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domingo, 31 de março de 2019

Uma lágrima furtiva

Acordei hoje a pensar na belíssima ária: “Uma lágrima furtiva” da ópera denominada 'O Elixir de Amor' de Gaetano Donizetti, magistralmente cantada pelo tenor Luciano Pavarotti, sentindo-me presa, enredada num turbilhão de pensamentos que me assolam e que me inquietam, ao ouvir esta música, isto é, uma lágrima furtiva. Porquê tanta inquietude? O que me quer transmitir? Parece que pretende recordar-me de que há algo que não se encontra ainda resolvido no meu coração. A música continua: “Ah, céus! Sim, poderia morrer… de amor. O melhor mesmo é tentar passar para o papel os diferentes sentimentos que me invadem. Tudo tem uma explicação. Recordo que ontem à noite, antes de me deitar, uma amiga comentava ao telefone que, quando era criança, na vila dos avós, havia um sacerdote residente que celebrava missa diariamente. Também eram organizadas as habituais procissões nesta época da Quaresma. Como era arrepiante e comovente ouvir a Verónica cantar… Agora só no domingo se celebra Missa. Diminuiu o número de fiéis. Já não se realizam procissões. Importa procurar manter as tradições que recebemos dos nossos antepassados.

Pois é verdade. As palavras da minha amiga devem ter ficado no subconsciente. E acordei a pensar na falta de amor, por isso a lágrima furtiva. Amor a Deus. Há menos sacerdotes, menos vocações. “A seara é grande e os trabalhadores são poucos. Rogai pois ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”. (Lucas 10,2). O Papa Francisco, referiu, na sua mensagem para o 56º Dia Mundial das Vocações, 2019, subordinado ao tema: “A Coragem de Arriscar Pela Promessa de Deus”, como na história de cada vocação acontece um encontro… vivemos a surpresa de um encontro e naquele momento, vislumbramos a promessa de uma alegria capaz de saciar a nossa vida… a chamada do Senhor não é uma ingerência de Deus na nossa liberdade. Não é uma “jaula” ou um peso que nos é colocado às costas. Pelo contrário, é a iniciativa amorosa com que Deus vem ao nosso encontro e nos convida a entrar num grande projeto do qual nos quer participantes apresentando-nos o horizonte de um mar mais amplo e de uma pesca superabundante. A vocação é um convite a não ficar parado… mas seguir Jesus pelo caminho que Ele pensou para nós, para a nossa felicidade e para o bem daqueles que nos rodeiam. Trata-se de vocações que nos tornam portadores de uma promessa de bem, amor e justiça. Não há alegria maior do que arriscar pelo Senhor… que promete a alegria de uma vida nova, que enche o coração e anima o caminho… pedindo ao Senhor que nos dê a coragem de arriscar no caminho que Ele, desde sempre, pensou para nós.

A minha amiga ao telefone continuou a confidenciar que várias vezes se tinha cruzado com o encontro com o Senhor. Não o seguiu, não por falta de coragem, não porque tivesse muitos bens porque não era esse o caso, como o do jovem rico que tinha muitos bens. A minha amiga teve receio na sua firmeza, na grandeza da sua fé, ou seja, que esta não fosse suficientemente forte, que não tivesse perfil…, mas pode ser igualmente, porque, na realidade, não se proporcionou. Talvez não tivesse fé suficiente para deixar tudo e segui-Lo, ou quem sabe, os planos de Deus a seu respeito seriam outros. Contudo, questiona, hoje em dia desgostosa, sem compreender, com algum grau de frequência: “Senhor, que queres tu de mim”? A minha alma através das Tuas mãos abençoadas foi tirada da escuridão. Chamei-Te e ouviste a minha prece. Quero cantar a Tua glória para sempre. Tudo é possível para quem tem fé. Tudo é igualmente possível a Deus. Nunca é tarde para Amar. Há sempre tantos modos de colaborar quer seja no apostolado, nas obras de misericórdia, através da oração. Eventualmente, Deus não a queria na clausura como era sua intenção inicial, mas através de atividades de bem-fazer desenvolvidas na comunidade, uma vez que amar o próximo, é também amar a Jesus que disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida.

Muitas vezes me foi concedida a oportunidade de privar com sacerdotes, na cidade de Roma. Vinham de toda a parte do mundo fazer formação teológica. Traziam um brilho imenso nos seus olhos e uma vontade incontestável de a todos amar ao serviço de Deus. Ainda hoje perdura na minha memória a sua disponibilidade para acompanhar a família, para nos mostrar os lugares santos existentes, bem como a sua alegria, quando assistíamos à missa que celebravam, ou quando, de algum modo, nos podiam apoiar nalguma situação com a qual nos confrontássemos. Uma verdadeira família, com espírito de serviço. Mas sempre senti igual apoio de Bispos, Irmãs de vida consagrada para amar. Na verdade, constituem a nossa família espiritual.

São de S. Josemaria as seguintes frases: “Diante de Deus nenhuma ocupação é, em si mesma, grande ou pequena. Tudo adquire o valor do Amor com que se realiza”.

“A chamada do Senhor – a vocação – apresenta-se sempre assim: “Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me”. Sim, a vocação exige renúncia, sacrifício. Mas como se torna prazeroso o sacrifício, - alegria e paz – se a renúncia é completa.

