Em nota oficial publicada pelo
Colégio Americano de Pediatria, os profissionais da saúde,
educadores e legisladores são convidados a rejeitar toda a política ideológica que
condicione as crianças a aceitar como normal uma vida de dependência química
e cirúrgica que a mudança de sexo obriga.
A
sexualidade humana é um traço biológico e objetivo: “XY” e “XX”. São marcadores
genéticos para masculino e feminino, respectivamente, e não marcadores
genéticos de algum distúrbio. A sexualidade humana é masculina ou feminina
desde a concepção e a sua finalidade é a reprodução e multiplicação da espécie.
Este princípio é evidente e os casos extremamente raros de distúrbios do
desenvolvimento sexual (DSDs), consistem em desvios da norma sexual identificáveis
pela perícia médica e são reconhecidos como distúrbios congénitos.
Ninguém
nasce com um género. Todos nascemos com um sexo biológico. O género (a
consciência e o sentido de que somos masculinos ou femininos) é um conceito
sociológico e psicológico; não um conceito biológico objetivo. Ninguém nasce
consciente de ser masculino ou feminino; esta consciência desenvolve-se com o
tempo e, como todos os processos do desenvolvimento, pode sofrer interferência
de percepções subjectivas, relações e experiências negativas da criança na
infância. As pessoas que se identificam com o sexo oposto ou nalgum ponto entre
os dois géneros não são um terceiro sexo, continuam a ser biologicamente homens
ou biologicamente mulheres.
Quando um
menino biológico e saudável acredita que é uma menina, ou uma menina biológica
e saudável acredita que é um menino, há um problema psicológico objetivo que
reside na mente e não no corpo, e que deve ser tratado como tal. Estas crianças
padecem de disforia de género. A disforia de género (GD), é um distúrbio mental
reconhecido na edição mais recente do Manual Diagnóstico e Estatística da
Associação Psiquiátrica Americana (DSM-V) 2013.
A puberdade
não é uma doença e as hormonas bloqueadoras da puberdade podem ser perigosas.
Reversíveis ou não, as hormonas bloqueadoras da puberdade induzem a um estado
de doença, que é a ausência de puberdade, e inibem o crescimento e a
fertilidade numa criança até então biologicamente saudável.
Crianças
pré-púberes que usam bloqueadores de puberdade para imitar o sexo oposto necessitarão
de terapia de compensação hormonal durante a adolescência. Esta combinação leva
à esterilidade permanente. Estas crianças jamais poderão conceber filhos
geneticamente relacionados, nem mesmo recorrendo à tecnologia de
reprodução artificial. Além disso, a terapia de compensação hormonal
(testosterona e estrogênio) está associada a riscos de saúde desencadeando
doenças graves.
A taxa de
suicídio é mais elevada entre adultos submetidos à terapia de reposição
hormonal ou cirurgia de mudança de sexo, mesmo na Suécia que é um dos países
mais permissivos.
Condicionar
crianças a aceitar uma vida de dependência química e cirúrgica como algo normal
e sadio, é abuso infantil. Apoiar a ideologia do género como normal através da
educação pública e políticas legais confundirá as crianças e os seus pais,
levando mais e mais crianças a submeterem-se à medicação bloqueadora da
puberdade. Isto, por sua vez, fará com que elas escolham para toda a vida uma
terapia hormonal carcinogénica e tóxica, ou até considerar, no início da vida
adulta, uma desnecessária mutilação cirúrgica dos seus órgãos genitais
saudáveis.
Manuel
Maria de Vasconcelos
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