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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Dia Mundial da Paz: Papa pede compromisso inter-religioso pelas vítimas da violência

Papa Francisco em Assis. Foto: Osservatore Romano
Francisco apresenta «ícones» da não-violência como Santa Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi e Martin Luther King

Cidade do Vaticano, 01 jan 2017 (Ecclesia) - O Papa apela na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2017, que se celebra hoje, a um compromisso inter-religioso em favor das vítimas da violência, com rejeição do terrorismo fundamentalista.

“Reitero-o aqui sem hesitação: nenhuma religião é terrorista.  A violência é uma profanação do nome de Deus. Nunca nos cansemos de repetir: jamais o nome de Deus pode justificar a violência. Só a paz é santa. Só a paz é santa, não a guerra”, pede Francisco, no texto intitulado ‘A não-violência: estilo de uma política para a paz’.

A mensagem vai orientar a celebração do 50° Dia Mundial da Paz, que a Igreja Católica assinala a 1 de janeiro.

O Papa apresenta a passagem evangélica em que Jesus afirma ‘amai os vossos inimigos’ como a “magna carta da não-violência cristã”.

“Este compromisso a favor das vítimas da injustiça e da violência não é um património exclusivo da Igreja Católica, mas pertence a muitas tradições religiosas, para quem ‘a compaixão e a não-violência são essenciais e indicam o caminho da vida’”, pode ler-se.

Francisco cita Santa Teresa de Calcutá, canonizada em setembro, para sublinhar que a “não-violência” é diferente da “rendição, negligência e passividade”, porque “a força das armas é enganadora”.

Além da religiosa, o Papa apresenta outros exemplos de vida em que a não-violência, “praticada com decisão e coerência”, produziu “resultados impressionantes”.

“Os sucessos alcançados por Mahatma Gandhi e Khan Abdul Ghaffar Khan, na libertação da Índia, e por Martin Luther King Jr contra a discriminação racial nunca serão esquecidos”, escreve.

A mensagem evoca ainda as figuras de Leymah Gbowee (Nobel da Paz em 2011) e milhares de mulheres liberianas, bem como os que trabalharam para a queda dos regimes comunistas na Europa, num percurso de “transição política para a paz”.

“Especial influência exerceu São João Paulo II, com o seu ministério e magistério”, observa.

A mensagem do Papa para esta celebração anual é enviada aos Ministérios dos Negócios Estrangeiros de todo o mundo.

O Dia Mundial da Paz foi instituído pelo Papa Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano.

OC

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