Jornada de três dias conta com uma delegação portuguesa de 160 elementos
Cidade do Vaticano, 11 nov 2016 (Ecclesia) – O Vaticano acolhe a partir
de hoje o ‘Jubileu das Pessoas Socialmente Marginalizadas’, dedicado às
pessoas sem-abrigo em todo o mundo, com a participação de uma delegação
portuguesa com cerca de 160 pessoas.
Na primeira audiência com os participantes, na Aula Paulo VI, o Papa
começou por destacar “a paixão e o sonho”, que podem ajudar estas
pessoas a “caminhar para diante”.
“Uma boa paixão, que nos leva a sonhar”, pois uma das maiores
“pobrezas” é “perder a capacidade de sonhar, de seguir em frente com um
objetivo”, salientou Francisco.
“Não deixem de sonhar. O sonho de um pobre, de alguém que não tem um
teto, qual será? Não sei. Mas sonhem. Vocês sonharam que um dia poderiam
vir a Roma, e isso realizou-se. Sonhem que o mundo pode mudar, essa
pode ser a semente do vosso coração”, assinalou.
Inserido no Ano Santo da Misericórdia que vai continuar a decorrer até
dia 20 de novembro, este jubileu dos sem-abrigo conta com a participação
de pessoas de cerca de 20 países.
De Portugal seguiram para Roma instituições como a Cáritas Diocesana de
Lisboa, a Comunidade Vida e Paz, a Santa Casa da Misericórdia de
Lisboa, O Ninho e O Companheiro.
Durante a sua intervenção, o Papa lembrou que “a pobreza está no
coração do Evangelho” e pediu “perdão pelos cristãos que não colocam os
mais carenciados no centro” da sua vida.
“Peço-vos perdão por todas as vezes que os cristãos, diante de uma
pessoa pobre ou de uma situação de pobreza, olharam para o outro lado.
Perdão”, repetiu.
Para Francisco, são os mais carenciados que continuam hoje a transportar a mensagem de Jesus.
A mensagem de um mundo que precisa de mudar, onde falta “a paz”, onde
falta muitas vezes “alimento e saúde”, um mundo que “não pode estar
satisfeito”.
“Precisamos de paz no mundo, na Igreja Católica, todas as Igrejas
precisam de paz, todas as religiões precisam de crescer na paz, porque
todas elas são mensageiras de paz e devem crescer na paz. Ajudem-nas,
cada um de vós na sua própria crença, com essa paz que vem do sofrimento
do coração”, sustentou o Papa argentino.
Francisco destacou a “dignidade” que têm todos os mais pobres e que
deve ser defendida, por muito que a sociedade possa querer “despojar,
escravizar”.
“Vamos encontrar sempre alguém mais pobre do que nós, e sabermos ser
solidários, ajudar o outro, dar-lhe a mão, isso também nos dá dignidade.
Obrigado pelo exemplo que vocês dão. Ensinem-no ao mundo”, exortou.
O jubileu dos sem-abrigo vai prosseguir este sábado com uma audiência
jubilar na Praça de São Pedro e termina no domingo, dia 13 de novembro,
com uma eucaristia com as pessoas socialmente excluídas, na Basílica de
São Pedro.
JCP
in
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