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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Quando Natal pode Ser Mais…

«Na sociedade actual sente-se o materialismo a moldar a vida humana, a proclamar que o «status» se conquista com o ter mais.

Perante esta realidade parece loucura, e até contradição, falar de Voluntariado, na medida em que está inserido no espaço do Ser e da Gratuidade.

Acontece porém que, ao mesmo tempo, é palpável uma insatisfação significativa, bem como um número crescente de pessoas, que se lança na procura de algo diferente, para dar novo sentido à sua vida.

Isto denuncia que o ser humano sente necessidade de Ser Mais, de encontrar um espaço mais nobre e gratificante, para si próprio e para os outros. Para isso vai tentando respostas de realização, e encontra-as também na solidariedade organizada, nas comunidades. Aí compromete-se a arriscar livremente e a caminhar com todos, numa estrada comum de auto e hétero realização. Descobre assim um espaço novo para participar, de modo responsável, respeitando as diferenças legítimas e desenvolvendo a convergência possível.

É a oportunidade de crescer, como pessoa e como cidadão, humanizando-se a si próprio e humanizando a sociedade em que está mergulhado.

Quando se embarca nesta “aventura” de mudança, deixando de ser sujeito passivo e passando a um activo, colocam-se as mãos numa atitude permanente de serviço. Descobre-se que vale a pena, e corre-nos nas veias “sangue novo”.

É então que nos tornamos capazes de transformar as carências em oportunidades, em consequência de um intercâmbio de vida, de saberes e de bens. Abre-se um novo rumo, uma estrada iluminada, a felicidade autêntica.

Quando nos tornamos Voluntários somos cidadãos mais conscientes. Fazemos a democracia funcionar melhor, porque acreditamos que a participação social é o sangue da prática democrática.

Abraçamos um estilo de vida inserido numa aposta permanente na promoção humana de todos, de modo particular dos mais esquecidos e marginalizados. No fundo, acreditamos num novo tipo de relações sociais, baseadas na fraternidade e igualdade. Vai desabrochando em nós uma Economia de Comunhão.

Passamos assim de um individualismo, para a corresponsabilidade, caminhando numa escuta activa, capaz de perceber os problemas das pessoas, grupos e comunidades. Já nada nos passa “ao lado”, mas tudo é “um connosco”. 

Os nossos braços alongam-se, para os que estão perto ou mais longe. Somos cidadãos do mundo.

Esta nova atitude faz-nos descobrir que o mundo é, de facto, a nossa casa comum, que desejamos construir e reconstruir, cada dia. 

Foi esta certeza que a Irmã Assunção, da Congregação das Irmãs de São João Baptista e de Maria Rainha, presente em Moçambique, como Missionária, se dedicou a um trabalho empenhado e intenso, a favor da promoção humana das crianças, jovens e famílias para minorar as dificuldades e sofrimento daquele povo africano. 

A situação em Moçambique é trágica, em consequência da mortalidade precoce, quase metade da população tem menos de 18 anos; só 32% tem acesso à Escola Primária (1º ciclo); 28% morre antes dos 5 anos, por falta de alimentos e cuidados de saúde; 38% com menos de 3 anos, é desnutrida.

A esperança de vida é de cerca de 38 anos, o número de crianças órfãs é elevado, a malária, a tuberculose e a sida, concluem a situação já de si preocupante, ceifando inúmeras vidas humanas.

A vida ali é um grito constante, quase não ouvido pelo resto do planeta, abafado pela indiferença, que desaba no esquecimento da ajuda urgente.

Mas tudo isto nos toca e nos impele a ajudar, colaborar, participar. É a hora e o tempo de acordarmos para a partilha real e concreta. Afinal só temos uma vida, e ela acrescenta-se quando a damos, e enfraquece no isolamento e no comodismo. Deixemos a nossa cultura selectiva, elitista, e passemos a uma cultura comunitária, a favor dos mais débeis». (adaptado)

Se é um facto que nem todos podemos ser missionários e partir para terras longínquas, também é uma verdade que a nossa colaboração por muito modesta que seja, será uma preciosa ajuda e um alento para poderem continuar a distribuir o pão e os sorrisos entre aqueles que sofrem com as muitas injustiças, com a falta do amor, carinho e dedicação.

O supérfluo dos ricos será o necessário para os pobres. Sabemos que não somos ricos, mas sejamos nobres de coração e nesta quadra natalícia que se aproxima fomentemos o propósito de colaborar ajudando com a nossa modesta partilha. Todos os apoios serão bem-vindos, porque a Missão das Irmãs não tem mãos a medir a tanto pedido de ajuda, por isso aqui fica o desafio: acrescente à sua lista de presentes um donativo para as Missão em Moçambique. (voluntariosmissionarios.sjb@gmail.com ou Nuno: 96 034 6168 / Lena: 96 321 2002).

Todos juntos podemos fazer a diferença e provocar a mudança!

Feliz Natal de 2017

M. S. M.





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