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terça-feira, 22 de agosto de 2017

O Papa ao Meeting de Rimini: esquecer as próprias raizes é ‘alzheimer espiritual’

Mensagem para a 38ª edição do Encontro para a Amizade entre os Povos

No Meeting De Rimini
(ZENIT – Roma, Abr. 2017).- O Papa Francisco enviou para a 38ª edição do Encontro para a Amizade entre os Povos, que começa hoje na cidade italiana de Rimini, uma mensagem assinada pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin.

O tema do Meeting di Rimini é: “Aquilo que herdaste de teus pais, conquista-o para fazê-lo teu”, frase do escritor alemão Johann Goethe, tirada da sua obra Fausto.
O texto enfatiza que esses encontros convidam a cada ano a refletir sobre aspectos da existência que o ritmo do cotidiano muitas vezes coloca entre parênteses, e destaca que um dos limites das sociedades atuais é ter pouca memória, o que tem consequências graves, como, por exemplo, na educação.
Na sociedade de hoje – lê-se na mensagem – “um dos limites é aquele de ter pouca memória” –  “livrar-se como fardo inútil daquilo que nos precedeu”, com “consequências graves” para as novas gerações, que não podem crescer sem tomar decisões baseadas na história passada.
“Sabemos que o amor de Cristo não conhece fronteiras” e que a partir da Criação as “marcas da presença de Deus ao longo da história são inúmeras”, mas “Deus não é uma recordação, é uma presença a ser acolhida sempre de novo”.
“Como podemos esperar fazer crescer as novas gerações sem memória? E como pensar em edificar o futuro sem tomar posição a respeito da história que gerou o nosso presente”, questiona, acrescentando que a Igreja é rica de memória, impulsionada pelo vento do Espírito Santo a ir ao encontro com o homem que procura uma razão para viver.
A mensagem lembra uma doença que pode atingir os batizados e que o Papa chama de “alzheimer espiritual”: esquecer a história da relação pessoal com Deus, aquele primeiro Amor que conquistou o homem até fazê-lo seu.
“Se nos tornamos ‘esquecidos’ do nosso encontro com o Senhor, não estamos mais seguros de nada; então, nos ocupa o medo que bloqueia todo movimento nosso”. Para evitar esse “alzheimer espiritual”, o caminho é atualizar o início, o “primeiro Amor” que não é um discurso ou um pensamento abstrato, mas uma Pessoa.
“Conquistar a própria herança” é um empenho ao qual a Igreja chama todas as gerações, acrescenta a mensagem, e o convite do Papa é para não se deixar assustar pelos cansaços e sofrimentos que fazem parte do caminho.
O Papa destaca a oportunidade de comunicar aos homens a alegria do Evangelho e não ver o mundo da sacada ou sentado em um sofá, mas conquistar o verdadeiro e o belo da herança dos pais para viver a mudança de época.
O Papa convida os organizadores e os voluntários do Encontro a “aguçar a vista para perceber os tantos sinais da necessidade de Deus, como sentido último da existência”, de modo a “poder oferecer às pessoas respostas vivas para as grandes interrogações do coração humano”.
E  serem “testemunhas confiáveis da esperança que não desilude” e de falar aos visitantes que chegarão ao evento, com os encontros, as mostras, os espetáculos, mas acima de tudo, com a própria vida”.
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