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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Beja: «Sem Páscoa não há vida, não há futuro» - D. João Marcos

Bispo diocesano alerta para «desagregação do tecido social»

Beja, 06 abr 2017 (Ecclesia) – O bispo de Beja disse que “sem Páscoa não há futuro” na sociedade atual, onde “parece que Deus sobra” numa mensagem à diocese onde convida a celebrar o novo tempo litúrgico a partir já do Domingo de Ramos.

“Anunciar a Páscoa neste nosso contexto, convidar pessoas para celebrarem a Morte e a Ressurreição de Jesus […] é quase como tentar vender roupas de verão no pico do inverno ou apregoar chapéus-de-chuva no deserto, onde não chove”, escreve D. João Marcos.

Na sua mensagem para a Páscoa, enviada à Agência ECCLESIA, D. João Marcos convida a dar importância “ao que é importante” e alerta para as “idolatrias de sempre” e para as “superstições de novo reabilitadas”.

O bispo de Beja frisa ainda que apesar dos tempos serem outros, o faraó do Egito, simbolo bíblico de opressão sobre a humanidade,  é “o mesmo de sempre”, não mudaram os seus “desígnios sinistros” mas, agora são usados "métodos mais sofisticados e eficazes”.

“Trocou o rigor do chicote pelo conforto, a fome e o racionamento pela abundância de bens materiais e disfarça a mesma dura servidão e manipulação dos escravos oferecendo-lhes, de bandeja, as mais amplas liberdades individuais”, desenvolveu.

Para D. João Marcos, em nome dos “superlativos direitos do indivíduo”, o 'faraó' de hoje “nega o direito à vida também às meninas” e para garantir o bem-estar presente incentiva “o egoísmo, a gula, a luxúria e a esterilidade” destruindo a família e inviabiliza o futuro.

“Nunca dantes se viu no mundo algo comparável a este Egito deslumbrante, a esta terra da abundância e de todas as liberdades, a este magnífico Eldorado”, observou o prelado, sobre liberalidades faraónicas que classificou como “um engodo e sumamente precárias”.

Na sua mensagem, o bispo de Beja sublinha que a Páscoa é precisa para que “haja futuro” porque as pessoas anestesiadas não reparam nos “muitos sinais de desagregação do tecido social”, nem avaliam os custos criminosos e as consequências desastrosas da “embriaguez coletiva”.

O homem, acrescenta, ficou “completamente analfabeto” quanto à vida espiritual porque para “dominar e transformar o mundo” o homem ocidental “vendeu a alma ao diabo por um prato de lentilhas”.

“Não digas que não tens tempo. Sê inteligente, não inventes desculpas, sê bom para ti mesmo! Vem celebrar a Páscoa connosco”, convida D. João Marcos.
O tempo litúrgico da Quaresma aproxima-se do fim e o bispo de Beja mobiliza cada católico a “aclamar Cristo Rei e Senhor” na procissão na celebração do Ramos, este domingo dia 9 de abril, e, a partir de Quinta-feira Santa, dia 13, a inaugurar o Tríduo Pascal para “aprender a praticar a verdadeira caridade fraterna”.

CB/JCP

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