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quarta-feira, 29 de março de 2017

Esperar contra toda esperança”: o Papa na audiência geral

A esperança na vida eterna e na ressurreição devem ser uma certeza na vida dos crentes, cujo “preço” é abrir o coração a Deus


(Osservatore © Romano)
(Osservatore © Romano)
(ZENIT – Cidade do Vaticano – 29 Mar. 2017).- O Papa Francisco presidiu a habitual Audiência Geral esta quarta-feira, com a catequese sobre a esperança cristã.

Diante de uma praça de S. Pedro repleta de fiéis e peregrinos vindos das diversas partes da Itália e do mundo inteiro para assistir a catequese, Francisco, apoiando-se na carta aos Romanos do Apostolo Paulo, falou de modo particular da “esperança contra todas as formas de esperança”.

“O passo da Carta de S. Paulo aos Romanos que acabamos apenas de escutar, faz-nos um grande dom”, disse Francisco, porque mostra Abraão como ‘pai da esperança’ e preanuncia a Ressurreição: a vida nova que vence o mal e até a morte.

No texto se diz que Abraão acreditou no Deus que “dá a vida aos mortos e chama à existência as coisas que não existem, como se existissem”; Ele “ sem vacilar na fé não tomou em consideração o seu próprio corpo, já sem vigor por ser quase centenário, nem o seio de Sara, já sem vida”.

O Apóstolo nos ensina que somos chamados a viver esta experiência, a ‘esperar contra toda esperança’; a acreditar no Deus que salva, que chama à vida e nos tira do desespero e da morte.

“Que aquele hino a Deus, que liberta e regenera, se torne profecia para nós”, disse o Papa, prosseguindo: “Deus ‘ressuscitou dos mortos a Jesus’ para que nós também possamos passar Nele da morte à vida. Pode-se bem dizer que Abraão se tornou ‘pai de muitos povos’, porque resplandece como o anúncio de uma nova humanidade, resgatada por Cristo do pecado e conduzida para sempre ao abraço do amor de Deus”.

Estas palavras do apóstolo Paulo, acrescenta o Pontífice, mostram-nos a ligação íntima que existe entre a fé e a esperança. Esta não se apoia em raciocínios, previsões e certezas humanas, conseguindo ir mais além do que humanamente se pode esperar.

A grande esperança se fundamenta na fé e precisamente por isso é capaz de ir além de qualquer esperança. Não se baseia em nossa palavra, mas na Palavra de Deus, sublinha Francisco.

“E é neste sentido -explicou o Santo Padre- que somos chamados a seguir o exemplo de Abraão, que mesmo diante da evidencia de uma realidade que o levaria à morte, confia em Deus, plenamente convencido de que Ele tem poder para cumprir o que prometeu”.

O Papa Dirigindo-se à Praça perguntou aos fiéis: “Estamos convencidos realmente de que Deus nos quer bem? Que ele pode cumprir o que prometeu? Qual seria o seu preço? Abrir o coração! A força de Deus ensinará o que é a esperança. Este é o único preço: abrir o coração á fé e Ele fará o resto!”.

Peçamos a graça de viver apoiados, não tanto nas nossas seguranças e capacidades, mas sobretudo na esperança que brota da promessa de Deus, como verdadeiros filhos de Abraão, disse o Papa. “A graça de permanecer firmes não apenas em nossas seguranças, em nossas capacidades, mas na esperança que brota da promessa de Deus. Assim, a nossa vida terá uma nova luz, na certeza de que Aquele que ressuscitou o seu Filho ressuscitará a nós também, tornando-nos uma só coisa com Ele, junto de todos os nossos irmãos na fé”.

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