Termino este artigo como comecei. Com Pavarotti. Ah céus, quantas vidas consagradas ou não, terão morrido por Amor por esse mundo fora, ao longo de mais de dois milénios. Santa Maria, Rainha da Esperança, intercedei junto de Jesus, também com a nossa oração que depositamos no Vosso regaço, para que existam mais vocações, tão necessárias em prol do bem da humanidade.

Maria Helena Paes



Como nos Posicionamos?

Porque de tanto escrever, questiono hoje se não sou apenas mais um mero personagem que integro habitualmente nas minhas narrativas. Será que me perdi no meio das histórias, tendo ficado presa nalgum cantinho de um livro, de um artigo, de um poema? Afinal quem sou eu, que sem eles já não sei viver? Vejo como desponta a primavera. Uma flor, mais uma flor, direi mesmo, o florescer da estação. Por analogia é assim com a escrita. Um artigo, mais um artigo, logo um livro, talvez poesia… As flores têm vida. A escrita também. Algumas são particularmente bonitas com um odor intenso. A narrativa também. Alguns livros são bons, outros nem tanto, acabando numa qualquer prateleira até serem corroídos pelas traças, ou utilizados enquanto papel de embrulho, ou outro destino qualquer. As flores murcham, salvo algumas que se perpetuam através das diferentes expressões de arte, num quadro… De imediato, senti um clique. Surgiu na minha mente uma visita ao lindíssimo Palácio que alberga hoje em dia o Museu Belvedere em Viena, Áustria, onde tive a possibilidade de visualizar durante uma visita, um quadro que não mais esqueci e que me marcou profundamente. Representava Nossa Senhora com o Menino, um quadro oval, todo circundado de flores de uns tons de uma beleza rara. Tanta ternura, doçura, serenidade, um olhar repleto de amor. Senti que nunca mais o iria esquecer durante a minha vida. Estranhamente, não me recordo do nome do seu autor. Talvez seja de Rafael, de Rubens… Não consigo precisar de todo. Na verdade, preencheu-me tanto este quadro, que findei a visita por ali. Queria reter esta imagem que tanto me tinha tocado. Várias vezes tenho pensado no assunto. Procurei uma fotografia tirada em frente ao quadro, mas sem sorte. A minha irmã que me acompanhou nesta visita já não está entre nós. Foi a última viagem que realizou já doente em fase terminal. Mas na altura não sabíamos a gravidade da sua doença. Recordo que seguidamente, decidimos ir tomar um chá no café do Palácio Belvedere, também para descansar um pouco. Comentámos o magnífico quadro e a visita. Os jardins, os lagos, a paisagem, ficámos, igualmente impressionadas, pela positiva, pelo espaço do café, localizado numa sala do palácio, tal como outrora, exibindo pinturas, talhas douradas, reposteiros... Que bom descansar neste espaço tão acolhedor. Talvez, um dia tenha oportunidade de voltar ao Museu Belvedere, quem sabe! Fomos felizes nesse local. Vi a minha irmã sorrir, aproveitando do melhor modo, o pouco tempo de vida que lhe restava, esquecendo a sua doença, já que tinha uma predileção enorme por esta cidade. Voltando à pintura, não quero pesquisar na internet, o seu autor. Ficou arrumado no passado esse momento que vivemos. Contudo, por semelhança, importa realçar que o importante mesmo é o legado que deixamos, não propriamente a nossa pessoa que, salvo raras exceções, em condições normais, um dia cairá no esquecimento.

Encontrávamo-nos em Viena, com o objetivo de participarmos numa reunião/ ação de formação, sobre a Família, que tinha lugar nas Nações Unidas. Estava previsto a minha irmã acompanhar-me à referida reunião. Acabaria por preferir, à última hora, permanecer no hotel enquanto eu me deslocava à reunião. Não sentia coragem para enfrentar as pessoas conhecidas, talvez pressentindo que não voltaria a participar nesses eventos. Não queria que a vissem mais fragilizada. Animei-a, compreendendo, no entanto, o seu modo de sentir. Preferia ir fazer umas compras para os netos, já que o Natal se aproximava. Também passar por uma Igreja, a de S. Pedro, que é particularmente bonita. Quando regressei preocupada, encontrei-a feliz, no hotel a descansar, mostrando-me as compras que tinha feito entretanto, numa loja da sua predileção, que tinha fatos de criança muito bonitos a um preço económico. Respirei fundo. Ainda bem! Este sentimento de ambivalência, de querermos cumprir o dever programado e de acompanhar quem está doente, torna-se mesmo num sufoco. Todos perguntaram por ela. Tive de contar a verdade. Durante o jantar frugal, que fizemos posteriormente no hotel, quis saber em pormenor tudo o que se tinha passado na reunião. Foi assim até ao último momento da sua vida. Sempre interessada no que eu fazia. Por esse motivo, saudosa, caem-me ainda algumas lágrimas ao escrever estas linhas que hoje partilho. Encontro-me mais sensível. Não posso deixar de pensar no que aconteceu em Moçambique. Que tragédia enorme, que sensação de impotência. Também me sensibilizou um depoimento que tive oportunidade de ver na televisão sobre a violência contra a mulher, as crianças e também, em menor escala, contra os homens. Os diferentes atentados, que proliferam em vários pontos do globo, entre outros acontecimentos, que muito nos entristecem e nos causam dor.

