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domingo, 14 de junho de 2020

«Estende a tua mão ao pobre»

A mensagem que o Papa Francisco escreveu para o Dia Mundial dos Pobres, este ano sob o título «Estende a tua mão ao pobre», é um texto onde nos devemos demorar. Simples, direto e muito interpelador, como o Papa nos tem habituado e nos quer convidar a direcionar o nosso olhar desde 2017, especialmente ao criar esta jornada.

Eis, apenas, algumas frases:

“Nestes meses, em que o mundo inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte, desconforto e perplexidade, pudemos ver tantas mãos estendidas! A mão estendida do médico que se preocupa de cada paciente, procurando encontrar o remédio certo. A mão estendida da enfermeira e do enfermeiro que permanece, muito para além dos seus horários de trabalho, a cuidar dos doentes. A mão estendida de quem trabalha na administração e providencia os meios para salvar o maior número possível de vidas. A mão estendida do farmacêutico exposto a inúmeros pedidos num arriscado contacto com as pessoas. A mão estendida do sacerdote que, com o coração partido, continua a abençoar. A mão estendida do voluntário que socorre quem mora na rua e a quantos, embora possuindo um teto, não têm nada para comer. A mão estendida de homens e mulheres que trabalham para prestar serviços essenciais e segurança. E poderíamos enumerar ainda outras mãos estendidas, até compor uma ladainha de obras de bem. Todas estas mãos desafiaram o contágio e o medo, a fim de dar apoio e consolação”.

“Não se pode sufocar a força da graça de Deus pela tendência narcisista de se colocar sempre a si mesmo no primeiro lugar”.

“Existem mãos estendidas para premir rapidamente o teclado de um computador e deslocar somas de dinheiro duma parte do mundo para outra, decretando a riqueza de restritas oligarquias e a miséria de multidões ou a falência de nações inteiras. Há mãos estendidas a acumular dinheiro com a venda de armas que outras mãos, incluindo mãos de crianças, utilizarão para semear morte e pobreza. Existem mãos estendidas que, na sombra, trocam doses de morte para se enriquecer e viver no luxo e num efémero desregramento. Existem mãos estendidas que às escondidas trocam favores ilegais para um lucro fácil e corrupto. E há também mãos estendidas que, numa hipócrita respeitabilidade, estabelecem leis que eles mesmos não observam”.

“Não poderemos ser felizes enquanto estas mãos que semeiam morte não forem transformadas em instrumentos de justiça e paz para o mundo inteiro. Não podemos sentir-nos tranquilos, quando um membro da família humana é relegado para a retaguarda, reduzindo-se a uma sombra. O clamor silencioso de tantos pobres deve encontrar o povo de Deus na vanguarda, sempre e em toda parte, para lhes dar voz, defendê-los e solidarizar-se com eles face a tanta hipocrisia e tantas promessas não cumpridas, e para os convidar a participar na vida da comunidade”.

É um texto que convido a ler, a rezar, se assim o entenderem.

O dia de ontem foi ainda marcado pela peregrinação internacional aniversaria de junho, com os peregrinos no recinto do santuário a trazerem o calor, a vida e o afecto de regresso às grandes celebrações em Fátima, assim agradeceu D. António Marto.

D. Américo Aguiar convidou os peregrinos a uma “gramática de hospitalidade”, afirmando que todos somos responsáveis “saúde, o bem-estar, a alegria e a salvação dos outros”.

um regresso emotivo, o bispo auxiliar de Lisboa recordou “autoridades do Estado, autarcas, profissionais de saúde, dos lares, IPSS e Misericórdias, famílias e cuidadores informais”, pessoas que “na linha da frente e de forma anónima” cuidam dos irmãos, e também os “concidadãos que faleceram”: “1505 nossos concidadãos que partiram no contexto desta pandemia e os sacerdotes que hoje estão na casa do Pai”.

Mas as suas palavras serviram também para pedir uma “solidariedade europeia” não seja “uma urgência pandémica” mas possa resultar da “identidade” do projeto europeu.

“Que a ajuda entre povos e países europeus não resulte do medo provocado por um vírus, mas seja um ímpeto do humanismo e da matriz cristã que caracteriza o velho continente. Só com essa determinação asseguramos o nosso futuro e o das gerações vindouras, feito cada vez mais do encontro entre povos, culturas e religiões”, indicou.

Hoje temos mais para si no portal de notícias da Agência Ecclesia. Encontramo-nos lá?

Tenha um excelente dia e continue a cuidar de si, cuidando do outros!

Lígia Silveira

 

 


www.agencia.ecclesia.pt

      





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