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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Angelus : «abrir-se à possibilidade de perdoar»

Palavras do papa Francisco (tradução integral)

Angelus 17/09/2017, CTV
Angelus 17/09/2017, CTV
«Quem fez a experiência da alegria, da paz e da liberdade interior que vem do facto de ser perdoado, pode abrir-se por sua vez à possibilidade de perdoar». O papa Francisco dedicou a sua alocução, antes do angelus deste domingo de 17 de setembro de 2017, na praça de S. Pedro ao evangelho deste domingo sobre o perdão.
«Tu deves perdoar sempre, explicou o papa, sublinhando que Deus perdoa sempre. Ele conclui: «que a Virgem Maria nos ajude a estar sempre mais conscientes da gratuidade e da grandeza do perdão recebido de Deus, para sermos misericordiosos como Ele, o bom Pai, lento para a ira e grande no amor».
Eis a nossa tradução das palavras do papa, antes e depois do angelus, a que ele presidiu na presença de cerca de 30,000 peregrinos.
AB/Pe. JDL
Palavras do papa Francisco antes do angelus
Caros irmãos e irmãs, bom dia!
A passagem evangélica deste domingo (cf. Mt 18, 21-35) oferece-nos um ensinamento sobre o perdão, que não nega a dor da ofensa, mas reconhece que o ser humano, criado à imagem de Deus, é sempre maior que o mal que ele pratica.
Pedro pergunta a Jesus: «Se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe devo perdoar? Até sete vezes? (v.21). Parece a Pedro que já será o máximo perdoar sete vezes à mesma pessoa; e talvez a nós nos pareça já muito perdoar duas vezes. Mas Jesus respondeu-lhe: «não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete» (v.22), o que quer dizer, sempre: tu deves perdoar sempre.
E Jesus confirma o seu ensinamento a Pedro, contando a parábola do rei misericordioso e do servo sem piedade; nesta parábola, Jesus mostra a incoerência daquele que foi perdoado em primeiro e depois recusa perdoar.
O rei da parábola é um homem generoso que, cheio de compaixão, perdoa uma dívida enorme – dez mil talentos – uma soma enorme – a um servo que lhe suplica para perdoar-lhe. Mas este mesmo servo, quando encontra outro servo que lhe devia cem denários – quer dizer muito menos – comporta-se sem piedade, mandando-o para a prisão. O comportamento incoerente deste servo é igual ao nosso, quando recusamos o perdão a nossos irmãos. O rei da parábola é a imagem de Deus que nos ama com um amor tão rico em misericórdia, que nos acolhe, nos ama e nos perdoa continuamente.
Desde o nosso batismo, Deus perdoou-nos, uma dívida impagável: o pecado original. Depois, com uma misericórdia sem limites, ele perdoa-nos todas as faltas, desde que mostremos somente um pequeno sinal de arrependimento. Deus é assim: misericordioso.
Quando somos tentados a fechar o nosso coração a quem nos ofendeu, e nos apresenta as suas desculpas, lembremos as palavras do Pai celeste ao servo sem piedade:« perdoei-te toda a dívida porque me tinhas pedido. Não devias tu ter piedade do teu companheiro, como eu tive piedade de ti?» (vv.32-33). Quem fez a experiência da alegria, da paz e da liberdade interior que vem do facto de ser perdoado, pode abrir-se, por sua vez, à possibilidade de perdoar.
Na oração do Pai-nosso, Jesus quis inserir o mesmo ensinamento desta parábola. Ele pôs em relação direta o perdão que pedimos a Deus, com o perdão que devemos dar aos nossos irmãos: «perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido» (Mt 6, 12). O perdão de Deus é o sinal do seu amor extravasante por cada um de nós; é o amor que nos deixa livres para nos afastarmos, como o filho pródigo, mas que cada dia espera o nosso regresso; é o amor empreendedor do pastor pela ovelha perdida e a ternura que acolhe todo o pecador que bate à sua porta. O Pai celeste – o nosso Pai – é cheio, cheio de amor e quer oferecê-lo a nós, mas não pode fazê-lo, se fecharmos o nosso coração ao amor dos outros.
Que a Virgem Maria nos ajude a estarmos sempre mais conscientes da gratuidade e da grandeza do perdão recebido de Deus, para sermos misericordiosos como Ele, o Pai bom, lento para a ira e grande no amor.
Angelus Domini nuntiavit Mariae…
Depois do angelus
Caros irmãos e irmãs,
Saúdo a todos e cada um de vós com afecto, romanos e peregrinos vindos de diferentes países: famílias, grupos paroquiais, associações.
Saúdo os fiéis da Plata (Argentina), os oficiais da Escola Militar de Colômbia, e os catequistas de Rho.
Saúdo os participantes da corrida a pé da Via Pacis, que passaram pelos diversos lugares de culto das diferentes confissões religiosas presentes em Roma. Desejo que esta iniciativa cultural e desportiva possa favorecer o diálogo, a convivialidade e a paz.
Saúdo os numerosos jovens vindos de Loreto, acompanhados pelos Irmãos Capuchinhos, que começaram hoje, uma jornada de reflexão e de meditação: vós trazeis-nos o perfume do santuário da Santa Casa! Obrigado!
Saúdo também os voluntários Pro Loco e os caminhantes que começam hoje o caminho para Assis. Boa caminhada!
Desejo a todos um bom domingo. E, por favor, não vos esqueceis de rezar por mim. Bom almoço e adeus!
© Tradução de ZENIT, Pe. Joaquim Domingos Luís
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