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terça-feira, 10 de outubro de 2017

O Papa Francisco recebe a obra Portugal Católico


No dia 20 do passado mês de outubro, foi entregue ao Papa Francisco, em Roma, uma obra intitulada Portugal Católico. A Beleza na Diversidade; projetando-se já o lançamento para o grande público da mesma obra para o próximo mês de novembro. A obra foi entregue em mãos por uma comitiva de 12 pessoas, entre as quais podemos destacar os Professores Doutores José Eduardo Franco e José Carlos Seabra Pereira, diretores da obra, o empresário Alexandre Soares dos Santos, D. José Cordeiro e P.e Manuel Barbosa, representantes da Conferência Episcopal Portuguesa, Doutora Eugénia Magalhães, coordenadora executiva da obra.

Escrita por 190 autores, entre os quais estão muitas personalidades da nossa praça, reúne 204 textos-síntese que, por sua vez, são intercalados com uma forte componente imagética constituída por fotos (aéreas e terrestres), gravuras que acompanham os conteúdos escritos e um conjunto de poemas de diversos autores portugueses. A obra divide-se em 14 capítulos, número simbólico, uma vez que quer lembrar as 14 estações da via-sacra e, ao mesmo tempo, as 14 obras de misericórdia.

O Portugal Católico – inspirado numa recente obra francesa intitulada La France Catholique (Paris, Éditions Michel Lafon, 2015), de Jean Sévilla – debruça-se sobre as mais diversas áreas da realidade humana, desperta, por isso, por um lado, um saber aprender a ser o que se é, sem disfarçar a sua singularidade original, autónoma e dinâmica, e, por outro lado, um saber estar e viver em relação com o(s) outro(s), com aquele(s) que, de uma maneira ou de outra, é(são) sempre diferente(s); não fosse o subtítulo da obra A Beleza na Diversidade.

A obra avança em capítulos que refletem sobre o “Estar no Mundo” (capítulo 3 da obra) e sobre a “Dimensão do Silêncio” (capítulo 4 da obra); abre caminho para refletir as diferentes dimensões da dinâmica referida – o eu, que só se encontra no silêncio, e que, apesar disso, é também com o(s) outro(s) no mundo –, descrevendo fenómenos sociais, culturais, artísticos, educativos, económicos, que, no caso de Portugal, não são pobres nem pouco profundos. Indique-se, a título de exemplo, os seguintes capítulos: “Solidariedade Integral” (capítulo 6 da obra), “Abraçar as Margens e as Minorias” (capítulo 7 da obra), “Inspirar a Arte e Fabricar Património” (capítulo 9 da obra), “Educar as Novas e as Velhas Gerações” (capítulo 13 da obra), “Empreender, Criar e Distribuir Riqueza” (capítulo 11 da obra).

A par do retrato cultural de Portugal que desenha, talvez o mais significativo desta obra seja ainda o facto de não nos deixar presos à Terra, asfixiados pelas preocupações que a vida nos traz e que temos, de uma maneira ou de outra, de resolver; todas estas dimensões da vida humana se devem abrir a uma esperança maior, para todos podermos chegar a ser “Sementes do Futuro” (capítulo 14 da obra). É por isso que a dimensão religiosa da nossa cultura – que também se manifesta nos não crentes e nos crentes de outras religiões, que também participam e escrevem para esta obra – é um tema transversal a todos os capítulos e artigos. O decisivo é entender esta dimensão – a religiosidade do ser humano – como aquilo que nos impele a superar-nos, a pormos os olhos no Céu, a ir ao encontro do outro, sem ignorar os abismos da diferença, e tendo-os, precisamente, em conta. Este Céu, aberto a todos (ou melhor, aberto em todos), deve começar por ser entendido como procura (de Verdade/Fé, de Felicidade/Esperança, de Amor/Caridade) de uma humanidade autêntica.

A obra Portugal Católico, promovida por instituições universitárias – CIDH (Universidade Aberta), CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias-Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), FLUC (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) e IECC-PMA (Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes) – em cooperação com o SNPC (Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura) da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa), tem a agradecer o empenho inesgotável e contra toda a prova do professor José Eduardo Franco (lembrando que esta obra, de grandes dimensões, foi realizada em apenas, sensivelmente, nove meses), o mecenato especial e pessoal do empresário Alexandre Soares dos Santos, o apoio da CEP, da CIRP (Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal), da FCG (Fundação Calouste Gulbenkian), da UMP (União das Misericórdias Portuguesas) e da SCMP (Santa Casa da Misericórdia do Porto).

Deste projeto resulta em concreto uma obra editada, pelo Círculo de Leitores, em três modelos editoriais diferentes e publicados em duas datas distintas: 1.º o exemplar único já oferecido ao Papa Francisco, de que damos notícia neste artigo; 2.º uma edição premium; e 3.º uma edição para o público em geral, de natureza editorial mais acessível. Há ainda o objetivo de realizar uma obra infantojuvenil que terá por base os conteúdos da obra original, bem como um spot comunicacional sobre a mesma.

Margarida Nobre



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