


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Nepal: hinduístas e budistas também participaram da procissão de Cristo Rei

Organização foi da Igreja católica em Katmandu, no encerramento do Ano da Fé


Roma, 26 de Novembro de 2013


Milhares de católicos, hinduístas e budistas nepaleses participaram neste dia 23 de Novembro da procissão de Cristo Rei, organizada pela Igreja católica em Katmandu para celebrar o encerramento do Ano da Fé, que, em Roma, terminou no domingo com uma missa solene na Praça de São Pedro.

A agência Asia News, com fontes locais, destaca a "grande dedicação" da população, que aderiu ao evento interrompendo o trabalho a fim de participar na cerimónia, mesmo em meio ao clima de tensão que o país está vivendo devido às recentes eleições da Assembleia Constituinte.

Padres, religiosos, leigos e não cristãos caminharam rezando o terço e cantando hinos desde a St. Mary School até a igreja da Assunção, com velas, imagens de Jesus e postais com a bíblia. O pe. Pius Perumana, vigário da diocese, guiou a procissão com vestes solenes. Participaram da celebração outras comunidades de Katmandu, inclusive as de Godavari, Baniyatar e Lubhu, que acompanharam a procissão com bandeiras e faixas.

Soni Rana, jovem católica de 18 anos de Baniyatar, na periferia de Katmandu, declarou à AsiaNews: "Eu estou muito emocionada com a procissão do Cristo Rei. Para mim, foi um momento para glorificar a Deus e fortalecer a minha fé em Deus". A jovem, que também esteve presente na cerimónia organizada um ano antes para a abertura do Ano da Fé, afirma que esse período de oração e reflexão foi crucial para ela, para a sua família e para os amigos.

Depois da queda da monarquia hinduísta em 2006, o Nepal testemunhou uma abertura gradual às outras religiões, antes perseguidas. Depois da subida ao poder dos maoístas (2008), vários grupos extremistas hindus realizaram atentados e ataques contra as minorias religiosas. O mais grave atingiu a igreja da Assunção em Katmandu no dia 23 de maio de 2009, matando duas pessoas.

Apesar de ser proibido o proselitismo, o governo decidiu em 2012 transformar o Natal em feriado nacional para reanimar o turismo, o que permitiu que os cristãos mostrassem imagens e decorações sagradas em lojas e no exterior de igrejas e casas, além de organizar procissões. Essa visibilidade levou muitos não cristãos a receberem o baptismo. Os católicos nepaleses são hoje mais de 10.000. Eram 6.000 em 2006, ano da proclamação do estado laico no país.


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Evangelii Gaudium: Francisco e o programa evangelizador do seu pontificado

Os 300 pontos da exortação apostólica recopilam os trabalhos do sí­nodo sobre a nova evangelização para a transmissão da fé, celebrado de 7 a 28 de outubro de 2012


Roma, 26 de Novembro de 2013


“A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”. Estas são as palavras com que o papa Francisco começa a sua primeira exortação apostólica, a “Evangelii Gaudium” (A alegria do Evangelho).

Nela, o santo padre recolhe os trabalhos do sínodo dedicado à nova evangelização para a transmissão da fé, celebrado de 7 a 28 de outubro de 2012, no Vaticano. É um programa de pontificado, já que, ao longo dos 300 pontos da exortação, o pontífice fala da sua visão da Igreja e do mundo, aprofundando em ideias que ele já anunciou durantes estes oito meses. Francisco exprime o seu "sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se transforme num canal adequado para a evangelização do mundo actual, mais do que para a auto-preservação".

No começo da exortação, o santo padre faz um chamamento a todos os baptizados para levarem aos outros o amor de Jesus "em estado permanente de missão", com fervor e dinamismo novos. Para realizar essa tarefa, Francisco convida todos a "recuperar o frescor original do Evangelho", encontrando "novos caminhos" e "métodos criativos". Ele fala até mesmo de "uma conversão do papado", para que seja "mais fiel ao sentido que Jesus Cristo quis lhe dar" e "às necessidades actuais da evangelização". Sobre as conferências episcopais, ele destaca o seu desejo de que elas contribuam para que "o efeito colegial" tenha aplicação "concreta", coisa que ainda "não se realizou plenamente".