Recordei que nos encontramos no tempo de Quaresma. “Invocabit me et ego exaudiam eum”. (Se me chamardes eu vos escutarei). Reparai nesta maravilha que é o cuidado que Deus tem por nós, sempre disposto a ouvir-nos, atento em cada momento à palavra do homem…Ele ouve-nos e não deixará de atender ao que Lhe pede um coração contrito e humilhado. (Sl 50,19). O Senhor ouve-nos para intervir, para se meter na nossa vida, para nos livrar do mal e encher-nos de bem. Eu o louvarei e o glorificarei, diz do homem. Portanto: esperança no Céu… Haverá melhor maneira de começar a Quaresma? Renovamos a Fé, a Esperança, a Caridade…O sentido profundo do fruto das três virtudes cardeais, na vida cristã. (S. Josemaria, in Cristo que Passa).

À laia de conclusão refiro que há situações que não entendemos o porquê, o que Jesus espera de nós, naquela situação concreta. Mas um dia no Céu entenderemos. A esperança da glorificação, aceitando os acontecimentos, acentua a nossa fé e estimula a nossa caridade. Como nos posicionamos na vida, é difícil, mas o caminho vai-se construindo, cada dia que passa, com muita fé, acreditando que tudo concorre para o bem da humanidade. Santa Maria, Rainha da Família e da Esperança, intercedei por todos os que sofrem por diferentes motivos. Rainha da Paz, rogai por todos nós.

Maria Helena Paes



Uma epidemia mundial

É assim que Enrique Rojas, de 72 anos, ex. catedrático de Psiquiatria da Universidade da Extremadura e director do Instituto Espanhol de Investigação Psiquiátrica, se refere à adição da pornografia, que arruína vidas, matrimónios e famílias, “uma desgraça que caiu sobre nós, um drama oculto e destruidor”.

Actual presidente da Fundação Rojas-Estapé para o tratamento de perturbação da personalidade em pessoas com poucos recursos económicos, os seus trabalhos de investigação centram-se no âmbito da depressão e da ansiedade.
Desde 1973, após a sua aprovação nos Estados Unidos que o negócio desta área da pornografia, se expandiu extraordinariamente por todo o mundo, atingindo mais de 80% dos jovens sem que os pais disso se apercebam. Também nos adultos a taxa é muito elevada estimando que 70% dos divórcios são consequência desta adição. Estima-se que 50% da internet é sobre esta matéria, dispõe de uma oferta sem limites...

Sabendo que a pornografia consiste na apresentação de imagens sexuais directas e explícitas, que incitam ao consumo de sexo sem amor, deduz-se facilmente, que a presa fácil é, quase sempre, a mulher. A violência implícita, quer física, quer psíquica ou moral, converte-a em objecto, na medida em que fica disponível para uma sexualidade utópica, irreal, delirante e absurda que conduz a uma obsessiva destruição.

Enrique Rojas refere que estudos recentes sobre o impacto desta adição afecta alguns circuitos cerebrais e passado algum tempo, estas imagens surgem nos pacientes dominando completamente a sua vontade e liberdade, atraindo-os como um íman que impele a seguir nessa direção.

Este entretenimento quer para adolescentes, quer para adultos, afecta e degrada toda a relação entre pessoas, não descurando também o efeito de agressividade que está inerente a estas dependências e a estas influências.

É silencioso e oculto o vício, até que o dependente e a vítima se têm de expor e de procurar consulta especializada nesta área sensível e de grande projecção na sociedade, na família e nas relações pessoais, pelo que lhe chama uma “epidemia mundial”.

Preocupante ainda, é o facto de se ter descoberto em alguns países da União Europeia uma rede de pornografia infantil e outra de homossexualidade e de pedofilia de enormes proporções, que atraem e viciam de tal forma as suas vítimas, tornando-as escravas e dependentes, sem força para reagir positivamente, tendo uma forte influência nas violações e violências doméstica/sexual, tendo subjacente um negócio oculto mas muito rentável.

Para melhor compreendermos esta nova pandemia o Professor Rojas recomenda dois livros recentes: um de Peter Kleponis, psicólogo americano, “Pornografía: comprender y afrontar el problema”, muito bem estruturado e documentado, outro de Óscar Tokumura, onde é analisado o tema ao nível das redes sociais: “La pornografía online, o qual nos dá uma visão panorâmica e abrangente desta realidade escondida e camuflada, mas sentida e sofrida por milhares e milhares de pessoas nos nossos dias, em que a vida, a liberdade, o estímulo e a vontade estão aprisionadas e agrilhoadas de forma violenta e pecaminosa.

Maria Susana Mexia



Da Estónia com amor


Após uma ditadura comunista, a Estónia é hoje considerado o país da Europa menos religioso.

Reena Tolmik de 35 anos nunca teve na sua família ou entre amigos e colegas alguém que conhecesse ou lhe falasse em Deus. Não obstante este clima, ela acreditava na Sua existência e aos 10 anos pediu aos pais para ser baptizada na Igreja Luterana, a única que existia na sua zona, porém não teve padrinhos porque ali, em consequência dos regimes políticos, a religião era considerada para débeis mentais e para pessoas pouco inteligentes.

Era verdade que na família em tempos idos tinha havido algumas pessoas crentes, mas sempre rezavam às escondidas e as gerações mais novas ignoravam completamente o sentido do religioso.

