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sábado, 3 de dezembro de 2016

"O rosto das crianças em sofrimento"

Ao aproximar-se o dia 10 de Dezembro, Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, faz-me sentir uma enorme vontade de apelar para a existência de harmonia, de solidariedade e de paz. No meu coração ressoam as palavras de Jesus: “”A paz vos deixo, a paz vos dou”.
 
Nestes dias da Novena da Imaculada Conceição de Maria - “Transbordo de alegria no Senhor e a minha alma exulta no meu Deus, pois ele revestiu-me de justiça e envolveu-me no manto da salvação, como uma noiva ornada com as suas joias” (Antifonia da Entrada da Missa) -, pensei que o melhor contributo que poderia dar a Nossa Senhora, seria fazer um apelo à paz…
 
O tempo passa rapidamente. No horizonte já se vislumbra o início do novo ano de 2017. Para trás ficaram toda uma série de acontecimentos, a nível mundial, diria mesmo, em que fomos confrontados com diferentes situações e mutações que eventualmente poderão vir a implicar, no futuro algum grau acrescido de preocupação.
 
O Santo Padre, escolheu para o 50º Dia Mundial da Paz, que será celebrado no dia 1 de Janeiro de 2017, o tema: “A Não-Violência, uma Política para a Paz”. Refere o Papa Francisco que “a violência e a paz estão na origem de dois modos opostos de construir a sociedade. A difusão dos focos de violência gera experiências sociais gravíssimas e negativas”. O Papa resume esta situação na expressão “Terceira Guerra Mundial por Capítulos”.
 
Ao invés, a paz constitui um bem precioso, tem consequências sociais positivas e permite um verdadeiro progresso. Devemos portanto agir nos espaços possíveis, negociando caminhos de paz, até mesmo onde tais caminhos parecem tortuosos ou impraticáveis… Um caminho de esperança apropriado às circunstâncias presentes: chegar à solução das controvérsias por meio de negociações, evitando que elas degenerem em conflito armado… Significa isto reconhecer a primazia da diplomacia face aos estrondos das armas.
 
A paz constitui um bem precioso em prol do progresso, do desenvolvimento sustentável, da promoção do bem-estar das sociedades, bom como a salvaguarda da defesa dos direitos humanos.
 
Acalento uma enorme esperança de que todos nós sejamos sensíveis a esta mensagem do Papa Francisco. Num momento extremamente oportuno o Papa compara a situação que se vivencia, com um Terceira Guerra Mundial aos bocados, com tantos conflitos armados, com o terrível êxodo dos refugiados e com os diferentes ataques bombistas quase diários, existentes hoje-em-dia, um pouco por todo o mundo.
 
As imagens de rostos das crianças num sofrimento atroz, trouxe-me à memória os Pastorinhos de Fátima. Existe aqui uma dicotomia. Como foram eloquentes as suas vidas. O Senhor serviu-se deles. Conquistaram o Céu, para eles e para todos os homens de boa vontade. A sua mensagem ressoa por toda a terra. Jesus passa, chama-nos de diferentes formas.
 
Estas crianças, num sofrimento atroz, que fogem da guerra, que morrem fruto de um naufrágio ocorrido durante esta fuga, fazem-nos recordar também o sangue derramado das chagas de Cristo, que morreu por todos nós, também por elas...
 
Sim, estas crianças que deviam encontrar-se em casa com as suas famílias, a estudar, a brincar deixam-nos uma mensagem, um apelo sofrido, doloroso, são a imagem viva da necessidade existente de paz no mundo. Não podemos ficar indiferentes a este apelo.
 
Cheios de compreensão, de afeto, de ternura, perante este sofrimento incomensurável, assumimos o compromisso de envidarmos, dentro das nossas possibilidades, todos os esforços para que esta forma de violência termine para todo o sempre. Que o sorriso das crianças, vítimas inocentes destes flagelos, possa vir de novo a brilhar nos seus rostos, recriando-se um futuro mais justo, humano, solidário, sem violência e em paz.
 
Santa Maria, Esperança Nossa, rogai por todos nós, para que este objetivo possa ser alcançado. Rainha da Paz, intercedei por todos os que sofrem.

Maria Helena Paes









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