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terça-feira, 18 de março de 2014

O Papa pede aos bispos do Timor Leste a revolução da ternura

Os bispos se reuniram esta manhã com Francisco, por ocasião da Visita ad limina


Roma, 17 de Março de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García


Ser "consciência crítica da nação" , anunciar o Evangelho da misericórdia e fazer que o anúncio seja compreensível nas “línguas locais”. Estes foram os três pontos sobre os quais o Papa Francisco confiou o compromisso pastoral dos bispos do Timor Leste, no discurso que lhes pronunciou esta manhã durante a visita ad Limina.

500 anos de Evangelho é uma longa história de fé e, em um continente como a Ásia, onde a Igreja é geralmente feita de comunidades pobres, o 97% dos baptizados que povoam a ilha do Timor Leste representa categoricamente os "frutos" semeados há séculos.

A Igreja pede na sociedade uma só coisa, disse no discurso: “a liberdade de anunciar o Evangelho de um modo íntegro, até mesmo quando vai contracorrente dos valores actuais... Vós, queridos irmãos, não tenhais medo de fazer esta contribuição à Igreja para o bem de toda a sociedade”. Mas, se não existe a piedade, prosseguiu o Papa, "hoje em dia existem poucas possibilidade de entrar em um mundo de “feridos” que precisam de compreensão, perdão, e amor. Por isso não me canso de chamar toda a Igreja à ‘Revolução da Ternura’.

O Santo Padre encorajou-os "sem diminuir o valor do ideal evangélico que deve controlar, com misericórdia e paciência, o potencial de crescimento das etapas, que se realizam todos os dias e prestar atenção a este desafio com uma sólida formação dos sacerdotes, religiosos e fieis leigos”. Da mesma forma Francisco acrescentou que não se pretende somente uma evangelização especializada já que é preciso fazer de cada cristão um protagonista porque “se uma pessoa experimenta verdadeiramente o amor de Deus que salva, não vai demorar muito tempo para sair para proclamá-lo, não esperará ter grandes lições ou instruções. Cada cristão encontra o amor de Deus em Jesus Cristo”, em todos os baptizados, explicou, “é o Espírito que leva a evangelizar”.

Por outro lado observou-se que "se nos vários contextos culturais do Timor Leste a fé e a evangelização não são capazes de falar de Deus, de anunciar a vitória de Cristo sobre o drama da condição humana, de abrir espaços ao Espírito renovador, é porque não estão suficientemente vivos nos fieis cristãos, que precisam de um caminho de formação e de amadurecimento”. Por isso, explicou, “tudo isso implica uma série de desafios para permitir uma compreensão mais fácil da Palavra de Deus e uma maior recepção dos sacramentos. Mas um desafio não é uma ameaça. A consciência missionária hoje pressupõe que se possui o valor humilde do diálogo e a convicção firme de apresentar uma proposta de plenitude humana no nosso contexto cultural”.

Por fim, o Santo Padre explica no discurso o triplo lugar que o bispo deve desempenhar com os seus fieis: diante, para mostrar o caminho ao seu povo, no centro para mantê-lo unido e neutralizar tumultos, e atrás, para que ninguém chegue tarde ou se perca. “Em qualquer caso, sejam homens capazes de sustentar, com amor e paciência, os passos de Deus no seu povo e valorizem tudo o que o mantenha unido, tendo cuidado com os possíveis perigos, mas especialmente façam crescer a esperança: que haja sol e luz nos corações!”

(Trad.TS)

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