Aos trinta anos teve contacto com jovens da sua idade que estiveram em Taizé e a fé que eles tinham impressionou-a muito e foi o início da sua conversão ao catolicismo.

Um amigo português, católico praticante, animou-a a confessar-se, explicou-lhe a riqueza do sacramento da Reconciliação e ela aceitou o desafio, compreendeu e sentiu o significado de ser católica.

Meses mais tarde fez a primeira comunhão, numa Igreja e bem perto da imagem de Nossa Senhora de Fátima.

Católica aos trinta anos, licenciada em Ciências Políticas e com uma actividade intensa no campo da política no seu país, optou por ir estudar Comunicação Social na Universidade Pontifícia de Santa Cruz, em Roma, considerando que seria um complemento na sua formação de jovem, apaixonada pela Doutrina da Igreja Católica e com grande fervor apostólico.

Michele Bonheur



Eu também sou jogador de futebol…

Mas não estou para ir ao estádio, nem treinar, nem obedecer a todos os que por lá andam a orientar. É assim, eu jogo comigo e com a minha bola, na minha baliza e ninguém tem nada com isso…
Ridículo, claro, mas é o que se diz quando se afirma: eu sou cristão mas não vou à Igreja, sou eu e deus, à minha maneira e como eu quero...
A Igreja é o povo de Deus e o Corpo de Cristo. Por isso, os cristãos devem ser “cum Ecclesia”, estar unidos e em sintonia, caso contrário é uma mera fantasia, que pode ter pegado de moda, mas não tem sentido, é ridículo e arrogante.
Na Igreja de Cristo há pessoas com todas as qualidades e defeitos naturais do ser humano, mas porque se consideram filhas de Deus, procuram corrigir-se, emendar-se e ser dignas da salvação, que só ali pode ser conseguida através dos Sacramentos e da Sagrada Eucaristia.
Se a Igreja é Santa pelo Seu fundador, é pecadora em função da nossa limitação e fragilidade, porém, a todos nos compete melhorar, ajudar e acompanhar.
Anos difíceis sempre os houve, mas a confusão doutrinal, a ignorância em relação ao Catecismo e às Sagradas Escrituras, aliadas a um sentimento de autoestima subjetivamente dado como correcto, gerou uma confusão, maior do que se possa imaginar. Acresce ainda que todos querem opinar, nomeadamente  na Comunicação Social, e claro, sai asneira, mas como a intenção é ser anticlerical, conseguem ficar convencidos de que fizeram um brilharete, ou como agora escrevem - arrasaram com aquele texto, aquela denúncia, aquela mentira…
Mas longe de nos atermos a pessimismos, atitude pouco digna dum filho de Deus, nesta Quaresma, tempo de reparação e de conversão, reforcemos a nossa oração, reparemos pelos erros cometidos, rezemos pelo Papa Francisco que não cessa de no-lo pedir, e também por aqueles que procuram denegrir o papel da Igreja.

Invoquemos ainda S. Miguel Arcanjo na oração composta pelo Papa Leão XIII e também recomendada por Paulo VI em épocas muito tenebrosas, tal como as nossas, e todos juntos, com Santa Maria, as portas do mal não hão-de prevalecer.

Feliciano do Rosário





Eco do Claustro nº 53





Las autoridades chinas ofrecen dinero a quienes delaten actividades cristianas clandestinas




Desde la llegada de Xi Jinping al poder en 2013 se
ha incrementado la persecución contra los
católicos chinos, aún más tras el acuerdo con
la Santa Sede para la designación de obispos.
Las autoridades comunistas de Guangzhou (China) han puesto en marcha el 20 de marzo unas "medidas" que ofrecen una recompensa en metálico a quienes delaten a la policía “actividades religiosas ilegales” en la ciudad, como encuentros de comunidades subterráneas, catequesis o la relación con religiosos extranjeros. Las cantidades ofertadas oscilan entre los 1000 y los 10.000 yuan (entre 398 y 1327 euros).
“Las autoridades no podían elegir un período mejor, el de antes de Pascua, para estas medidas. En este período meditamos a menudo sobre la Pasión de Jesús y la traición de Judas por 30 denarios. El gobierno de Guangzhou quiere transformar a todos los ciudadanos en pequeños Judas”, comentó un sacerdote local a Asia News.
Los principales destinatarios de las medidas con las comunidades protestantes, muy florecientes en la ciudad, a quienes se les han arrebatado iglesias que han sustituido por reuniones en casas particulares. Pero los fieles católicos saben que se aplicarán también a ellos y a otros grupos religiosos, y que pueden extenderse fuera de Guangzhou.
El nuevo reglamento, aprobado el mes de febrero, prevé multas, arrestos e incautación de edificios donde se realicen actividades religiosas no sometidas al control de la Oficina de Asuntos Religiosos.
"En China vivimos una atmósfera como la del Gran Hermano", confiesa una cristiana recién bautizada.
Mayor premio a mayor "calidad" de la información
El reglamento con las "medidas" se divide en cinco capítulos. El primero explica las normas generales. El segundo establece las formas de delatar (teléfono, escrito "lo más específico y detallado posible", en mano...) y asegura "la máxima reserva".
El tercero establece los hechos denunciables: “Promover, apoyar y financiar el extremismo religioso; usar la religión para dañar la seguridad nacional, la seguridad pública, amenazando la unidad nacional a través de la secesión y el terrorismo; violar los derechos civiles y democráticos; poner en peligro el orden social; violar la propiedad pública y privada”. También puede denunciarse a quien organice sin autorización "formación religiosa, conferencias o peregrinaciones”. Esto incluye las clases de catecismo que puedan dar los padres a sus hijos menores de edad, pues está expresamente prohibido hasta los 18 años.
En cuanto a los premios por ofrecer información contra terceros, depende de si se aportan "indicios" (1000-3000 yuan) o "pruebas" (3000-5000 yuan) o si además se "ayuda" activamente en la investigación (5000-1000 yuan). Se establece que la recompensa solo se dará al primero que ofrezca la información, para lo cual se obligará a registrar con fecha las delaciones.
Los últimos dos capítulos explican la forma en la que se decidiarán y entregarán las recompensas, que financian la autoriades locales.


