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terça-feira, 25 de abril de 2017

Papa em Santa Marta: ‘Nas estradas do Espírito sem acordos, sem rigidez e anunciando Jesus Cristo’

Francisco retomou a missa matutina na Casa Santa Marta após a pausa para as festividades pascais


Papa Francisco em Santa Marta (Archivio Osservatore © Romano).
Papa Francisco em Santa Marta (Archivio Osservatore © Romano).
(ZENIT – Cidade do Vaticano, 24 Abr. 2017).- O Senhor nos convida a caminhar nas estradas do Espírito sem acordos, sem rigidez, mas com a liberdade de anunciar Jesus Cristo assim como Ele veio: em carne. Assim explicou o Santo Padre, na homilia celebrada na manhã de hoje em Santa Marta.

Santo Padre retomou assim nesta segunda-feira a missa matutina na Casa Santa Marta após a pausa para as festividades pascais. Também participou da celebração eucarística, o Conselho dos Nove Cardeais (C9), que volta a se reunir com o Santo Padre no Vaticano a partir de hoje até a próxima quarta-feira 26.

O encontro de Nicodemos com Jesus e o testemunho de Pedro e João depois da cura de um homem coxo de nascença foram o centro da homilia do Papa Francisco: “Jesus explica a Nicodemos, com amor e paciência, que é preciso nascer do alto, nascer do Espírito. Portanto, mudar de mentalidade.”

“Pedro e João curaram um homem coxo de nascença, e os doutores da lei não sabiam como fazer, como esconder este fato público”, diz a Primeira Leitura da liturgia do dia.

No interrogatório, Pedro e João “respondem com simplicidade” e quando são intimados a não falar mais sobre o assunto, Pedro responde: “Não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido. Continuaremos assim.”

“Eis a concretude de um fato, a concretude da fé” em relação aos doutores da lei que “querem negociar para alcançar um acordo”: “Pedro e João têm coragem, franqueza, a franqueza do Espírito que significa falar abertamente, com coragem, a verdade, sem nenhum pacto. Este é o ponto, a fé concreta”:

“Às vezes, esquecemo-nos de que a nossa fé é concreta: o Verbo se fez carne, não se fez ideia: tornou-se carne. Quando rezamos o Credo dizemos coisas concretas: Creio em Deus Pai que fez o céu e a terra, creio em Jesus Cristo que nasceu, que morreu…’. São coisas concretas. O Credo não diz: Creio que devo fazer isso, que devo fazer aquilo ou que as coisas são para isso…’ Não! São coisas concretas. A concretude da fé que leva à franqueza, ao testemunho até o martírio, não faz pactos ou idealização da fé.”

“Para os doutores da lei, o Verbo não se fez carne, mas lei. É preciso fazer isso só até aqui. Deve ser feito isso e não aquilo”. E assim, “se engaiolaram nesta mentalidade racionalista que não terminou com eles, hein? Na História da Igreja muitas vezes, a própria Igreja que condenou o racionalismo, o Iluminismo, caiu nesta teologia do ‘pode e não pode’, do ‘até aqui e até lá’, e se esqueceu da força, da liberdade do Espírito, do renascer do Espírito que nos dá a liberdade, a franqueza da pregação e de anunciar que Jesus Cristo é o Senhor.”

”O vento sopra onde quer e ouve-se a sua voz -concluiu o Papa- mas não se sabe de onde vem e nem para onde vai. Assim é todo aquele que nasce do Espírito: ouve a voz, segue o vento, segue a voz do Espírito sem saber aonde terminará, pois optou pela fé concreta e pelo renascimento no Espírito. Que o Senhor dê a todos nós este Espírito pascal a fim de caminhar nas estradas do Espírito sem acordos, sem rigidez, mas com a liberdade de anunciar Jesus Cristo assim como Ele veio: em carne.”

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