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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Assis 2016: João Paulo II indicou às religiões a «inteligência» do diálogo - Andrea Riccardi

santegidio.org
Fundador da Comunidade de Santo Egídio recebeu representantes religiosos e culturais para encontro de debate e oração

Assis, Itália, 19 set 2016 (Ecclesia) - O fundador da Comunidade de Santo Egídio, Andrea Riccardi, recebeu este domingo os participantes no encontro ‘Sede de Paz’ que reúne várias centenas de representantes religiosos e culturais na cidade italiana de Assis, até terça-feira.

A iniciativa, que vai ser encerrada pelo Papa Francisco, assinala o 30.º aniversário do primeiro evento do género, promovido por São Paulo II, na mesma cidade.

Andrea Riccardi elogiou a "intuição" de João Paulo II, "simples e profunda", na qual estava presente, como novidade, a noção de os líderes religiosos poderiam estar "uns ao lado dos outros, pela paz", mostrando aos respetivos fiéis que “viver juntos era possível”.

O encontro de 1986, acrescentou, acabou por trazer frutos de paz "em muitos lugares do mundo", como por exemplo em Moçambique (1992), bem como por "combater a escravidão a uma fé na guerra e no terrorismo ".

Em Assis, observou Andrea Riccardi, descobre-se a necessidade de oração pela paz, "da oração de todos, cada um de acordo com sua própria identidade e na busca da verdade".

O regresso à cidade italiana, 30 anos depois, acontece num mundo “complexo e fragmentado, com os seus desafios, a aproximação dos povos, mas também os novos medos”.

Citando Zygmunt Bauman, presente no encontro de Assis 2016, Riccardi falou da arte do diálogo como “algo com que a humanidade se deve confrontar, sendo a alternativa demasiado horrível, mesmo que só no pensamento”.

"O diálogo é a inteligência de viver juntos: ou vivemos juntos ou morremos juntos”, concluiu.

A conferência ‘Sede de paz - Religiões e culturas em diálogo’ é organizada pela Comunidade de Santo Egídio, a Diocese de Assis e a Família Franciscana.

O Papa Francisco vai deslocar-se esta terça-feira a Assis para encontrar-se com seis vencedores do Prémio Nobel da Paz e um grupo de 25 refugiados, além de vários líderes religiosos e culturais.

No final do encontro, depois de um minuto de silêncio por todas as vítimas da violência, da guerra, do terrorismo no mundo, vai ser proclamado um apelo de paz, assinado pelo Papa e os outros representantes religiosos.

30 crianças de vários países e de várias confissões religiosas vão subir ao palco e receber dos religiosos um rolo com este apelo, para o entregar aos políticos e aos embaixadores de todas as nações presentes em Assis.

OC


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