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«Era más duro decir que era gay casto que decir que era gay. Perdí amigos»: así salvó Courage a Karl

Lamenta la indefinición de algunos sacerdotes con ese asunto, porque no ayuda


Un momento de la charla de Karl Miller, colaborador de Courage Internacional.




Karl Miller explica por qué no utiliza la palabra 'homosexual' para identificarse: porque las personas no se definen por su comportamiento sexual. "Lo que sé es que soy un hijo amado de Dios, que simplemente siente atracción por el mismo sexo", dijo recientemente al ofrecer su testimonio en un encuentro de Courage.
Courage es un ministerio católico difundido en todo el mundo que ayuda a vivir cristianamente a las personas que tienen sentimientos como los que expresó Karl: "¿Que por qué los tengo? No puedo hablar por los demás, pero en mi caso sufrí abusos cuando tenía 6 años y creo que hay una relación".
Miller contó su peripecia vital en un acto organizado por la parroquia de San Judas el 28 de febrero en Chalfont (Pennsylvania), al que asistió una treintena de personas que escucharon cómo llegó a comprender "la verdad y belleza de las enseñanzas de la Iglesia".
Karl fue educado en una familia de gran devoción católica, y supo que él era diferente cuando empezó a oír hablar de chicas a sus compañeros y vio que él no sentía lo mismo. Colaboraba en actividades de la parroquia y cuando tenía 15 años llegó a pensar en el sacerdocio
Pero cuando probó su primer canuto de marihuana y empezó a beber, sus criterios morales cambiaron drásticamente y "se apartaron de la religión". Primero dejó de ir a misa, y un día acudió a una tienda porno y mantuvo allí un encuentro sexual. Quedó destrozado, confiesa, pero aquello plantó en él una semilla. Empezó a frecuentar también las discotecas.
Cuando tenía 17 años, decidió volver a confesarse. El sacerdote le dijo que tenía que elegir: o la Iglesia o el mundo gay. Pensó: "¿Y quién necesita a la Iglesia? ¡Me divierto a lo grande!" Así que dio la espalda a su fe y se sumergió en el "ambiente", al tiempo que incrementaba su consumo de drogas y de alcohol.


La madre de Karl rezaba mucho por él, aunque, como en el caso de Santa Mónica con San Agustín, el efecto de esas oraciones tardaría aún mucho en percibirse.

El Segundo Paso
A mediados de los 80, el sida hacía estragos y los amigos de Karl empezaron a morir. Fue un pretexto para apartarse aún más de la Iglesia y odiarla: "¿Y éste es el Dios bueno y misericordioso que me habían enseñado? ¿Cómo puede matar a mis amigos solo porque les guste practicar el sexo?", pensaba.
Sus adicciones empeoraron. Consiguió dominar su consumo de drogas, pero no la bebida: "Creía que el alcohol pacificaba mi alma, pero me estaba anulando". En 1992, cuando tenía 32 años, puso fin a aquello y acudió a Alcohólicos Anónimos.
Dio bien el primer paso, admitir su impotencia ante el alcohol. Pero en ese método el segundo paso implica "creer que un Poder superior a nosotros mismos puede devolvernos el sano juicio". Como Miller no estaba dispuesto a volver a sus antiguas creencias, empezó a buscar en la New Age [Nueva Era] todo tipo de sucedáneos.
Hasta que comprendió que estaba huyendo absurdamente. Quería volver a la Iglesia, pero dudaba: "Yo buscaba a Dios, pero no podía aceptar que Dios me estuviese buscando a mí". Con todo, empezó a ir a misa de nuevo y a leer el Catecismo.
Sacerdotes que hablan claro
El primer sacerdote con quien habló después de muchos años llevaba puesto un pin con un pez color arcoiris y le presentó la postura de la Iglesia con tantos grises, en vez de en blanco y negro, que no le sirvió de nada. Se alejó de él: "Sabía que no me ofrecería la verdad completa". Y era eso, la verdad completa, lo que Karl estaba buscando.
Hasta que encontró un sacerdote que se la dijo. Le dijo que estaba llamado a la castidad, como todo el mundo. Fue un mensaje liberador, admite Karl, quien tras unos meses de frecuentar la parroquia, conoció Courage International.


