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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Sibéria, um local onde a fé não congelou

Pensar em Sibéria implica sentir um gélido frio aliado à recordação dos tenebrosos gulags soviéticos, do exilio forçado em campos de trabalho russos para todos os que eram considerados “personas non gratas” ao regime comunista.

Num horizonte infinito de terras brancas, com um frio tão intenso que chega a atingir os 40% negativos, este é um lugar que ninguém escolhe de livre vontade para viver.

Porém, nem as condições climáticas, nem o ateísmo soviético imposto, extinguiram a fé dos católicos siberianos que mantiveram as suas tradições e orações, graças às pessoas mais velhas, nomeadamente mulheres, que as foram transmitindo de geração em geração, não obstante a clandestinidade ou, talvez, mesmo em consequência desse desterro, viam em Deus a única hipótese de alento e de salvação.

O ardor com que a fé foi mantida, terá sido consequência dum alento e uma necessidade imensa de Deus, aliados a um fervor que os levou a rezar o terço, oração que nunca abandonaram e à qual atribuem a incrível evidência de sobreviverem na clandestinidade sob repressão e todo o tipo de pressão física, psíquica e moral.

Hoje existe ali uma comunidade viva para a qual foi destacado um jovem missionário italiano, Paolo Paganini, que trocou Milão, sua cidade natal, pelas colinas geladas duma igreja de exilados, ciente de que é esta a vontade do Senhor, ajudar a manter a chama viva da Fé, que nem as grandes distâncias, nem os gelos, nem as perseguições conseguiram debelar.

São estas notícias e tantas outras como esta, que nos permitem acreditar que vale a pena, não estamos sós. Se Deus está connosco, quem pode estar contra nós?

Maria d´Oliveira



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