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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O Yoga e eu


Sabemos que ultimamente tem havido um interesse crescente pelo yoga em todo o mundo, inclusive entre os cristãos, o qual também se estendeu a outras práticas esotéricas e da New Age, como o Reiki, a reencarnação, a acupressão, a acupunctura, a sanação prânica ou pranoterapia, a reflexiologia, etc., métodos sobre os quais o Vaticano previu e avisou no seu documento - Jesus Cristo, portador da água da vida. 

Porém, o yoga não é só um sistema elaborado de posturas e de exercícios físicos, é uma disciplina espiritual que se propõe levar a alma ao samadhi, à união total com o ser divino. O samadhi é o estado em que o natural e o divino se unem, o homem e deus chegam a ser um sem nenhuma diferença. É importante constactar como as posturas e os exercícios de respiração, que frequentemente são considerados no Ocidente como todo o yoga, são formas de adoração e de união com Brahman.

Esta perspectiva é radicalmente contrário ao Cristianismo, onde claramente há uma distinção entre Criador e criatura, entre Deus e homem. No Cristianismo, Deus é o “Outro” e nunca “o mesmo”. 

O yoga é incompatível com a espiritualidade cristã porque é panteísta ao dizer “Deus é tudo e tudo é Deus” defendendo que existe uma realidade única e tudo o mais é ilusório, não pode haver nenhuma relação, nem amor. 

Todo o Cristianismo é sobre relações com Deus e entre os homens. “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o principal e o primeiro mandamento. O segundo é este: Amarás ao próximo como a ti mesmo”. O centro da Fé cristã é a Fé na Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas num só Deus, o modelo perfeito de relação amorosa. 

Não podemos ignorar esta diferença fundamental na hora de absorver na Espiritualidade Cristã o yoga e outras técnicas de meditação orientais. No melhor dos casos o yoga é uma prática pagã e, no pior, uma prática oculta.

Há quem diga que “não há nada de mal na prática destes exercícios, basta não crer na filosofia que há por detrás”. No entanto, os promotores do yoga, reiki, etc., afirmam claramente que a filosofia e a prática são inseparáveis. 

É lamentável que hoje em dia, muitos católicos estejam a perder a confiança nas grandes práticas espirituais e místicas para a oração e disciplina que receberam de grandes Santos como Inácio de Loyola, Francisco de Assis, Francisco de Sales, Santa Teresa de Ávila e de tantos outros e agora sigam e venerem espiritualidades e místicas orientais que provêm do Hinduísmo e do Budismo, nada tendo de ocidental. 

O que é necessário nesta Europa e em muitos outros locais é a proclamação enérgica da mensagem de Cristo que vem da Bíblia e que é interpretada pela Igreja, para evitar dúvidas e confusões que se difundem no Ocidente entre muitos cristãos, e levá-los ao Caminho, Verdade e Vida: Jesus Cristo, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Pela morte de Jesus na cruz, Deus reconciliou consigo o mundo.

Como cristão nascido no seio de uma família católica tradicional e atento às práticas desta pseudo modalidade de ginástica, alerto para os efeitos perniciosos que ela tem na vida e na espiritualidade cristã pelo que considero que o Yoga na sua filosofia e na sua prática é incompatível com o cristianismo.
 
José M. Esteves


1 comentário:

  1. Muito obrigada por esta exposição. Já sabia há algum tempo que o yoga é incompatível com a nossa fé mas agora compreendi muito melhor as razões dessa incompatibilidade.
    Compreendi também a razão de ter ouvido uma dirigente do CNE, escutismo católico, dizer que ensinava aos seus elementos que Deus estava em tudo, na árvore, na montanha, etc. e que tudo é Deus e a confusão que sentiu quando lhe disse que não podia ensinar isso pois, embora possamos encontrar Deus na natureza, e isso faça parte do nosso apostolado como dirigentes do CNE, nunca podemos dizer que algo na natureza "é" Deus mas sim que, toda a natureza nos pode levar à contemplação e conhecimento de Deus pois é Sua obra, tudo foi criado por Ele. E, tal como observar um quadro nos pode dizer algo sobre quem o pintou, observar a natureza pode ensinar-nos muito sobre Quem a criou.

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