
Após longo período de divisões
7MARGENS | 29/08/2025
Um ‘pacote’ de 12 medidas sobre a Igreja Siro-Malabar, da Índia, anunciadas esta quinta-feira, 28 de agosto, pela Sala de Imprensa do Vaticano, exprimem o esforço daquela Igreja oriental e do Vaticano de caminhar para a unidade, depois de longos anos de lutas e dissensões sobre a celebração da eucaristia.
O conjunto de medidas envolve a ereção (criação) de nada menos que quatro províncias eclesiásticas, e a nomeação dos respetivos arcebispos metropolitas. As províncias, que são agrupamentos de dioceses (neste caso, eparquias) sufragâneas de uma arquidiocese, são eretas pelo arcebispo-mor da Igreja Siro-Malabar, com o consenso do Sínodo, e depois de auscultada a Santa Sé. Por sua vez, os arcebispos metropolitas são eleitos pelo respetivo Sínodo metropolitano.
Como refere a Agência Católica de Informação (CNA, na sua sigla em inglês), a Igreja Siro-Malabar passou por um longo período de divisões internas como resultado de reformas litúrgicas posteriormente confirmadas pelo respetivo Sínodo, em 2021.
Em julho último, o Papa Leão XIV deu por finda a nomeação de 2023 do arcebispo Cyril Vasil’ como delegado papal para a Igreja Siro-Malabar, após um acordo interno ter sido alcançado sem a sua mediação.
É suposto que o atual Papa esteja a par da realidade desta Igreja, uma vez que tem, sobretudo na eparquia de Kerala, uma significativa presença dos Agostinianos, congregação a que pertence e de que foi superior geral. Foi nesta função que, segundo refere a agência ACI Africa, esteve duas vezes na Índia, em 2004 e 2006, visitando comunidades nos estados indianos de Kerala e Tamil Nadu.
A Igreja Siro-Malabar é uma das 23 Igrejas Orientais em plena comunhão com o bispo de Roma e segue a tradição litúrgica caldeia. É a maior igreja oriental depois da Igreja Greco-Católica Ucraniana, e as suas origens remontam à pregação do Apóstolo São Tomé.
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