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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Assim se prepara uma jovem indiana de casta alta para ser baptizada esta Páscoa: «A minha vida mudou»

As Bem-aventuranças, guia de vida para Pavithra 

Mulheres católicas rezam numa missa da Páscoa na Índia,
onde vivem uns 20 milhões de católicos
Actualizado 31 de Março de 2014

AsiaNews / ReL

Pavithra Subramaniyan, uma jovem de 25 anos da Índia, baptizar-se-á esta Páscoa. Nasceu e cresceu numa família brahman, da casta alta: ela é contabilista, o seu pai é banqueiro e a sua mãe professora universitária de economia.

Pavithra conta a AsiaNews como foi a sua viagem até à fé cristã: num primeiro momento, intrigada numa busca filosófica favorecida pelo facto de que a sua mãe é próxima ao catolicismo; num segundo momento, atraída pela fé do seu namorado e a família dele.

Uma atracção desde a infância

Desde a minha infância sempre senti uma grande atracção pelo cristianismo e Deus chamou-me a Ele. Agora, junto ao meu noivo, posso satisfazer os desejos do meu coração. Jamais teria imaginado como os eventos me mudariam, a mim e há minha vida, desde que disse aos meus pais que queria abraçar a fé católica. Não tiveram objecções, e ambos estarão presentes no meu baptismo, o dia da vigília da Páscoa, para participar da minha alegria.

Numa época atravessei uma fase de busca espiritual e li sobre várias tradições religiosas, incluindo a cristã. Entendi que Deus era uma espécie de figura paterna, mas não sabia que Jesus Cristo fosse Seu Filho, milagrosamente concebido e nascido de uma virgem. Sim sabia que Jesus tinha ressuscitado da morte, depois de ter sido crucificado.

Sem baptizar, à Novena da Virgem
A minha mãe foi educada numa escola católica, crê em Jesus Cristo, e sabe tudo da sua vida e seus ensinamentos.

Levava-me com ela à igreja e à novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Mahin: é dela que aprendi este costume de ir à igreja. Quando entrava nesse lugar sempre sentia paz.

Quase todos os anos celebrava o Natal (eu recebia presentes e roupas novas) organizávamos um grande almoço em casa para a Páscoa.

A mãe do namorado

Depois conheci um rapaz cristão: converteu-se no meu melhor amigo, e agora é meu noivo. A apoiou-me e abraça-me até agora e em cada momento da minha vida, seja triste ou alegre.

A sua mãe explicou-me a importância de Cristo nas nossas vidas. Sem Ele – dizia-me - "não somos nada. Cada coisa que temos chegou através d’Ele, e a razão pela qual estamos vivos é por Ele". A fé dela é realmente forte e levou-me a segui-la.

Decidi seguir Cristo. Em pouco tempo dirigi-me ao centro pastoral diocesano e conheci o padre Terrence. Ele deu-me tempo para reflectir sobre a minha escolha e explicou-me as consequências. De algum modo pensava que isto me teria feito bem, que algo dentro de mim me tinha empurrado a tomar esta decisão, ainda que tivesse encontrado problemas, justo como sucedeu a Moisés ou a Jonas.

Boas catequistas
As obras de Deus são maravilhosas. Ele mandou-me um grupo de anjos (as minhas catequistas Zita, Fátima, Patricia e Rose) que me ensinaram e acompanharam.

Estas pessoas cuidaram em mim a semente da fé que estava em mim e que levarei o resto da minha vida, e depois mais além da morte. O modo no qual me falam do Senhor dá-me vontade de saber sempre mais.

Recordo que chovia muito esse primeiro dia de formação, quando entrei no edifício e encontrei outras pessoas como eu que queriam abraçar a fé católica. Com toda a honestidade, isto sempre me fez sentir segura. Debatemos, fizemos muitas perguntas e recebemos muitas respostas, rezamos juntos. Agora está terminando este curso e sinto-me triste: queria que não terminasse nunca. Gosto de aprender coisas sobre o Senhor da parte das minhas ensinantes e da parte dos meus companheiros. Não posso imaginar que não o farei mais! Converteu-se em parte da minha vida.
Pavithra Subramaniyan baptiza-se
na Páscoa de 2014
Desde o princípio descobri que Jesus é "Deus", antes que "Filho de Deus", é um messias vindo para salvar o mundo, morreu para libertar-nos dos nossos pecados. Um sacrifício imenso por pessoas que vivem no pecado como nós.

O papel de uns padrinhos

Agradeço a Deus também por ter-me feito encontrar a minha madrinha e o meu padrinho, Auxelia e Tony Gonsalves, duas pessoas amorosas que estiveram ao meu lado neste novo percurso da minha vida. Fizeram-me conhecer a paróquia, sentaram-se e rezaram comigo, responderam às minhas dúvidas. Mas, sobretudo, ajudaram-me a construir uma união com Cristo, um amigo que está sempre disposto a escutar e a entender.

Bíblia, missa, Bem-aventuranças
Durante este caminho de conhecimento de Jesus, empreendido para poder-me baptizar na minha paróquia e converter-me, a minha vida mudou. Comecei a ler a Bíblia, a ir à missa de modo regular, a aprender as orações e ler livros sobre a fé.

Mas mais importantes são os efeitos: as Bem-aventuranças começaram a formar parte da minha vida. Comecei a ver Cristo nos outros, e isto mudou muito a minha vida, o meu modo de olhar a vida.

Agora sou consciente que os meus comportamentos têm um efeito e que não devo esquecer que estou abraçando Jesus e os seus ensinamentos. Devo converter-me num exemplo para os outros no modo em que me comporto.

Superei os meus exames, encontrei trabalho 15 dias depois de doutorar-me e encontrei confiança em mim mesma.

Quando fui admitida ao catecumenado senti-me uma privilegiada, porque o pároco, a minha família, os meus pais e os outros fiéis formavam parte do meu caminho. Fizeram-se especiais orações de intercessão por mim e fui recebida na comunidade com grande calor. Recebi também a bênção do bispo. Jamais esquecerei a missa celebrada nesse dia.

Estou-me aproximando do dia no qual me converterei em católica, receberei o Espirito Santo, que me guiará e protegerá para sempre.

Não vejo a hora de receber o corpo e o sangue de Jesus: o dia no qual Jesus viverá em mim, como disse São Paulo, e através desta força, difundir a Boa notícia ao mundo!


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