Sinal do acolhimento de Deus é “manter os templos de portas abertas em toda a parte”, para que todo aquele que procura não encontre apenas “a frieza das portas fechadas”. Nem “as portas dos sacramentos deveriam se fechar, fosse pela razão que fosse", adverte o santo padre.

Olhando com atenção para os desafios do mundo contemporâneo, o papa critica o sistema económico actual, definido por ele como “injusto em sua raiz”. “Essa economia mata” porque predomina “a lei do mais forte”, diz ele. A cultura actual do “descartável” faz com que “os excluídos não sejam explorados, mas descartados, como sobras”. Do mesmo modo, ele denuncia os “ataques à liberdade religiosa” e as novas situações de perseguição contra os cristãos.

Francisco também fala da importância da família, que "atravessa uma crise cultural profunda", e insiste na "contribuição indispensável do matrimónio à sociedade".

O papa enumera as “tentações dos agentes pastorais”: individualismo, crise de identidade, queda do fervor. Exorta os católicos a "serem sinais de esperança", gerando a "revolução da ternura" para vencer a "mundanidade espiritual". O papa dedica algumas linhas também aos que “se sentem superiores aos outros”, por serem “inquebrantavelmente fiéis a certo estilo católico próprio do passado”, observando ainda que, “em vez de evangelizar", o que eles fazem é "classificar os outros”. E também recorda aqueles que se preocupam com um “cuidado ostentoso da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, mas sem se preocuparem com uma real inserção do Evangelho” no âmbito das necessidades das pessoas.

Às comunidades eclesiais, ele alerta do perigo de cair em invejas ou ciúmes “dentro do Povo de Deus e nas diversas comunidades". Sublinha a necessidade de fazer crescer a responsabilidade dos leigos, mantidos “à margem das decisões” devido a “um excessivo clericalismo”. Fala ainda do papel da mulher, afirmando que "é necessário ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja”. Fala dos jovens, que devem ter “um protagonismo maior”. Quanto à escassez de vocações em alguns lugares, o santo padre avisa que “não podemos encher os seminários com qualquer tipo de motivação”.

Por outro lado, o santo padre quis recordar também que “o cristianismo não tem um único modo cultural” e que o rosto da Igreja é “multiforme”. Ele reafirma a "força activamente evangelizadora” da piedade popular e convida os teólogos a conservarem no coração “a finalidade evangelizadora da Igreja” e a não se contentarem com “uma teologia de escrivaninha”.

Sobre a forma de pregar, Francisco ressalta que a homilia “deve ser breve e não se parecer com uma palestra nem com uma aula”; deve dizer “palavras que façam arder os corações”, fugindo de “uma pregação puramente moralista ou doutrinadora”.

O santo padre afirma que "ninguém pode nos exigir relegar a religião à intimidade secreta das pessoas, sem influência alguma na vida social". E, na luta pela justiça, recorda que "a opção pelos pobres é uma categoria teológica", mais do que sociológica. Por isso, indica: "Quero uma Igreja pobre e para os pobres. Eles têm muito a nos ensinar".

Há espaço também para os mais fracos, de quem devemos cuidar: "Os sem teto, os dependentes químicos, os refugiados, os povos indígenas, os idosos cada vez mais sozinhos e abandonados”, os migrantes, as vítimas do tráfico de pessoas, as mulheres que sofrem situações de exclusão. E, prestando especial atenção às crianças ainda não nascidas, Francisco lembra que "não devemos esperar que a Igreja mude a sua postura sobre este assunto", enfatizando que "não é progressista pretender resolver os problemas eliminando uma vida humana".

O papa também fala da paz e explica a necessidade de "uma voz profética" quando se quer construir uma reconciliação falsa, que “silencia” os mais pobres enquanto “alguns não querem renunciar aos seus privilégios”. Ele menciona quatro princípios para a construção de uma sociedade "em paz, justa e fraterna": trabalhar no longo prazo, sem obcecar-se com resultados imediatos; agir para que os opostos atinjam uma unidade multiforme que gere nova vida; evitar que a política e a fé se reduzam à retórica; e unir a globalização e o contexto local.

