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sábado, 30 de abril de 2016

50.º Dia Mundial das Comunicações Sociais...

Iniciou-se há 50 anos quando o Papa Paulo VI, jornalista, poeta e escritor, teve a ideia de começar esta reflexão sobre a comunicação.
 
Neste ano, 2016, o Papa Francisco apresenta a sua Mensagem para o 50.º Dia Mundial das Comunicações Sociais com o título: “Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo”.
 
É visível que, de modo geral, a sociedade actual perdeu o valor da comunicação, substituindo-a por uma infinidade de meios que, muitas vezes, se confundem com a simples informação.
 
Comunicar significa partilhar. E a partilha requer escuta, acolhimento. Para o Papa “ouvir significa prestar atenção, ter o desejo de compreender, de valorizar, de respeitar, de guardar a palavra do outro”.
 
A insistência do Papa Francisco sobre o mundo da escuta, dirige-se em seguida ao mundo da misericórdia, do saber estar ao lado de quem precisa de nós. Por isso, assegura que “o encontro da comunicação com a misericórdia é fecundo, mas na medida em que gerar uma proximidade que tome conta, conforte, cure, acompanhe, faça festa.
 
Num mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e os irmãos em humanidade”.
 
O tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais sublinha que a comunicação deve abrir espaços para o diálogo, a compreensão recíproca e a reconciliação, permitindo que assim floresçam encontros humanos fecundos.
 
Numa época em que a nossa atenção se volta com frequência para discussões sobre opiniões que dividem, o D M C S do Papa, lembra – nos o poder das palavras e dos gestos para superar as incompreensões e curar as memórias, para construir a paz e a harmonia.
 
Mais uma vez o Papa Francisco ajuda a descobrir que no coração da comunicação existe, antes de tudo, uma profunda dimensão humana. Comunicação que não é somente uma “actual ou moderna tecnologia, mas uma profunda relação interpessoal. É, sobretudo, um sinal de amor, por conseguinte, de misericórdia.
 
Não esqueçamos que a Igreja é chamada a viver “a misericórdia como marca indelével, característica de todo o seu ser e do seu actuar”; cada palavra ou gesto “deveria poder expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos”.
 
É também através da comunicação que o homem pode “construir pontes” e promover o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade.
 
As palavras, podem “derrubar muros”, “criar vias de acesso” entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos, tanto no ambiente “físico”, como no “digital”. Para isso, o Papa exorta a “palavras e acções” que ajudem a “sair dos círculos viciosos das condenações e das vinganças, que continuam a prender os indivíduos e as nações e que conduzem a expressar-se com mensagens de ódio”.
 
Os “ressentimentos” “e as velhas feridas” que correm o risco de “aprisionar as pessoas e de impedir – lhes a comunicação e a reconciliação” são encontradas também nas “relações entre os povos”, mas em todos esses casos “a misericórdia é capaz de activar um novo modo de falar e de dialogar”.
 
A este respeito, o Papa Francisco cita Shakespeare que, no Mercador de Veneza escreve: “ A misericórdia não é uma obrigação. Cai do céu como um frescor da chuva sobre a terra. É uma bênção dupla: abençoa quem a dá e quem a recebe”.
 
A linguagem da misericórdia, deveria permear também a “política” e a “diplomacia”, acrescenta o Papa, fazendo assim um apelo “a todos aqueles que têm responsabilidades institucionais, políticas e na formação da opinião pública, para que estejam sempre vigilantes sobre o modo de expressar-se com relação a quem pensa ou age de forma diferente, e também de quem pode ter errado”.
 
Acerca do debate nas redes sociais e novas mídias, o Santo Padre recordou que “não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios à sua disposição.
 
“O ambiente digital – continua o Papa – é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, ter uma discussão útil ou um linchamento moral”.
 
Mesmo em redes digitais podemos construir uma “verdadeira cidadania” e uma “sociedade saudável e aberta à partilha”, se com sentido de responsabilidade cuidarmos do outro que não vemos mas que é real, com a sua dignidade que deve ser respeitada.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais, único dia estabelecido pelo Concílio Vaticano II (Inter Mirifita, 1963) é celebrado no Domingo que precede a Festa de Pentecostes e em 2016 ocorre no dia 8 de Maio.







Maria Helena Marques
Prof.ª Ensino Secundário


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