Karl contó a los presentes en el acto (charlas informales convocadas por la parroquia bajo el lema Coronas y Cristo. Fe, comida, diversión y amigos) que muchas personas con atracción por el mismo sexo no se sienten amadas por Dios ni por la Iglesia: "Es lo que sentimos y lo interiorizamos". Cuando encontró Courage, o los Franciscanos de la Renovación, esos populares frailes rapados, barbudos y de hábitos grises que también trabajan este apostolado, su perspectiva cambió. También cuando comprobó que la Iglesia es la organización no gubernamental que más recursos propios invierte en enfermos de sida.

Para él todo esto era un descubrimiento, y por eso se ha lanzado a combatir la ignorancia y la desinformación. "Por favor, ¡contadlo!", pidió: "La Iglesia ha perdido la batalla de las relaciones públicas en los últimos veinte años. Esto no puede seguir así. Hemos permitido que sean otros quienes definan cuál es la posición de la Iglesia sobre la atracción por el mismo sexo, y eso está siendo devastador para la Iglesia y para la comunidad gay... La Iglesia ha dejado que otros perfilen la cuestión. Tenemos que hacerlo mejor y transmitir el mensaje de que la Iglesia y los católicos están aquí para escuchar y ayudar, sea cual sea la cruz".
Karl expresó su preocupación ante el hecho de que algunos líderes de la Iglesia presenten las enseñanzas de la Iglesia en tonos grises. Y elogió precisamente al obispo de la diócesis donde se encontraba, monseñor Charles Chaput, porque es uno de los que presentan el magisterio en blanco y negro, pero con auténtica misericordia. Y eso tiene un valor redentor, afirmó Miller: "Desearía que algunos dirigentes de la Iglesia predicasen con mayor claridad, y podrían guiar con amor".
"La castidad", dijo, "es una meta por la que hay que trabajar activamente. Y algunas veces caemos. Pero tenemos ese recurso maravilloso que es el sacramento de la confesión, como una oportunidad para empezar de nuevo". 
Además, es algo mal aceptado en los ambientes homosexuales: "Para mí era más duro decirle a la gente que era un gay que vivía la verdad de la Iglesia, que decirle a la gente que era gay. Perdí amigos. O gente a quienes consideraba amigos. Pero nunca olvidé lo que me dijo hace años mi mentor en Alcohólicos Anónimos: a veces hay gente que tiene que salir de tu vida para que Dios haga en ella un hueco a quienes quiere que estén en tu vida".
"Mi historia es una historia de redención", concluyó. Y pidió a los presentes que, cuando traten con personas que sienten atracción por el mismo sexo, lo hagan "siempre con amor"..


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A irmã dos pobres - Nº 100





“Comité da Saia”: clericalismo é causa dos abusos


Está disponível desde o dia 25 de Março uma petição criada pelo Comité de la Jupe (“Comité da Saia”, à letra), que pretende apelar ao Papa Francisco a dar mais destaque à participação das mulheres na Igreja.
Sem falar diretamente do “sacerdócio feminino”, o texto que acompanha a petição pede indiretamente uma posição feminina nas funções hierárquicas da Igreja:“Na Igreja Católica, toda a responsabilidade e todo o poder permanecem nas mãos de homens celibatários, que são os únicos autorizados a decidir, governar e ensinar, e que afirmam ser mediadores da relação entre Deus e o sagrado.”
“As coisas devem mudar”, diz o texto. “Este é o tipo de situação que está na origem do abuso para mulheres, crianças e pessoas frágeis” e “a estrutura masculina e celibatária do clero leva a um mundo fechado” onde governam consequentemente” regras de impunidade.
A associação foifundada em 2009 por Anne Soupa e Christine Pedotti para promover a igualdade entre homens e mulheres na Igreja, e deve o seu nome a uma resposta, numa entrevista do cardeal André Vingt-Trois, ex-arcebispo de Paris e atual membro da Congregação para as Igrejas Orientais. Questionado sobre a possível falta de mulheres na Igreja, afirmou: “O mais difícil é encontrar mulheres bem treinadas. Não basta usar uma saia. É necessário ter um projeto em mente.”
Na noite de sábado, 30 de março, a petição estava com perto de 2300 assinaturas. O texto utiliza as hashtags #catholictoo e #churchtoo, inspiradas no movimento “metoo”.




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Emoções fortes

Bom dia e um santo domingo, para si! Caso se tenha esquecido de adiantar a hora, faça-o já e corra, se estiver atrasado para algum compromisso ou celebração... Pode ler esta mensagem depois.

Hoje é um dia especial na Liturgia católica e um pouco mais stressante para os sacristães deste país: a cor litúrgica passa do roxo para o rosa para representar a alegria pela proximidade da Páscoa. É o chamado "Domingo Laetare", ou "Domingo da Alegria", cuja denominação está ligada à Antífona de Entrada da Eucaristia, "Laetare, Ierusalem” (Alegra-te, Jerusalém; rejubilai, todos os seus amigos”.

É também um dia especial para a Igreja Católica em Portugal, com a ordenação episcopal de D. Américo Aguiar, que o Papa Francisco nomeou como auxiliar do Patriarcado de Lisboa. Uma celebração na igreja da Trindade, no Porto, de onde é natural, pelas 16h00. O novo bispo viveu este sábado um momento de luto, com o falecimento da sua mãe. A Ecclesia e o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, de que é diretor, deixam uma nota de pesar e de esperança cristã, perante sentimentos tão distintos, mas ligados pela mesma fé.
D. Américo Aguiar está no centro da emissão do programa 70x7, na RTP2, pelas 07h30, com olhares sobre a realidade nacional, em ano eleitoral, e perspetivas dos desafios da sua nova missão, em particular projetando a JMJ 2022, em Lisboa.
Antes, pelas 06h00, falamos de Quaresma na Antena 1 da rádio pública, convidando os “especialistas em tudo”, as crianças. A não perder.

