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terça-feira, 9 de maio de 2017

Adoro crianças

Adoro crianças de todas as idades, mesmo quando já são crescidinhas e alguns adultos, psicologicamente falando, se lembram de as encaixar na fase do armário e mais não sei o quê, algumas patetices que não existiam em tempos e que agora parece que estão de moda.

Também sou católico praticante, quer dizer, procuro seguir os ensinamentos da Santa Madre Igreja e participo na Sagrada Eucaristia ao Domingo e dias Festivos, e durante a semana sempre que posso e os afazeres não me alteram as voltas.

Acontece que por motivos familiares, nomeadamente ao Domingo, esta prática é muito instável em termos geográficos, tanto posso estar no sul, como no centro, no norte do país ou, mesmo, fora dele.

Constacto que os ambientes são sempre muito bons, fervorosos e até fico surpreendido como por este Portugal fora há tanta dignidade, quer no arranjo das Igrejas, quer no comportamento dos fiéis e no esmero e empenho com que a Liturgia está preparada e decorre.

Porém, um destes dias, porque era Dia da Mãe, estive presente numa Eucaristia na cidade de Lisboa. À partida tudo me levava a crer que iria ter uma Santa Missa, em conversa amena com o Senhor, pensando na minha mãe, na mãe dos meus filhos e nas mães dos meus netos e, claro, na Mãe de Deus. Mas fui posto à prova duma forma terrível, azar dos azares e surpresa das surpresas, quando tudo se parecia ter conjugado para estar perfeito, durante a Sagrada Eucaristia eu não consegui ouvir o Sacerdote e, por fim, já nem conseguia estar concentrado, pois era um vaivém de crianças a correrem dentro da Igreja, a fazerem barulho, com os pais ao lado, impassíveis e sem as repreenderem ou, então, a correrem atrás delas. Claro que repreensão aqui não é a palavra adequada, o melhor será esclarecer que os respectivos papás das crianças têm de as educar em casa para estarem em sociedade e também têm de saber que a casa de Deus não é um parque infantil nem uma sala de aula… (porque aqui a culpa é sempre do/a pobre Professor/a, coitado/a…)

Como não era dali não fiz nada, mais tarde, comentando com um familiar respondeu-me: se fosse no cinema chamava um segurança para pôr tudo na rua…

Sabemos que os Senhores Padres pouco podem fazer, mas isto é um acto de cidadania e compete a todos nós zelar pelo espaço comum.

Ainda não falei dos telemóveis que vão tocando em todas as celebrações, não obstante muitas Igrejas terem afixado o pedido para os desligarem.

É assim, adoro crianças mas não tenho paciência, nem admito que estejam mal-educadas, acho que é um crime que estes pais e avós estão a fazer, o qual se reflete, mais cedo ou mais tarde, nas escolas, nas faculdades, em todos os locais públicos e dão uma má imagem do País..

Por isso venho chamar a atenção para essas crianças crescidas, da casa dos 30, 40 e um pouco mais, que para além de não desligarem os seus telefones, não se sabem comportar em público nem nos locais sagrados e, como é óbvio, também não sabem educar a sua prole…

Mau feitio, poderão dizer, mas tenho o direito de assistir à Santa Missa sem ambiente de infantário e sem ouvir os toques mais assombrosos que se possam imaginar a sair do último grito da tecnologia, para não falar de quando, alguém, atende a chamada em plena Eucaristia.

Deixo uma nota: Há locais muito simples, modestos e afastados da pseudo civilização onde tudo parece perfeito - as crianças não gritam nem correm durante a Missa, os jovens esforçam-se, os adultos estão de olho neles, rezam e falam com Deus de Terço na mão…

Agora que desabafei com o meu leitor/a, estou mais calmo e tranquilo e vou gozar em paz da serenidade de estar com a minha numerosa família que, com a graça de Deus, e os nossos ensinamentos não nos têm dado muitos trabalhos, porque na verdade, foi uma grande trabalheira educá-los a todos, mas valeu a pena…

Artur Pereira dos Santos



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