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sexta-feira, 5 de maio de 2017

Todos os dias são “Dias das Mães”

Não sei se isto é bom ou se é mau, mas um facto científicamente provado e testado pelos maiores e melhores especialistas na área, como está na moda dizer, é que as mães não têm dias, são-no 365 dias por ano e de quatro em quatro anos ainda têm mais um dia de bónus, 24 horas diárias de serviço permanente, fora as horas extraordinárias, as férias e aqueles dias  em que anda a 1 000 à hora para chegar a tudo e a todos. Felizmente que a Brigada de Trânsito ainda não se lembrou de começar a autuar por estes maternais excessos de velocidade…

É óbvio que todos lhe dão uma ajuda, lhe lamentam tanto esforço e trabalho e até, por vezes, lhe agradecem e também lhe recomendam que se poupe, se proteja e se esforce menos, mas de seguida fazem-se ao largo e a pobre da mãe fica com as boas intenções de todos, mas abalroada com tudo o que não foi feito, e nem será, se não for ela a fazê-lo…

Às vezes é pena só haver uma mãe na família e pena é que elas não tenham nascido com quatro braços, especialmente quando vão ao super, levam os filhos ao colo, tratam das coisas domésticas com a pequenada às voltas a cair de fome, de sono e a querer aqueles miminhos que só a mãe sabe dar…

Talvez eu esteja a exagerar um pouco, mas talvez não, porque bem sabemos que a mulher para além da sua profissão fora de casa, tem ainda umas enormes e repetidas tarefas a fazer no chamado período pós-laboral. A sua emancipação, que eu muito louvo e nem sei se conseguiria viver sem ela, acarretou um esforço suplementar para conseguirmos levar a bom porto a família, a profissão, a vida social e cultural.

Cada um de nós deve a vida a seu pai e sua mãe, mas quase sempre lhes devemos muito mais do que a existência, devemos a criação, a formação humana, a educação física, moral, social e espiritual. Ser mãe é mais do que colocar um filho no mundo, é eleger percorrer o caminho de toda a sua existência em estado de missão. 

Quando o mundo se agita, quando tudo parece estar perdido neste mar de violências e de injustiças, não deixamos de implorar a ajuda da mãe, porque ela é sempre, a maior reserva de amor que Deus colocou neste mundo ao nosso lado para nos aconchegar. Uma sociedade sem mães seria uma atrocidade, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral e a disponibilidade incondicional do seu coração. (Alguma excepção, é isso mesmo-excepção- não é normal, e excepção confirma a regra).

O mundo precisa de mães, para aprender a lição do perdão sem limites, da bondade que supera toda inveja, da paciência que vence toda inquietação, do amor que vence todo ódio, e que é mais forte do que a morte.

Educar é colaborar com Deus, e é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais. Educar é promover o crescimento e o amadurecimento da pessoa humana em todas as suas dimensões: material, intelectual, moral, social e religiosa. A tarefa de educar, como dizia Dom Bosco, “é obra do coração”, é obra do amor, por isso tem muito a ver com a mãe. Sem o carinho e a atenção da mãe a criança certamente crescerá carente de afecto e desorientada para a vida.

É no colo da mãe que a criança deve aprender o que é a fé, a esperança e a caridade. É no colo da mãe que o homem de amanhã deve aprender o que é a rectidão, o carácter, a honestidade, a bondade, a pureza de coração. É no colo da mãe que a criança aprende a respeitar as pessoas, a ser gentil com os mais velhos, a ser humilde e simples e a não desprezar ninguém. É no colo da mãe que se aprende o valor da liberdade, da responsabilidade e o valor dos afectos. É ainda e sempre no colo da mãe que os filhos devem aprender a amar e a respeitar o seu pai, esse ser tão indispensável quanto fundamental para o bom equilíbrio da mãe, dos afectos na família e fora dela, da ternura, da compreensão e do reforço na educação. 

Mãe e pai, duas asas fundamentais para os filhos aprenderem a voar em equilíbrio, não obstante os ventos contraditórios com que tenham de se debater nos voos da vida. Coisas simples, aparentemente banais, mas únicas na beleza da sua criação e fruição, na harmonia do fluir das vidas com Vida, na continuidade das famílias, das sociedades e da esperança dum futuro com Paz e Amor.

Maria Susana Mexia



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