Peço-lhe que nos acompanhe também em www.agencia.ecclesia.pt, onde seguimos de perto a viagem que o Papa Francisco está a realizar a Marrocos. Uma visita de dois dias, sob o signo do diálogo inter-religioso e do respeito pelos migrantes.

Despeço-me com votos de boas notícias, sempre.
Octávio Carmo

Francisco aprueba 3 documentos para prevenir y perseguir abusos en los espacios vaticanos

Nunca a solos con niños; se espera que sean un modelo para diócesis y conferencias episcopales


El Papa Francisco pasa ante la Guardia Suiza... con tres documentos ha reestructurado la forma de combatir contra abusos a menores en el Vaticano




Este viernes 29 de marzo el Vaticano ha difundido tres documentos firmados por el Papa Francisco que regulan cómo debe ser el trato con los niños y mayores vulnerables en las dependencias vaticanas. Se ofrecen como un modelo de lo que pueden hacer también las diócesis y congregaciones del mundo.
Las normas no afectan a las parroquias de la diócesis de Roma, sino que afectan al Estado del Vaticano, la Curia, el personal de las nunciaturas, los clérigos y educadores del Preseminario San Pío X, a canónigos, párrocos y coadjutores de las dos parroquias vaticanas (la Basílica de San Pedro y la parroquia de Santa Ana), a los religiosos y religiosas que residen en el Vaticano y a los que trabajan con cualquier cargo en "la comunidad eclesial del Vicariato de la Ciudad del Vaticano" (que en realidad son los ligados a las dos parroquias). 
Estas normas no sólo hablan de las medidas de prevención contra abusos, sino de los pasos a dar cuando se conozcan acusaciones de abusos y malos tratos.
La norma amplía la definición de "adultos vulnerables", cuyos casos deben ser tratados como los de los menores: "toda persona en estado de enfermedad, deficiencia física o mental o privación de la libertad personal que, de hecho, incluso ocasionalmente, limite la capacidad de comprender o de querer o de resistirse a quien le ofende". 


– una ley sobre protección de menores en el Estado de la Ciudad del Vaticano, 
– el Motu proprio que extiende las normas a la Curia Romana
– y las líneas guía para el Vicariato de la Ciudad del Vaticano

Trabajar con menores requerirá muchas precauciones
En las "Pautas para la protección de menores y personas vulnerables para el Vicariato" abundan las normas que hacen complejo para párrocos o catequistas (y todos los demás implicados) el trabajar con niños:
- ser (los adultos) siempre visibles para los demás cuando están en presencia de menores;
- informar a los padres o tutores de las actividades propuestas y los métodos organizativos relacionados;
- usar la debida prudencia en la comunicación con los menores, también por teléfono y en las redes sociales .
- estrictamente prohibido infligir castigos corporales de cualquier tipo;
- estrictamente prohibido establecer una relación preferencial con un menor de edad;
- estrictamente prohibido dejar a un niño en una situación potencialmente peligrosa 
- estrictamente prohibido tratar a un menor de manera ofensiva o involucrarse en conductas inapropiadas o sexualmente sugestivas;
- estrictamente prohibido discriminar a un menor o un grupo de niños;
- estrictamente prohibido pedir a un niño que guarde un secreto;
- estrictamente prohibido dar regalos a un menor que discrimine al resto del grupo;
- estrictamente prohibido fotografiar o filmar a un menor sin el consentimiento por escrito de sus padres o tutores;
- estrictamente prohibido publicar o difundir, a través de la red o la red social, imágenes que reconozcan a un niño de una manera reconocible sin el consentimiento de los padres o tutores.
- asegurarse de que los menores no entren ni permanezcan en lugares ocultos a la vista o fuera de control
- cualquier conducta inapropiada o acoso escolar entre los menores, "incluso si no integran los detalles de un delito, debe tratarse con prontitud, con equilibrio, prudencia y delicadeza, informando de inmediato a los padres o tutores".
- el consentimiento por escrito de los padres o tutores para la participación de menores en actividades pastorales es indispensable. Los padres o tutores reciben información sobre la actividad propuesta, así como sobre los nombres y datos de contacto de los administradores.

