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quarta-feira, 31 de maio de 2017

A Vida, o maior dom!...

Recordamos um texto de `El libro de los abrazos` que ilustra bem este pensamento.

Diz o autor: “Um homem do povo de Neguá, na costa da Colômbia, conseguiu subir ao céu. No regresso contou que tinha contemplado, desde lá de cima, a vida humana. Disse que somos “como um mar de foguitos”. O mundo é isso – revelou – um montão de gente, um mar de foguitos…

Cada pessoa brilha com a sua luz própria entre todas as demais. Não há dois fogos iguais. Há fogos grandes, fogos pequenos e fogos de todas as cores. Há gente de fogo sereno, que nem se apercebe do vento, e gente de fogo louco que enche o ar de chispas.

Alguns fogos-fátuos não alumiam nem queimam; mas outros fazem arder a vida com tanta garra que não se pode olhá-los sem pestanejar e, quem se aproxima incendeia-se…

Cada pessoa brilha com a sua luz própria, é um fogo único, não há dois fogos iguais.

Fomos presos à vida sem pedi-la, nem merecê-la e nas nossas mãos está a possibilidade de viver, acalentando corações e iluminando caminhos… ou viver queimando esperanças e semeando a morte.

A vida é o dom mais maravilhoso, a base de todos os demais, dom que nos foi dado gratuitamente, como o mais sublime dos presentes. Somos pessoas únicas e irrepetíveis, com um corpo próprio, uns sentimentos, umas aspirações e uns sonhos que só são nossos. Desta realidade deriva a necessidade de uma educação que cultive em todos nós a capacidade de assombro, de agradecimento e de humildade…

Somos um mistério entre mistérios, num mundo de surpresas e de assombros. Cada pessoa é um cúmulo insondável de realidades e possibilidades. Ninguém deveria sentir-se desvalido e sem importância. Cada um de nós é um montão de maravilhas e todos temos como pessoas um valor incomensurável…

Todos, além de sermos infinitamente queridos por um Deus criador, misericordioso e bom, que nos chamou à vida por amor, presenteou-nos com a natureza e chamou-nos para sermos felizes. De tudo isto, resulta a necessidade de recuperar o assombro e o agradecimento.

Cultivar o assombro
Somos um mistério entre mistérios, num mundo de surpresas e de espantos. Tudo, desde a célula e o átomo que escapam à perceção do nosso olhar até ao oceano de estrelas mais numerosas que as areias dos mares, é um mistério inexplicável. A cultura light leva-nos a admirar bagatelas que o mercado cria para atafulhar o nosso coração, deixando-nos incapazes de contemplar assombrados o profundo mistério que se oculta em tudo: a pedra, a água, a vida…tudo é milagre à nossa volta, tudo nos fala de Deus.

Cada pessoa é um cúmulo insondável de realidades e possibilidades. Ninguém deveria sentir-se desvalido e sem importância… Somos todos um montão de maravilhas e todos temos como pessoas um imenso valor…

Cultivar o agradecimento
Do reconhecimento que somos maravilhosos, e dos inumeráveis prodígios que nos rodeiam e de que usufruímos gratuitamente, deve brotar um profundo agradecimento, cantando à vida: “graças à vida que me há dado tanto!”…

Cultivar a humildade
Assombro, agradecimento e humildade. Humildade do mendigo que reconhece que nada tem, que não se sente superior a ninguém, que é capaz de agradecer o que se lhe brinda…

Como orgulhar-nos do que não é nosso, do que nos foi dado?! Somos privilegiados, sem dúvida, todos aqueles aos que nos foi dado muito. Tornando-nos em consequência, devedores de todos os que não receberam tanto… Assim, cabe-nos retribuir, como devedores cumpridores e agradecidos!...

Maria Helena Marques
Prof.ª Ensino Secundário



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