Páginas

quinta-feira, 31 de março de 2016

Por pressão da Disney e de outras multinacionais o lobby gay ganha força na Geórgia, EUA

O governador veta a normativa que teria protegido as crenças religiosas. Decisivas as pressões da Disney e de outras multinacionais



Nos Estados Unidos, o Lobby gay voltou a fazer sentir o seu peso e o seu poder de chantagem. O último episódio foi na Geórgia, que também é um dos estados do Sul mais ligados aos valores tradicionais.

A assembleia parlamentar da Geórgia havia votado nas últimas semanas uma lei para proteger a liberdade religiosa e a objecção de consciência: cada ministro do culto estaria isento da obrigação de celebrar matrimónios entre pessoas do mesmo sexo, assim como as organizações e os cidadãos individuais estariam liberados da obrigação de fornecer serviços aos gays, para salvaguardar as próprias convicções religiosas ou éticas.

O governador republicano Nathan Deal, porém, vetou a normativa. “Não acho que devemos descriminar nenhuma pessoa para proteger a fé da comunidade da Geórgia da qual eu e a minha família fizemos parte durante toda a nossa vida”, declarou Deal.

“A Geórgia é um Estado acolhedor, feito de pessoas gentis – acrescentou o governador – a nossa gente trabalha a cada dia lado a lado sem olhar para a religião ou para a cor da pele, procurando fazer a vida melhor para as suas famílias e para a comunidade. Eu tento fazer a minha parte para manter este carácter da Georgia”.

Nessa decisão pesaram as pressões de fortes poderes, a nível industrial, de negócios, desportivo e cultural. Multinacionais como a Disney, Marvel e Warner Bros tinham ameaçado não passar mais nenhum filme no Estado, enquanto que a National Football League temia a possibilidade de que Atlanta não recebesse mais o Superbowl.

Enquanto isso, uma campanha similar está começando na vizinha Carolina do Norte, onde os movimentos LGBT estão contestando um projecto de lei – apoiado tanto pelo Parlamento que pelo governador Pat McCrory – que proibiria protecções especiais em base a orientação sexual e identidade de género.

O conflito, neste caso, poderia ser recalibrar-se entre as autoridades da Carolina do Norte e o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, que, especialmente após a decisão no verão passado que legalizou o casamento homossexual em todo o território nacional, está pressionando pela protecção dos direitos dos homossexuais e pessoas trans em todas as formas possíveis.

Enquanto isso, os municípios das cidades mais liberais nos Estados Unidos estão adoptando regras muito permissivas, permitindo, entre outras coisas, a escolha dos banhos públicos com base na identidade de género, enquanto os empregadores são proibidos de despedir os trabalhadores por serem gays.

Precisamente na Carolina do Norte, a cidade de Charlotte aprovou banheiros públicos “gay friendly”, despertando a oposição daqueles que – como o senador republicano Andrew Brock – argumentam que a presença de homens vestidos de mulheres nos banheiros femininos poderia representar uma potencial ameaça pedófila para as meninas.


in


Sem comentários:

Enviar um comentário