A evangelização também envolve um caminho de diálogo, que abre a Igreja para colaborar com todas as realidades políticas, sociais, religiosas e culturais, recorda o pontífice. Ele ressalta o ecumenismo como "um caminho inescapável para a evangelização", além da importância do enriquecimento recíproco. O diálogo inter-religioso "é uma condição necessária para a paz no mundo". Diante dos episódios de violência, o papa convida a “evitar odiosas generalizações, porque o verdadeiro islão e uma adequada interpretação do Alcorão se opõem a toda violência”. Por outro lado, ele destaca que "o devido respeito às minorias de agnósticos e de não crentes não deve ser imposto de modo arbitrário, silenciando as convicções das maiorias crentes ou ignorando a riqueza das tradições religiosas".

Para encerrar, o santo padre fala dos "evangelizadores com Espírito". São eles que se "abrem sem temor à acção do Espírito Santo”, que “infunde a força para anunciar a novidade do Evangelho com audácia (parresia), em voz alta e em todo tempo e lugar, inclusive contra a corrente”. São evangelizadores que oram e trabalham, conscientes de que a missão é uma paixão por Jesus e pelo seu povo. E recorda aos fiéis: "Se eu consigo ajudar uma única pessoa a viver melhor, isso já justifica a entrega da minha vida”. O papa finaliza com uma oração especial a Maria, "Mãe do Evangelho", "para que, toda vez que contemplamos Maria, voltemos a crer no poder revolucionário da ternura e do carinho".


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Santuário de Fátima realiza jornada de apresentação do novo ano pastoral

Secretariado-Executivo da Comissão Organizadora faz balanço positivo


Fátima, 26 de Novembro de 2013


Terceiro ciclo do Centenário das Aparições chega ao fim e Secretariado-Executivo da Comissão Organizadora faz balanço positivo. Publicamos a seguir nota divulgada pela assessoria de imprensa do Santuário de Fátima.

Chegamos ao final de mais um ano, o terceiro, do septenário de celebração do centenário das aparições da Virgem Maria, em Fátima. Durante todo o ano pastoral de 2012-2013, o Santuário de Fátima reflectiu acerca da exortação que a Virgem dirigiu aos três videntes no diálogo da aparição do mês de Junho – “não tenhais medo” – e procurou, de diversos modos e recorrendo a variados meios e suportes, vivenciar a atitude crente advinda daquela exortação – a confiança.

A jornada de abertura do ano pastoral lançou o repto a todos aqueles que assim o quiseram acolher, apresentando de modo global as grandes linhas de acção e os acontecimentos que durante o ano se colocariam à disposição de todos os que se deslocassem a Fátima.

Assim, ao chegar ao recinto do Santuário, através da extensa faixa colocada no grande altar exterior, o peregrino desde logo se sentiu interpelado pela mesma segura afirmação que a “Senhora mais brilhante que o Sol” fez aos Pastorinhos – não tenhais medo, vós, homens e mulheres do século XXI, que visitais o meu Santuário e procurais confiados a minha intercessão materna –, e pôde, individualmente ou em grupo, fazer o seu itinerário de oração, reflectindo sobre o tema do ano, através do desdobrável, em várias línguas, disponibilizado nos tótemes junto ao presépio do recinto de oração.

Na aparição de Junho, a Virgem Maria veio revelar o seu Imaculado Coração como refúgio e caminho para chegar ao Cristo-Deus: ad Jesum per Mariam. Foi deste modo que todos os que peregrinaram ao Santuário da Cova da Iria, e assim o desejaram, puderam apropriar artisticamente esta mensagem através da exposição temporária evocativa da aparição de Junho de 1917 – “Ser, o segredo do Coração” – que durante todo o ano esteve patente no Convivium de Santo Agostinho, no complexo da Basílica da Santíssima Trindade.

Num ciclo de conferências que decorreu, ao longo de seis Domingos, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, apresentaram-se reflexões alicerçadas nos subtemas constitutivos do temário proposto pelo Santuário para o ano pastoral que ora termina. Após cada conferência realizou-se um pequeno apontamento musical que procurou ir, dentro das possibilidades da linguagem musical, ao encontro daquelas temáticas. Alargou-se e intensificou-se a reflexão e a problematização dos temas no simpósio anual Não tenhais medo. Confiança – esperança – estilo crente.