Obligación de denunciar...
Con estas nuevas normas se introduce "la obligación de denunciar los abusos a las autoridades competentes y cooperar con ellos en actividades de prevención y cumplimiento de la ley". [Las autoridades competentes muchas veces no serán las civiles italianas o extranjeras, sino las propias del Estado Vaticano]
El Papa impone una sanción para quienes omitan o retrasen la denuncia de casos de abusos a menores o personas vulnerables, excepto en casos de secreto de confesión.
Se ofrecerá, añade el pontífice, "atención pastoral adecuada a las víctimas y sus familias, apoyo espiritual, médico, psicológico y legal adecuado y el derecho a un juicio justo e imparcial".
Además, "la persona condenada por abusar de un menor o una persona vulnerable será apartada de su cargo", pero se le garantizará una rehabilitación psicológica y espiritual.
Se hará todo lo posible para "rehabilitar la buena fama de quien ha sido acusado injustamente".
El delito prescribe 20 años después de cumplir 18 la víctima
Estos delitos contra menores prescriben 20 años después de que la víctima cumpla mayoría de edad, 18 años (hasta ahora prescribían a los 4 años).
Desde este momento todos los delitos relacionados con el abuso de menores, no solo los de naturaleza sexual, sino también, por ejemplo, el maltrato, serán "punibles por ley", incluso en ausencia de una denuncia si se tiene constancia del caso. Esta ley se aplicará a todos los trabajadores del Vaticano, a la curia, y a todo el personal diplomático en las nunciaturas.
Acompañar a las víctimas
La Dirección de Salud e Higiene del Vaticano creará un servicio de acompañamiento para las víctimas de abuso, que será coordinado por un "experto cualificado", donde se podrán dirigir las víctimas para pedir ayuda, recibir asistencia médica y psicológica, y donde se les dará a conocer sus derechos y cómo hacerlos cumplir. Será su interlocutor y espacio de escucha.
Novedad también en lo que respecta a la selección y reclutamiento de personal del Governatorato y la Curia Romana: se debe determinar la idoneidad del candidato para interactuar con menores.
Cómo actuar en caso de denuncia 
"Quienes afirman haber sido víctimas de explotación, abuso sexual o abuso eclesial, así como sus familias, tienen derecho a ser bienvenidos, escuchados y acompañados. El Vicario General, directamente o a través del 'Referente para la Protección de menores', los escuchará, prometiendo garantizar una asistencia espiritual adecuada y protegiendo su imagen y privacidad, así como la confidencialidad de los datos personales. El Vicario general podrá confiar el acompañamiento espiritual de las personas ofendidas y sus familiares a un sacerdote calificado".

Actualmente ese Vicario General del Vaticano es el cardenal Angelo Comastri, de 75 años, arcipreste de la basílica de San Pedro. 

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Angelo Comastri, como Vicario General del Vaticano, es quien deberá recibir las denuncias y escuchar a las víctimas... o bien el "referente para la protección de menores", aún por nombrar
La normativa pide ofrecer a las víctimas "asistencia médica y social, incluida la asistencia terapéutica y psicológica urgente, así como información útil de carácter legal, que también contará con el servicio de acompañamiento gestionado por el Departamento de Salud e Higiene".
"Los trabajadores pastorales, los colaboradores y los voluntarios que tengan noticias de que un niño es víctima de explotación, abuso sexual o maltrato, informarán al Vicario general directamente o a través del Referente", se añade. 
El Vicario General o el Referente pedirán al informante que lo formalice por escrito, para comunicarlo al Tribunal civil del Estado vaticano. Se alentará al informante a ir directamente a comunicar la información a la justicia estatal vaticana. 
"Cuando las noticias de un crimen no son manifiestamente infundadas, el Vicario general lo reporta al promotor de justicia en el Tribunal Estatal de la Ciudad del Vaticano y saca al presunto autor de los hechos de las actividades pastorales del Vicariato", prosiguen las normas.
Proceso canónico... que puede usar materiales de los juicios civiles
Además del juicio civil del Estado vaticano se dará un proceso canónico, según la ley eclesiástica. 

"En el proceso, se verifican la conducta criminal, la generalidad y la edad de las personas ofendidas, los daños causados ​​y la posible interacción con el foro sacramental. Se pueden recopilar documentos, pruebas y testimonios de las diversas áreas y entornos donde el sospechoso ha trabajado. El Vicario general también puede hacer uso de declaraciones, testimonios, documentos y opiniones de expertos recopilados en el tribunal civil, así como cualquier fallo o decisión con respecto al tema de la investigación por parte de los órganos jurisdiccionales del Estado. A tal efecto, el Vicario general podrá suspender el procedimiento en espera de la conclusión de la investigación civil".

 Presunción de inocencia
"La presunción de inocencia siempre debe estar garantizada, protegiendo la reputación del sospechoso. A menos que existan razones serias para lo contrario, el sospechoso es informado con prontitud de los cargos que se le imputan para poder defenderse contra ellos. Se le invita a hacer uso de la asistencia de consultores civiles y canónicos. También se le ofrecerá asistencia espiritual y psicológica. Cuando haya motivos para creer que los delitos pueden repetirse, se toman sin demora las medidas de precaución adecuadas", prosiguen las normas. 
En varias ocasiones las normas hablan de "trabajar para la curación de cada persona involucrada"... lo que implica tanto las víctimas como el agresor. 
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Hans Zollner, el experto anti-abusos de la Gregoriana
Un modelo para diócesis y Conferencias Episcopales
El Padre Hans Zollner, presidente del Centro para la Protección de Menores de la Pontificia Universidad Gregoriana, declaró sobre estos documentos: “Se pueden observar dos características interesantes: una es que se amplía el grupo de personas que están protegidas de una manera particular, porque la fórmula de "personas vulnerables" amplía la definición y también incluye a las personas que hasta ahora no habían sido equiparadas con menores. El segundo punto se refiere a la obligación de informar. Este documento puede ciertamente ser un fuerte estímulo y un modelo para aquellas entidades, ya sean Conferencias Episcopales u organismos religiosos y congregaciones que aún no han redactado y aprobado sus Directrices.”


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