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sábado, 29 de abril de 2017

Egito: Papa em Al-Azhar condena à violência em nome de Deus

O verdadeiro diálogo não se edifica sobre a ambiguidade

(ZENIT – Roma, 28 Abr. 2017).- O Papa Francisco fez nesta sexta-feira o seu primeiro discurso em Egito aos participantes da Conferência Internacional pela Paz promovida pela Universidade sunita de Al-Azhar, no Cairo.
“Para contrariar a barbaridade –disse Francisco– dos que fomentam o ódio e a violência, precisamos de acompanhar os jovens, ajudando-os a caminho da maturidade e ensinando-os a responder à lógica incendiária do mal trabalhando pacientemente pelo florescer da bondade. Desta forma, os jovens, como árvores bem plantadas, ficarão firmemente enraizadas no solo da história e, crescendo rumo ao céu na companhia uns dos outros, podem transformar diariamente o ar poluído do ódio no oxigénio da fraternidade”.
Francisco falou da importância do diálogo entre as religiões, mas indicou três princípios: “O dever de respeitar a nossa própria identidade e a dos outros, porque o verdadeiro diálogo não se edifica sobre a ambiguidade ou a vontade de sacrificar algum bem só para agradar aos outros; a coragem de aceitar as diferenças, porque aqueles que são diferentes, quer cultural quer religiosamente, não devem ser vistos nem tratados como inimigos, mas antes acolhidos como companheiros de viagem”; e “sinceridade de intenções, porque o diálogo, enquanto expressão autêntica da nossa humanidade, não é uma estratégia para atingir fins específicos, mas um caminho para a verdade”.
No combate à violência o Papa indicou que “a religião não é o problema, é parte da solução: contra a tentação de nos resignarmos a uma vida banal, onde tudo começa e termina aqui em baixo, a religião recorda-nos da necessidade de elevar os corações ao Altíssimo para aprender a construir a cidade do homem”.
E nos dez mandamentos, está “não matarás”, porque “a violência é a negação de toda a expressão religiosa autêntica”, indicou.
“A paz é santa -concluiu- e nenhum acto de violência pode ser levado a cabo em nome de Deus, pois profana o Seu Nome”. E convidou os líderes religiosos a rejeição do terrorismo e da violência.
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