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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Rádio Vaticano: após 25 anos, o padre Lombardi deixa a direcção geral

Enquanto Giacomo Ghisani é nomeado interinamente, Lombardi permanecerá como director da Sala de Imprensa da Santa Sé. A reforma da media vaticana segue em frente, rumo à unificação entre a rádio e o CTV


ZENIT

Troca de guarda na Rádio Vaticano: depois de 25 anos de serviço, o padre Federico Lombardi deixa a direcção geral, conforme anúncio feito pela Secretaria de Comunicação da Santa Sé. Não é especificada nenhuma data, mas fontes internas apontam o próximo dia 29 de Fevereiro.

O padre Lombardi, que permanecerá como director da Sala de Imprensa da Santa Sé, foi nomeado director dos programas da rádio em 15 de Janeiro de 1991; em 2005, passou a ser o director-geral da emissora, dando continuidade à longa tradição de jesuítas no comando da Rádio Vaticano – desde a sua fundação, há 84 anos, por desejo de Pio XI, que a lançou com a mensagem radiofónica “Qui arcano Dei” em 12 de Fevereiro de 1931, a rádio foi confiada à Companhia de Jesus.

O fim da direcção do padre Lombardi encerra uma era, levado a rádio do papa para o comando da Secretaria de Comunicação, da qual dom Dario Edoardo Viganò é o prefeito.

Junto com o jesuíta, expira também o mandato de Alberto Gasbarri como director administrativo – ele se aposentou, além disso, do cargo de organizador das viagens papais. No lugar dos dois, informa a nota da mesma Secretaria para a Comunicação, não serão nomeadas “análogas figuras dirigentes”, mas um representante legal e um gerente do escritório administrativo.

Quem assume por agora é Giacomo Ghisani, actualmente director adjunto da direcção-geral da Secretaria de Comunicações e “grande conhecedor” da realidade da rádio, onde trabalhou durante muitos anos como chefe do departamento jurídico e de relações internacionais.

A equipa responderá a Ghisani nas questões administrativas. Quanto às actividades editoriais e à situação das diversas redacções linguísticas, a referência será o padre Andrzej Majewski, polaco, actual director dos programas. No tocante aos aspectos tecnológicos, incluindo compras e projectos de desenvolvimento, a responsabilidade passa a ser do engenheiro Sandro Piervenanzi.

A Secretaria de Comunicação, diz o comunicado, “vai acompanhar com cuidado e atenção este processo para facilitar a solução de eventuais dificuldades e assegurar o seu sucesso”. O novo órgão foi criado por Francisco mediante o “motu proprio” de 27 de Junho de 2015, com o objectivo de reunir num único dicastério curial “todas as realidades que, de maneiras diferentes, se ocuparam até hoje da comunicação”. Por isso, além da Rádio Vaticano, também o Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, a Sala de Imprensa da Santa Sé, o Serviço Vaticano de Internet, o Centro Televisivo Vaticano, o jornal L’Osservatore Romano, a Tipografia Vaticana, o Serviço Fotográfico e a célebre “Libreria Editrice Vaticana” (LEV), ou Livraria e Editora Vaticana.

A nota da Secretaria explica que, de acordo com o estudo de viabilidade apresentado em 9 de Junho de 2015, foi apresentada ao Conselho dos Cardeais (o chamado C9, criado pelo papa Francisco para ajudar na reforma da Cúria romana) uma linha do tempo que indicava o processo gradual de unificação das realidades existentes, embora todas devessem “prosseguir as suas actividades, atendo-se, no entanto, às sugestões feitas pela Secretaria de Comunicação”.

O processo foi então iniciado e, desde 1º de Janeiro de 2016, o dicastério para as Comunicações Sociais, liderado por dom Claudio Maria Celli, e a Sala de Imprensa do Vaticano já são “realidades integradas tanto do ponto de vista administrativo quanto da gestão”. Nada foi alterado, porém, nas competências da Secretaria de Estado a respeito da comunicação institucional.

De acordo com o cronograma mencionado, está previsto para 2016 um trabalho “complexo, mas certamente positivo”, de integração entre a Rádio Vaticano e o Centro Televisivo Vaticano (CTV), que darão origem a um novo corpo já renomeado de RTV. Essa unificação já foi em parte iniciada, na prática, em alguns serviços como o de produção e distribuição de áudio e vídeo das cerimónias papais e de outros eventos importantes do Vaticano, bem como no “melhor emprego” de alguns recursos humanos. Nesta fase, o CTV continuará a se referir a Stefano D’Agostini para a administração ordinária.

O processo de reestruturação, explica a nota, “é acompanhado pela formulação de novos estatutos não só do dicastério, mas também da prevista entidade coligada que garantirá a representação jurídica tanto em contextos institucionais quanto nos europeus e internacionais. Além dos novos Estatutos, serão reformulados também os quadros orgânicos da nova realidade unificada”.

“O trabalho que nos espera é uma grande oportunidade de valorizar, em ambas as entidades, as áreas de excelência e o património constituído pelo multilinguismo e pelo multiculturalismo”, conclui a nota.


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