De entre outras publicações, o Santuário deu à estampa os títulos Quereis oferecer -vos a Deus? Ciclo de Conferências 2011-2012, sob a coordenação de Alfredo Teixeira; Quereis oferecer-vos a Deus? Horizontes contemporâneos da entrega de si, compilação das comunicações do simpósio teológico-pastoral com o mesmo nome, sob a coordenação de Isabel Varanda, e A Mensagem de Fátima. A misericórdia de Deus: o triunfo do amor nos dramas da história, contributo do teólogo espanhol Eloy Bueno de la Fuente para uma leitura teológica da Mensagem de Fátima.

No sentido de levar a Mensagem de Fátima a quem ainda a não conhece ou de a explicar e tornar mais próxima a quem dela já ouviu falar, mas que procura aprofundar o seu conteúdo, o Santuário promoveu, nos meses de Junho e de outubro, duas edições de um curso sobre a Mensagem de Fátima – «o triunfo do amor nos dramas da história» (na expressão de Eloy Bueno de la Fuente) –, orientado pela Irmã Ângela de Fátima Coelho, religiosa da Aliança de Santa Maria e postuladora da Causa de Canonização de Francisco e Jacinta Marto, o qual teve uma grande procura e adesão por parte de participantes de diferentes faixas etárias, com interesses muito díspares e de diversos pontos do país.

O Santuário de Fátima, ao longo destes, para já, três anos de celebração até ao centenário das aparições que se comemorará em 2017, tem vindo a fazer um esforço para que a mensagem deixada aos três interlocutores privilegiados da Mãe de Deus, aparecida na Cova da Iria, possa chegar cada vez a mais pessoas dentro e fora do País, porque a Mensagem de Deus em Fátima é uma mensagem para o mundo: «Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus» (Gal 3,28).

Carla Abreu Vaz
Secretária-Executiva da Comissão Organizadora
do Centenário das Aparições de Fátima (COCAF)

O Santuário de Fátima convida todos os interessados a participarem na Jornada de Apresentação do ano pastoral de 2013-2014, no quarto ciclo da celebração do Centenário das Aparições, na tarde do próximo sábado, dia 30 de Novembro.

A sessão decorrerá no anfiteatro do Centro Pastoral de Paulo VI e será antecedida pela inauguração de uma nova exposição temporária, no Convivium de Santo Agostinho, na zona da Reconciliação da Basílica da Santíssima Trindade.  

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Celebrações presididas pelo Papa Francisco em dezembro e janeiro

Divulgado hoje calendário de compromissos do pontífice: Vésperas no sábado com os universitários romanos, Missas de Natal e Ano Novo, baptismo na Capela Sistina


Cidade do Vaticano, 26 de Novembro de 2013


Foi publicado hoje o calendário das celebrações litúrgicas presididas pelo Santo Padre Francisco do final de Novembro até Janeiro. O primeiro evento está agendado para sábado, 30 de Novembro, I domingo do Advento: 17h30, o Papa recitará as Vésperas junto com os universitários romanos, na Basílica de São Pedro. No dia seguinte, visitará a Paróquia "São Cirilo de Alexandria", às 18h, e presidirá a Santa Missa.

Domingo, 8 de Dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, o Papa estará, conforme a tradição, às 16h, na Piazza di Spagna para a veneração da imagem da Imaculada Conceição. Terça (24) celebrará Santa Missa, na véspera do Natal, às 21h30, na Basílica Vaticana. E no dia 25, Solenidade do Natal do Senhor, pronunciará a bênção "Urbi et Orbi", do balcão central da Basílica de São Pedro, às 12h.

O ano se concluirá novamente na Basílica de São Pedro, terça, 31 de Dezembro, com a celebração, às 17h, das Primeiras Vésperas e a recitação do Te Deum em acção de graças pelo ano que passou. No dia seguinte, 1.º de Janeiro, o Papa Francisco saudará 2014 com uma missa às 10 horas, no Vaticano, pela solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus e por ocasião do 47.º Dia Mundial da Paz.

Também em São Pedro, na segunda-feira (6), às 10h, o Papa presidirá a celebração eucarística na Solenidade da Epifânia do Senhor, e no domingo seguinte, 12 de Janeiro, às 9:45h concederá o Sacramento do Baptismo a algumas crianças, durante tradicional cerimónia organizada na Capela Sistina.


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