Com que urgência precisamos ser ricos! É este o pensamento que nos ocorre neste primeiro Dia Mundial dos Pobres que vem coroar de maneira belíssima o Jubileu da Misericórdia. Para aliviar o flagelo da pobreza excessiva, todos precisamos ser ricos em generosidade, ricos no “calor do amor que rompe o círculo da solidão” – nas palavras do Papa - mas, sobretudo ricos naquela sensatez e inteligência que nos permite compreender e tentar combater as razões da miséria humana. E com a consciência de que não é possível erradicar todas as formas de indigência – sobretudo a pobreza de espírito, de afeto, de amor – teremos sempre presente um leque de ideias muito concretas para uma ajuda personalizada que chegue a todos os que nos rodeiam. Porque ninguém está dispensado de ajudar o próximo, todos somos voluntários junto dos nossos pobres mais próximos.
Mas, pobres não são somente aqueles que “agora” não têm o necessário para viver. Todos somos potencialmente pobres – num momento tudo se pode perder - e podemos compreender o real valor do desprendimento e da partilha do pouco ou muito que temos. Neste sentido são muito expressivas as palavras do Papa: “a pobreza é uma atitude do coração que impede de conceber como objectivo de vida e condição para a felicidade o dinheiro, a carreira e o luxo. Mais, é a pobreza que cria as condições para assumir livremente as responsabilidades pessoais e sociais, não obstante as próprias limitações”.
Ser pobre tal como ser rico é uma “atitude do coração”: todos podemos fazer da nossa pobreza uma alavanca que torna mais forte, mais compreensivo e generoso e fazer da nossa riqueza uma benção para os outros.
a autora escreve segundo a antiga ortografia.
Rosa Ventura |
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