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domingo, 15 de outubro de 2017

João Paulo II, o Ancião

28 de outubro: Dia Mundial da Terceira Idade


A festa litúrgica de São João Paulo II celebra-se a 22 de outubro e poucos dias depois – feliz coincidência! - a 28 celebra-se o Dia Mundial da Terceira Idade.  Em 1999, ano que foi proclamado pelas Nações Unidas o Ano Internacional do Idoso, o Papa João Paulo II escreveu a belíssima “Carta aos Anciãos”: «Sendo também eu ancião, senti o desejo de estabelecer um diálogo convosco... Escrevo-vos esta carta no ano que a Organização das Nações Unidas quis oportunamente dedicar aos anciãos, para chamar a atenção da sociedade inteira para a situação daquele que, pelo peso da idade, deve com frequência enfrentar problemas numerosos e difíceis.»

Hoje verificamos que a evidência do acelerado envelhecimento demográfico da humanidade com maior esperança de vida tem conduzido a novas atitudes desenvolvendo potencialidades, criando empreendimentos sociais, económicos e culturais específicos. Reconhece-se agora que “os idosos são de enorme utilidade para a sociedade e contribuem significativamente para o desenvolvimento global”, afirmava o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon em 2015 e o tema do Dia do Idoso para 2016: "Tome uma posição contra o envelhecimento". É de saudar esta atitude muito positiva, mas, ao mesmo tempo vão ficando mais longe os alertas para a necessidade de proteger, cuidar, acarinhar e, sobretudo respeitar e aprender com os anciãos, afinal, desvalorizados pela sociedade e tantas vezes esquecidos pela família.

Na carta do Papa encontramos o programa completo para “todos os dias” dos mais velhos: «Eles são guardiões da memória colectiva e, por isso, intérpretes privilegiados daquele conjunto de ideais e valores humanos que mantêm e guiam a convivência social. Excluí-los é como rejeitar o passado, onde penetram as raízes do presente, em nome de uma modernidade sem memória. 

Os anciãos, graças à sua experiência amadurecida, são capazes de propor aos jovens conselhos e ensinamentos preciosos», «honrar os anciãos exige a seu respeito um triplo dever: o acolhimento, a assistência, a valorização das suas qualidades... é preciso convencer-se de que é próprio de uma civilização plenamente humana respeitar e amar os anciãos, para que estes se sintam, apesar da diminuição das forças, parte viva da sociedade», «na medida que, com o aumento da vida média, cresce a faixa dos anciãos, será sempre mais urgente promover esta cultura de uma ancianidade acolhida e valorizada, não marginalizada.»

Possamos todos, jovens e menos jovens, ter bem presente a afirmação de João Paulo II: “é verdade que os anos passam rapidamente; o dom da vida, apesar da fadiga e dor que a caracteriza, é belo e precioso demais para que dele nos cansemos”.

a autora escreve segundo a antiga ortografia. 

Rosa Ventura





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