Foto: Fundação AIS |
Durante uma audição com representantes da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre
Lisboa, 14 out 2016 (Ecclesia) – A audição desta quinta-feira da
Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) na Assembleia da República abriu
novas perspetivas quanto a uma atenção política redobrada sobre o
problema dos cristãos perseguidos.
Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a organização
humanitária católica explica que este encontro com os deputados decorreu
“no âmbito da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades
Portuguesas”.
Durante o evento, o deputado José Cesário, do Partido Social Democrata,
sublinhou a sua intenção de levar “as conclusões da reunião” a outras
instâncias, inclusivamente internacionais.
“Vamos transmitir à Comissão [de Negócios Estrangeiros e Comunidades
Portuguesas] as impressões com que ficámos e procurar sensibilizar os
nossos colegas, que são integrantes de organizações multilaterais, de
maneira a que possam desenvolver ações que possam significar mais
pressão sobre os governos dos países”, salientou.
Em causa está reforçar o tema dos cristãos perseguidos em instâncias
como “a União Interparlamentar, o Conselho da Europa, e o Parlamento
Europeu”.
Nesta audição, a Fundação AIS traçou “o ponto da situação da
perseguição aos cristãos e a membros de outras minorias religiosas”, em
territórios como África, o Médio Oriente e a Ásia, com especial atenção
ao Paquistão.
Liderada por Catarina Martins Bettencourt, diretora do secretariado
português da AIS, esta delegação alertou para a “situação gravíssima” em
que se encontram os cristãos naquele país, devido à chamada “lei da
blasfémia”, que permite condenar à morte todos quantos alegadamente
desrespeitarem o nome de Maomé.
Um dos casos mais mediáticos tem sido o da cristã Asia Bibi, uma mãe de cinco filhos que se encontra encarcerada desde 2009.
No mesmo dia em que a AIS estava no Parlamento português, o Supremo
Tribuna do Paquistão em Islamabad adiou uma decisão sobre este caso,
“por escusa de um dos juízes que integram o processo”.
Segundo José Cesário, casos como estes são “muito preocupantes” e
“ferem a sensibilidade coletiva da grande maioria da população
portuguesa”.
Neste contexto, cerca de 60 membros da Assembleia da República, de
diversos partidos, entregaram na embaixada do Paquistão em Lisboa uma
carta pedindo a libertação de Asia Bibi em nome da “salvaguarda da
liberdade religiosa” que é “inerente a qualquer pessoa” e da defesa dos
“direitos humanos fundamentais”.
José Cesário destacou ainda o trabalho da Fundação AIS, “entidade que
está diretamente ligada à Igreja, e que, por isso, pode dar um
testemunho mais vivo, mais sentido”.
A audiência da Fundação AIS na Assembleia da República, sobre os
cristãos perseguidos no mundo, contou ainda com a presença das deputadas
Ana Rita Bessa, do CDS-PP e Joana Lima, do Partido Socialista.
JCP
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